1 Mateus Carneiro Vicente1 Cleane Rosa Ribeiro da Silva2 Cláudia Jeane Lopes Pimenta3 Thaíse Alves Bezerra4 Hannah Karolyne Vieira de Lucena5 Stella Costa Valdevino6 Kátia Neyla de Freitas Macedo Costa7 Capacidade funcional e autocuidado em idosos com diabetes mellitus 1 https://orcid.org/0000-0001-5454-6808. Universidade Federal de Pernambuco, Brasil. 2 https://orcid.org/0000-0002-0475-2950. Universidade Federal da Paraíba, Brasil. 3 https://orcid.org/0000-0002-1458-8226. Universidade Federal da Paraíba, Brasil. claudiapimenta@ufpb.com.br 4 https://orcid.org//0000-0003-3242-4468. Universidade Federal da Paraíba, Brasil. 5 https://orcid.org/0000-0003-3982-0260. Universidade Federal de Pernambuco, Brasil. 6 https://orcid.org/0000-0003-3099-9495. Universidade Federal da Paraíba, Brasil. 7 https://orcid.org/0000-0003-2054-6943. Universidade Federal da Paraíba, Brasil. Recebido: 17/12/2019 Submetido a pares: 23/01/2020 Aceito por pares: 29/03/2020 Aceito: 27/04/2020 DOI: 10.5294/aqui.2020.20.3.2 Para citar este artigo / Para citar este artículo / To reference this article Vicente MC, Silva CRR, Pimenta CJL, Bezerra TA, Lucena HKV, Valdevino SC, Costa KNFM. Functional capacity and self-care in older adults with diabetes mellitus. Aquichan. 2020;20(3):e2032. DOI: https://doi.org/10.5294/aqui.2020.20.3.2 RESUMO Objetivo: correlacionar a capacidade funcional e o autocuidado em pessoas idosas com diabetes. Método: estudo transversal e quantitativo, realizado com 189 idosos com diabetes mellitus atendidos em um ambulatório de endocrinologia. Utilizou-se do instrumento estruturado para a obtenção dos dados sociodemográficos e clínicos, do Índice de Barthel e do Questionário de Atividades de Autocuidado com o diabetes. Os dados foram analisados por estatística descritiva e inferencial. Resultados: a maioria dos idosos era independente e apresentava médias elevadas de aderência ao autocuidado. Observou-se correlação positiva com significância estatística entre a ca- pacidade funcional e os domínios das atividades de autocuidado relacionados à atividade física e ao cuidado com os pés. Conclusões: a capacidade funcional apresentou uma relação positiva com os itens referentes à prática de atividade física e ao cuidado com os pés. A independência funcional na pessoa idosa pode influenciar na adesão às práticas de autocuidado ante o diabetes mellitus. PALAVRAS-CHAVE (Fonte: DeCS) Atividades cotidianas; autocuidado; diabetes mellitus; idoso; enfermagem. AÑO 20 - VOL. 20 Nº 3 - CHÍA, COLOMBIA - JULIO-SEPTIEMBRE 2020 l e2032 Temática: promoção e prevenção. Contribuição para a disciplina: os achados deste estudo reforçam a necessidade de os enfermeiros investigarem a presença de limitações funcionais e os seus impactos nas práticas de autocuidado com o diabetes em população idosa. Nesse sentido, du- rante a consulta de enfermagem, o profissional deve realizar uma avaliação multidimensional do idoso e identificar as atividades de autocuidado que apresentam maior e menor adesão, a fim de orientar e incentivar acerca da importância dessas ações para tratar a doença e prevenir complicações. https://doi.org/10.5294/aqui.2020.20.3.2 https://doi.org/10.5294/aqui.2020.20.3.2 2 AQUICHAN - ISSN 1657-5997 - eISSN 2027-5374 AÑO 20 - VOL. 20 Nº 3 - CHÍA, COLOMBIA - JULIO-SEPTIEMBRE 2020 l e2032 Capacidad funcional y autocuidado en ancianos con diabetes Mellitus RESUMEN Objetivo: correlacionar la capacidad funcional y el autocuidado en adultos mayores con diabetes. Método: estudio transversal y cuantitativo, llevado a cabo con 189 ancianos con diabetes Mellitus atendidos en un ambulatorio de endocrinología. Se utilizó del instru- mento estructurado para obtener los datos sociodemográficos y clínicos, el Índice de Barthel y el Cuestionario de Actividades de Autocui- dado con la diabetes. Se analizaron los datos por medio de estadística descriptiva e inferencial. Resultados: la gran parte de los ancianos era independiente y presentaba promedios elevados de adherencia al autocuidado. Se observó correlación positiva con significancia estadística entre la capacidad funcional y los dominios de las actividades de autocuidado relacionados a la actividad física y el cuidado con los pies. Conclusiones: la capacidad funcional presentó una relación positiva con los ítems referentes a la práctica de actividad física y el cuidado con los pies. La independencia funcional en el adulto mayor puede influenciar en la adherencia a las prácticas de autocuidado hacia la diabetes Mellitus. PALABRAS CLAVE (Fuente: DeCS) Actividades cotidianas; autocuidado; diabetes mellitus; anciano; enfermería. 3 Capacidade funcional e autocuidado em idosos com diabetes mellitus l Mateus Carneiro Vicente e outros Functional capacity and self-care in older adults with diabetes mellitus ABSTRACT Objective: To correlate functional capacity and self-care in older adults with diabetes. Method: A cross-sectional and quantitative study, carried out with 189 older adults with diabetes mellitus treated at an endocrinology outpatient clinic. The structured instrument to obtain sociodemographic and clinical data, the Barthel Index, and the Diabetes Self-Care Activities Questionnaire were used. Data was analyzed with descriptive and inferential statistics. Results: Most of the older adults were independent and had high mean values of adherence to self-care. There was a positive correlation with statistical significance between functional capacity and the domains of self- care activities related to physical activity and care with the feet. Conclusions: Functional capacity showed a positive relationship with items related to physical activity and care with the feet. Functional independence in the older adult can influence adherence to self-care practices facing diabetes mellitus. KEYWORDS (SourCe: DeCS) Activities of daily living; self care; diabetes mellitus; aged; nursing. AÑO 20 - VOL. 20 Nº 3 - CHÍA, COLOMBIA - JULIO-SEPTIEMBRE 2020 l e2032 4 AÑO 20 - VOL. 20 Nº 3 - CHÍA, COLOMBIA - JULIO-SEPTIEMBRE 2020 l e2032 AQUICHAN - ISSN 1657-5997 - eISSN 2027-5374 Introdução A população de idosos tem aumentado em todo o mundo de- vido, principalmente, à queda da fecundidade e ao aumento da expectativa de vida. No entanto, é preocupante a forma como esse grupo está envelhecendo, sendo observada uma transição no perfil epidemiológico, em que há o predomínio das doenças crônicas, com destaque para o diabetes mellitus (1). A prevalência de diabetes é elevada em todos os países, afe- tando atualmente mais de 425 milhões de pessoas e ocasionando cerca de quatro milhões de mortes que resultam diretamente da doença ou de suas complicações. Nas pessoas idosas, esse cená- rio também representa um sério problema de saúde pública, haja vista que, em 2017, aproximadamente 122,8 milhões de pessoas com idade entre 65 e 99 anos apresentavam diabetes, com proje- ções de 253,4 milhões para 2045 (2). O diabetes é definido como um quadro de instabilidade gli- cêmica, que tem como efeito a alteração no metabolismo dos lipídios, proteínas e carboidratos, e que ocasiona disfunções na secreção de insulina. O aumento da prevalência associado ao crescente número de pessoas obesas e ao envelhecimento po- pulacional caracteriza o diabetes como uma doença epidêmica da atualidade (2, 3). Os indivíduos com diabetes sofrem diversas modificações em seu cotidiano, não apenas pelos efeitos da doença, mas também pelas mudanças requeridas em seu padrão de vida, o que causa prejuízos para a sua funcionalidade. A incapacidade funcional é caracterizada como um processo dinâmico e progressivo que está associada a limitações físicas e mentais que podem comprometer a autonomia e a independência para a realização de atividades rotineiras (4). Estudo realizado com idosos hospitalizados por complicações do diabetes em João Pessoa, Brasil, identificou que mais de 85 % dos pacientes apresentavam algum grau de dependência na rea- lização das atividades de vida diária, o que poderia ser resultado das próprias características da doença, do maior risco de acome- timento por outras morbidades e dos prejuízos causados pelas complicações (5). Nas pessoas idosas, as alterações decorrentes do diabetes se agravam devido às limitações inerentes ao processo de enve- lhecimento e à presença frequente de incapacidades funcionais, o que pode impactar negativamente a prática do autocuidado (6). Este, por sua vez, é caracterizado como a realização de atividades executadas pelo indivíduo em seu próprio benefício, com o objetivo de evitar, tratar e promover o convívio com as doenças crônicas (7). Além disso, essa prática favorece a melhoria da qualidade de vida, a manutenção da saúde e do bem-estar, assim como a execução das atividades diárias (8). O controle glicêmico é um dos desafios mais complexos na rotina da pessoa idosa com diabetes, haja vista que requer es- forços diários para a adesão a um estilo de vida saudável e para a adoção de práticas de autocuidado, já que é necessário que o indivíduo apresente um nível satisfatório de capacidade funcional para realizar essas atividades (7, 9). Nesse sentido, o enfermeiro deve utilizar ferramentas de ras- treamento das condições de saúde da pessoa idosa. Destaca-se a avaliação multidimensional por identificar precocemente um déficit funcional nas atividades de vida diária e nas práticas de autocuidado, além de prevenir os agravos decorrentes do diabe- tes, como alterações dermatológicas, musculoesqueléticas, vas- culares e neurológicas (10). Associado a isso, o cuidado desse profissional deve ser embasado em alguma teoria que possa ex- plicar, fundamentar e subsidiar a implementação das etapas do processo de enfermagem (11). Entre os referenciais teóricos utilizados no cuidado à pessoa com diabetes mellitus, a Teoria do Autocuidado de Orem é uma das mais frequentes (11), haja vista que valoriza a responsabilida- de do próprio indivíduo com a sua saúde ao reconhecer o papel do enfermeiro na prevenção de complicações na educação em saú- de. Estudo realizado em Unidades Básicas de Saúde com pessoas com diabetes tipo 2 no Paraná, Brasil, evidenciou que o uso dos pressupostos do autocuidado apoiado pelo enfermeiro represen- tou uma estratégia eficaz na identificação das principais barreiras para o controle glicêmico (12). Embora o diabetes seja um problema que apresenta grande investigação na literatura científica, ainda são escassos os estu- dos que avaliam a capacidade funcional e a adesão às práticas de autocuidado na pessoa idosa. Nesse sentido, a questão que orientou este estudo foi: existe correlação entre a capacidade funcional e o autocuidado em pessoas idosas com diabetes? Diante dos prejuízos causados pela doença para os diversos aspectos 5 Capacidade funcional e autocuidado em idosos com diabetes mellitus l Mateus Carneiro Vicente e outros da vida e da saúde, emerge a necessidade de investigar se há essa correlação — o que se tornou o objetivo deste estudo —, visto que isso poderá contribuir para a implementação de inter- venções referentes às competências mais comprometidas e para a identificação das atitudes desses indivíduos em determinadas circunstâncias, o que permitirá efetivar estratégias mais específi- cas para o tratamento do diabetes (9, 13). Método Trata-se de um estudo transversal, com abordagem quantita- tiva, realizado em um serviço ambulatorial de endocrinologia de um hospital-escola, localizado na cidade de João Pessoa, Paraíba, Brasil, de maio a agosto de 2018, com a utilização do instrumento STROBE para fundamentar a metodologia (14). Esse ambulatório foi escolhido por ser um dos serviços de re- ferência para a atenção especializada de endocrinologia no Estado da Paraíba, por receber pacientes encaminhados das Unidades Básicas de Saúde com o propósito de acompanhamento ambula- torial das doenças endócrinas e uma média de 90 atendimentos mensais de pessoas idosas com diabetes mellitus. A população do estudo foi composta por pessoas idosas com diagnóstico de diabetes atendidas no serviço ambulatorial de endo- crinologia. A amostra foi calculada considerando-se o atendimento de 371 pessoas idosas com diabetes mellitus, de julho a dezembro de 2017, período que antecedeu à coleta de dados, os quais foram fornecidos pelo serviço de regulação da referida instituição. O tamanho da amostra foi definido com a utilização do cálculo para populações finitas com proporção conhecida e intervalo de confiança de 95 %, prevalência estimada de 50 % e margem de erro de 5 %, o que levou a um total de 189 idosos. Não houve per- das ou recusas na amostra. Para a seleção dos participantes do estudo, foi solicitada, à coordenação do serviço, uma listagem dos pacientes com diabetes mellitus agendados para o atendimento em cada dia da coleta de dados, com a posterior realização de um sorteio aleatório de três participantes por dia. Os critérios de inclusão estabelecidos nesta pesquisa foram: ter idade igual ou superior a 60 anos, ser acompanhado no am- bulatório de endocrinologia durante o período da coleta e apre- sentar diagnóstico médico de diabetes mellitus, confirmado pela listagem cedida pelo serviço. Os critérios de exclusão foram: ido- sos que apresentaram déficit cognitivo segundo o Miniexame do Estado Mental, o qual é composto por questões relacionadas à orientação, à memória imediata e de evocação, ao cálculo, à lin- guagem, à concentração e ao domínio espacial (15). Os dados foram coletados por pesquisadores previamente treinados, em um processo que envolveu a apresentação, a ex- plicação e a aplicação da escala entre os entrevistadores para padronizar a coleta de dados. Os sujeitos que se enquadravam nos critérios de inclusão foram convidados a participar do estudo, sendo a entrevista realizada antes da consulta de acompanha- mento, em uma sala do ambulatório cedida pelo serviço. Utilizou-se do instrumento estruturado para a obtenção de dados referentes ao perfil sociodemográfico e clínico dos par- ticipantes: sexo, idade, conjugalidade, escolaridade, situação previdenciária, renda familiar e arranjo familiar, tipo de diabe- tes, situação de saúde autorreferida, prática de atividade física, tabagismo, alcoolismo, presença de comorbidades associadas e número de medicamentos utilizados por dia. Para avaliar a capacidade funcional, foi utilizado o Índice de Barthel, validado para o contexto brasileiro. Esse instrumento compreende dez itens que avaliam higiene pessoal, indepen- dência no banheiro, alimentação, transferência da cadeira, mar- cha, capacidade de se vestir, de se banhar e de subir escadas, e controle dos esfíncteres vesical e intestinal. Cada item apre- senta uma pontuação específica, que, quando somada, é possível chegar a um valor total de 0 a 100 pontos, que correspondem à total dependência ou à total independência, respectivamente (16). A partir da pontuação, foi utilizada a seguinte classificação: independente (100 pontos), dependência leve (91 a 99 pontos), dependência moderada (61 a 90 pontos), dependência severa (21 a 60 pontos) e dependência total (0 a 20 pontos) (4). Para avaliar o autocuidado com o diabetes, foi utilizado o Questionário de Atividades de Autocuidado com o Diabetes, tra- duzido para o Brasil com 18 itens, distribuídos em sete eixos temáticos: alimentação geral, alimentação específica, atividade física, monitorização da glicemia, cuidados com os pés, uso da medicação e tabagismo. Para a análise da adesão, os itens do questionário foram caracterizados em sete dias da semana an- teriores à coleta, atribuindo o escore de cada item de 0 a 7, em que 0 é a situação menos desejável e 7, a mais favorável, com exceção para a dimensão alimentação específica que aborda o consumo de alimentos ricos em gordura e doces, cujos valores foram invertidos (17). 6 AÑO 20 - VOL. 20 Nº 3 - CHÍA, COLOMBIA - JULIO-SEPTIEMBRE 2020 l e2032 AQUICHAN - ISSN 1657-5997 - eISSN 2027-5374 Os dados coletados foram compilados e armazenados no pro- grama Microsoft Office Excel e, posteriormente, importados para o programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 22.0, sendo analisados por meio de estatística descriti- va e inferencial. Consideraram-se, como variável dependente, o autocuidado e, como independente, a capacidade funcional. Para a verificação da normalidade dos dados numéricos, utilizou-se do teste de Kolmogorov-Smirnov. Por apresentarem distribuição não normal, a correlação entre as variáveis dependente e inde- pendente foi realizada por meio do coeficiente de correlação de Spearman. O nível de significância utilizado para as análises esta- tísticas foi de 5 % (p ≤ 0,05). O estudo foi desenvolvido de acordo com o preconizado pela Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde do Brasil, com a aprovação do Comitê de Ética em pesquisa que envolve seres humanos do local em que esta foi realizada, sob CAAE (Certificado de Apresentação para Apreciação Ética) 90238718.3.0000.5183 e aprovação 2.714.334. Os participan- tes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido após terem sido devidamente aclarados sobre a justificativa da pesquisa, sua finalidade, os riscos e os benefícios, além dos procedimentos a serem realizados e da garantia de sigilo e con- fidencialidade das informações prestadas. Resultados Dos 189 idosos participantes, 130 (68,8 %) eram do sexo femi- nino; 114 (60,3 %) tinham idade entre 60 e 69 anos; 103 (54,5 %) casados ou com companheiro; 150 (79,4 %) apresentavam baixa escolaridade; 134 (70,9 %) eram aposentados; 161 (85,2 %) ti- nham renda familiar entre um e dois salários-mínimos e 96 (50,8 %) residiam com uma ou duas pessoas. No que se refere às con- dições de saúde, 185 (97,9 %) tinham diabetes tipo 2; 102 (54,0 %) avaliaram a sua situação de saúde como nem boa, nem ruim; 148 (78,3 %) não praticavam atividade física; 179 (94,7 %) não fumavam; 181 (95,8 %) não consumiam bebidas alcoólicas; 148 (78,3 %) apresentavam hipertensão arterial e 103 (56,6 %) referiram utilizar cinco ou mais medicamentos diariamente. Em relação à análise da capacidade funcional dos idosos, ob- servou-se que 129 (68,3 %) eram independentes para a realização das atividades diárias (Tabela 1). Tabela 1. Capacidade funcional de idosos com diabetes mellitus Capacidade funcional n % Independente 129 68,3 Dependente leve 17 9,0 Dependente moderado 38 20,1 Dependente severo 4 2,1 Dependente total 1 0,5 Total 189 100 Fonte: dados da pesquisa, 2018. As atividades de autocuidado com o diabetes que apresenta- ram as maiores médias por dia da semana, durante os sete dias, foram: tomar os medicamentos do diabetes (6,97); tomar o número indicado de comprimidos do diabetes (6,97) e tomar as injeções de insulina (6,90). As atividades que obtiveram os menores índices de adesão pelos idosos foram: avaliar a glicemia (1,83); realizar atividade física por menos de 30 minutos (1,07) e realizar exercício específico, como caminhar, nadar etc. (1,06). Embora as ativida- des de ingerir alimentos ricos em gordura (0,71) e ingerir doces (0,62) apresentem baixos valores, isso indica que os idosos obti- veram uma elevada adesão ao autocuidado, uma vez que consumi- ram esses alimentos poucas vezes durante a semana (Tabela 2). As atividades de autocuidado com o diabetes referentes ao tabagismo evidenciaram que 178 (94,2 %) idosos não fumaram nos últimos sete dias. Quando questionados sobre a data do último cigarro fumado, 111 (58,7 %) idosos referiram que nunca fumaram e 62 (32,8 %) citaram que isso ocorreu há mais de dois anos. Tabela 2. Atividades de autocuidado com o diabetes em pessoas idosas Autocuidado Média de aderência (desvio-padrão) Alimentação geral Seguir uma dieta saudável 5,63 (± 2,078) Seguir a orientação alimentar 5,20 (± 2,486) Alimentação específica Ingerir cinco ou mais porções de frutas ou de verduras 5,71 (± 1,874) Ingerir alimentos ricos em gordura 0,71 (± 1,585) Ingerir doces 0,62 (± 1,408) 7 Capacidade funcional e autocuidado em idosos com diabetes mellitus l Mateus Carneiro Vicente e outros Autocuidado Média de aderência (desvio-padrão) Atividade física Realizar atividade física por, pelo menos, 30 minutos 1,07 (± 2,203) Realizar exercício específico (caminhar, nadar etc.) 1,06 (± 2,198) Monitorização da glicemia Avaliar a glicemia 1,83 (± 2,621) Avaliar a glicemia o número de vezes recomendado 1,85 (± 2,689) Cuidado com os pés Examinar os pés 5,87 (± 1,853) Examinar dentro dos sapatos antes de calçá-los 5,84 (± 1,882) Secar os espaços entre os dedos dos pés após lavá-los 5,88 (± 1,868) Medicação Tomar os medicamentos do diabetes 6,97 (± 0,242) Tomar as injeções de insulina 6,90 (± 0,693) Tomar o número indicado de comprimidos do diabetes 6,97 (± 0,251) Fonte: dados da pesquisa, 2018. Ao correlacionar a capacidade funcional com as atividades de autocuidado, observou-se uma correlação positiva, com significân- cia estatística (p ≤ 0,050), entre os domínios “atividade física” (p = 0,007) e “cuidado com os pés” (p = 0,021). Esse achado de- monstra que o aumento da capacidade funcional dos idosos está correlacionado com a prática dessas atividades (Tabela 3). Tabela 3. Correlação entre as atividades de autocuidado com o diabetes e a capacidade funcional Domínios das atividades de autocuidado Capacidade funcional r p* Alimentação geral 0,135 0,063 Alimentação específica 0,130 0,076 Atividade física 0,195 0,007 Monitorização da glicemia -0,004 0,956 Cuidados com os pés 0,168 0,021 Uso de medicação -0,094 0,569 *Teste de correlação de Spearman. Fonte: dados da pesquisa, 2018. Discussão Na avaliação da capacidade funcional, observou-se maior frequência de pessoas idosas independentes, o que poderia es- tar relacionado ao fato de serem indivíduos que estavam sendo acompanhados em nível secundário de atenção e com ausência de complicações do diabetes que pudessem causar prejuízos para a realização das atividades de vida diária. A preservação da funcionalidade pode ter influência sobre a qualidade de vida dos idosos, uma vez que permite maior autonomia e independência, favorece o desenvolvimento das tarefas cotidianas e facilita os cuidados com o diabetes (18). A capacidade funcional representa um importante indicador da condição de saúde do indivíduo com diabetes mellitus, sobre- tudo na pessoa idosa, haja vista que a doença pode gerar cansaço físico, fadiga, enfraquecimento muscular e diminuição da sensibi- lidade plantar, o que, associados às alterações naturais do enve- lhecimento, provoca limitações na amplitude dos movimentos e na habilidade para a realização de diversas ações (5, 19). A consulta de enfermagem à pessoa idosa com diabetes não deve ser restrita à investigação dos aspectos inerentes à doen- ça; portanto, é necessário realizar uma avaliação multidimensio- nal que aborde, dentre outros aspectos, a capacidade funcional como um dos pilares para a promoção da saúde e do autocuidado desses indivíduos (12, 18, 20). Embora o tratamento do diabetes envolva mudanças na rotina, com destaque para a adoção de há- bitos alimentares saudáveis, para a prática regular de atividade física, para o uso de medicamentos e para o cuidado com os pés, a presença de limitações na funcionalidade pode interferir direta- mente na sua adesão (8). Diante disso, percebe-se que o autocuidado no diabetes pode ser influenciado por fatores intrínsecos e extrínsecos à pessoa idosa (11), com o estabelecimento de uma relação de confiança entre enfermeiro e paciente, a fim de auxiliar este último no ge- renciamento da sua condição de saúde, o que permitiria a identi- ficação dos elementos que prejudicam e favorecem a realização das práticas de autocuidado. No que diz respeito ao autocuidado no manejo do diabetes, a produção científica nacional e internacional evidencia que a ade- são de atividades realizadas pelo indivíduo para a conservação da sua vida, da saúde e do bem-estar, potencializa o sucesso te- 8 AÑO 20 - VOL. 20 Nº 3 - CHÍA, COLOMBIA - JULIO-SEPTIEMBRE 2020 l e2032 AQUICHAN - ISSN 1657-5997 - eISSN 2027-5374 rapêutico (6, 8, 10, 12). No presente estudo, os itens do autocui- dado com o diabetes relacionados à terapêutica medicamentosa apresentaram maiores médias, o que pode ser justificado porque é mais fácil ter acesso aos medicamentos do que mudar compor- tamentos no estilo de vida, já que isto implica aspectos culturais e socioeconômicos (13, 21). O idoso que adere ao uso de medicamentos para o diabetes e o considera eficaz para o controle glicêmico apresenta 18 vezes mais chances de controlar a doença quando comparado ao idoso que não adere (22). Contudo, no que se refere à prática regular de insulinoterapia, existe a necessidade de intervenção do enfermeiro no ensino do autocuidado no manejo desse método terapêutico, devido a suas especificidades e riscos, com alusão aos erros na autoadministração da insulina como a não lavagem das mãos, a aspiração de ar na seringa, o déficit nos rodízios de aplicação e o descarte inadequado dos perfurocortantes (23, 24). De acordo com Orem (11), a realização das ações de autocui- dado é resultado direto da decisão pessoal do indivíduo. Assim, a habilidade de se comprometer a colocar em prática o autocui- dado está sujeita a alguns elementos condicionantes, tais como a idade, as experiências de vida, os valores, a cultura e o nível educacional da pessoa idosa, haja vista que são particularidades inerentes a cada indivíduo e podem influenciar de modo positivo ou negativo na qualidade e adesão ao autocuidado (21). Os participantes do estudo demonstraram não realizar re- gularmente a monitorização da glicemia, com baixa adesão nos itens referentes a essa prática. Tal achado pode ser justificado por dificuldades econômicas para a aquisição dos materiais, falha na oferta pelo serviço público de saúde, receio/medo da técnica, pouca instrução para o manuseio do procedimento, prejuízos na capacidade funcional ou por conhecimento reduzido sobre a im- portância dessa atividade para o autocuidado (20, 25). A monitorização da glicemia é indicada para todos os indiví- duos em insulinoterapia ou tratamento medicamentoso, uma vez que a observação dos níveis glicêmicos possibilita a intervenção diante de adversidades, como a hipo ou a hiperglicemia (21). To- davia, embora essa atividade apresente uma grande relevância, a baixa escolaridade apresentada pelos participantes do presente estudo pode ter sido um fator que influenciou negativamente a sua adesão, por dificultar a busca ou a assimilação de informa- ções relacionadas ao diabetes e aos cuidados para prevenir as suas complicações. Quanto à realização de atividade física, observou-se que a maioria dos idosos não exerce rotineiramente essa prática, o que também foi constatado por outros estudos (21, 26). A bai- xa adesão à atividade física torna as pessoas com diabetes mais vulneráveis a desenvolverem complicações, visto que tal prática é eficaz por reduzir a necessidade do tratamento farmacológico, melhorar o controle metabólico por meio do aumento da sensibi- lidade à ação da insulina e captação da glicose, diminuir o peso e o risco de doenças cardiovasculares (2, 22). A prática de exercícios físicos, sobretudo na população idosa, proporciona benefícios para a qualidade de vida e para a autono- mia desses indivíduos, uma vez que melhora a capacidade funcio- nal e promove um envelhecimento mais ativo, com a preservação da saúde física e mental (27). No entanto, existem dificuldades que limitam essa prática, com destaque para os aspectos rela- cionados à senescência e à senilidade, à falta de apoio/suporte familiar e à inexistência ou à deficiência de serviços públicos e de profissionais habilitados para promoverem a prática de exercícios físicos a essa população (22). A participação efetiva da família é um dos fatores condicio- nantes do autocuidado (11), representando um fator primordial para o controle do diabetes (6). Nesse sentido, o enfermeiro deve orientar o idoso e seus familiares acerca da importância da práti- ca de autocuidado para a efetivação do tratamento, a fim de que essas pessoas compreendam os principais aspectos relaciona- dos à doença, a partir da adoção de um estilo de vida saudável, com ênfase em uma dieta equilibrada e na prática regular de atividade física (12). A maioria dos idosos referiu não fumar, o que representa um dado positivo para o tratamento do diabetes, haja vista que o con- sumo de cigarros está associado a uma piora no controle glicêmico e ao aumento do risco cardiovascular e da taxa de mortalidade (28). Nesse sentido, o abandono do hábito de fumar corresponde a uma importante medida de autocuidado no diabetes, sobretudo entre os idosos; contudo, é importante o apoio dos familiares e dos profissionais de saúde para a efetiva cessação do tabagismo (29). Ao correlacionar a capacidade funcional com os domínios re- lativos ao autocuidado, verificou-se que a independência pode ter promovido uma maior adesão à prática de atividade física. Em es- tudo que avaliou a funcionalidade de idosos por meio de um teste de caminhada, observou-se que os praticantes de exercícios físi- cos apresentaram uma capacidade funcional satisfatória, uma vez 9 Capacidade funcional e autocuidado em idosos com diabetes mellitus l Mateus Carneiro Vicente e outros que essa atividade proporciona o aumento da força muscular e do gasto de energia, melhora o equilíbrio, promove a diminuição da gordura corporal e auxilia na melhoria do ritmo cardiorrespirató- rio, o que serve de subsídio para a independência funcional (30). Foi identificada correlação significativa entre a funcionalidade dos idosos com as atividades de autocuidado com os pés. Esses cuidados representam a principal forma preventiva do pé diabé- tico, o qual é uma das complicações prevalentes que advêm da doença, além de serem motivo constante para hospitalizações e amputações, o que pode interferir na capacidade funcional da pessoa idosa e torná-la dependente de terceiros (6, 31). Dessa forma, faz-se imprescindível que a avaliação da capaci- dade funcional se torne uma prática de rotina na atenção à saúde da pessoa idosa, a fim de identificar as necessidades e as priori- dades para o cuidado, promover maior autonomia e independên- cia desses indivíduos e atuar no estímulo para maior adesão às práticas de autocuidado com o diabetes (3, 7). Associado a isso, o enfermeiro pode utilizar teorias de enfermagem que subsidiem a sua prática clínica e a sistematização da assistência aos idosos com diabetes, o que favorece a qualidade, segurança e integrali- dade do cuidado prestado (32). Conclusões Constatou-se que a maioria dos idosos era independente para as atividades cotidianas e aderia às práticas de autocuidado com o diabetes, embora ainda precisem ser orientados no que diz res- peito, principalmente, à realização de atividade física e ao moni- toramento da glicemia capilar, os quais são elementos essenciais para o controle e manejo do diabetes. Na correlação entre as variáveis, percebeu-se que a capaci- dade funcional apresentou uma relação positiva significativa com os itens referentes à prática de atividade física e ao cuidado com os pés. Assim, observa-se que a independência funcional na pes- soa idosa pode influenciar na adesão às práticas de autocuidado ante o diabetes, o que reforça a necessidade de se planejarem programas de intervenção com enfoque na manutenção e reabi- litação da capacidade funcional das pessoas idosas acometidas por essa morbidade. Os resultados deste estudo demonstraram a importância da funcionalidade da pessoa idosa para a adesão às práticas de au- tocuidado com o diabetes. Nesse sentido, a capacidade funcional desses indivíduos, além de atuar como um importante preditor de independência e qualidade de vida, representa uma ferramenta relevante para a aderência ao autocuidado, sobretudo na presença do diabetes, em que as mudanças impostas pela doença reque- rem mais autonomia do indivíduo para a realização de adaptações em sua rotina de atividades diárias. Como limitação do estudo, destaca-se o delineamento da pesquisa, pois o método transversal não traz resultado de causa e efeito. Com isso, sugere-se a realização de estudos longitudi- nais que esclareçam o impacto da capacidade funcional na prática de autocuidado. Conflitos de interesse: nenhum declarado. Referências 1. Galenkamp H, van Oers HAM, Kunst AE, Stronks K. 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