243 - 256 Intervencoes de enfermagem para pacientes.indd 243 Maria Cristina Freitas de Castro1 Willian Alves dos Santos2 Patricia dos Santos Claro Fuly3 Mauro Leonardo Salvador Caldeira dos Santos4 Telma Ribeiro Garcia5 Intervenções de enfermagem para pacientes oncológicos com odor fétido em ferida tumoral 1 orcid.org/0000-0001-5229-7756. Universidade Federal Fluminense, Brasil. mcfcastro@id.uff.br 2 orcid.org/0000-0003-0190-2199. Universidade Federal Fluminense, Brasil. willian_alves@id.uff.br 3 orcid.org/0000-0002-0644-6447. Universidade Federal Fluminense, Brasil. patriciafuly@enf.uff.br 4 orcid.org/0000-0002-3713-7700. Universidade Federal Fluminense, Brasil. mcaleo@id.uff.br 5 orcid.org/0000-0003-3086-0565. Universidade Federal da Paraíba, Brasil. tegarcia@ccs.ufpb.br Recibido: 19 de marzo de 2015 Enviado a pares: 04 de mayo de 2015 Aceptado por pares: 03 de noviembre de 2016 Aprobado: 21 de noviembre de 2016 DOI: 10.5294/aqui.2017.17.3.2 Para citar este artículo / To reference this article / Para citar este artigo Freitas de Castro MC, Santos WA, Fuly PSC, Santos MLSC & Ribeiro-Garcia T. Intervenções de enfermagem para pacientes oncológicos com odor fétido em ferida tumoral. Aquichan. 2017; 17(3): 243-256. Doi: 10.5294/aqui.2017.17.3.2 RESUMO Objetivo: identificar intervenções de enfermagem para o diagnóstico de odor fétido em ferida tumoral. Métodos: revisão integrativa da literatura realizada por meio das bases de dados MEDLINE, CINAHL, LILACS e Cochrane, que culminou com a seleção de 48 artigos científicos sobre a temática pesquisada. Resultados: com base nas evidências empíricas identificadas nos artigos incluídos no estudo, foram elaboradas 24 intervenções de enfermagem para o controle e a redução do odor fétido em feridas tumorais. Conclusão: as inter- venções de enfermagem apresentadas neste estudo possibilitam a promoção da qualidade de vida ao paciente com ferida tumoral em cuidado paliativo. Como sugestão posterior ao Conselho Internacional de Enfermeiros, devem ser validadas clinicamente para que sua inserção seja feita no subconjunto terminológico cuidados paliativos para uma morte digna, da Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE®). PALAVRAS-CHAVE Ferimentos e lesões; cuidados paliativos; enfermagem oncológica; Cuidados de enfermagem; Pacotes de assistência ao paciente (Fonte: DeCS, BIREME). AÑO 17 - VOL. 17 Nº 3 - CHÍA, COLOMBIA - SEPTIEMBRE 2017 l 243-256 244 AQUICHAN - ISSN 1657-5997 - eISSN 2027-5374 AÑO 17 - VOL. 17 Nº 3 - CHÍA, COLOMBIA - SEPTIEMBRE 2017 l 243-256 Intervenciones de enfermería para pacientes oncológicos con olor fétido en herida tumoral RESUMEN Objetivo: identificar intervenciones de enfermería para el diagnóstico de Olor fétido en herida tumoral. Métodos: revisión integra- dora de la literatura a partir de las bases de datos MEDLINE, CINAHL, LILACS e Cochrane, que resultó en la selección de 48 artículos científicos acerca de la temática investigada. Resultados: con base en las evidencias empíricas identificadas en los artículos incluidos en el estudio, se elaboraron 24 intervenciones de enfermería para el control y la reducción del olor fétido en heridas tumorales. Conclu- siones: las intervenciones de enfermería presentadas en el estudio posibilitan la promoción de la calidad de vida al paciente con herida tumoral en cuidado paliativo. Como sugerencia posterior al Consejo Internacional de Enfermeros, se deben validar clínicamente para que su inserción se realice en el subconjunto terminológico cuidados paliativos para una muerte digna, de la Clasificación Internacional para la Práctica de Enfermería (CIPE®). PALABRAS CLAVE Cuidados de enfermería; cuidados paliativos; enfermería oncológica; heridas y lesiones; paquetes de asistencia al paciente (Fuente: DeCS, Bireme). 245 Intervenções de enfermagem para pacientes oncológicos com odor fétido em ferida tumoral l Maria Cristina Freitas de Castro e outros Nursing Intervention for Cancer Patients Experiencing Foul Odor from Malignant Wounds ABSTRACT Objective: The objective of the study was to identify nursing interventions to diagnose foul odor from malignant wounds. Methods: An integrative review of the literature in the MEDLINE, CINAHL, LILACS and Cochrane databases resulted in the selection of 48 scientific articles on the subject. Results: Based on the empirical evidence found in the articles included in the study, 24 nursing interventions were developed to control and reduce foul odor from malignant wounds. Conclusions: The nursing interventions outlined in the study make it possible to improve the quality of life for patients in palliative care who have malignant wounds. A subsequent suggestion to the Inter- national Council of Nurses is that these interventions be clinically validated so they can be inserted into the subset of the International Classification of Nursing Practice (ICNP) concerning palliative care for a dignified death. KEYWORDS Nursing care; palliative care; oncological nursing; wounds and injuries; patient care packages (Source: DeCS, BIREME). AÑO 17 - VOL. 17 Nº 3 - CHÍA, COLOMBIA - SEPTIEMBRE 2017 l 243-256 246 AÑO 17 - VOL. 17 Nº 3 - CHÍA, COLOMBIA - SEPTIEMBRE 2017 AQUICHAN - ISSN 1657-5997 - eISSN 2027-5374 Introdução O câncer, nome dado ao conjunto de mais de uma centena de doenças, é caracterizado pelo crescimento desordenado de células malignas que invadem tecidos e órgãos, o que leva à perda funcional destes. No Brasil, sua incidência é alarmante e é nomeado como segunda causa de morte, o que o mantém como importante problema de saúde pública (1, 2). Observa-se que o aumento da incidência do câncer tem sido acompanhado pela mortalidade, o que evidencia a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado e oportuno. Entretanto, nos dias atuais, ainda é evidente o retardamento no diagnóstico e no acesso à rede de serviço terapêutica adequada, o que repercute negativamente no prognóstico da doença (3). Para aqueles com câncer em estágio avançado, ou seja, cuja doença não responde ao tratamento curativo, o foco da atenção multiprofissional é voltado para o controle de sinais e sintomas. Nessa etapa, o cuidado paliativo é de grande importância, carac- terizando-se por um conjunto de ações multiprofissionais que buscam a promoção da qualidade de vida do paciente e de seus familiares por meio da prevenção e do alívio do sofrimento, atin- gindo aspectos de natureza física, psicossocial e espiritual (4, 5). Diversas práticas assistenciais são executadas junto aos pa- cientes com câncer avançado no âmbito dos cuidados paliativos, dentre as quais se destaca o atendimento àqueles com feridas tumorais (6, 7). Historicamente, a incidência dessa condição não é bem documentada, o que dificulta a obtenção de dados esta- tísticos oficiais, embora estudos apontem que entre 5% e 10% dos pacientes oncológicos são acometidos por essas afecções em decorrência de tumor primário ou de tumores metastáticos, as quais determinam grande impacto na vida do paciente (6, 8-11). Do ponto de vista fisiopatológico, as feridas tumorais são lesões crônicas formadas pela infiltração de células malignas nas estruturas que compõem a pele, o que causa a quebra do tegumen- to mediante o processo de oncogênese. Caso as células malignas não sejam controladas por meio de quimioterapia, radioterapia ou hormônios, elas podem se espalhar e, como consequência, oca- sionar danos no local da ferida, com uma combinação de perda de vascularização, crescimento proliferativo e ulceração (6, 12). Essas feridas acometem de forma progressiva a pele e des- figuram o corpo; assim, elas se tornam friáveis, dolorosas, se- cretivas e fétidas, e estão presentes, na maioria dos casos, nos últimos seis meses de vida (6, 13). Ressalta-se que o cuidado dessas lesões possui como finalidade o tratamento e o controle de sinais clínicos e sintomas, já que são os principais fatores que influenciam no declínio da qualidade de vida dos pacientes onco- lógicos com feridas tumorais (14). O cuidado aos pacientes com feridas tumorais é complexo e envolve um olhar multidisciplinar. Além disso, pode acarretar em aumento das despesas para a saúde pública, caso não haja um controle efetivo dos sinais e dos sintomas, já que pode re- sultar em internações e tratamentos que poderiam ser evitados. A enfermagem deve implementar intervenções no âmbito dos cuidados paliativos e promover, por meio de curativos estéticos e efetivos, um atendimento individualizado ao paciente que re- sulte em controle da dor, do odor e da quantidade de exsudato e sangramento (15). O odor é um sinal clínico de presença constante e que impli- ca grande impacto no cotidiano dos pacientes com ferida malig- na. Estima-se que 10,4% dos pacientes com feridas tumorais o apresentam. O problema é oriundo do crescimento desordenado e anormal das células neoplásicas, que ocasiona a formação de agregados de massa tumoral necrótica no leito da ferida, na qual comumente ocorre a contaminação por micro-organismos aeróbi- cos (Pseudômonas aeruginosa e Staphylococcus aureus) e anae- róbicos (bacteroides). O produto final do metabolismo desses micro-organismos são os ácidos graxos voláteis (ácido acético, caproico), bem como gases putrescina e cadaverina, que confe- rem odor fétido às feridas tumorais (6, 14, 16). Com o avanço da doença e da lesão, o odor desagradável pode gerar constrangimento, angústia, isolamento social e fami- liar e, consequentemente, exigir um maior cuidado, que abranja as necessidades físicas, psicossociais e espirituais do paciente e seus familiares. O declínio do estado nutricional deficitário tam- bém é notado, decorrente do odor exalado pela ferida, que pode ser tão impactante a ponto de ocasionar náuseas e vômitos no paciente (14, 17-19). Assim, o acesso a cuidado especializado, com profissionais capacitados, e a curativos modernos, com vis- tas ao controle efetivo dos sinais e dos sintomas, permite mais conforto ao paciente, menos angústia e redução do estigma e do isolamento social (20). A práxis profissional de enfermagem dispõe de vários instru- mentos que subsidiam o atendimento em saúde em várias áreas 247 Intervenções de enfermagem para pacientes oncológicos com odor fétido em ferida tumoral l Maria Cristina Freitas de Castro e outros de atuação, no âmbito do cuidado paliativo. O subconjunto ter- minológico Cuidados paliativos para uma morte digna da Clas- sificação Internacional para a Prática de Enfermagem (Cipe®) sustenta o raciocínio clínico e a padronização da documentação da prática profissional no momento da prestação de cuidados. Munido de diagnósticos, resultados e intervenções para os cui- dados paliativos de enfermagem, proporciona uma assistência individualizada em vários domínios (21). Apesar dos vários domínios que são contemplados nesse subconjunto terminológico da Cipe®, observa-se que não há des- crição de diagnóstico e intervenções específicas para o contro- le do odor em feridas tumorais. Isso aponta para a demanda de mais investimento científico para aperfeiçoamento de tal subcon- junto, já que, para os pacientes com feridas tumorais, o odor fé- tido caracteriza-se como um fator determinante na deterioração da sua qualidade de vida. Assim, o objetivo deste estudo foi o de identificar, na litera- tura, intervenções de enfermagem para o diagnóstico de Odor fétido em ferida tumoral. Metodologia Trata-se de uma revisão integrativa da literatura realizada a partir de levantamento bibliográfico digital nas seguintes bases de dados: Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem on- line (MEDLINE) via PubMed e Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), Cumulative Index to Nursing & Allied Health Literature (CINAHL), Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Cochrane Database of Systematic Reviews (Cochrane). A pesquisa foi orientada pela seguinte questão: que inter- venções são descritas na literatura para o controle de odor em pacientes com feridas tumorais? Para elaboração da questão norteadora, utilizou-se a estraté- gia Pico: P — pacientes com feridas tumorais, I — intervenções e CO — controle de odor. A estratégia de busca foi efetuada por meio do cruzamento dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCs) ferimentos e lesões e cuidados paliativos pelo Medical Subject Headings (Mesh), com os termos: wounds and injuries, palliative care; bem como com as palavras-chave: feridas neoplásicas, feridas tumorais, malignant wound (ferida maligna); fungating wound (ferida fungosa); malig- nant fungating wound (ferida maligna fungosa). A não existência de descritores nacionais e internacionais específicos para feridas tumorais culminou na necessidade do cruzamento entre descrito- res e palavras-chave, conectados com os operadores booleanos AND e OR. A seleção de artigos científicos realizou-se a partir da adoção dos seguintes critérios de inclusão: aderência ao eixo temático; texto na íntegra disponível on-line; horizonte temporal de janeiro de 2002 a dezembro de 2015; idiomas português, inglês ou espan- hol. Foram excluídos artigos cujo conteúdo envolvesse crianças e adolescentes. A pesquisa nas bases de dados foi realizada entre setembro e outubro de 2013, e em julho de 2017 para atualização. Foram identificados 1067 artigos científicos nas bases de dados, dentre os quais, ao final da estratégia metodológica, seleciona- ram-se 48, o que viabilizou a execução deste estudo (Figura 1). Figura 1. Fluxograma esquemático da estratégia utilizada para seleção de artigos Fonte: fluxograma elaborado com base nos artigos encontrados em base de dados. Após a seleção e a leitura analítica dos 48 artigos, organizou- se um quadro com as intervenções recomendadas pelos autores para o controle do odor em feridas tumorais, com discriminação dessas intervenções e indicação dos artigos que as recomenda- ram (Quadro 1). 248 AÑO 17 - VOL. 17 Nº 3 - CHÍA, COLOMBIA - SEPTIEMBRE 2017 AQUICHAN - ISSN 1657-5997 - eISSN 2027-5374 Quadro 1. Intervenções recomendadas para o controle do odor em feridas tumorais Intervenções recomendadas para o controle do odor na ferida tumoral Discriminação/Referências Debridamento • Debridamento autolítico: manter ambiente úmido/hidrogel/esferas ou pastas de polissacarídeos/coberturas de espuma ou alginato (9, 15, 22, 23, 24-27); • Debridamento enzimático (23, 28); • Métodos mecânicos suaves (esfregaço suave com gaze saturada com solução salina ou solução de limpeza) (9, 26); • Irrigação com baixa pressão (uso de solução salina em seringa agulhada) (9); • Debridamento cirúrgico (9). Limpeza da ferida/Manejo da colonização bacteriana local • Banho de chuveiro (9, 27, 29-30); • Irrigação com solução salina ou limpeza com sabão neutro com ingredientes antibacterianos (9, 17, 25-27, 29); • Limpeza da ferida (13, 22, 23, 26, 29); • Uso de soluções antissépticas (clorexidina 0,05% ou ácido acético 0,25%) (22, 25-26). Manejo da sobrecarga bacteriana com uso tópico de agentes antimicrobianos • Uso tópico de metronidazol gel 0,75%-0,8% (6, 7, 9, 11, 13, 15, 17, 22- 25, 28-39); • Uso tópico de metronidazol creme 1% (7, 25, 32); • Uso tópico de comprimidos de metronidazol macerados (6, 7, 9, 13, 23, 29, 32, 40); • Uso de metronidazol spray (36); • Uso tópico de metronidazol (18, 26, 27, 40- 42); • Uso tópico de metronidazol pomada vaginal (6); • Compressa de gaze embebida com solução venosa (6, 7, 13); • Uso tópico de flagyl em pó (41, 43); • Sulfadiazina de prata (6, 13, 22, 25); • Iodosorb (gel de cadexômero com liberação lenta de iodo) (9, 23, 27); • Peróxido de hidrogênio (6, 9); • Solução de Dakin (hipoclorito de sódio) (9, 27, 41); • Povidine iodado-PVP-I (6, 9, 25, 40). Curativos • Curativos oclusivos de prata (22, 24, 26-27, 32, 33-36, 40, 44-46); • Curativos de carvão (4, 6- 7, 9, 11, 13, 15,17, 22-27, 29, 32-36, 37, 39-42, 44, 47-48); • Curativos antimicrobianos (20, 23, 41, 48); • Curativos de espuma (15, 20, 32, 35); • Curativos de alginato de cálcio (15, 23, 27, 32); • Curativos de hidrofibras (32); • Carvão ativado (coberturas ou tabletes macerados envoltos em gaze estéril e aplicados na camada superior do curativo) (26-27, 40, 46); • Uso de curativos de carvão ativado impregnados de prata (43); • Curativo à base de solução salina (28); • Curativos hidropolímeros (28); • Curativos absorventes de hidrocoloide (36); • Uso de gaze impregnada de sódio (23); • Gazes embebidas com hidróxido de alumínio-odor I (6); • Curativos bem ajustados à ferida para não escapar agentes odoríferos/hermeticamente fechados (24, 32, 34, 42, 44). 249 Intervenções de enfermagem para pacientes oncológicos com odor fétido em ferida tumoral l Maria Cristina Freitas de Castro e outros Fonte: intervenções de enfermagem encontradas nos artigos selecionados a partir das bases de dados pesquisadas. Resultados Todos os 48 artigos selecionados nas bases de dados eletrô- nicas citaram o odor como evidência empírica que confere grande impacto no cotidiano dos pacientes com feridas tumorais e inter- fere, assim, em sua qualidade de vida. Ressalta-se também que, ainda que esse sinal clínico apresente grande relevância no cená- rio referido, ele não é incluído no modelo de Cuidados paliativos para uma morte digna. Outras substâncias • Uso de sachês de chá verde como curativo secundário (43); • Uso tópico de extrato de chá verde (26, 28); • Uso tópico de iogurte (11, 22, 29, 35, 42); • Uso de iogurte + metronidazol (11); • Pasta de açúcar (15, 22); • Uso tópico de buttermilk (resíduo ácido resultante da produção da manteiga) (29, 35); • Uso tópico ou oral de clorofila (46); • Uso tópico de óleos essenciais (20, 26, 28, 30, 33, 35). Regime de troca de curativos (22, 23, 29, 32-34, 36, 42) • Observar regime de troca diária do curativo; • Trocar curativos quando estiverem molhados/trocas frequentes; • Manter curativos secos. Medidas para controle do odor ambiental • Uso de desodorizantes de ambientes (26-29, 32, 35); • Uso de bandeja com areia para gatos no ambiente (7, 9, 13, 25, 27-28, 32); • Almofadas de ervas (46); • Óleo essencial (46); • Neutralizadores ambientais de odor (38, 46); • Colocação de tigela com pó de café no quarto (13, 27, 46); • Aromaterapia (hortelã pimenta) (9, 27, 34, 42); • Bicarbonato de sódio embaixo da cama (7, 25, 27); • Uso de difusores aromáticos (28); • Carvão estrategicamente espalhado pelo quarto (9, 13, 30, 36); • Uso de perfumes ou fragrâncias para mascarar o odor (36); • Ventilação do ambiente na troca dos curativos/ abrir janelas (26, 34-36, 44); • Uso de odores fortes: vinagre, baunilha (13). • Disposição apropriada dos curativos sujos (13, 35). Outras medidas • Uso de bolsas ou coletores na ferida (42); • Higiene pessoal constante (34, 44, 48). Com base nos achados da revisão integrativa da literatura, fo- ram elaboradas 24 intervenções de enfermagem para o controle do odor em pacientes com feridas tumorais (Quadro 2). São inúmeras as intervenções que o profissional de enfer- magem pode aplicar aos pacientes com o diagnóstico de Odor fétido em ferida tumoral. A escolha depende da análise clínica e do saber crítico-reflexivo, a fim de atender melhor às necessida- des desses indivíduos e buscar, assim, promover sua qualidade 250 AÑO 17 - VOL. 17 Nº 3 - CHÍA, COLOMBIA - SEPTIEMBRE 2017 AQUICHAN - ISSN 1657-5997 - eISSN 2027-5374 Quadro 2. Intervenções de enfermagem para o diagnóstico Odor fétido em ferida tumoral Fonte: intervenções de enfermagem elaboradas a partir de mapeamento cruzado com o Cipe®. Nota: ISugestão de termos para inclusão no eixo Meios da Cipe®; IISugestão de termos para inclusão no eixo Ação da Cipe®. Intervenções de enfermagem Fazer debridamentoI. Avaliar necessidade de debridamentoI por cirurgia. Esfregar suavementeII a ferida com curativo de gaze com solução salinaI. Esfregar suavementeII a ferida com curativo de gaze com solução para limpar. Irrigar a ferida com solução salinaI em seringa com agulha. Autorizar banhar a ferida no chuveiro. Limpar a ferida com solução apropriada. Aplicar terapia tópica com antibiótico. Aplicar terapia com solução apropriada. Aplicar curativo de ferida. Aplicar curativo oclusivoI de ferida. Aplicar bolsas de drenagem de ferida. Orientar trocar curativo de ferida a cada dia. Instruir sobre cuidados com a ferida. Gerenciar controle do odor fétido no local da ferida. Implementar aromaterapia no local da ferida. Estimular habilidade para fazer higiene. Orientar paciente e família sobre como descartar curativos após trocar. Instruir sobre controle do odor no edifício residencial. Ventilar edifício residencial ao trocar o curativo. Coletar amostra de secreção na ferida. Avaliar necessidade de administrar antibiótico. Evitar demonstrar desconforto ao odor fétido. Fornecer material instrucional sobre controle do odor fétido no local da ferida. de vida. Dessa forma, o enfermeiro possui autonomia profissio- nal para planejar e executar as intervenções de acordo com as necessidades individuais de cada paciente, não se limitando às intervenções sugeridas neste trabalho. Discussão Para a equipe de enfermagem de cuidados paliativos, é um grande desafio o manejo dos sinais e dos sintomas relacionados à ferida tumoral, com destaque para o odor, responsável por si- tuações de isolamento social e declínio da qualidade de vida do paciente (41). Nesse contexto, o odor é caracterizado como um sinal clínico que implica grande impacto na vida do paciente, pois a constante lembrança do avanço da doença causa angústia, iso- lamento social e consequente perda em qualidade de vida, o que torna imprescindível a implementação da sistematização da as- sistência de enfermagem. Mesmo sendo uma grande problemática para os pacientes com feridas tumorais, o odor e as intervenções para o seu ma- nejo não estão presentes no subconjunto terminológico Cipe® —Cuidados paliativos para uma morte digna—, bem como um domínio específico direcionado para ferida tumoral. Portanto, as evidências empíricas presentes na amostra coletada por meio da trajetória metodológica e do mapeamento cruzado com a Cipe® Versão 2013 (50) possibilitaram a construção do diagnóstico Odor fétido e intervenções para o seu manejo. O odor em feridas tumorais tem sido historicamente atribuído ao tecido desvitalizado e à mistura de gases voláteis (putrescina e cadaverina) produzidos por bactérias anaeróbicas e aeróbicas presentes no leito da lesão (23). A técnica de debridamento é frequentemente citada na lite- ratura atual para a diminuição do tecido desvitalizado por meio do uso de procedimentos mecânicos e/ou químicos (51). A es- colha do método a ser utilizado deve ser feita pelo enfermeiro de acordo com a indicação e as características da lesão. No contexto do cuidado às feridas tumorais, são indicados os debridamentos autolítico, enzimático, mecânico e cirúrgico (9, 22, 24). O debridamento autolítico é a quebra natural do tecido ne- crosado pelas enzimas e pelos leucócitos presentes no fluido da ferida que pode ser alcançado com o uso de coberturas que man- tenham o leito da ferida úmido e liquefaçam as crostas e escaras 251 Intervenções de enfermagem para pacientes oncológicos com odor fétido em ferida tumoral l Maria Cristina Freitas de Castro e outros com consequente redução de odor (24, 51). Esse procedimento é importante no tratamento de feridas tumorais, pois a retirada de tecidos mortos, que contêm as bactérias, podem melhorar signi- ficativamente o desempenho de agentes antibacterianos ou até mesmo torná-los desnecessários (9, 15, 20, 22-24, 32, 35). O debridamento enzimático é um procedimento recomenda- do nesses casos pela utilização de agentes químicos específicos, ou seja, substâncias enzimáticas (23, 28), usadas para suavizar e remover o tecido necrosado (28). Em pacientes com feridas tu- morais, avaliar o acometimento de sangramento em menos de sete dias é uma conduta que deve ser realizada antes da escolha desse método (51). Já o debridamento mecânico pode ser realizado com esfre- gaço suave de gaze embebida em soluções de limpeza, irrigação com solução salina através de seringa com agulha calibre 19 ou jatos de solução salina (9, 52). A irrigação da ferida com solução salina, à temperatura ambiente, sob baixa pressão e utilizando seringa de 20 ml com agulha de calibre 19, pode proporcionar a retirada de tecido desvitalizado solto no leito da ferida e a re- moção superficial da carga bacteriana (6, 9). Esse procedimento é útil para remoção de tecido necrótico que não estiver firme- mente aderido. Vale mencionar também que o debridamento cirúrgico é uma técnica que consiste na retirada do tecido necrosado com uso de material cortante (tesoura ou bisturi) (9, 51). O enfermeiro tem competência para realização de debridamento instrumental con- servador (usando pinça, tesoura ou bisturi), desde que possua conhecimentos e habilidades para isso (53, 54). De acordo com as metas do cuidado paliativo, esse tipo de debridamento pode ser indicado, a fim de permitir a prevenção de infecção, controle de odor e administração da quantidade de exsudato (9, 22), porém a sua indicação deve ser feita com precaução e de maneira criterio- sa, avaliando o risco de sangramento e dor (6, 46, 51). No caso de pequena expectativa de vida, opta-se por deixar o ambiente seco e por manter o tecido necrosado (46). Em alguns estudos, a utilização de curativos à base de so- lução salina para controle do mau odor e auxílio do debridamento é destacada, e a retirada de tecido necrótico local e esfacelo não firmemente aderido pode ser realizada por meio de lavagem sua- ve com gaze saturada com solução salina aquecida à temperatura ambiente (9, 28-29). A limpeza da ferida tem como intuito a remoção de bactérias e restos necróticos, o que previne a infecção sistêmica e a sepse. O uso da solução deve ser realizada com suave esfregaço, suficien- te para a retirada do tecido desvitalizado sem causar traumas. A lavagem com o uso de sabonetes suaves utilizados no banho e ingredientes antimicrobianos (6, 9, 23, 42) são eficazes no con- trole e na redução da colonização bacteriana e do odor local. No entanto, o uso de determinados produtos deve ser ponderado e avaliado pelo profissional de acordo com a necessidade clínica, já que sua utilização pode causar irritação local, dessecação da ferida, com dor e sangramento após a retirada do curativo, o que gera incômodo nos pacientes (9, 22, 29, 41). Vale mencionar que evidências empíricas apontam que a la- vagem da ferida durante o banho de aspersão é um método que auxilia no controle e na redução do odor. Nos casos em que a lesão não for friável e o paciente estiver em boas condições físi- cas, pode-se orientar a limpeza da ferida no chuveiro, de modo a permitir que a água, em temperatura ambiente, escorra na pele acima da ferida em direção à lesão. Isso não só fornece a limpeza local, mas também promove o benefício psicológico adicional de ajudar o paciente a se sentir limpo (9, 29, 34). A utilização tópica de antibióticos é tema controverso no tra- tamento de feridas. No entanto, no caso de feridas tumorais, a diminuição da perfusão e a disseminação da droga devido ao te- cido necrosado e à vascularização débil no leito da ferida, torna o uso tópico uma indicação (7, 32, 42). A terapia com antibiótico na ferida possui como finalidade promover o controle da colonização bacteriana e do odor, cujos benefícios justificam seu uso em cui- dados paliativos (6). Mesmo que o uso de soluções antissépticas seja questionado devido aos efeitos tóxicos ao tecido saudável para cicatrização, a utilização desses produtos em feridas tumorais pode ser indica- da, já que a cicatrização da lesão não é a meta (6). O acesso a curativos especializados tem sido um determinan- te na melhoria da qualidade de vida e da autoestima do paciente com feridas tumorais (20). Conhecer os diferentes tipos de cura- tivos, sua indicação, custo e benefício é importante para que se- jam selecionados criteriosamente. O uso de coberturas com ação antimicrobiana (20, 23, 41, 48) é importante ferramenta para o manejo do odor nas feridas tumorais, assim como curativos oclu- sivos, hermeticamente fechados e bem ajustados à ferida, a fim 252 AÑO 17 - VOL. 17 Nº 3 - CHÍA, COLOMBIA - SEPTIEMBRE 2017 AQUICHAN - ISSN 1657-5997 - eISSN 2027-5374 de evitar o vazamento de agentes odoríferos voláteis, para que o controle do odor possa ser alcançado (14, 24, 34, 42, 44). Ressalta-se também que o uso de bolsas coletoras na ferida tumoral pode promover a função de contenção da quantidade de exsudato e odor, alternativa eficiente quando estes são incontro- láveis. Porém, sua finalidade torna-se difícil de ser alcançada em afecções em áreas da face, pescoço e mama (35, 42-43, 55). Evi- dências empíricas apontam o sucesso do uso desse método em conjunto com a troca adequada de curativos em quantidade de duas a três vezes por dia. O exsudato estagnado nos curativos pode contribuir para a presença e/ou exacerbação do odor (35). Estudos indicam que curativos saturados com exsudato necessitam de troca frequen- te, o que, além de mantê-los secos, contribui significativamente para o manejo do mau cheiro. Um regime de troca diária ajuda a prevenir maus odores resultantes de um acúmulo de exsuda- to (33). O curativo ideal não deve ser volumoso e deve ocupar apenas o tamanho da ferida, oferecer conforto, aderência sua- ve, relação custo-benefício, ambiente úmido, minimização de cisalhamento, atrito e pressão, impermeabilidade de bactérias, absorção de exsudado e facilidade de seu uso pelo paciente ou cuidador. Ressalta-se que a presença de exsudato pode desativar a ação de agentes antimicrobianos e dificultar, assim, o controle do odor (22, 32, 36). As trocas sucessivas de curativos devem ser avaliadas criticamente pelo enfermeiro, já que esse fator pode promover, além de dor e incômodo ao paciente, a diminuição do orçamento econômico familiar devido ao aumento do gasto com produtos e recursos humanos. Estudos indicam que cuidadores estão despreparados para a tarefa de cuidar deste tipo de ferida, muitas vezes em pessoas queridas ou membros da família (56-58). O baixo nível de infor- mação e a ausência de ajuda profissional podem levar alguns pacientes a usarem estratégias que podem exacerbar os sinais e os sintomas (20, 41). Assim, é imprescindível que o enfermei- ro os mantenha informados sobre os procedimentos, promova o desenvolvimento de habilidades necessárias para o cuidado e envolva-os nesse processo, já que são essenciais para o adequa- do tratamento dos pacientes (35). Dentre as várias medidas que visam ao gerenciamento do controle de odor nas feridas tumorais, pode-se destacar o uso tópico de desodorantes comerciais (23, 33) e óleos essenciais (11, 20, 28, 33, 35), que podem ser aplicados acima do curativo ou até mesmo entre as camadas deste. Outra medida é o uso de aromaterapia; embora disponíveis e menos onerosos, esses óleos apenas mascaram o odor e não substituem a necessidade da troca de curativos (23). Devido à lacuna existente com relação a protocolos padronizados, baseados em pesquisas e evidências, o tratamento dessas lesões ainda é baseado em estudo de casos ou opinião de peritos (9, 32). Cabe, então, ao enfermeiro avaliar a situação e definir qual a melhor conduta a ser adotada, com critérios científicos, para o controle do odor. O extravasamento de exsudato com consequente sujidade das roupas pessoais e de cama é fator de exacerbação do odor. O enfermeiro deve orientar o paciente e familiar e estimular a troca tão logo sujem de secreção, a fim de auxiliar no contro- le. Em alguns casos, pode ser difícil para o paciente manter a sua própria higiene, de forma independente, portanto o familiar deve ser orientado sobre a importância de que a higiene seja executada apropriadamente (34, 44, 48). A orientação deve se estender também à estratégia para o controle ambiental do odor, principalmente quanto ao descarte adequado de curati- vos sujos, pois a manutenção dessa bandagem em ambiente fe- chado favorece a estagnação do odor no ambiente depositado. Por isso, é aconselhável, após a retirada do curativo usado, o descarte fora do ambiente caseiro do paciente (13, 35). Orien- tações sobre medidas para controle do odor ambiental incluem o uso de desodorantes ambientais (28, 29, 32, 35) bem como a ventilação do ambiente, com as janelas abertas inclusive duran- te as trocas dos curativos (34-36, 44). O odor desagradável é associado com o aumento da carga bacteriana que acontece devido à formação de verdadeiras mas- sas necróticas no leito da ferida, infectadas por flora bacteriana mista (6). Para isso, é relevante a identificação do caráter etioló- gico do agente causador da contaminação, de forma a auxiliar na escolha do tratamento ideal e consequente controle da infecção e redução de odor. Porém, esse método deve ser executado com cuidado, pois pode causar traumas e dor ao paciente. Estudos evidenciam que a coleta de swab do local da lesão possibilita a identificação de vários agentes, o que viabiliza a gestão da conta- minação com antibiótico apropriado e pode, assim, reduzir o odor (34, 44). É relevante mencionar que, caso o odor seja refratário, vale considerar o uso de antibioticoterapia sistêmica junto à equi- pe médica (6, 9, 11, 22, 29, 30, 36, 44, 46, 48). 253 Intervenções de enfermagem para pacientes oncológicos com odor fétido em ferida tumoral l Maria Cristina Freitas de Castro e outros O constrangimento experimentado pelo paciente devido ao odor fétido muitas vezes resulta da reação de profissionais ou fa- miliares (34). O desenvolvimento de habilidades da comunicação é fundamental para que se possa responder de forma efetiva às necessidades do paciente. Uma abordagem calma e sensível é de extrema relevância, já que a expressão facial pode transmitir a verdadeira extensão dos sentimentos (34). Logo, é imperativo que expressões de repugnância que podem advir dos profissio- nais sejam evitadas para não aumentar o sofrimento do paciente em situações de constrangimento (34). A educação em saúde é uma faceta de grande importância na práxis profissional de en- fermagem. Como as informações fornecidas em momentos de ansiedade e estresse podem ser de difícil compreensão para os familiares e pacientes, o apoio do material impresso com orien- tações sobre o manejo do odor pode facilitar o entendimento das informações inerentes ao cuidado do paciente. A pequena expectativa de vida do paciente portador de uma ferida tumoral associada à complexidade inerente ao seu qua- dro clínico, a carência de pesquisas relacionadas à efetividade no controle dos sinais e dos sintomas dessas feridas nos últimos anos, e a falta de instrumentos e protocolos que subsidiem as ações de enfermagem nos cuidados a esses pacientes foram fato- res determinantes nas limitações apresentadas durante o estudo. Conclusão Os estudos analisados identificaram inúmeras intervenções empíricas que, ao serem cruzadas com a Cipe® Versão 2013, tor- naram possível a construção de fundamentais intervenções de enfermagem no âmbito dos cuidados paliativos para o controle de odor em feridas tumorais. Isso evidencia as enormes contri- buições que o enfermeiro pode trazer à vida do paciente, que po- dem levar à melhora da qualidade de vida deste. Nessa etapa de tratamento, o foco da atenção multiprofis- sional não é a cura do paciente, mas sim o controle de sinais e sintomas, a fim de promover melhor qualidade vida. O enfermeiro, membro ativo da equipe multidisciplinar, desempenha inúmeras atribuições nesse contexto. Diversas práticas assistenciais são executadas junto aos pa- cientes com câncer avançado no âmbito dos cuidados paliativos. Dentre elas, destaca-se o atendimento aos pacientes com feridas tumorais, que são responsáveis por acometer a pele e desfigurar o corpo, tornando-se friáveis, dolorosas, com sinais clínicos e sin- tomas limitantes, presentes, na maioria dos casos, nos últimos seis meses de vida. Com essa demanda, torna-se evidente a importância da ela- boração desse subconjunto terminológico para intervenção de enfermagem como o controle de odor em feridas tumorais, com o intuito de corroborar para uma prática de enfermagem que busca a manutenção de dignidade do paciente ao fim da vida. A partir deste estudo e da elaboração do subconjunto termi- nológico, ressaltamos a importância do posicionamento do enfer- meiro diante de um cuidado baseado em evidências científicas, que reverte em segurança para o paciente ao fornecer subsídios para uma ação de enfermagem segura no manejo dos sinais e dos sintomas das feridas tumorais. Pode também resultar em dados para o ensino e para a pesquisa, o que leva a novos conhecimen- tos, e pode facilitar o processo gerencial da prática diária, com suas tomadas de decisão, além de fornecer uma base consistente para a documentação da prática da enfermagem. Assim, é indispensável a continuidade de pesquisas na área para proporcionar a criação de um domínio para feridas tumorais no subconjunto terminológico Cuidados paliativos para uma mor- te digna (Cipe®), bem como a construção de outras intervenções de enfermagem que atinjam o controle de outros sinais e sinto- mas, que são grandes responsáveis pelo declínio do bem-estar do paciente com ferida tumoral. 254 AÑO 17 - VOL. 17 Nº 3 - CHÍA, COLOMBIA - SEPTIEMBRE 2017 AQUICHAN - ISSN 1657-5997 - eISSN 2027-5374 Referências 1. Instituto Nacional de Câncer. Diretrizes para a vigilância do câncer relacionado ao trabalho. Rio de Janeiro: Instituto Nacional de Câncer; 2012. 2. Teixeira LA, Porto M & Habib PABB. Políticas públicas de controle de câncer no Brasil: elementos de uma trajetória. Cad Saúde Colet. 2012;20(3):375-85. 3. Barros AF, Uemura G & Macedo JLS. Atraso no diagnóstico e tratamento do câncer de mama e estratégias para a sua redução. Femina. 2012;40(1):31-6. 4. 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