75 - 89 La autoimagen de sí mismo.indd 75 Patrícia Britto Ribeiro de Jesus1 Iraci dos Santos2 Euzeli da Silva Brandão3 A autoimagem e a autoestima das pessoas com transtornos de pele: uma revisão integrativa da literatura baseada no modelo de Callista Roy 1 Enfermeira. Mestre em Enfermagem pelo Programa de Pós-graduação em Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brasil. patty_brj@hotmail.com 2 Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Professora Titular da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ); atua no Programa de Pós- graduação em Enfermagem (Mestrado e Doutorado) e no Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade de Enfermagem da UERJ. Brasil. iraci.s@terra.com.br 3 Enfermeira. Doutora em Enfermagem pelo Programa de Pós-graduação em Enfermagem (Mestrado e Doutorado) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Diretora da Associação Brasileira de Enfermagem em Dermatologia (SOBENDE) – Regional Rio de Janeiro. Professora Assistente do Departamento de Fundamentos de Enfermagem e Administração da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa da Universidade Federal Fluminense. Recibido: 30 de septiembre de 2013 Enviado a pares: 23 de octubre de 2013 Aceptado por pares: 04 de febrero de 2014 Aprobado: 09 de julio de 2014 DOI: 10.5294/aqui.2015.15.1.8 Para citar este artículo / To reference this article / Para citar este artigo Jesus PBR, dos Santos I, Brandão ES. A autoimagem e a autoestima das pessoas com transtornos de pele: uma revisão integrativa da literatura baseada no modelo de Callista Roy. Aquichan. 2015; 15 (1):75-89. DOI: 10.5294/aqui.2015.15.1.8 RESUMO Objetivo: conhecer a relação entre os transtornos da pele e a alteração do autoconceito nas pessoas com afecção cutânea. Mé- todo: revisão integrativa da literatura a partir dos descritores: lesões, dermatologia e autoimagem. A busca se fez nas bases Lilacs, SciELO e PubMed, em artigos publicados entre 2000 e 2012. Resultados: a revisão integrativa mostrou os principais efeitos psicológicos causados pelas doenças da pele e confirmou que os fatores psicossociais relacionados com a autoimagem e a autoestima afetam a vida das pessoas. Conclusão: os transtornos da pele podem levar o indivíduo a buscar estratégias que vão desde o isolamento do corpo e o isolamento social, a negação da doença até o uso de maquiagem de camuflagem, como aparecem nas publicações. A escassez de estudos publicados que mostrem as estratégias a adotar pelos enfermeiros para lidar com os efeitos psicológicos causados pela doença cutânea evidenciam a necessidade de se pesquisar sobre o tema. PALAVRAS-CHAVE Enfermagem, dermatologia, lesões, autoconceito, autoestima (Fonte: DeCS, Bireme). AÑO 15 - VOL. 15 Nº 1 - CHÍA, COLOMBIA - MARZO 2015 l 75-89 76 AQUICHAN - ISSN 1657-5997 AÑO 15 - VOL. 15 Nº 1 - CHÍA, COLOMBIA - MARZO 2015 l 75-89 La autoimagen y la autoestima de las personas con trastornos de piel: una revisión integradora de la literatura basada en el modelo de Callista Roy RESUMEN Objetivo: conocer la relación entre los trastornos de la piel y la alteración del autoconcepto en las personas con afección cutánea. Método: revisión integradora de la literatura desde los descriptores: lesiones, dermatología, y autoimagen. La búsqueda se hizo en las bases Lilacs, SciELO y PubMed, en artículos publicados entre el año 2000 y 2012. Resultados: La revisión integradora mostró los principa- les efectos psicológicos causados por las enfermedades de la piel y confirmó que los factores psicosociales relacionados con la autoima- gen y la autoestima afectan la vida de las personas. Conclusión: los trastornos de la piel pueden llevar al individuo a buscar estrategias que van desde el aislamiento del cuerpo y el aislamiento social, la negación de la enfermedad y hasta el uso de maquillaje de camuflaje, como muestran las publicaciones. La escasez de estudios publicados que muestran las estrategias a adoptar por los enfermeros para lidiar con los efectos psicológicos causados por la enfermedad cutánea evidencia la necesidad de investigar sobre el tema. PALABRAS CLAVE Enfermería, dermatología, lesiones, autoconcepto, autoestima. (Fuente: DeCS, Bireme). 77 A autoimagem e a autoestima das pessoas com transtornos de pele:... l Patrícia Britto Ribeiro de Jesus, Iraci dos Santos, Euzeli da Silva Brandão Self-Image and Self-Esteem in Persons with Skin Disorders: An Integrative Literature Review Based Callista Roy’s Model ABSTRACT Purpose: The purpose of this study is to understand the relationship between skin disorders and alteration of self-image in persons who suffer from skin problems. Method: An integrative literature review was done on the basis of three descriptors: lesions, dermatolo- gy, and self-image. The search centered on the Lilacs, SciELO and PubMed databases, among articles published between 2000 and 2012. Findings: The integrative review showed the major psychological effects caused by skin disorders and confirmed that psycho-social fac- tors related to self-image and self-esteem impact a person’s life. Conclusion: Skin disorders can prompt a person to resort to a variety of strategies ranging from physical seclusion and social isolation to denial of the aliment and even the use of camouflage makeup, as shown in publications. The scarcity of published studies showing the strategies adopted by nurses to deal with the psychological effects of skin disease demonstrate the need for research on the topic. KEYWORDS Nurse, dermatology, injuries, self-concept, self-esteem (Source: MeSH, Bireme). AÑO 15 - VOL. 15 Nº 1 - CHÍA, COLOMBIA - MARZO 2015 l 75-89 78 AÑO 15 - VOL. 15 Nº 1 - CHÍA, COLOMBIA - MARZO 2015 AQUICHAN - ISSN 1657-5997 Introdução Com a principal função de revestimento exterior do organismo, a pele, o maior órgão do corpo humano, o qual representa 15 % do peso corporal, nos apresenta para o mundo. Ela é o principal foco de atenção, aproximação e consequente interação entre as pessoas. Isso porque a pele “ao mesmo tempo em que nos protege é a fachada que nos expõe” (1). Nesse sentido, a pele funciona como importante órgão de co- municação social. Sua visibilidade, não íntegra, pode estigmatizar e reprimir as relações psicossociais (2). Além disso, expressa os sentimentos, mesmo quando não está a par deles, e colabora na compreensão e no conhecimento do seu meio (3). A pele é uma superfície que reflete todos os órgãos internos, além de um meio de contato com o exterior. Qualquer distúrbio em um deles é re- fletido na epiderme, e cada estímulo na área correspondente da pele é transmitido outra vez para o interior do corpo (4). Em uma sociedade que valoriza o belo e tem padrões esté- ticos preestabelecidos, a pele pode ser considerada um “cartão de visitas”, que atrai, assim, os olhares críticos e exigentes dos indivíduos. Quando íntegra e saudável, promove a relação entre as pessoas e facilita o seu desenvolvimento nos aspectos social, emocional, financeiro e sexual. Porém, quando acometida por afe- cções cutâneas, pode trazer sérias consequências. Nesse contexto, destaca-se a ocorrência do afastamento bi- lateral: de um lado a sociedade que exclui os que não atendem aos padrões preestabelecidos, e de outro a pessoa com afecção cutânea, que diante da autoimagem alterada se sente exposta aos olhares curiosos e preconceituosos da sociedade. Fato que interfere na autoestima e leva a pessoa ao isolamento social (5). A autoimagem ante um aspecto físico refere-se ao modo de como a pessoa se enxerga e como se percebe. Já a autoestima é o sentimento que a pessoa tem em relação à sua autoimagem, como a pessoa se interpreta e se vê. Portanto, a autoimagem gera a autoestima, que afeta a relação que o Eu constrói nas pes- soas; com uma baixa autoimagem consequentemente terá uma baixa autoestima. O conceito de autoestima tem sido estudado e considerado como um importante indicador da saúde mental. A crítica, em geral, enfoca a necessidade de aplicação de instrumentos precisos que permitam avaliar a necessidade de autoestima de cada indivíduo (7). É importante evidenciar que a autoimagem é uma condição de organização da própria pessoa, sendo constituída por uma parte mais real e por outra mais subjetiva, conduzindo-se para uma ma- neira determinante e compreensiva do meio em que se vive (8). Assim, o ser humano constrói a sua imagem corporal na re- lação com o mundo vivido, sendo que essa percepção não ocorre sempre da mesma maneira, isto é, se for alterada negativa ou positivamente, mudará a sua autoimagem (9). Nessa condição, além dos agravos sociais que envolvem a sua sexualidade, a pessoa com afecção cutânea pode sofrer agravos financeiros, tendo em vista que muitas são obrigadas a afastar-se de seu ambiente laboral (5). Quanto ao impacto social, ressalta-se a frequente associação entre doença de pele, contágio e pouco asseio pessoal, que leva os indivíduos a se afastarem dos que possuem afecções cutâneas (10). O acometimento de algumas áreas da pele pode trazer maiores prejuízos, como revelam estudos sobre a incidência do vitiligo na população, referindo que o envolvimento da pele em áreas da face e das mãos frequentemente causa constrangimento (11). Conforme descrevem alguns autores, as lesões de pele na face são mais perceptíveis para o olhar do outro. Portanto, sua aparência visual terá um fundamental papel na percepção de si mesmo (12). A esse respeito, destaca-se que, apesar da suposta relação en- tre as alterações emocionais e as doenças dermatológicas, ainda é impossível definir com clareza as influências das alterações psi- cológicas nas enfermidades cutâneas e também se estas, quando cronificadas, carregam, necessariamente, alterações psicopato- lógicas significativas (13). Porque tal vínculo não é recente, anti- gamente já se utilizava o termo “neurodermite” para demonstrar alguns tipos de eczema, referentes à sua origem nervosa (14). Diante dessas observações, percebem-se os inúmeros desa- fios a serem enfrentados pelas pessoas com afecções dermato- lógicas. Alguns enfrentam com mais facilidade e seguem a vida sem muitos traumas; e outros, inicialmente, recusam a mudança. Porém, com o decorrer do tempo, são obrigados a conviver com li- mitações e também existem os que não conseguem lidar com suas limitações (14). 79 A autoimagem e a autoestima das pessoas com transtornos de pele:... l Patrícia Britto Ribeiro de Jesus, Iraci dos Santos, Euzeli da Silva Brandão Trata-se de um campo de pesquisas emergente e presente em publicações nacionais e internacionais, tanto por sua comple- xidade quanto pelos desafios em sua abordagem na prática clíni- ca cotidiana. Portanto, o exercício profissional do enfermeiro em dermatologia agrega um saber sobre a pessoa em sua totalidade corporal física, mental e espiritual (16). Tal fato levou à elaboração do objeto de estudo — Autoi- magem e autoestima de pessoas com afecções dermatológicas. Teve-se como objetivo identificar na literatura as influências do acometimento cutâneo na autoimagem e autoestima das pessoas. A partir desse objeto, buscou-se fundamentação na Teoria de Adaptação de Sister Callista Roy (17), por ser um modelo de enfermagem conceitual, permite que a pessoa seja vista como um sistema composto por vertentes biopsicossociais, as quais requerem respostas para a sua adaptação aos estímulos am- bientais. Essa teórica identificou em seu modelo quatro modos adaptativos: fisiológico, de autoconceito, de função do papel e de interdependência. O modelo de Adaptação de Sister Callista Roy apresenta quatro conceitos essenciais: a pessoa receptora do cuidado, o ambiente, a saúde e a meta de enfermagem (18). Assim, conside- ra-se que as Teorias de enfermagem representam, atualmente, os esforços coletivos e individuais dos enfermeiros para definir e conduzir essa profissão e proporcionar uma base para seu desen- volvimento teórico contínuo (19). Os comportamentos resultantes desses subsistemas são ob- servados a partir de quatro modos adaptativos: a) modo fisioló- gico — o modo como a pessoa responde como um ser físico aos incentivos ambientais. Esse modo envolve cinco necessidades bá- sicas de integridade fisiológica (oxigenação, nutrição, eliminação, atividade e repouso, e proteção) e quatro processos complexos (sensitivo líquido e eletrólitos, função neurológica e função endó- crina); b) modo de autoconceito — enfoca aspectos psicológicos e espirituais da pessoa. Trata-se da combinação de convicções e de sentimentos em um determinado momento. Inclui dois com- ponentes: o self-físico (abrange a sensação e a autoimagem cor- poral) e o self-pessoal (engloba o self-consistência, o self-ideal e o self-ético-moral-espiritual); c) modo de desempenho de papel — enfoca aspectos sociais relacionados aos papéis que a pessoa ocupa na sociedade e d) modo de interdependência — enfoca interações relacionadas a dar e receber afeto, respeito e valor. A necessidade básica encontrada nesse modo é a afetiva, ou seja, o sentimento de segurança que permeia as relações (17). Materiais e método Optou-se pela Revisão Integrativa de Literatura (RIL) por considerá-la um instrumento da Prática Baseada em Evidências (PBE), uma abordagem voltada ao cuidado clínico e ao ensino fundamentado no conhecimento e na qualidade da evidência da prática clínica (20). Foram seguidos seis passos metodológicos propostos (21), conforme se descreve a seguir. 1. Selecionar as hipóteses ou questões para a revisão — O que revelam as publicações nacionais/internacionais sobre as in- fluências do acometimento cutâneo na autoimagem e autoes- tima das pessoas? 2. Estabelecer os critérios para a seleção da amostra (21) — foram critérios de inclusão dos artigos: publicados em perió- dicos nacionais e internacionais no período 2000 a 2012 que utilizassem a temática da autoimagem e da autoestima às pes- soas com afecções dermatológicas, com resumo e texto dis- poníveis na íntegra nos idiomas português, inglês e espanhol. Critérios de exclusão: artigos encontrados em mais de uma base de dados; abordagem sobre autoimagem relacionada às doenças não dermatológicas e acesso on-line indisponível. 3. Apresentar as características da pesquisa primária. 4. Análise dos dados: os dados produzidos foram analisados qualitativamente, à luz do referencial teórico de Callista Roy. 5. Interpretação dos resultados. 6. Apresentação da revisão (21). A coleta dos dados realizou-se de janeiro a fevereiro de 2013 por meio da busca on-line no site da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), selecionando-se as bases de dados: Literatura Latino-ame- ricana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Elec- tronic Library Online (SciELO) e United States National Library of Medicine (PubMed). Os textos na íntegra foram obtidos nas bases de dados citadas e utilizaram-se os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), lesões, dermatologia e autoimagem. A palavra “au- toestima” não foi inserida, pois no DeCS consta como sinônimo em português do descritor “autoimagem”. 80 AÑO 15 - VOL. 15 Nº 1 - CHÍA, COLOMBIA - MARZO 2015 AQUICHAN - ISSN 1657-5997 Os seguintes descritores foram pesquisados separadamente e em combinação, adaptados para a base de dados em questão: dermatologia e lesões e autoimagem; lesões e autoimagem; der- matologia e autoimagem; autoimagem. Utilizando os descritores dermatologia, autoimagem e lesões na base de dados LILACS e SciELO, não foram encontradas publi- cações; na PubMed foram encontradas três publicações porém apenas uma completa. Com os descritores lesões e autoimagem, na LILACS foram encontrados 583 artigos, sendo 48 completos; na PubMed, foram encontrados quatro artigos completos; na SciELO, foi encontrado um artigo disponível na íntegra. Com os descrito- res dermatologia e autoimagem, na LILACS foram encontrados 13 artigos, dos quais, três completos; na base PubMed foram encon- trados 38 artigos, destes sete completos; e na SciELO, não foram encontradas publicações. O total foi de 64 artigos completos e disponíveis. A análise preliminar dos resumos dos 51 artigos encontra- dos na base de dados LILACS mostrou que cinco deles eram rele- vantes à temática do estudo, e dois artigos, apesar de aparecem como completos, encontravam-se indisponíveis para leitura de forma gratuita. Na base SciELO, só foi encontrado um artigo dis- ponível. Dos 11 artigos encontrados na PubMed, seis se adequa- vam ao objeto de estudo. Desse modo, nove artigos foram submetidos à análise de conteúdo. Os demais foram excluídos devido à repetição na base de dados ou por não responder à questão de pesquisa levantada nesta revisão. Seguindo a metodologia da RIL, cada artigo foi cuidadosa- mente examinado para redução, visualização, comparação de dados, desenho, conclusão e verificação (21). Na primeira fase da redução, os artigos foram organizados da seguinte forma: au- tores, ano de publicação/periódico, método e nível de evidência, país, título profissional do primeiro autor e nome da instituição pertencente. A segunda fase da redução de dados foi realizada de acordo com a finalidade, a população, os resultados, a conclusão dos au- tores e a discussão. Para cada artigo, os dados relevantes para efeitos desta RIL foram extraídos e organizados em quadros com- paráveis. A organização dos dados contemplou o modo de auto- conceito desenvolvido por Callista Roy para análise dos dados. Isto porque essa teórica entende a enfermagem como uma profissão destinada aos cuidados de saúde que se centra nos pro- cessos de vida humanos, enfatiza a promoção da saúde aos indi- víduos, grupos e sociedade. Ela acredita que a ciência e a prática expandem a capacidade de adaptação e melhora a transformação ambiental da pessoa (22). Ressalta-se que a classificação hierárquica das evidências para a avaliação de pesquisas ou outras fontes de informação é baseada na categorização da Agency for Healthcare Research and Quality (AHRQ) dos Estados Unidos da América. Portanto, apre- senta-se essa classificação nos seguintes níveis: nível 1, meta- nálise de múltiplos estudos controlados; nível 2, estudo individual com desenho experimental; nível 3, estudo com desenho quase experimental como estudo sem randomização com grupo único pré e pós-teste, séries temporais ou caso-controle; nível 4, estudo com desenho não experimental como pesquisa descritiva correla- cional e qualitativa ou estudos de caso; nível 5, relatório de casos ou dado obtido de forma sistemática, de qualidade verificável ou dados de avaliação de programas; nível 6, opinião de autoridades respeitáveis baseada na competência clínica ou opinião de comi- tês de especialistas, o que inclui interpretações de informações baseadas em pesquisas; opiniões reguladoras ou legais (23). Resultados e discussão Inicia-se apresentando ao perfil das publicações analisadas e, visando atender a primeira fase da redução dos dados, confor- me se apresenta no Quadro 1. Dos artigos selecionados predominam os encontrados no Pub- Med, sendo dois publicados em 2009 e três, em 2012. Em relação ao idioma, seis estudos foram publicados em inglês e três na língua portuguesa. Provavelmente por ser considerado idioma universal, observou-se predomínio de artigos publicados em inglês, inclusive os que tiveram autoria de franceses, iranianos, alemãs, coreanos e poloneses. Dos nove artigos, três foram publicados no Brasil, os demais na Austrália, França, Irã, Alemanha, Coreia e Polônia. Em relação aos autores, destacam-se que seis estudos foram publi- cados por médicos, alguns em parceria com enfermeiros, biomé- dicos e farmacêuticos. Chama a atenção que dois artigos foram publicados apenas por enfermeiros e 1 por psicólogos. Ressalta-se a predominância de publicações de cunho inter- nacional, que utilizam diferentes métodos de pesquisa, tais como 81 A autoimagem e a autoestima das pessoas com transtornos de pele:... l Patrícia Britto Ribeiro de Jesus, Iraci dos Santos, Euzeli da Silva Brandão estudos transversais, investigações piloto, estudos prospectivo, internacional e multicêntrico. Os sujeitos abordados nas pesquisas apresentavam doenças dermatológicas ou sistêmicas com efeitos na pele, entre elas, lúpus eritematoso sistêmico, acne vulgaris, doença de Von Rec- klinghausen, feridas crônicas, doenças alérgicas (urticária, der- matite atópica e dermatite alérgica de contato), assim como cicatrizes, acne, rosácea, melasma, vitiligo ou hiperpigmentação, sardas, lúpus eritematoso crônico discoide. Autores Ano de publicação/ Periódico Método e nível de evidência País Titulação e Instituição Boehncke WH, Ochsendorf F, Ipaeslack I, Rkaufmann R, Zollner TM 24 2002 European Journal of Dermatology. Pilot investigation – 3 Alemanha Médicos Johann Wolfgang Goethe- University Mattje GD, Turato ER25 2006 Revista Latino-americana de Enfermagem Desenho clínico- qualitativo – 4 Brasil Enfermeiros Unicamp Magin P, Adams J, Heading G, Pond D, Smith W. 26 2006 Canadian Family Physician Abordagem com teoria fundamentada – 4 Austrália Médicos University of Newcastle A. Potocka, K. Turczyn- Jabloñska, D. Merecz 27 2009 Acta Dermatoven APA Estudo transversal – 4 Polônia Psicólogos Nofer Institute of Occupational Medicine Jeong ED, Sun-Mi C, Sung-Il I, Ki-Young L, Sungnack L; Eun-So L 28 2009 Annals of Dermatology Estudo transversal – 4 Coreia Médicos Ajou University School of Medicine e Gachon Medical School Souza MKB, Matos AT 29 2010 Revista de enfermagem da UERJ Trabalho de campo – 4 Brasil Enfermeiros Universidade Federal do Recôncavo da Bahia Seité S, Deshayes P, Dréno B, Misery L, Reygagne P, Saiag P, Stengel F, Roguedas-Contios AM, Rougier A30 2012 Clinical, Cosmetic and Investigational Dermatology Estudo prospectivo, internacional, multicêntrico, não comparativo aberto – 3 França/ Argentina Médicos La Roche-Posay Pharmaceutical Laboratories Oliveira GHR, Oliveira, MVR, Henrique EC 31 2012 Revista Brasileira de Clínica Médica Estudo de caso – 4 Brasil Médicos Universidade Federal de São João Del Rei Safizadeh H, Shamsi- Meymandy S, Naeimi A 32 2012 Dermatology Research and Practice Estudo transversal – 4 Irã Médicos Kerman University of Medical Sciences Quadro 1. Perfil das publicações. Rio de Janeiro, 2013 82 AÑO 15 - VOL. 15 Nº 1 - CHÍA, COLOMBIA - MARZO 2015 AQUICHAN - ISSN 1657-5997 Procedendo à análise do conteúdo dos artigos selecionados, a partir dos resultados e da conclusão dos autores foram delimi- tadas duas categorias temáticas: 1. Efeitos psicológicos da afe- cção dermatológica e 2. Estratégias para o alcance da qualidade de vida (QV). Para a sua delimitação, foi construído um quadro demonstrativo com as categorias delimitadas e síntese dos resul- tados e conclusões (Quadro 2). Nesse sentido, com o surgimento dessas categorias o modo de autoconceito de Roy fortalece que a utilização de uma teoria de enfermagem ajuda a definir claramente o caminho e leva-nos à realização do processo de investigação (33). Assim, neste estudo, tem-se o enfoque no modo autoconceito que é definido como um modo composto de crença e de sentimen- tos que a pessoa mantém sobre ela mesma. Possui dois compo- nentes: eu físico, que inclui sensações e imagem do corpo; eu pessoal, compreendido do eu consistência, eu ideal e eu ético- moral-espiritual (34, 35). Dessa maneira, acredita-se que, por meio do reconhecimento dos aspectos psicossociais que permeiam o paciente, desenca- deados por experiências pessoais diretamente nos seus compor- tamentos, atitudes e sentimentos ante as diferentes situações diárias, geram influências em seu eu físico e eu pessoal (36). Quadro 2. Categorias delimitadas e síntese dos resultados e conclusões. Rio de Janeiro, abril de 2013 Categorias Síntese dos resultados e conclusões Efeitos Psicológicos da afecção dermatológica Os relatos dos entrevistados coincidem com os dados da literatura, que apontam algumas características como sendo muito importantes para a reconstrução indispensável de seu próprio conceito ou imagem. Fenômenos particulares do Lúpus, tais como erupções na pele, perda de cabelo e inchaço devido aos tratamentos anti-inflamatórios, levam à mudança inevitável da representação mental relativa a seu corpo. Assim, a doença é representada psicologicamente com alguma dificuldade pelos pacientes (25). Os mais proeminentes efeitos psicológicos da acne relatados no artigo são autoconsciência, vergonha e problemas com a autoestima e autoimagem. Ansiedade e depressão, como definido pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, eram menos proeminentes. Os efeitos foram agravados por provocações e a sensação de estar exposto. Outros foram atenuados pelo apoio de amigos e familiares, camuflagem com maquiagem e um senso de controle causado por medidas de autoajuda (26). Constataram diferentes percepções e sentimentos, assim como enfrentamentos quanto à sexualidade. Quanto aos sentimentos, configuraram- se o constrangimento, a tristeza, a sensação de incapacidade e a vergonha que determinaram o isolamento social. Além da diminuição da autoestima, mecanismos de camuflagem em parte das mulheres e a ansiedade como fonte de esperança de cura (29). Estratégias para o alcance da QV Enfatizou-se que a psicoterapia e o acompanhamento social são válidos para restaurar e reconstruir o indivíduo, em especial seu equilíbrio emocional e convívio social. Além da importância do encaminhamento para demais especialidades médicas (24). A aplicação de cosméticos decorativos tem um impacto positivo na QV dos pacientes. Pacientes com acne e aqueles com deficiência modesta de sua QV são mais susceptíveis de se beneficiarem dessa medida. Além disso, a aplicação de cosméticos decorativos pode ser um aspecto valioso de tratamento para as dermatoses mais graves (27). A análise dos resultados mostra que não foram significativas as diferenças na avaliação da saúde mental e QV, dependendo do nível do doente de autoaceitação. Um número considerável de pacientes é caracterizado por baixa autoaceitação, baixa autoestima, a imagem corporal negativa, ou um baixo senso de autoestima. As conclusões dessas observações não são surpreendentes, mudanças visíveis na pele são conhecidos por afetar o estado mental humano e resultam na ansiedade, depressão e atitudes pessimistas (28). Revelaram-se descobertas com grupos clínicos que a acne está associada com morbidade psicológica aumentada. Os participantes com acne definitiva tiveram significativamente alta pontuação em relação à autoavaliação de gravidade, estresse e distúrbios nas inter-relações pessoais, vida diária e desempenho acadêmico. Esses prejuízos foram associados com duração da doença, o sexo feminino e a gravidade da percepção subjetiva. Em paralelo com achados anteriores, as avaliações subjetivas estiveram mais relacionadas à autoimagem, à autoestima e às relações sociais (30). Os resultados confirmam a importância da autoimagem para os pacientes, que têm sentimentos de vergonha e inibição social e têm interesse em usar maquiagem para restaurar a autoestima. Logo após a autoaplicação da maquiagem na visita inicial, 99 % dos pacientes concordou com a notável melhora em seu rosto e 88 % se sentiam mais confortáveis em sua relação com os outros (31). O impacto da acne na QV dos pacientes foi de cerca de 51,8 % dos indivíduos. Não houve relação significativa entre QV e duração das manifestações. Comparações da QV com base no nível educacional apresentaram melhor QV de vida em pessoas com níveis mais elevados de ensino, que pode ser devido ao status social de pessoas educadas, o que as habilita a aceitarem sua doença e lidarem com seus resultados (32). 83 A autoimagem e a autoestima das pessoas com transtornos de pele:... l Patrícia Britto Ribeiro de Jesus, Iraci dos Santos, Euzeli da Silva Brandão Efeitos psicológicos da afecção dermatológica A presente categoria foi composta por três publicações (25, 26, 27). Nesta, por meio da subárea do eu físico em que se inclui dois componentes: sensação e imagem corporal (34, 37), obser- vou-se o componente mais acometido: o que pode desencadear uma imagem corporal, manifestada pelos sentimentos negativos em relação ao corpo, que leva a efeitos psicológicos. Uma das publicações refere-se a um estudo clínico-quantitati- vo com clientes acometidos por lúpus eritematoso sistêmico (LES) e aborda experiências negativas em relacionamentos, no qual se observou comportamentos de rejeição tanto familiar quanto social e retardo no descobrimento da doença por parte dos pro- fissionais de saúde. A experiência da doença para os pacientes é percebida como um sofrimento diante do desconhecido e proi- bições recomendadas (25). Percebe-se que a doença cutânea provoca sentimentos de irritabilidade, dificuldade em verbalizar o sofrimento, inibição do interesse sexual e reclusão social, o que pode provocar efeitos psicológicos (25). A identificação de uma autoimagem desfigura- da e os sentimentos desencadeados pelo LES devem ser investi- gados pelos profissionais de saúde e merecem a atenção destes para êxito e controle da doença. Outra publicação teve como objetivo investigar sequelas psicológicas da acne vulgaris. Nesta, 26 sujeitos com idades va- riadas foram entrevistados e foi possível perceber como a acne acomete a vida das pessoas, causando constrangimento, baixa autoestima e autoimagem, estigmatização e sentimentos de in- ferioridade (26). Refletindo quanto a tais efeitos psicológicos, Roy com o auto- conceito permite envolver especificamente os aspectos psicoló- gicos e espirituais do sistema humano, ao contemplar a imagem corporal, pelo ser pessoal, que engloba a autoconsciência, o au- toideal ou expectativa, e pelo ser ético, moral e espiritual (17). A aparência física é um aspecto importante do processo de socialização normal. A acne é uma das anormalidades mais facilmente reconhecíveis na face, o que pode resultar em al- gumas consequências psicossociais adversas para a pessoa afetada (39). Portanto, afetando o eu físico no que tange a sua aparência, os pacientes pareciam sentir que a acne afetava a sua persona- lidade, assim eles exibiam um comportamento mais evasivo e de fobia social. A fobia social pode ser causada pela exposição da imagem alterada, do julgamento alheio, olhares curiosos e pre- conceituosos da sociedade que afligem a pessoa acometida pela afecção cutânea (38). Outro estudo descritivo aborda a análise da percepção do portador de ferida crônica sobre sua sexualidade. Neste, oito pessoas atendidas em uma sala de curativos de um Centro de Saúde na cidade de Salvador (Bahia, Brasil) foram entrevistadas e observou-se que a presença da ferida afetava a vida social, fa- miliar e sexual, o que levou a efeitos psicológicos intensos no que tange ao isolamento social (29). Nesse estudo, com foco na sexualidade e seus efeitos diante da presença de uma ferida crônica, os entrevistados relatam que esta acarreta tristeza, sensação de incapacidade, melancolia e constrangimento (29). Alertando-se para a dificuldade de relacio- namento, associado à diminuição da autoimagem e da autoestima provocada pela alteração da imagem corporal. Assim, reitera-se ao modo autoconceito definido por um composto de crenças e sentimentos que a pessoa tem sobre si mesma em um dado momento (34). Nesse modo, os problemas adaptativos podem interferir na habilidade da pessoa em fazer o que é necessário para manter os aspectos de saúde como são demonstrados nos estudos anteriores. Reitera-se que as reações, as atitudes e os sentimentos des- sas pessoas transitam entre a rejeição, a vergonha, a exclusão, o isolamento, a submissão e a passividade, o que os torna estigma- tizados pela sua alteração física (40). A QV das pessoas com feridas crônicas também é afetada já que elas precisam modificar hábitos e se desvelar em processos adaptativos, com interferência no conforto e bem-estar individual e familiar. Além disso, a ferida prejudica o estado de humor dos atores sociais e deixa-os irritados ou sem paciência; assim, des- taca-se o papel da família e das redes sociais dos adoecidos no processo de enfrentamento do processo saúde-doença (41). Nesse sentido, além da família e das redes sociais, o profis- sional de saúde que cuida da pessoa com ferida crônica e o ser cuidado podem colaborar na orientação de comportamentos adap- tativos que poderão ser capazes de relacionar por intermédio 84 AÑO 15 - VOL. 15 Nº 1 - CHÍA, COLOMBIA - MARZO 2015 AQUICHAN - ISSN 1657-5997 de um processo interativo, no qual compartilham experiências e resgatam a humanidade existente em cada um (42). O profissional de saúde juntamente com a equipe multipro- fissional deve ajudar o paciente a superar os efeitos psicológicos inerentes à doença e a recuperar sua posição socioprofissional frequentemente perdida em função de seu estado patológico (43). Estratégias para o alcance da QV Esta categoria foi composta por seis publicações (24, 27, 28, 30, 31, 32). A QV foi definida pela Organização Mundial de Saúde como a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações (44). Através de seu caráter integrador, inter-relacional e multidi- mensional, a QV está pautada nos vários contextos da saúde e nas múltiplas dimensões humanas: biológicas, sociais, psicológicas e espirituais. Tais dimensões se entrelaçam se inter-relacionam com o ambiente no qual se encontra e necessita de atendimento para possibilitar o equilíbrio e a sustentabilidade de todos os ele- mentos participantes dessa totalidade (45). Portanto, a relação entre QV e saúde vai além das condições materiais de cada um, pois o ser humano deve ter suas necessi- dades básicas respeitadas (46). Assim, no que se refere à luz do referencial teórico desse estudo, quanto ao eu pessoal, outra subárea do modo de auto- conceito é realizada uma avaliação individual de suas próprias características, expectativas, valores e méritos (37) que pela sua denominação pode-se remeter à compreensão da QV como uma forma de percepção do próprio existir (47). Portanto, a primeira publicação refere-se a uma investigação piloto realizada com 20 mulheres com acne, lúpus eritematoso discoide crônico e vitiligo. Elas participaram da pesquisa na qual usaram cosméticos decorativos e preencheram o Dermatology Life Quality Index —DLQI— (24). Essa investigação revelou que o seu uso resultava em considerada camuflagem em algumas lesões da pele, porém as mais evidentes permaneciam expostas. Ou seja, determinados tipos de manifestações dermatológicas são cobertas pelo uso dos cosméticos, outras não, o que torna seu uso limitado. Pela avaliação dos cosméticos e a sua consequente mudança na QV, foi percebida uma melhoria significativa em alguns casos, como na acne papulopustulosa e conglobata. Porém, os autores revelam que isso não foi devido à deterioração inicial da QV, porque não havia nenhuma diferença estatística das pontuações DLQI entre ambos os grupos de pacientes, além de não conside- rarem a idade como parâmetro relevante (24). O conceito de usar maquiagem está ganhando novas defi- nições, com a indústria investindo em novas funções para esses produtos. Além de embelezar, a maquiagem também é indicada para tratamento, devido aos novos compostos que estão sendo agregados a ela (48). Em outro estudo com 112 pacientes, a maioria mulheres, com diagnósticos de urticária, dermatite alérgica de contato e derma- tite atópica e idades variando de 18 a 72 anos, com média de 38 anos, buscou-se analisar os relacionamentos potenciais entre autoaceitação, saúde mental e QV por meio de três questioná- rios: um de saúde geral, um de DLQI e uma escala de autoacei- tação (26). Revelando, dentre os seus aspectos, a existência de diferenças estatísticas significativas quanto à saúde mental e QV dependendo do nível de autoaceitação do paciente como, por exemplo, indivíduos com autoaceitação elevada são caracteriza- dos pela melhor saúde mental do que aqueles com baixa. Percebeu-se, assim, que doença dermatológica leva a senti- mentos de autoestima alterada e ao reconhecimento da própria condição de vida. Por serem aparentes, as dermatoses repercu- tem na vida pessoal, profissional e social das pessoas acometidas por elas (49). Ante essas conclusões, o artigo traz possibilidades de estra- tégias de alcance de QV por meio de questionários que podem avaliar e colaborar no planejamento de ações como suporte psi- cológico, intervenções focadas no fortalecimento da autoimagem e na redução de sentimentos autodestrutivos, ou seja, a busca de mecanismos de enfrentamento eficientes para manutenção de sua integridade psíquica. O estudo transversal com 513 adolescentes coreanos com faixa etária de 13 a 16 anos teve como objetivo de determinar a prevalência da acne e o prejuízo desta nos aspectos emocional, 85 A autoimagem e a autoestima das pessoas com transtornos de pele:... l Patrícia Britto Ribeiro de Jesus, Iraci dos Santos, Euzeli da Silva Brandão social e funcional. Os resultados revelam o real comprometimen- to da QV dos estudantes causada pela presença de acne, devido a prejuízos nas relações interpessoais e distúrbios na vida diária, especialmente no desempenho acadêmico (28). A análise ampla desse estudo conclui-se que a acne acomete a vida dos adolescentes e pode levar a um distúrbio psicológico que advém da autopercepção, estresse, relações sociais com- prometidas, baixa autoimagem e autoestima (28). Nesse estudo, mostrou-se que a baixa autoestima é considerada um problema de adaptação, pois indica a presença de sentimentos de depres- são, desvalorização, isolamento (37). Outro estudo internacional, multicêntrico, prospectivo não comparativo realizado com 129 pacientes com dermatoses, com idade média de 18 anos, que afetavam a face onde foi avaliada a QV, o impacto mais significativo foi em relação aos sentimentos, e o menos foi em relação ao trabalho ou estudo; pacientes com cicatrizes são mais afetados do que aqueles cuja área afetada é menor (30). Esse impacto significativo também foi citado em outro estu- do que aborda as dificuldades e temas da vida de pessoas com vitiligo em que relatam a exposição das manchas; a aparência ou estética, que inclui a dificuldade de lidar com a aparência ao se olhar no espelho e o comprometimento da vaidade devido às alterações estéticas; as interações sociais; o aspecto emocional, que envolve a alteração da autoestima, o controle das emoções, o sentimento de vergonha (50). Assim, a maquiagem de camuflagem consegue mascarar uma coloração não desejada, cicatrizes e lesões, e sua aplicação resul- ta numa melhora da aparência do paciente e minimizam a estig- matização pelo fato de diminuir os sinais visíveis da doença (30). A estigmatização é algo que faz parte do dia a dia desses clientes, seja na rua, em casa com a família, com amigos, onde ele estiver, estará propenso a vivenciar tais situações. No meio social em que os padrões estéticos são extremamente rígidos, a afecção cutânea é uma condição na qual o sujeito está fora dos padrões (38). Nesse aspecto, ao refletir sobre os efeitos do uso e não uso dos cosméticos percebe-se que, no modo autoconceito ao estar intrinsecamente ligado à integridade psíquica, se conturba com a autoimagem alterada e baixa autoestima que diminui as expres- sões de valores do indivíduo quanto a si mesmo e as suas expec- tativas (51). A condição do sujeito de estar fora dos padrões no que con- cerne ao do corpo, observam-se ideais hedonistas e a moral do “aqui agora”, que convive lado a lado com a ideologia da saúde, da longevidade e da prevenção (52). A forma com a qual as pessoas reagirão ante os seus proble- mas e os mecanismos dos quais elas utilizarão para enfrentá-los estão intimamente relacionados às suas crenças, seus valores e ao apoio que recebem dos seus familiares (53). Novamente, outro artigo de pesquisa (48) faz parte de uma iniciativa de indústrias farmacêuticas internacionais, portanto o alcance a essas estratégias para a melhoria da QV fica restrito e li- mitado, já que os custos serão elevados para a população em geral. Com certeza, é uma medida favorável às pessoas acometidas por afecções na face e o seu uso restabelece a autoestima e melhora a QV, o que minimiza estigmas sociais por meio da camuflagem. Remetendo-se ao eu ideal, que poderá ser alcançado por meio das estratégias citadas anteriormente, ressalta-se que, à medida que as pessoas são capazes de enfrentar situações de ex- tremo estresse físico e emocional, permite-lhes perceber a pos- sibilidade de superação, assim como dispor de meios eficientes para enfrentá-las (37). Em um relato de caso de uma paciente do sexo feminino de 50 anos com diagnóstico de Doença de Von Recklinghausen, o autor revelou o grande impacto na QV tanto do ponto de vista clínico quanto estético (31), diante de uma doença que acarreta sintomas sistêmicos como hipertensão arterial sistêmica, esco- liose, cefaleia, macrocefalia, baixa estatura, catarata e pterígio conjuntival. Além de afetar a aparência, que consequentemente compromete sua vida social e desempenho no trabalho. Os aspec- tos relacionados à QV não foram descritos pelo autor, tendo em vista que a paciente abandonou as consultas de rotina, e também pelo fato de ser um relato de caso de apenas uma paciente. Um estudo transversal com 220 pacientes objetivou investigar a QV dos pacientes com acne em um contexto iraniano. Neste, foi utilizado o DLQI e o Índice de Deficiência da Acne Cardiff (CADI). Em relação ao DLQI, a maior pontuação média foi atingida por 86 AÑO 15 - VOL. 15 Nº 1 - CHÍA, COLOMBIA - MARZO 2015 AQUICHAN - ISSN 1657-5997 uma enfermidade, na qual o cliente apresenta sentimentos e emoções; e no CADI, a imagem corporal alcançou a maior pon- tuação média (32). Novamente, mais um artigo demonstra a es- treita relação entre uma afecção dermatológica e a QV e assim percebe-se que, quanto maior a severidade do caso, maiores serão os impactos psicossociais. As mulheres, em geral, são mais afetadas que os homens. Portanto, os impactos psicossociais podem evoluir para um sig- nificativo decréscimo no bem-estar emocional, social, na produtivida- de escolar ou laboral, e influenciar significativamente na evolução da doença e na resposta às intervenções terapêuticas propostas (54). Assim, as alterações causadas pelo acometimento cutâneo podem causar mal-estar, o que interferirá na QV. Portanto, os pro- fissionais de saúde devem contemplar os aspectos emocionais e sociais que visem à melhoria do bem-estar físico, mental e social e possibilitem a busca de uma ressignificação do sentido da vida. Conclusões As afecções dermatológicas trazem mudanças significativas no aspecto psicossocial e na QV. Esta revisão integrativa relevou os principais efeitos psicológicos provocados pelas afecções der- matológicas. O acometimento cutâneo pode levar o indivíduo a buscar estratégias que vão desde o isolamento do corpo e social, negação da doença até as maquiagens de camuflagem. Algumas publicações revelam o investimento feito por indús- trias farmacêuticas em relação ao uso de cosméticos (camufla- gens) que visam à melhoria da QV, principalmente de pessoas que têm a face acometida por uma afecção dermatológica. Porém, o seu uso se torna restrito e limitado em muitos casos. A associação estabelecida entre as afecções dermatológicas e os modos adaptativos permitiu reconhecer os problemas co- muns de adaptação de Callista Roy na população estudada, as- sim como identificar os efeitos e influências a serem trabalhados como medida interventiva capaz de viabilizar a adaptação. Além de constatar que os problemas de adaptação do modo autoconceito, isto é, os fatores psicossociais relacionados dire- tamente à afecção dermatológica no que tange à autoimagem e autoestima, ocasiona ou ocasionou modificações na vida das pessoas. Esses problemas provocaram ansiedade e depressão, e interferiram na QV dessas pessoas. A compreensão do sofrimento das pessoas, nesse caso espe- cífico, causado pela alteração da autoimagem, permite assumir no cuidado a integralidade do ser humano, com um tratamento digno e humanizado. Diante da escassez de estudos publicados que mostrem as estratégias a serem adotadas por enfermeiros para lidar com os efeitos psicológicos causados pela doença cu- tânea, evidencia-se uma lacuna no conhecimento, o que revela a necessidade de investir em pesquisas sobre a temática. 87 A autoimagem e a autoestima das pessoas com transtornos de pele:... l Patrícia Britto Ribeiro de Jesus, Iraci dos Santos, Euzeli da Silva Brandão Referências 1. Strauss G. Skin Disorders. Baltimore (EUA): Williams Wilkins; 1989. 2. Ryan TJ. Disability in dermatology. British Journal of Hospital Medicine 1991; 46:33-36 3. Steventon K, Cowdell F. Psychological impact of facial acne in adult women. Journal of the Dermatology Nurses Asso- ciation 2013; 5(3):148-152. 4. Silva JDT, Müller MC. Uma integração teórica entre psicossomática, stress e doenças crônicas de pele. Estudos de Psi- cologia 2007; 24(2):247-256. 5. Dethlefsen T, Dahlke R. A doença como caminho. São Paulo: Cultrix; 1997. 6. Brandão ES. Desvendando os segredos do cuidar. Em: Brandão ES, Santos I dos. Enfermagem em dermatologia: cuidados técnico, dialógico e solidário. Rio de janeiro: Cultura Médica; 2006. p. 3-9. 7. Cury C. A beleza está nos olhos de quem vê. Rio de Janeiro: Sextante; 2010. 8. Andrade D, Angerami ELS. A autoestima em adolescentes com e sem fissuras de lábio e/ou de palato. Rev Latino-am Enfermagem 2001; 9(6):37-41. 9. Leite A, Paul C, Sequeiros J. O bem-estar psicológico em indivíduos de risco para doenças neurológicas hereditárias de aparecimento tardio e controlos. Psicologia, Saúde & Doenças 2006; 3(2):82-88. 10. Santiago ALSP, Souza MT, Florindo AA. Comparação da percepção da autoimagem de pessoas portadoras de deficiência física praticantes de natação. 2004 [consultado em: 14 ago. 2013]. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd89/ defic.htm>. 11. Hoffmann FS, Zogbi H, Fleck P, Müller MC. A integração mente e corpo em psicodermatologia. Psicologia: Teoria e Prá- tica 2005; 7(1):51-60. 12. Fonseca GF, Campos LC. Vitiligo. Acta Médica 2003; 24:644-653. 13. Balkrishman R. Correlates of health-related quality of life in women with severe facial blemishes. International Journal of Dermatology 2006; 45:111-115. 14. Grimalt F, Peri JM, Torres X. Transtornos psicológicos en enfermos dermatológicos un efecto de una psicodermatosis reconocida como tal. Em: F. Grimalt & J. A. Cotterill. Dermatología y psiquiatría: histórias clínicas comentadas. Madri (ES): Aula Medica Ediciones; 2002. p. 37-56. 15. Muller MC, Ramos DG Psicologia Ciência e Profissão 2004; 24(3):76-81. 16. Pinto KKO, Spiri WC. A percepção de enfermeiros sobre o cuidar de pacientes com problemas físicos que interferem na autoimagem: uma abordagem fenomenológica. Rev Latino-am Enfermagem 2008; 16(3):1-7. [consultado em: 10 jan. 2013]. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rlae/v16n3/pt_12.pdf 17. Santos I dos, Brandão ES, Clos AC. Enfermagem dermatológica: competências e tecnologia da escuta sensível para atuar nos cuidados com a pele. Rev Enferm UERJ 2009; 17(1):124-129. 18. Phillips KD. Modelo de adaptación. Em: Alligood MR, Tomey MA. Modelos y Teorías de Enfermería. 7 ed. Madri (ES): Elsevier; 2011. p. 335-357. 19. Fragoso LVC, Galvão MTG, Caetano JA. Cuidado ao portador de transplante hepático à luz do referencial teórico de Roy. Rev Enferm. Referência 2010; III(1):29-38. 20. Carraro TE, Westphalen MEA. Metodologias para a assistência de enfermagem: teorizações, modelos e subsídios para a prática. Goiânia (GO): AB; 2001. 21. Souza MT, Silva MD, Carvalho, R. Revisão integrativa: o que é e como fazer. Einstein 2010; 8(1):102-106 [consultado em: 12 jan. 2013]. Disponível em: http://apps.einstein.br/revista/arquivos/PDF/1134Einsteinv8n1_p102106_port.pdf 22. Ganong LH. Integrative reviews of nursing research. Res Nurs Health 1987; 10(1):1-11. 88 AÑO 15 - VOL. 15 Nº 1 - CHÍA, COLOMBIA - MARZO 2015 AQUICHAN - ISSN 1657-5997 23. Galvão CM, Sawada NO, Mendes IAC. A busca das melhores evidências. Rev Esc Enferm USP 2003; 37:43-50. 24. Santos CSM, Monteiro MIMD. Da pesquisa à prática de enfermagem aplicando o modelo de adaptação de Roy. Esc. Anna Nery Rev Enferm 2011; 15(4): 845-850 [consultado em: 29 set. 2013]. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S141481452011000400026&lng=en 25. Boehncke WH, Ochsendorf F, Ipaeslack I, Rkaufmann R, Zollner TM. Decorative cosmetics improve the quality of life in patients with disfiguring skin diseases. Eur J Dermatol 2002; 12(6):577-580 [consultado em: 27 jan. 2013]. Disponível em: http://www.jle.com/en/revues/medecine/ejd/e-docs/00/01/87/4B/article.phtml 26. Mattje GD, Turato ER. Experiências de vida com lúpus eritematoso sistêmico como relatadas na perspectiva de pacien- tes ambulatoriais no Brasil: um estudo clínico-qualitativo. Rev Latino-am Enfermagem 2006; 14(4) [consultado em: 25 jan. 2013]. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rlae/v14n4/pt_v14n4a02.pdf 27. Magin P, Adams J, Heading G, Pond D, Smith W. Psychological sequelae of acne vulgaris. Can Fam Physician 2006; 52(8): 979-986 [consultado em: 25 jan. 2013]. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1781509/ 28. Potocka A, Turczyn-Jabloñska K, Merecz D. Psychological correlates of quality of life in dermatology patients: the role of mental health and self-acceptance. Acta Dermatoven APA. 2009; 18(2):53-62 [consultado em: 1º fev. 2013]. Disponí- vel em: http://www.zsd.si/ACTA/PUBLIC_HTML/acta-apa-09-2/2.pdf 29. Jeong ED, Sun-Mi C, Sung-Il I, Ki-Young L, Sungnack L,Eun-So L. Psychosocial Aspects of Acne Vulgaris: A Community- based Study with Korean Adolescents. Ann Dermatol 2009; 21 (2): 125-129 [consultado em: 2 fev. 2013]. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2861216/ 30. Souza MKB, Matos AT. Percepção do portador de ferida crônica sobre sua sexualidade. Rev. Enferm. UERJ 2010; 18(1):19- 24 [consultado em: 5 fev. 2013]. Disponível em: http://www.facenf.uerj.br/v18n1/v18n1a04.pdf 31. Seité S, Deshayes P, Dréno B, Misery L, Reygagne P, Saiag P, et al. Interest of corrective makeup in the management of patients in dermatology. Clinical, Cosmetic and Investigational Dermatology 2012; 5:123-128 [consultado em: 6 fev. 2013]. Disponível em: http://www.dovepress.com/interest-of-corrective-makeup-in-the-management-of-patients-in- dermato-peer-reviewed-article-CCID 32. Oliveira GHR, Oliveira, MVR, Henrique EC. Doença de Von Recklinghausen: Relato de caso. Rev Bras Clin Med. São Pau- lo 2012; 10(2):166-168 [consultado em: 23 jan. 2013]. Disponível em: http://files.bvs.br/upload/S/1679-1010/2012/ v10n2/a2776.pdf 33. Safizadeh H, Shamsi-Meymandy S, Naeimi A. Quality of Life in Iranian Patients with Acne. Dermatol Res Pract 2012; 1-4 [consultado em: 5 fev. 2013]. Disponível em http://www.hindawi.com/journals/drp/2012/571516/ 34. Torres DG, Salazar VM, Whetsell MV. Gerentes de escuelas de enfermería: uma discusión sobre su adaptación al entorno social según la teoria de Roy. Rev Aquichán 2013; 13(2):280-289 [consultado em: 29 set. 2013]. Disponível em: http:// aquichan.unisabana.edu.co/index.php/aquichan/article/view/2409/pdf 35. Roy C, Andrews HA. The Roy adaptation model: the definitive statement. Norwalk: Appleton & Lange; 1999. 36. Lira ALBC, Lopes MVO. Clareza do processo de enfermagem de Roy. Rev. enferm. UERJ, Rio de Janeiro, 2010; 18(1):104- 147 [consultado em: 27 set. 2013]. Disponível em: http://www.facenf.uerj.br/v18n1/v18n1a18.pdf 37. Freitas MC, Oliveira MF. Assistência de enfermagem a idosos que realizam cateterismo cardíaco: uma proposta a partir do Modelo de Adaptação de Calista Roy. Rev Bras Enferm 2006; 59(5):642-646. 38. Lira ALBC, Guedes MVC, Lopes MVO. Adaptação psicossocial do adolescente pós-trasplante renal segundo a teoria de Roy. Investigación y Educación en Enfermería – Medellín 2005, 23(1) [consultado em: 27 set. 2013]. Disponível em: http://www.scielo.org.co/pdf/iee/v23n1/v23n1a06.pdf 39. Bez Y, Yesilova Y, Kaya MC, Sir A. High social phobia frequency and related disability in patients with acne vulgaris. Eur J Dermatol. 2011; 21(5):756-756 [consultado em: 28 set. 2013]. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pub- med/21700535 40. Jesus PBR, Brandão ES, Teixeira ER.Influências da autoimagem na vida dos clientes com afecções cutâneas hospitali- zados. Rev Pesq Cuidado Fundamental. On-line 2012; 4(2):2394-2400 [consultado em: 26 set. 2013]. Disponível em: http://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=3971919 89 A autoimagem e a autoestima das pessoas com transtornos de pele:... l Patrícia Britto Ribeiro de Jesus, Iraci dos Santos, Euzeli da Silva Brandão 41. Mostardeiro SCTS, Pedro ENR. O cuidado de enfermagem em situações de alteração da imagem facial. Rev Gaúcha Enferm. 2011; 32(2): 294-301 [consultado em: 29 set. 2013]. Disponível em: http://seer.ufrgs.br/RevistaGauchadeEn- fermagem/article/view/13970/12774 42. Salomé GM. Processo de viver do portador com ferida crônica: atividades recreativas, sexuais, vida social e familiar. Saúde Coletiva 2010; 46(7):300-304 [consultado em: 26 set. 2013]. Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo. oa?id=84215678004 43. Melo LP et al. Representações e práticas de cuidado com a ferida crônica de membro inferior: uma perspectiva antro- pológica. Cogitare Enferm. 2011; 16(2):303-310 [consultado em: 27 set. 2013]. Disponível em: http://ojs.c3sl.ufpr.br/ ojs/index.php/cogitare/article/viewFile/20804/14215 44. Baron M. Transplante: o doar e o receber. Rev Med Hosp Serv Estado 1999; 33(1/4):25-29. 45. The World Health Organization Quality of Life assessment (WHOQOL): development and general psychometric proper- ties. Soc. Sci. Med. 1998; 46:1569-1585. 46. Zamberlan C, Calvetti A, Deisvaldi J, De Siqueira HCH. Qualidade de vida, saúde e enfermagem na perspectiva ecossis- têmica. Rev. Enferm. Global 2010; 20 [consultado em: 29 set. 2013]. Disponível em: http://scielo.isciii.es/pdf/eg/n20/ pt_reflexion2.pdf 47. Farias SNP, Medeiros CRS, Mauro MYC, Ghelman LG, Araujo EFS. A qualidade de vida de clientes portadores de tuber- culose no contexto da atenção básica. Rev Enferm. UERJ, Rio de Janeiro, 2013; 21(3):349-354 [consultado em: 25 set. 2013]. Disponível em: http://www.facenf.uerj.br/v21n3/v21n3a12.pdf 48. Almeida MAB, Gutierrez GL, Marques R. Qualidade de vida: definição, conceitos e interfaces com outras áreas, de pes- quisa. São Paulo: Escola de Artes, Ciências e Humanidades. EACH/USP; 2012. 49. Rech G, Heiderscheidt I, Thives FM, Rosa RA. Camuflagem cosmética: o uso da maquiagem para a correção dos defei- tos da pele [consultado em: 29 set. 2013]. Disponível em: http://siaibib01.univali.br/pdf/Gabriela%20Rech%20e%20 Isete%20Heiderscheidt.pdf 50. Taborda ML, Weber MB, Teixeira KAM, Lisboa AP, Welter EQ. Avaliação da qualidade de vida e do sofrimento psíquico de pacientes com diferentes dermatoses em um centro de referência em dermatologia no sul do país. An. Bras. Dermatol. 2010; 85(1):52-56 [consultado em: 29 set. 2013]. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&p id=S036505962010000100007&lng=en) 51. Correia KML, Borloti E. Convivendo com o vitiligo: uma análise descritiva da realidade vivida pelos portadores. Acta comport., Guadalajara 2013; 21(2) [consultado em: 29 set. 2013.]. Disponível em: 52. Coelho SMS, Mendes IMDM. Da pesquisa à prática de enfermagem aplicando o modelo de adaptação de Roy. Esc. Anna Nery Rev Enferm 2011; [série on-line];15(4):845-850 [consultado em: 22 jan. 2014]. Disponível em: http://www.scielo. br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141481452011000400026&lng=en 53. Severiano MFV, Rêgo MO, Montefusco EVR. O corpo idealizado de consumo: paradoxos da hipermodernidade. Rev. Mal- estar e Subjetividade, Fortaleza 2010; 10(1):137-165. 54. Lima AFC, Gualda DMR. Reflexões sobre qualidade de vida do cliente renal crônico submetido à hemodiálise. Rev Nur- sing 2000; 3(30):20-22. 55. Ue APF et al. Estudo da qualidade de vida nos pacientes com urticária crônica. An. Bras. Dermatol. 2011; 86(5):879-904 [consultado em: 29 set. 2013]. Disponível em :? script=sci_arttext&pid=S036505962011000500006&lng=en