Microsoft Word - 21-Agra_15181 1007 Original Article Biosci. J., Uberlândia, v. 28, n. 6, p. 1007-1014, Nov./Dec. 2012 OCORRÊNCIA DE MASTITE BOVINA CAUSADA POR Staphylococcus sp., Streptococcus sp. E Candida sp. EM UMA PROPRIEDADE RURAL NO MUNICÍPIO DE INDIANÓPOLIS – MINAS GERAIS, BRASIL OCCURRENCE OF BOVINE MASTITIS CAUSED BY Staphylococcus sp., Streptococcus sp. AND Candida sp. IN A RURAL AREA OF INDIANÓPOLIS – MINAS GERAIS, BRAZIL Laura Gonçalves da Silva CHAGAS1; Poliana de Castro MELO2; Nayara Gonçalves BARBOSA3; Ednaldo Carvalho GUIMARÃES4; Denise von Dolinger de BRITO5 1. Médica Veterinária, Faculdade de Medicina Veterinária – FAMEV, Universidade Federal de Uberlândia - UFU, Uberlândia, MG, Brasil, lauravetufu@gmail.com ; 2. Doutora em Medicina Veterinária Preventiva, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho” Campus Jaboticabal, Jaboticabal, SP, Brasil; 3. Mestranda em Imunologia, Microbiologia e Parasitologia, Instituto de Ciências Biomédicas - UFU, Uberlândia, MG, Brasil; 4. Professor, Doutor do Núcleo de Estudos Estatísticos e Biométricos, Faculdade de Matemática – UFU, Uberlândia, MG, Brasil; 5. Professora Efetiva, Doutora do Instituto de Ciências Biomédicas, Área de Imunologia, Microbiologia e Parasitologia – UFU, Uberlândia, MG, Brasil. RESUMO: O objetivo deste estudo foi avaliar a ocorrência de mastite bovina por Staphylococcus sp., Streptococcus sp. e Candida sp. em uma propriedade rural no município de Indianópolis, Minas Gerais. Foi realizado o California Mastitis Test (CMT) em seis coletas, totalizando 671 amostras de leite positivas. Em seguida, foi realizado o exame microbiológico, no qual os resultados revelaram a presença de 137 amostras de leite com multiplicação microbiana. Dessas, constatou-se a presença de Staphylococcus aureus (45,2% das estirpes), demais estafilococos coagulase positiva (10,2%), Staphylococcus epidermidis (9,4%), Staphylococcus simulans (5,8%), demais estafilococos coagulase negativo (15,3%), Streptococcus agalactiae (7,2%), demais Streptococcus sp. (5,1%) e leveduras (1,4%). Verificou-se que 100% dos estafilococos foram sensíveis à rifampicina, gentamicina e ciprofloxacina; entretanto, resistentes à penicilina, tetraciclina e oxacilina. Em relação aos estreptococos, houve sensibilidade aos antimicrobianos empregados, exceto a clindamicina, a eritromicina e a tetraciclina. Conclui-se que existe grande necessidade de práticas adequadas de higienização e tomada de medidas profiláticas, a fim de reduzir a infecção dos animais por micro-organismos contagiosos e resistentes. PALAVRAS-CHAVE: Análise microbiológica. Antimicrobianos. Leite. Micro-organismos. Resistência bacteriana. INTRODUÇÃO A mastite bovina é um processo inflamatório da glândula mamária e sua incidência é preponderante em rebanhos leiteiros de todo o mundo, causando prejuízo econômico e sanitário para produtores e laticínios. Além disso, a mastite pode representar um risco potencial à saúde de homens e bezerros, pois o leite pode servir como um transmissor de micro-organismos patogênicos e enterotoxinas (ZAFALON et al., 2009). Staphylococcus aureus e Streptococcus agalactiae são as bactérias mais comumente isoladas e estão presentes na maioria das infecções clínicas (LAKEW; TOLOSA; TIGRE, 2009; MEDEIROS; SOUZA, 2009; ERICSSON UNNERSTAD et al., 2009). Outros importantes micro-organismos que têm ocorrido nas mastites são os estafilococos coagulase negativa (SCN), sendo que Staphylococcus epidermidis e Staphylococcus simulans são encontrados com alta frequência em amostras de leite (HERMANS; DEVRIESE; HAESEBROUCK, 2004). São reconhecidos por causar elevada Contagem de Células Somáticas (CCS) e reduzir a produção de leite (WATTS; RAY; WASHBURN, 1991). Oliveira et al. (2011) relataram os SCN como causadores da mastite clínica e subclínica, podendo estar relacionado à falta de higiene nos locais de ordenha e das mãos do ordenhador. Não obstante, é frequente encontrar micro-organismos ambientais como Streptococcus uberis, Streptococcus dysgalactiae e leveduras como Candida sp. (SANTOS; MARIN, 2005; SPANAMBERG et al., 2008; ERICSSON UNNERSTAD et al., 2009). A introdução de medidas racionais de controle da mastite requer investigações sistemáticas visando o reconhecimento, a avaliação e a interpretação dos fatores epidemiológicos mais importantes (OLIVEIRA; MELO; AZEVEDO, 2009). Sendo assim, é importante o diagnóstico dos patógenos envolvidos na doença antes de realizar algum tratamento, para que este seja eficaz, prático e econômico. Received: 11/05/12 Accepted: 18/10/12 1008 Ocorrência de mastite... CHAGAS, L. G. S. et al. Biosci. J., Uberlândia, v. 28, n. 6, p. 1007-1014, Nov./Dec. 2012 O presente trabalho teve como objetivo avaliar a ocorrência de mastite bovina clínica e subclínica por Staphylococcus sp., Streptococcus sp. e Candida sp. em uma propriedade rural no município de Indianópolis, Minas Gerais, Brasil. MATERIAL E MÉTODOS O estudo foi realizado em uma propriedade rural produtora de leite tipo B no município de Indianópolis, estado de Minas Gerais, no período de 2009 a 2010, totalizando seis coletas de leite. Foi avaliado um rebanho com 85 vacas em lactação da raça Girolando, as quais foram submetidas ao teste CMT, conforme Schalm e Noorlander (1957). Após a limpeza do óstio papilar com álcool etílico 70% (v/v), utilizou-se tubos de ensaio esterilizados para acondicionar amostras individuais de 2 a 5 ml de leite, de cada quarto mamário positivo para o CMT, antes do início da ordenha, de acordo com as normas de assepsia propostas por Harmon et al. (1990). Os tubos contendo as amostras foram colocados em caixa de material isotérmico contendo cubos de gelo e levados ao Laboratório de Microbiologia da Universidade Federal de Uberlândia, sendo que o tempo de coleta do leite e início das análises foi de duas horas. As amostras de leite foram semeadas no meio seletivo ágar Baird Parker (SILVA et al., 2010) e depois incubadas em ambiente aeróbico a 37ºC durante 24 a 48h. Houve a análise morfológica bacteriana pela coloração de Gram, com posteriores testes de catalase e coagulase em tubo para a diferenciação dos estafilococos coagulase positivo (ECP) e estafilococos coagulase negativo (ECN) (KONEMAN et al., 2001). Staphylococcus aureus e os outros ECP foram identificados por produção de acetoína e fermentação da maltose e trealose (MAC FADDIN, 1976; MURRAY et al., 1999; KONEMAN et al., 2001). Enquanto Staphylococcus epidermidis, Staphylococcus simulans e os outros ECN foram testados em um esquema simplificado, segundo Koneman et al. (2001), quanto à utilização da sacarose e trealose, crescimento em meio anaeróbico tioglicolato e sensibilidade à polimixina B. A identificação de Streptococcus sp. foi realizada utilizando o meio seletivo ágar KF Streptococcus (Oxoid) e as amostras foram incubadas em ambiente de microaerofilia a 37ºC durante 48h. Posteriormente, houve a análise morfológica bacteriana pela coloração de Gram, teste de catalase, prova da bílis-esculina, CAMP e hidrólise da L-pirrolidonil-β-naftilamida (PYR) para identificação das espécies de Streptococcus agalactiae, Streptococcus sp. e Enterococcus sp. (KONEMAN et al., 2001). As amostras de leite colhidas também foram semeadas no ágar Sabouraud Dextrose (Oxoid, USA) e incubadas em temperatura ambiente por seis dias. Foi realizada a análise morfológica pela coloração de Gram para confirmar a multiplicação das leveduras, a qual foi feita pela grande facilidade de contaminação do meio por outros micro- organismos como Staphylococcus sp. As leveduras foram semeadas no meio CHROMagar Candida (CHROMagar Company, Paris, França) para diferenciar Candida albicans, Candida krusei e Candida tropicalis, por meio da coloração das colônias isoladas na superfície do ágar (KONEMAN et al., 2001). O antibiograma foi realizado segundo Koneman et al. (2001) e o resultado pesquisado em guias de interpretação da concentração inibitória mínima, publicados pelo Manual "Clinical and Laboratory Standards Institute" CLSI (2006). Para Staphylococcus sp. foram testados: cefepime, ciprofloxacin, cloranfenicol, clindamicina, eritromicina, gentamicina, oxacilina, peniclina G, rifampicina, sulfazotrim, tetraciclina e vancomicina. Para Streptococcus sp. testou-se: cefepime, cloranfenicol, clindamicina, eritromicina, penicilina, tetraciclina e vancomicina. Para a análise estatística dos resultados foram utilizados os testes da comparação múltipla de proporções com níveis de significância de 5% entre o total de cada micro-organismo e entre os antimicrobianos (BIASE; FERREIRA, 2009). Para comparação entre as variáveis relacionadas à mastite subclínica e clínica, efetuou-se análise univariada, utilizando o Teste do qui-quadrado e Exato de Fisher pelo programa Epi Info 2005, com uma significância definida pelo p < 0,05. RESULTADOS E DISCUSSÃO Das 85 vacas leiteiras avaliadas, foram colhidas 1608 amostras de leite e, posteriormente, submetidas ao CMT. Dessas, 937 (58,3%) foram consideradas negativas e 671 (41,7%) positivas. Observou-se na primeira colheita que 30 (53,0%) animais apresentavam mastite subclínica e nove (16,0%), mastite clínica (Tabela 1). Sucedeu aumento de animais com mastite subclínica, principalmente, a partir de janeiro a abril de 2010. Tal fato pode ter sido ocasionado pela existência de micro-organismos contagiosos e ambientais existentes no rebanho e também pela higienização incorreta dos utensílios pelos funcionários, o que 1009 Ocorrência de mastite... CHAGAS, L. G. S. et al. Biosci. J., Uberlândia, v. 28, n. 6, p. 1007-1014, Nov./Dec. 2012 era observado nos dias das colheitas das amostras, além da terapia da vaca seca, que não era seguida de forma efetiva pelos funcionários. De forma geral, a mastite subclínica manteve maior frequência durante todas as colheitas comparadas à mastite clínica. Tabela 1. Frequência de vacas com mastite subclínica e clínica em uma propriedade leiteira no município de Indianópolis – MG, no período de setembro de 2009 a junho de 2010. Mês/Ano Total de animais Animais com mastite subclínica Animais com mastite clínica Animais negativos para o CMT N % N % N % Set/09 57 30 53 9 16 18 31 Nov/09 75 36 48 4 5 35 47 Jan/10 61 39 64 2 3 20 33 Fev/10 85 62 73 4 5 19 22 Abr/10 69 48 70 1 1 20 29 Jun/10 55 35 64 6 11 14 25 Índice Médio 67 41,5 62 4,3 7 18,8 31 Os resultados obtidos foram semelhantes aos registrados por Freitas et al. (2005), que examinaram 246 animais, totalizando 984 quartos mamários. Desses, 10 (1,0%) apresentaram mastite clínica, 562 (57,1%) mastite subclínica e 412 (41,9%) foram negativos. Oliveira, Melo e Azevedo (2009) constataram que, dos 893 quartos mamários examinados, 15 (1,7%) apresentavam mastite clínica e 288 (32,2%) mastite subclínica. Nota-se um alto índice de mastite neste estudo. A proporção de casos clínicos em relação aos subclínicos foi de 1:10 (Tabela 1), sendo observada uma diferença estatisticamente significante (p < 0,0001), semelhante ao encontrado por Costa et al. (2008). Estes dados foram superiores aos de Costa et al. (2001), com 1:6 em rebanhos leiteiros de São Paulo e de Minas Gerais e por Bueno et al. (2002), com 1:8 em rebanhos da região de Pirassununga – SP. A frequência de mastite subclínica está associada com o isolamento de estafilococos que são patógenos que formam bolsões na região dos alvéolos, podendo também formar biofilmes o que explica a sua prevalência em casos de mastite subclínica. O agente etiológico mais prevalente foi Staphylococcus aureus (45,0%), seguido de Staphylococcus epidermidis (10,0%). Os grupos dos demais ECN totalizaram 15,0% das estirpes e dos ECP 10,0% (Tabela 2). Tabela 2. Perfil microbiológico de amostras de leite colhidas de vacas leiteiras que apresentaram reações ao California Mastitis Test em propriedade leiteira no município de Indianópolis – MG, no período de setembro de 2009 a junho de 2010. Agente Set Nov Jan Fev Abr Jun Total N % N % N % N % N % N % N % S. aureus 12 38,7 9 32,1 6 54,6 14 56,0 14 63,7 7 35,0 62a 45,2 Outros ECP 3 9,6 3 10,7 1 9,1 3 12,0 2 9,1 2 10,0 14b 10,2 S. epidermidis 2 6,5 2 7,2 1 9,1 3 12,0 1 4,5 4 20,0 13b 9,4 S. simulans 1 3,2 2 7,2 1 9,1 1 4,0 - - 3 15,0 8b 5,8 Outros ECN 8 25,9 2 7,2 2 18,1 4 16,0 2 9,1 3 15,0 21b 15,3 S. agalactiae - - 9 32,1 - - - - 1 4,5 - - 10b 7,2 Streptococcus sp. 3 9,6 1 3,5 - - - - 2 9,1 1 5,0 7b 5,1 Enterococcus sp. - - - - - - - - - - - - - - Leveduras 2 6,5 - - - - - - - - - - 2b 1,4 Candida sp. - - - - - - - - - - - - - - Total 31 100 28 100 11 100 25 100 22 100 20 100 137 100 Legenda: S. aureus: Staphylococcus aureus; ECP: Estafilococos coagulase positivo; S. epidermidis: Staphylococcus epidermidis; S. simulans: Staphylococcus simulans; ECN: Estafilococos coagulase negativo; S. agalactiae: Streptococcus agalactiae; - (hífen): Fenômeno não ocorre. *As porcentagens da penúltima coluna seguidas de letras iguais, não diferem entre si pelo teste de comparação múltipla de proporção com significância de 5%. Sendo que Staphylococcus aureus (a) possuem diferença estatisticamente significante frente aos demais micro-organismos (b). 1010 Ocorrência de mastite... CHAGAS, L. G. S. et al. Biosci. J., Uberlândia, v. 28, n. 6, p. 1007-1014, Nov./Dec. 2012 A prevalência de Staphylococcus aureus, como causadores da mastite bovina, pode está relacionada aos mecanismos de resistência, tais como a presença do biofilme associados à redução da susceptibilidade a antimicrobianos, ao baixo percentual de cura durante a lactação e à presença deles tanto no ambiente quanto nos animais e no homem, considerando o fato desses patógenos não serem classificados como ambientais (MELO, 2008). Segundo Lakew, Tolosa e Tigre (2009), em Asella, Etiópia, Staphylococcus sp. (41,4% dos quartos mamários) e Streptococcus sp. (24,8%) foram mais prevalentes nos casos de mastite clínica e subclínica. Assim como Oliveira, Melo e Azevedo (2009), na região dos Tabuleiros Costeiros, de Sergipe, os quais isolaram 196 (21,9%) amostras de Staphylococcus aureus, 104 (11,6%) de ECN e 67 (7,5%) de Streptococcus agalactiae. Nagahata et al. (2007) realizaram um estudo de mastite no sul de Hokkaido, Japão, com 57 vacas da raça Holandesa e encontraram Staphylococcus aureus (12,8%), ECN (12,8%), Corynebacterium bovis (16,7%) e os estreptococos ambientais (4,0%). Medeiros e Souza (2009) analisaram 16 propriedades rurais leiteiras, na região de Cerqueira César, São Paulo. Os agentes patogênicos isolados nas amostras de leite de quartos mamários positivos para mastite clínica ou subclínica foram: Staphylococcus aureus (30,0%), Corynebacterium bovis (23,0%), Staphylococcus spp. (15,0%), Staphylococcus hyicus (6,0%), Streptococcus spp. (6,0%), Streptococcus uberis (5,0%) e Streptococcus dysgalactiae (2,0%). Várias espécies dos ECN foram encontradas por Beloti et al. (1997) em propriedades de leite B da região do norte do Paraná, totalizando 37 (12,5%) amostras positivas. As espécies com maior freqüência foram: 10 (25,0%) de Staphylococcus hyicus, seis (15,0%) de Staphylococcus chromogenes, seis (15,0%) de Staphylococcus epidermidis e duas (5,0%) de Staphylococcus simulans. Todas as leveduras foram semeadas no meio CHROMagar Candida, porém, nenhuma demonstrou multiplicação. A causa provável é por pertencer a outro gênero, como Cryptococcus, Rhodotorula ou Trichosporon, as quais também ocorrem em mastite bovina (SANTOS; MARIN, 2005; SPANAMBERG et al., 2009). Candida sp. tem sido associada à mastite de bovinos, e em alguns casos, predominando em relação às demais leveduras como o estudo de Costa et al. (2008) que evidenciaram Candida spp. em 25,5% das amostras de leite analisadas em um dos rebanhos. Mas, nesse estudo não foi detectada Candida sp., o que evidencia a pouca relevância de micro-organismos deste gênero na etiologia da mastite do rebanho estudado. O não isolamento de Candida sp está relacionado com outras pesquisas que relatam a baixa frequência destes micro-organimos em casos de mastite bovina. A pesquisa deste patógeno foi no intuito de verificar se essa baixa frequência está relacionada com algum tipo de manejo e com a resistência do animal, sendo que neste estudo não foi possível o isolamento destes, podendo assim ser relatado a resistência dos animais em relação a este patógeno e ou outros fatores relacionados com a imunidade destes animais. As 118 estirpes de estafilococos isoladas demonstraram sensibilidade a maioria dos antimicrobianos testados. Os antimicrobianos com 100% de eficácia foram: rifampicina, gentamicina e ciprofloxacina. Entretanto, foi observado um percentual de resistência de Staphylococcus sp. de 61,8% à penicilina, 15,2% à oxacilina e 9,3% à tetraciclina (Tabela 3). Alguns autores mencionam a resistência de Staphylococcus sp. à penicilina, como é o caso de Andrade et al. (2000) e Scapin, Zanette e Rossi (2010), que verificaram Staphylococcus aureus resistentes na porcentagem de 76,3% e 46,1%, respectivamente. Dados semelhantes, quanto à resistência dos ECP à penicilina e à tetraciclina, foram obtidos por Freitas et al. (2005) com 80,0% à penicilina e 26,0% à tetraciclina e por Martins et al. (2009) com 86,6% à penicilina e 39,0% à tetraciclina. Com relação à oxacilina, foi detectado S. epidermidis e S. simulans resistentes a este antimicrobiano. Verificou-se alguns resultados similares na literatura, como os de Costa et al. (2000) e Machado, Correa e Marin (2008), com 80,7% e 36,3% de ECN resistentes, respectivamente, diferente de Beloti et al. (1997) que não encontraram cepas de ECN resistentes. A variação dos níveis de sensibilidade talvez possa ser explicada pelo uso indiscriminado e inadequado (subdosagens) de antimicrobiano na Medicina Veterinária, possibilitando a seleção de cepas resistentes, pela eliminação de cepas sensíveis e, ainda, pela presença da betalactamase em algumas cepas de Staphylococcus aureus (ANDRADE et al., 2000; FREITAS et al., 2005). Quanto à resistência aos antimicrobianos pelos Streptococcus sp., defrontou-se com um percentual médio de 76,4% à clindamicina, 58,8% à eritromicina e 58,8% à tetraciclina (Tabela 4). 1011 Ocorrência de mastite... CHAGAS, L. G. S. et al. Biosci. J., Uberlândia, v. 28, n. 6, p. 1007-1014, Nov./Dec. 2012 Resultados semelhantes foram obtidos por Moreira, Silva e Mesquita (1997), com 45,1% das cepas resistentes à tetraciclina, e por Ferreira et al. (2010), que observaram 40,0% das cepas de Streptococcus sp. resistentes à eritromicina. Hendriksen et al. (2008) e Pitkälä, Koort e Bjorkroth (2008) também verificaram que Streptococcus sp. isolados foram resistentes à eritromicina e à tetraciclina. Entretanto, Pitkälä Koort e Bjorkroth (2008) relataram sensibilidade à clindamicina. Tabela 3. Porcentagem de resistência aos antimicrobianos de agentes contagiosos isolados de vacas com mastite subclínica e clínica em uma propriedade leiteira no município de Indianópolis – MG, no período de setembro de 2009 a junho de 2010. Antimicrobiano S. aureus (n=62) Outros ECP (n=14) S. epidermidis (n=13) S. simulans (n=8) Outros ECN (n=21) PEN 67,7a 64,2a 38,4a 50,0a 61,9a OXA 4,8a - 53,8b 62,5b 14,2a SUT - 14,2 7,6 25,0 4,7 TET 8,0a 28,5a - - 9,5a CLO - - - 12,5 4,7 CLI 1,6 - - - 9,5 ERI 1,6 7,1 - - 4,7 VAN 1,6 - - - 4,7 COM 1,6 - - - - RIF - - - - - GEN - - - - - CIP - - - - - Legenda: RIF: Rifampicina; GEN: Gentamicina; CIP: Ciprofloxacina; CPM: Cefepime; VAN: Vancomicina; CLO: Cloranfenicol; TET: Tetraciclina; CLI: Clindamicina; SUT: Sulfametoxazol-trimetoprim; ERI: Eritromicina; OXA: Oxacilina; PEN: Penicilina; - (hífen): Fenômeno não ocorre. *As porcentagens nas linhas seguidas de letras iguais não diferem entre si pelo teste de comparação múltipla de proporção com significância de 5%. Tabela 4. Porcentagem de resistência dos microrganismos frente aos antimicrobianos de isolados de vacas com mastite subclínica e clínica em uma propriedade leiteira no município de Indianópolis – MG, no período de setembro de 2009 a junho de 2010. Antimicrobiano Streptococcus agalactiae (n=10) Outros Streptococcus sp. (n=7) CLI 90,0a 57,1a ERI 80,0a 28,5b TET 90,0a 14,2b PEN 10,0a 28,5a CPM - 28,5 VAN - 28,5 CLO - - Legenda: CLO: Cloranfenicol; CPM: Cefepime; VAN: Vancomicina; PEN: Penicilina; ERI: Eritromicina; TET: Tetraciclina; CLI: Clindamicina; - (hífen): Fenômeno não ocorre. *As porcentagens nas linhas seguidas de letras iguais não diferem entre si pelo teste de comparação múltipla de proporção com significância de 5%. É relevante destacar a limitação deste estudo quanto à afirmação da sensibilidade ou resistência das estirpes de estreptococos aos antimicrobianos, devido ao baixo número de estirpes isoladas durante a pesquisa. A presença de micro-organismos contagiosos como causadores da mastite, representa a necessidade de práticas adequadas de higienização durante a ordenha e tomada de medidas profiláticas. A terapia antimicrobiana é uma ferramenta primordial para o tratamento da mastite. Por isso, os testes de suscetibilidade antimicrobiana devem guiar o veterinário a selecionar o mais apropriado agente antimicrobiano para tratamento de infecções intramamária. Surge então, a importância de um monitoramento periódico e contínuo das informações sobre a mastite no rebanho para obter sucesso no controle dessa doença. De fato, o controle da sanidade e das boas práticas de manejo e higiene de ordenha são fundamentais para manutenção do rebanho com menor número de casos de mastite subclínica e agentes patogênicos. 1012 Ocorrência de mastite... CHAGAS, L. G. S. et al. Biosci. J., Uberlândia, v. 28, n. 6, p. 1007-1014, Nov./Dec. 2012 CONCLUSÕES Foram isolados com maior frequência Staphylococcus aureus, seguidos de estafilococos coagulase negativa e Streptococcus agalactiae. Não houve isolamento de Candida sp. O número de casos de mastite subclínica foi superior aos casos de mastite clínica. O monitoramento das práticas de manejo, cuidado e higiene, parecem evitar a presença de micro-organismos importantes tais como os S. aureus em casos de mastite subclínica. AGRADECIMENTOS Ao CNPq por financiar a pesquisa e ao ICBIM por disponibilizar o transporte. ABSTRACT: The objective of this study was to evaluate the occurrence of bovine mastitis by Staphylococcus sp., Streptococcus sp. and Candida sp. in a rural area of Indianópolis, Minas Gerais. It was realized the California Mastitis Test (CMT) in six collect, a total 671 of milk sample positive. Then the microbiological examination was performed, where the results revealed the presence of 137 milk samples with microbial multiplication. These, showed the presence of Staphylococcus aureus (45.2% of strains), other coagulase negative Staphylococcus (10.2%), Staphylococcus epidermidis (9.4%), Staphylococcus simulans (5.8%), other coagulase negative (15.3%), Streptococcus agalactiae (7.2%), other Streptococcus sp. (5.1%) and yeasts (1.4%). It was found that 100% of Staphylococcus were susceptible to rifampicin, gentamicin and ciprofloxacin; but, resistant to penicillin, tetracycline, and oxacillin. Regarding antimicrobial susceptibility Streptococcus, were employed, except to clindamycin, erythromycin and tetracycline. We conclude that there is a great necessity of proper hygiene practices and taking prophylactic measures taken in order to reduce the infection of animals caused by infectious microorganisms and resistance. KEYWORDS: Antimicrobial, Bacterial resistance, Microbiological analysis, Microorganisms, Milk. REFERÊNCIAS ANDRADE, M. A.; DIAS FILHO, F. C.; MESQUITA, A. J.; ROCHA, P. T. Sensibilidade in vitro de Staphylococcus aureus isolados de amostras de leite de vacas com mastite subclínica. Ciência Animal Brasileira, Goiânia, v. 1, n. 1, p. 53-57, 2000. BELOTI, V.; MULLER, E. E.; FREITAS, J. C.; METTIFOGO, E. Estudo da mastite subclínica em rebanhos leiteiros no norte do Paraná. Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 18, n. 1, p. 45-53, 1997. BIASE, N. G.; FERREIRA D. F. Comparações múltiplas e testes simultâneos para parâmetros binomiais de k populações independentes. Revista Brasileira de Biometria, São Paulo, v. 27, n. 3, p. 301-323, 2009. BUENO, V. F. F.; NICOLAU, E. S.; MESQUITA, A. J.; RIBEIRO, A. R.; SILVA, J. A. B.; COSTA, E. O.; COELHO, K. O.; NEVES, R. B. S. Mastite bovina clínica e subclínica na região de Pirassununga, SP: frequências e redução na produção. 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