Microsoft Word - 29-Bio_15235.doc 1339 Original Article Biosci. J., Uberlândia, v. 29, n. 5, p. 1339-1349, Sept./Oct. 2013 RELAÇÕES ENTRE VALOR DE USO E PARÂMETROS FITOSSOCIOLÓGICAS EM DUAS FITOFISIONOMIAS DE CERRADO NO MUNICÍPIO DE UBERLÂNDIA, MG RELATIONSHIPS BETWEEN USE VALUE AND PHYTOSOCIOLOGICAL PARAMETERS IN TWO CERRADO PHYTOPHYSIOGNOMIES IN UBERLÂNDIA MUNICIPALITY - MG Gastão Viegas de PINHO JÚNIOR¹; Lúcia de Fátima Estevinho GUIDO²; André Rosalvo Terra NASCIMENTO³ 1. Biólogo, Mestre em Ecologia e Conservação de Recursos Naturais, depinhoj@gmail.com; 2. Professora, Doutora, Instituto de Biologia – INBIO, Universidade Federal de Uberlândia – UFU, Uberlândia, MG, Brasil; 3. Professor, Doutor, INBIO – UFU, Uberlândia, MG, Brasil; RESUMO: Este trabalho teve como objetivo analisar a relação entre os parâmetros fitossociológicos e o índice de valor de uso para as espécies presentes na comunidade arbóreo-arbustiva em duas fitofisionomias de cerrado no distrito de Miraporanga, município de Uberlândia – MG, a fim de se testar a hipótese da aparência ecológica. Para a amostragem da vegetação foi utilizado o método de quadrantes. Posteriormente, elaborou-se uma lista com os nomes populares das espécies encontradas, sendo indagado aos moradores da região através de entrevistas, questões referentes ao conhecimento e utilização das espécies. Foi calculado o índice de valor de uso para todas as espécies conhecidas pelos moradores. As vinte espécies apresentando os maiores índices de valor de uso foram correlacionadas com seus respectivos parâmetros de freqüência, densidade e dominância, tendo sido encontrado uma correlação moderada entre valor de uso e densidade (0,51) e valor de uso e frequência (0,49) para as espécies encontradas no fragmento de cerrado stricto sensu. PALAVRAS-CHAVE: Etnobotânica. Aparência Ecológica. Cerrado. Espécies arbóreo-arbustivas. INTRODUÇÃO A etnobotânica pode ser definida como a disciplina que estuda a “inter-relação direta entre pessoas de culturas viventes e as plantas de seu meio” (MELO et al., 2008; ALBUQUERQUE; LUCENA, 2005). Tendo como objeto de estudo as complexas interações estabelecidas entre as pessoas e as plantas, a etnobotânica mantem um diálogo constante com disciplinas das mais diversas áreas do conhecimento, tais como a farmacologia, economia, ecologia, genética e tantas outras. Este caráter interdisciplinar da etnobotânica deve-se não somente à complexidade do seu objeto de estudo, que permite – e exige – uma abordagem ampla e multifacetada, mas sim também às suas próprias origens, sendo a etnobotânica o resultado do encontro da antropologia cultural com a botânica (ALBUQUERQUE; HANAZAKI, 2009; NASCIMENTO et al., 2009). Mesmo sendo considerada uma disciplina relativamente nova, a etnobotânica tem demonstrado um considerável crescimento no Brasil nos últimos anos. Concomitante a este fato tem aumentado a preocupação dos pesquisadores da área em impor um maior rigor científico aos estudos etnobotânicos, a fim não só de ampliar o leque de questões passíveis de serem abordadas pela disciplina, como também para desvendar padrões de uso e conhecimento dos recursos vegetais (OLIVEIRA et al., 2009). Neste sentido, tem-se observado nos últimos anos, além da tradicional abordagem descritiva dos trabalhos etnobotânicos, uma maior preocupação com abordagens quantitativas, focadas na utilização do método hipotético-dedutivo. (PHILLIPS; GENTRY, 1993; MELO et al., 2008; ALBUQUERQUE; HANAZAKI, 2009). Dentro deste contexto, ferramentas típicas de estudos ecológicos tem sido incorporada à etnobotânica, como a utilização de medidas de diversidade, estimadores de riqueza e métodos de amostragem vegetacional voltados para a caracterização florística e fitossociológica da vegetação. Além dessa abordagem, teorias e hipóteses ecológicas vem sendo propostas para compreender a relação pessoas-plantas a luz de processos ecológicos e evolutivos (MELO et al., 2008; ARAÚJO; FERRAZ, 2008). Phillips e Gentry (1993) testaram a hipótese da aparência ecológica para compreender a utilização de recursos vegetais pelas populações humanas. Segundo essa hipótese, cunhada em estudos de herbivoria, as plantas mais aparentes (visíveis) na vegetação tendem a ser as mais consumidas pelos herbívoros (PHILLIPS; GENTRY, 1993; ALBUQUERQUE; LUCENA, 2005). Received: 15/05/12 Accepted: 05/12/12 1340 Relações entre valor... PINHO JÚNIOR, G. V.; GUIDO, L. F. E.; NASCIMENTO, A. R. T. Biosci. J., Uberlândia, v. 29, n. 5, p. 1339-1349, Sept./Oct. 2013 Ao testar essa hipótese em estudos etnobotânicos, os parâmetros fitossociológicos como a densidade, a dominância e a frequência são confrontados com os indicadores de uso e conhecimento dessas plantas pelas populações humanas esperando-se, dessa forma, que as plantas mais freqüentes e abundantes na vegetação sejam as mais utilizadas e conhecidas pelas pessoas (ALBUQUERQUE; LUCENA, 2005). Neste sentido, este trabalho teve como objetivo principal investigar se as quarenta espécies (vinte para cada fitofisionomia estudada) com os maiores índices de valor de uso estão positivamente correlacionadas com seus respectivos parâmetros de densidade, frequência e dominância, tendo-se em vista que de acordo com a teoria da aparência ecológica, as espécies mais conhecidas e utilizadas tendem a ser as mais presentes e abundantes na vegetação. MATERIAL E MÉTODOS Área de estudo Foram realizados dois levantamentos fitossociológicos em fitofisionomias distintas: O primeiro em um fragmento de cerradão (19°16’S; 48°27’O), e o segundo em um fragmento de cerrado stricto sensu - (19°15’S; 48°30’O), ambos localizados no distrito de Miraporanga. Este distrito localiza-se no município de Uberlândia - MG (18° 55’ S; 48° 17’ O) – Figura 1.. Miraporanga está inserida em uma região de relevo típico de chapada sobre formações sedimentares com vales espaçados. O Cerrado lato sensu entrecortado por veredas é a vegetação característica desta região, cujos solos são classificados como Latossolo Vermelho e Latossolo Vermelho-Amarelo, profundo, bem drenado e com textura acentuadamente arenosa, e solos hidromórficos de textura arenosa, de mediana a intensamente ácidos, com características distróficas (MORENO; SCHIAVINI, 2001; CÁDIMA; MARÇAL-JÚNIOR, 2004). O clima da região, segundo a classificação de Köppen, é do tipo Aw Megatérmico, com verões chuvosos e invernos secos (ROSA et al., 1991). O distrito apresenta uma população de cerca de 6.051 habitantes, sendo que destes, 139 encontram-se agrupados no núcleo urbanizado, enquanto 5.912 moradores estão espalhados entre as várias fazendas e sítios do entorno, que configuram a zona rural do distrito. As atividades econômicas da região são baseadas na agricultura e na pecuária, sendo o distrito servido por uma escola municipal de ensino fundamental, um posto municipal de saúde, rede de água e esgoto, energia elétrica e alguns estabelecimentos comerciais (CÁDIMA; MARÇAL-JÚNIOR, 2004; PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA, 2008). Figura 1. Localização do estado de Minas Gerais no Brasil, localização do Município de Uberlândia no estado de Minas Gerais e localização da sede do distrito de Miraporanga no município de Uberlândia. (Adaptado de BRITO; PRUDENTE, 2005). 1341 Relações entre valor... PINHO JÚNIOR, G. V.; GUIDO, L. F. E.; NASCIMENTO, A. R. T. Biosci. J., Uberlândia, v. 29, n. 5, p. 1339-1349, Sept./Oct. 2013 Parâmetros fitossociológicos Os levantamentos foram realizados através do método de “ponto-quadrante”, desenvolvido por Cottam e Curtis (1956) (ver DURIGAN et al., 2002). Em cada fragmento foram amostrados 60 pontos e, em cada ponto, foram amostrados os oito indivíduos arbóreos e/ou arbustivos mais próximos (excluindo-se os mortos) ao ponto central da cruzeta, com altura mínima de 1m. Dos 8 indivíduos amostrados por ponto, quatro indivíduos tinham circunferência de tronco, medida a 30 cm do solo, maior ou igual a 15 cm e os outros quatro apresentavam circunferência de tronco menor do que 15 cm. Em ambos os casos, quando a planta apresentava bifurcação abaixo da altura estabelecida, foram tomadas as medidas dos ramos principais, somadas e extraída a média aritmética. Para cada indivíduo foi anotado o diâmetro do caule, a altura e a distância da base do mesmo ao centro da cruzeta. Os parâmetros de dominância, freqüência e densidade foram escolhidos por serem indicadores da visibilidade e disponibilidade das espécies vegetais dentro dos fragmentos (LAWRENCE et al., 2005). Os parâmetros fitossociológicos foram calculados usando o programa FITOPAC SHELL (SHEPERD, 2006). Valor de uso Foram realizadas entrevistas junto aos moradores do núcleo urbano do distrito após os levantamentos fitossociológicos. Estas entrevistas foram realizadas com o intuito de mensurar o valor de uso das espécies encontradas nos levantamentos, a fim de se conhecer as vinte espécies com os maiores índices de valor de uso em cada fitofisionomia estudada. As entrevistas com os moradores do distrito duraram entre 40 e 50 minutos, sendo um total de 17 moradores entrevistados - 7 homens adultos e 10 mulheres adultas. A idade dos informantes variou entre 24 a 89 anos, com uma média de 61 anos. O tempo de residência no distrito de Miraporanga variou de 02 a 89 anos, com uma média de 27 anos. Foi apresentada a cada morador entrevistado uma lista contendo o nome popular das plantas encontradas nos levantamentos fitossociológicos, sendo indagado aos mesmos se essas espécies eram conhecidas. Sendo essa resposta positiva, indagava- se ao morador se o mesmo fazia algum uso ou conhecia alguma utilidade para essa espécie. Também indagou-se aos informantes a periodicidade de uso das espécies e se havia ou não alguma forma de exploração econômica das espécies reconhecidas na entrevista. A escolha dos informantes deu-se através de metodologia mista, intercalando-se o método aleatório em conjunto com o método “bola de neve”; Quando não eram encontrados moradores dispostos a participar das entrevistas, o último entrevistado era convidado a indicar alguém para ser entrevistado. A partir dos dados fornecidos pelos informantes, calculou-se o valor de uso para cada espécie, visando mensurar quais foram as vinte espécies com os maiores índices de valor de uso para cada fitofisionomia. O valor de uso foi calculado de acordo com a seguinte fórmula: VUs = sa (1) Onde: VUs = valor de uso da espécie s; Us= número de usos mencionados por cada informante para a espécie si; n= número total de informantes; Usi= é sempre 1 (um) para todas as espécies, pois somente uma entrevista por informante foi realizada (PHILLIPS; GENTRY, 1993). Valor de uso, parâmetros fitossociológicos e diferenças de uso entre fitofisionomias A normalidade dos dados foi testada e como as premissas não foram atendidas, optou-se por utilizar a correlação de Sperman (rs) para averiguar se existe relação entre as vinte espécies com os maiores indices de valor de uso e os parâmetros de deensidade, freqüência e dominância para cada fitofisionomia estudada. Para verificar se existem diferenças entre o número de citações por categorias de uso para cada fitofisionomia, foi usado o teste de Mann-Whitney (U). Todos os cálculos e análises do presente estudo foram realizados através do programa de análises estatísticas SYSTAT 8 (WILKINSON, 1990). RESULTADOS Conhecimento dos informantes e Categorias de uso Foram colhidas 394 citações dos informantes referentes à utilidade das espécies encontradas nos levantamentos fitossociológicos realizados. Estas citações foram agrupadas em 11 categorias de uso (Tabela 1), modificadas a partir de Prance et al., (1987), onde a categoria “Outros” foi utilizada para agrupar as espécies com menos de duas citações de uso em cada fitofisionomia. Valor de uso e parâmetros fitossociológicos Foram amostradas nas duas fitofisionomias, 98 espécies distribuídas em 44 famílias e 72 gêneros, tendo sido encontradas no fragmento de cerradão 49 espécies agrupadas em 32 famílias. No fragmento de cerrado stricto sensu foram n 1342 Relações entre valor... PINHO JÚNIOR, G. V.; GUIDO, L. F. E.; NASCIMENTO, A. R. T. Biosci. J., Uberlândia, v. 29, n. 5, p. 1339-1349, Sept./Oct. 2013 encontradas 66 espécies distribuídas em 31 famílias. As seis espécies com maior número de indivíduos na área de cerradão representaram 59,58% do total das espécies, enquanto que na área de cerrado stricto sensu as seis espécies com maior número de indivíduos representaram 47,92% do total das espécies (dados não publicados). Aplicando-se o Índice de Similaridade de Sorensen, registrou-se o valor de IS = 33,04%, o que corresponde à similaridade florística entre as duas áreas. Tabela 1. Categorias de uso em que foram agrupadas as citações colhidas dos informantes em duas fitofisionomias de cerrado no Município de Uberlândia, MG. Categorias de uso Especificação de cada categoria Alimentar (Al) Espécies de uso alimentício para o homem Aromatizantes (Arom) Espécies utilizadas para aromatização Artesanal (Art) Espécies utilizadas na confecção de artesanatos Forrageio (For) Espécies utilizadas para alimentação de animais, tanto silvestres quanto domésticos Madeireiro (Mad) Espécies utilizadas na construção de residências. Espécies utilizadas no fabrico de postes, cercas, móveis, ferramentas e lenha também foram incluídas nesta categoria Medicinal (Med) Espécies de uso medicinal para o homem Ornamental (Or) Espécies que foram citadas por sua beleza Repelentes (Rep) Espécies utilizadas como repelentes contra insetos Ritual (Rit) Espécies utilizadas em rituais religiosos Têxtil (Tex) Espécies de uso têxtil Tóxico para animais (Tox. Ani) Espécies consideradas tóxicas para animais Nas Tabelas 2 e 3 encontram-se os nomes científicos e populares das 20 espécies de maior valor de uso para os fragmentos de Cerrado stricto sensu e Cerradão, acompanhados de seus respectivos parâmetros fitossociológicos de densidade, dominância e freqüência. Ao se investigar a relação entre as vinte espécies com os maiores índices de valor de uso e seus respectivos parâmetros fitossociológicos, foi observada uma correlação moderada entre valor de uso e densidade (rs = 0,51) e entre valor de uso e frequência (rs = 0,49) para o cerrado stricto sensu (ZAR, 1999). Por outro lado não foram observadas relações entre os parâmetros fitossociológicos e o uso das plantas para a área de cerradão. Tabela 2. Nomes científicos e populares das 20 espécies com maior valor de uso do fragmento cerrado strictu sensu acompanhados dos valores numérios de valor de uso, densidade, dominância e freqüência. VU = Valor de Uso, DEN = Densidade, DOM = Dominância e FREQ = Frequência). Espécies cerrado stricto sensu VU DEN DOM FREQ Pequi, (Caryocar brasiliense CAMB) 1,176 44,4 0,314 8.33 Araticum (Annona crassiflora Mart) 1,000 44,4 0,1043 10.00 Barbatimão (Stryphnodendron polyphyllum Mart) 1,000 22,2 0,0698 5.00 Assa peixe (Vernonia polyanthes Less) 0,882 29,6 0,002 6.67 Murici (Byrsonima crassa Nied) 0,824 37 0,0436 8.33 Veludo (Guettarda virbunoides Cham. & Schltdl) 0,765 22,2 0,0027 5.00 Pitanga (Eugenia punicifolia H.B.K) 0,765 7,4 0,0616 1.67 Marmelada (Alibertia sessilis Vell) 0,706 74,1 0,0099 16.67 Vinhático branco (Dimorphandra mollis Benth) 0,647 14,8 0,0507 3.33 Ipê amarelo (Tabebuia ochraceae Cham) 0,647 14,8 0,0134 3.33 Falsa quina (Coussarea hydrangeifolia Benth) 0,588 7,4 0,0008 1.67 Cambuatá (Matayba guianensis Aubl) 0,529 59,3 0,0716 13.33 1343 Relações entre valor... PINHO JÚNIOR, G. V.; GUIDO, L. F. E.; NASCIMENTO, A. R. T. Biosci. J., Uberlândia, v. 29, n. 5, p. 1339-1349, Sept./Oct. 2013 Pau terra da folha larga (Qualea grandiflora Mart) 0,529 207,4 0,1075 35.00 Cafezinho (Rudgea virbunoides Cham) 0,471 451,8 0,0362 48.33 Lixeira (Curatella americana L.) 0,471 14,8 0,0211 3.33 Capitão do campo (Terminalia argêntea Mart & Zucc.) 0,412 66,7 0,035 11.67 Jacarandá (Acosmium dasycarpum Vogel) 0,353 140,7 0,0457 25.00 Pimenta de macaco( Xylopia aromática (Lam.) Mart) 0,294 266,7 0,0181 41.67 Laranjinha (Styrax ferrugineus) 0,294 88,9 0,0579 15.00 Pau terrinha (Qualea parviflora Mart) 0,235 66,7 0,3287 15.00 Tabela 3. Nomes científicos e populares das 20 espécies com maior valor de uso do fragmento cerradão acompanhados dos valores numérios de valor de uso, densidade, dominância e freqüência VU = Valor de Uso, DEN = Densidade, DOM = Dominância e FREQ = Frequência. Espécies Cerradão VU DEN DOM FREQ Pequi, (Caryocar brasiliense CAMB) 1.176 23.9 0.2728 10.00 Araticum (Annona crassiflora Mart) 1,000 8.0 0.0955 3.33 Sucupira( Pterodon pubescens (Benth.) 1,000 35.9 0.2262 13.33 Mama-cadela (Brosimum gaudichaudii Trecul) 1,000 16.0 0.0803 6.67 Murici (Byrsonima crassa Nied) 0.824 4.0 0.0064 1.67 Bacopari de mata(Cheiloclonium cognatum Miers) 0.765 8.0 0.0191 3.33 Marmelada (Alibertia sessilis Vell) 0.706 63.9 0.0105 21.67 Guapeba,, (Pouteria torta Mart) 0.706 8.0 0.0516 3.33 Paineira do cerrado (Eriotheca pubescens Mart & Zucc) 0.647 4.0 0.0009 1.67 Amarelinho (Terminalia brasiliensis Camb) 0.647 16.0 0.0467 6.67 Falsa quina (Coussarea hydrangeifolia Benth) 0.588 119.7 0.0146 31.67 Cambuatá (Matayba guianensis Aubl) 0.529 155.7 0.0609 46.67 Pindaíba Preta (Virola sebifera Aubl) 0.529 123.7 0.0685 40.00 Pau terra da folha larga (Qualea grandiflora Mart) 0.529 39.9 0.1399 13.33 Cafezinho (Rudgea virbunoides Cham) 0.471 20.0 0.0242 8.33 Caneleira (Ocotea pulchella Nees et Mart) 0.412 51.9 0.0296 18.33 Chapada (Vatairea macrocarpa Benth) 0.412 12.0 0.0780 5.00 Jacarandá (Machaerium acutifolium Vogel Var) 0.412 8.0 0.0255 3.33 Peroba ( Aspidosperma cylindrocarpon Müll.Arg) 0.412 4.0 0.0010 1.67 Jacarandá (Acosmium dasycarpum Vogel) 0.353 12.0 0.0844 5.00 Diferenças de uso entre fitofisionomias e categorias de uso Não foi observada diferença significativa entre o número de citações por categorias de uso para cada fitofisionomia (Figura 2), o que também foi constatado através do teste de Mann-Whitney (U = 59.00; n1 = 11, n2 = 12, p = 0.660). Nas duas fitofisionomias estudadas as espécies com os maiores índices de Valor de uso foram agrupadas em sua maioria nas categorias madeireira (Mad), alimentar (Al ) e medicinal (Med) (Figura 2). Ao se considerar o número universal de citações, independente da fitofisionomia, nota-se que mais da metade de todas as citações - 88% foram agrupadas nas categorias Mad (36%), Al (32%) e Med (21%). Apesar da semelhança entre as categorias de uso para as duas fitofisionomias, as espécies pertencentes à categoria Tóxica para animais (Tox Ani.) foram encontradas somente no cerrado stricto sensu (Figura 2), sendo que as três espécies que tiveram seu uso agrupado nessa categoria foram respectivamente: faveira (Dimorphandra mollis), com cinco citações, veludo (Guettarda virbunoides), com três citações e o barbatimão (Stryphnodendron polyphyllum) com uma citação. Todas as espécies foram indicadas como sendo abortivas para o gado. 1344 Relações entre valor... PINHO JÚNIOR, G. V.; GUIDO, L. F. E.; NASCIMENTO, A. R. T. Biosci. J., Uberlândia, v. 29, n. 5, p. 1339-1349, Sept./Oct. 2013 A li m e n ta r M a d e ir á v e l M e d ic in a l F o rr a g e io O rn a m e n ta l A ro m á ti c a T ó x ic a p a ra a n im a is T ê x ti l A rt e s a n a to O u tr o s Categorias de uso 0 20 40 60 80 100 120 140 160 N ú m e ro d e c it a ç õ e s Figura 2. Número de citações por categorias de uso em dois fragmentos florestais no Distrito de Miraporanga, Uberlândia, MG. Legenda: cerradão (preto) e cerrado s.s. (branco). É importante ressaltar que uma espécies pôde ser agrupada em mais de uma categoria de uso, sendo comum que as citações dos informantes para uma determinada planta pudessem ser agrupadas em até 5 categorias de uso diferentes (Tabela 4). Tabela 4. Nomes científicos, Valor de Uso e número de indicações por categoria de uso das 20 espécies com maior valor de uso comuns aos 2 fragmentos. Espécies VU Indicações por Categoria Caryocar brasiliense Camb. 1,176 Al (15), Med (1), For (1), Mad (3) Pterodon pubescens (Benth.) Benth. 1,000 Mad (4), Med (12) Brosimum gaudichaudii Tréc. 1,000 Al (10), Méd (5), For (1), Arom (1) Annona crassiflora Mart. 1,000 Al (16), For (1) Stryphnodendron polyphyllum Mart. 1,000 Med (11), Tex (4), Mad (1), Tox. Ani (2) Vernonia polyanthes (Spreng.) Less. 0,882 Méd (13), Tex (1), Mad (1) Byrsonima crassa Nied. 0,824 Al (11), Mad (3) Guettarda viburnoides Cham.& Schltdl. 0,765 Med (7), Tox. Ani.(1), Al (5) Eugenia punicifolia (Kunth) DC. 0,765 Al (13) Cheiloclinium cognatum (Miers) A.C.Sm. 0,765 Al (12), Med (1) Alibertia sessilis (Vell.) K. Schum. 0,706 Al (10), For (2), Mad (1) Pouteria torta (Mart.) Radlk. 0,706 Al (8), Med (1), Mad (2), Or (1) Terminalia brasiliensis Camb. 0,647 Mad (11) Eriotheca pubescens (Mart. & Zucc.) Schott & Endl. 0,647 Art (8), Mad (1), Or (1), Al (1) Dimorphandra mollis Benth. 0,647 Tox. Ani. (5), Mad (5), For (1) Tabebuia ochracea (Cham.) Standl. 0,647 Med (4), Mad (6), Or (1) Coussarea hydrangeifolia (Benth.) Benth. & Hook.f. 0,588 Med (10) 1345 Relações entre valor... PINHO JÚNIOR, G. V.; GUIDO, L. F. E.; NASCIMENTO, A. R. T. Biosci. J., Uberlândia, v. 29, n. 5, p. 1339-1349, Sept./Oct. 2013 Matayba guianensis Aubl. 0,529 Al (1), Mad (6), Med (2) Virola sebifera Aubl. 0,529 Al (1), Mad (7), Med (1) Qualea grandiflora Mart. 0,529 Mad (7), Med (2) Dentre as 20 espécies com maior valor de uso para cada fitofisionomia, as que obtiveram o maior número de indicações para a categoria Madeirável (Mad) foram respectivamente: Capitão (Terminalia brasiliensis), Pindaíba preta (Virola sebifera), Pau-terra da folha larga (Qualea grandiflora), Peroba (Aspidosperma cylindrocarpon) e Jacarandá (Machaerium acutifolium). As espécies com o maior número de citações para a categoria Alimentação (Al) entre as 20 de maior valor de uso foram: Araticum (Annona crassiflora), Pequi (Caryocar brasiliense), Pitanga (Eugenia punicifolia), Bacopari de mata (Cheiloclinium cognatum) e Murici (Byrsonima crassa). Um aspecto relevante do uso das plantas nas duas comunidades vegetais é a maior utilização de duas espécies arbóreas com potencial para uso múltiplo como Caryocar brasiliensis e Stryphnodendron polyphyllum. Para a categoria medicinal (Med), as espécies com o maior número de citações entre as 20 espécies de maior Valor de uso são: Assa peixe (Vernonia polyanthes) – espécie cuja todas as indicações coincidiram no que diz respeito às suas propriedades medicinais no combate à doenças do trato respiratório como pneunomia, bronquite e asma, Sucupira (Pterodon pubescens) – indicada por todos os entrevistados para dores de garganta através do gargarejo de uma emulsão das sementes da planta, Barbatimão (Stryphnodendron polyphyllum) – foi indicado por suas propriedades anti-inflamatória e cicatrizante e Veludo (Guettarda viburnoides) – que foi indicado como sendo bom para o fígado, rim e como “depurativo do sangue”. Periodicidade de uso e exploração econômica dos recursos vegetais Quando questionados sobre a periodicidade de uso e a exploração econômica dos recursos vegetais nativos, todos os informantes que afirmaram fazer uso de algum recurso o disseram fazer de forma esporádica, para atender a necessidades pontuais, como preparar um chá ou colher algum fruto da estação, sendo que nenhum informante afirmou fazer uso econômico de qualquer recurso vegetal nativo. DISCUSSÃO Os valores encontrados para a correlação entre valor de uso e densidade (rs = 0,51) e valor de uso e frequência (rs = 0,49) no fragmento de cerrado stricto sensu e a ausência de correlação entre parâmetros fitossociológicos e valor de uso para o fragmento de cerradão – são resultados semelhantes aos encontrados em estudos similares realizados na Caatinga, onde Ferraz et al., (2006) não encontrou relação entre valor de uso e a disponibilidade de recursos vegetais - nesse caso, medida através do valor de importância (VI). Albuquerque et al., (2007), analisando dois fragmentos de vegetação ciliar próximos ao município de Caruaru encontrou uma fraca correlação entre frequência relativa e valor de uso. Correlações baixas, mas estatisticamente consideráveis, entre valor de uso e parâmetros fitossociológicos também foram encontradas por Torre-Cuadros e Islebe (2003), estudando esta relação para duas diferentes formações vegetais no México e, também, por Cunha e Albuquerque (2006) para um fragmento de Mata Atlântica, o que a princípio corrobora a afirmação de Torre-Cuadros e Islebe (2003) de que “nem todas as espécies vegetais são exploradas de acordo com sua disponibilidade no sistema”. Sendo assim, apesar de vários estudos (GALEANO, 2000; LAWRENCE et al., 2005; THOMAS et al., 2009; LIMA et al., 2012) terem encontrado uma forte relação entre parâmetros fitossociológicos e valor de uso de recursos vegetais nativos, alguns autores como Albuquerque e Lucena (2005) e Torres-Cuadros e Islebe (2003) tem ressaltado que ainda não foram encontradas evidências consistentes para confirmar a constância deste padrão nas diferentes formações vegetais tropicais. Desta forma são necessários estudos regionais em diferentes tipos de vegetação para se conhecer a real abrangência desta hipótese, assim como conhecer melhor outros fatores que podem estar influenciando os padrões de uso dos recursos vegetais pelas populações locais (ALBUQUERQUE; LUCENA, 2005). O grau de conservação de áreas nativas somado a fatores como freqüência e intensidade de uso dos recursos vegetais e a própria manutenção do conhecimento etnobotânico podem estar influindo ora, no conhecimento e utilização destes recursos ora, na distribuição das espécies dentro da 1346 Relações entre valor... PINHO JÚNIOR, G. V.; GUIDO, L. F. E.; NASCIMENTO, A. R. T. Biosci. J., Uberlândia, v. 29, n. 5, p. 1339-1349, Sept./Oct. 2013 comunidade vegetal. Apesar dos informantes entrevistados no presente estudo não terem relatado nenhuma exploração contínua ou econômica dos recursos disponíveis, algumas citações e indicações de uso remetiam a um passado de vegetação mais abundante e uso e conhecimento mais aprofundado dos recursos vegetais. Nas palavras dos próprios informantes: “Antigamente tinha muito pau aí pra madeira e construção” ou “Meu avô só tomava remédio das plantas” e citações categóricas como: “Esta planta é boa pra dor de cabeça, mas eu nunca tomei” ou “antigamente tinha mais mato por ai” podem estar indicando que as gerações atuais nem sempre exploram os recursos vegetais como seus antepassados o faziam, dispondo as mesmas também de um acesso menor a estes recursos. As espécies com os maiores índices de valor de uso comum aos dois fragmentos (Caryocar brasiliense Camb. Pterodon pubescens (Benth.) Benth. Brosimum gaudichaudii Tréc. Annona crassiflora Mart. e Stryphnodendron polyphyllum Mart.), são espécies de uso múltiplo, representativas do bioma cerrado e com o uso vastamente documentado em outros trabalhos (ALMEIDA et al., 1998), indicando que futuras políticas de conservação e manejo dos recursos genéticos vegetais devem levar em conta os aspectos relacionados as práticas de uso das populações locais/nativas, tendo em vista a manutenção da viabilidade genética destas espécies no ambiente natural, haja visto que espécies como o pequi (Caryocar brasiliense), sofrem hoje sérias ameaças devido à pressão extrativista em áreas naturais de cerrado. A importância da categoria “Madeirável” neste estudo, assim como em outros realizados no Cerrado mineiro (BOTREL et al., 2006; DAMASCENO; BARBOSA, 2008) aponta a necessidade de se conhecer melhor o manejo, a periodicidade e a intensidade com que essas populações fazem uso deste recurso, afim de que estes dados sirvam como subsídio para a implementação de programas de conservação e manutenção destas espécies nativas que levem em conta as populações humanas que vivem no entorno. Considerando também a expressividade das categorias alimentar e medicinal neste estudo deve- se ressaltar a importância estratégica da valorização do conhecimento etnobotânico associado à viabilidade e manutenção das comunidades vegetais tendo em vista não somente a preservação da biodiversidade local como também o potencial de uso múltiplo associado a estas espécies, haja vista que este uso pode estar relacionado a fatores tais como segurança alimentar e identidade cultural de várias populações humanas nativas/locais do Cerrado. Dentro de uma ótica mais ampla, estudos etnobotânicos que enfoquem o uso alimentar e medicinal das espécies nativas do Cerrado podem ser ferramentas importantes para o futuro desenvolvimento de cultivares/variedades e produtos a base de espécies nativas, aumentando dessa forma o pool de espécies arbóreo-arbustivas com potencial de utilização em áreas de cerrado, o que certamente contribuirá para a preservação deste bioma, manutenção e aumento da segurança alimentar de diversas populações humanas, assim como a preservação da identidade cultural de populações locais e nativas (NASCIMENTO et al., 2009). CONCLUSÃO Existe uma relação positiva e significativa, porém moderada entre valor de uso e densidade e valor de uso e frequência para a fitofisionomia cerrado stricto sensu, o que, a principio, corrobora a hipótese da aparência ecológica, segundo a qual as espécies mais visíveis e disponíveis no ambiente serão aquelas mais utilizadas pelas populações humanas do entorno. No entanto, esta relação moderada, somada ao fato de nenhum valor significativo ter sido encontrado para a fitofisionomia cerradão, indica que outros fatores podem estar afetando a utilização dos recursos vegetais nativos pela população local estudada. AGRADECIMENTOS Ao Instituto de Biologia da UFU pelo apoio ao trabalho. Ao auxílio do Prof. Dr. Glein Monteiro de Araújo (INBIO - UFU) na identificação das espécies vegetais. A toda a comunidade do distrito de Miraporanga pela hospitalidade e boa vontade em colaborar com o nosso trabalho. ABSTRACT: In this study our main goal was to analyse the relationship between phytosociological parameters and the use value index for plant species found in two cerrado phytophysiognomies in Miraporanga, a rural section of Uberlândia municipality in Minas Gerais state, in order to test the ecological appearance hypothesis. For vegetation sampling we applied the quadrat method. Afterwards, we created a list containing the vernacular names of all plant species 1347 Relações entre valor... PINHO JÚNIOR, G. V.; GUIDO, L. F. E.; NASCIMENTO, A. R. T. Biosci. J., Uberlândia, v. 29, n. 5, p. 1339-1349, Sept./Oct. 2013 found and then asked Miraporanga dwellers about usage and their knowledge on these plant species. We calculated the use value for all known plant species. The twenty plant species bearing the highest use value indexes were correlated to their frequency, density and dominance parameters. We found a moderate correlation between use value and density (0.51) and use value and frequency (0.49) for species found in cerrado stricto sensu remnant. KEYWORDS: Ethnobotany. Ecological appearance. Cerrado. Shrub-tree species. REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, U. P.; LUCENA, R. F. P. Can apparency affect the use of plants by local people in tropical forests? Interciencia, Caracas, v. 30, n. 8, p. 506-511. 2005. ALBUQUERQUE, U. P.; HANAZAKI, N. 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