Microsoft Word - 14-revisado-534.doc Review Article Biosci. J., Uberlândia, v. 23, n. 4, p. 108-119, Oct./Dec. 2007 108 UTILIZAÇÃO DE ADESIVOS TECIDUAIS EM CIRURGIAS USE OF TISSUE ADHESIVES IN SURGERIES Letícia Souza SILVA1; João Batista FIGUEIRA NETO2; André Luiz Quagliatto SANTOS2 1. Graduanda em Medicina Veterinária, Universidade Federal de Uberlândia – UFU. leticiasouza@vet.ufu.br ; 2. Professor, Doutor, Faculdade de Medicina Veterinária - UFU RESUMO: Com o objetivo de vencer desafios, como redução do tempo cirúrgico e complicações pós- operatórias decorrentes da síntese deficiente dos tecidos, os cirurgiões vêm buscando alternativas, e dentre estas, surgiram os adesivos cirúrgicos que representam uma opção às suturas convencionais. Entre as vantagens oferecidas pelos vedantes teciduais estão: a facilidade de aplicação do produto, diminuição do tempo cirúrgico, uma vez que elimina o tempo despendido com a sutura tradicional, além de redução do período de recuperação da ferida cirúrgica por facilitarem a síntese tecidual. Os principais adesivos utilizados atualmente em medicina humana e veterinária são constituídos fibrina, cianoacrilato, gelatina-resorcina-formaldeído e colágeno. Apesar de ainda não serem adequados para substituir completamente os fios de sutura, os adesivos já são recomendados de forma preferencial em alguns tipos de tecidos. O objetivo desta revisão é possibilitar uma visão mais ampla do progresso alcançado pelos cirurgiões quanto à utilização de adesivos cirúrgicos, facilitando e estimulando a execução de novas pesquisas em procedimentos cirúrgicos e tecidos ainda não testados. PALAVRAS-CHAVE: Adesivo cirúrgico. Cola de fibrina. Cianoacrilato. GRF. Adesivo de colágeno. INTRODUÇÃO O ramo mais antigo da terapêutica é certamente a cirurgia e seu início se deu na pré- história com o surgimento do homem primitivo, que em sua luta diária pela existência se envolvia constantemente em conflitos com presas que caçava, ou animais que o perseguiam. Nesta época, as feridas eram tratadas por métodos primitivos como aplicação de musgos, teias de aranha e até mesmo com a simples pressão local (SOUZA et al., 2001; CUNHA, 1976). Apesar de os procedimentos cirúrgicos serem tão antigos quanto os homens primitivos, o primeiro registro do fechamento de feridas ocorreu apenas em 1.100 antes de Cristo, quando incisões abdominais feitas em múmias, eram fechadas com couro (MAJNO, 1975). Com o passar do tempo, os povos foram aprimorando seus conhecimentos, e conseqüentemente, alternativas surgiram melhorando assim os protocolos de tratamento das feridas, dentre elas, as cirúrgicas (ADAM et al., 2004). Atualmente, sabe-se que depois de proceder às manobras técnicas e táticas para promover a recuperação adequada da forma e da função do órgão ou região anatômica submetido à cirurgia, o cirurgião prossegue com o fechamento da ferida operatória, devendo para isto escolher um meio de apoio mecânico. Grande parte das feridas cirúrgicas requer um apoio mecânico constante, que mantenha suas bordas aproximadas, enquanto procede a cicatrização (MORANDINI; ORTIZ, 1992). Para Adam et al. (2004), os grandes desafios dos cirurgiões são o tempo cirúrgico e as complicações pós-operatórias ocasionadas em decorrência da síntese deficiente dos tecidos. E é por isto que desde o primeiro registro do fechamento de feridas, que várias pesquisas trouxeram avanços no fechamento por sutura sintética, grampeadores, fita adesiva e mais recentemente os adesivos teciduais. Os adesivos cirúrgicos representam uma alternativa às suturas convencionais apresentando vantagens como facilidade técnica, diminuição do trans cirúrgico, uma vez que reduzem o tempo despendido com a síntese, reduzindo portanto o risco de contaminação, já que o órgão ou região anatômica submetida à cirurgia fica menos exposto ao ambiente, além de diminuir o período de recuperação da ferida cirúrgica por facilitar a síntese tecidual (ANDRADE et al., 2001). Troot (1997) considera que o vedante ideal apresenta adesão rápida ao tecido submetido à sutura, não libera calor em excesso, é estável a temperatura corporal, mantém a adesividade mesmo em contato com umidade, não provoca lesão na região dos tecidos envolvidos no processo de cicatrização, não é potencialmente carcinogênico e é passível de ser esterilizado. Contudo, os adesivos ainda não são adequados para substituir completamente os fios de sutura, por não possuírem suficiente força tensional, embora sejam importantes em vários tipos de sutura, Received: 04/11/06 Accepted: 11/05/07 Utilização de adesivos… SILVA, L. S.; FIGUEIRA NETO, F. B.; SANTOS, A. L. Q. Biosci. J., Uberlândia, v. 23, n. 4, p. 108-119, Oct./Dec. 2007 109 e recomendados de maneira preferencial em alguns tipos de tecidos (PAPATHEOFANIS; BARMADA, 1993). Existem várias sinonímias para as substâncias que possuem a propriedade de se aderir a tecidos orgânicos (PAPATHEOFANIS; BARMADA, 1993). Estas substâncias são referidas como adesivos cirúrgicos ou teciduais, vedantes, colas, ou simplesmente adesivos. Para Biondo-Simões et al. (1993), os vedantes teciduais são classificados, quanto à composição, em biológicos que são fibrinogênio associado à trombina, gelatina combinada a resorcina e adesivo derivado de colágeno. E os não biológicos que correspondem aos cianoacrilatos (metil-2-cianoacrilato, isobutilcianoacrilato, butil-2- cianoacrilato, metil-α-cianoacrilato). Ainda, segundo os mesmos autores, os adesivos podem ser classificados quanto ao uso, em: isolado, quando utilizado como principal contensor da ferida cirúrgica e coadjuvante, quando é associado a outro tipo de sutura, como substância impermeabilizante. A presente revisão objetivou listar os principais adesivos, sejam eles biológicos ou sintéticos utilizados em cirurgia, bem como suas composições, estruturas e situações mais indicadas. E ainda, possibilitar uma visão mais ampla do progresso alcançado pelos cirurgiões na utilização de adesivos cirúrgicos, o que possivelmente, contribuirá com a execução de novas pesquisas sobre o tema em questão, bem como em procedimentos cirúrgicos e tecidos ainda não testados. Adesivos teciduais Os adesivos sintéticos se aderem aos tecidos por penetração da película monomérica, e ocorre por atração eletrostática, ponte de hidrogênio, atração das massas ou força de Van der Walls. A indicação do adesivo é dada pelo comportamento físico- químico que deve ajustar-se aos parâmetros biológicos do tecido ou órgão (SCHMEISSNER, 1970). A primeira utilização de adesivo capaz de colar tecido biológico ocorreu no século XIX, quando Gamba Curta, uma artista de circo realizava exibicionismo retirando fragmentos da própria pele e depois os colava com uma substância capaz de realizar fixação e cicatrização. Estas exibições inspiraram Barônio (1804) na realização de transplantes de pele de cauda de ovelhas, utilizando o mesmo material (SOUZA et al., 2001). Sano (1943 apud Cunha, 1976), desenvolveu um método de fixação de fragmentos de pele sem o uso de sutura ou curativos compressivos. O mesmo método foi amplamente usado na segunda guerra mundial, principalmente no tratamento de queimaduras. Em1940, iniciou-se o emprego de adesivos biológicos na síntese de tecidos com resultados variáveis (MORANDINI; ORTIZ, 1992). Adesivo de fibrina Cushing empregava fragmentos de coágulos para provocar hemostasia. Grey realizava experimentos com fibrina de sangue ovino (FONTES et al., 2004). Esta substância era usada no controle de sangramento em lacerações cutâneas e cerebrais de cães e gatos. Harvey (FONTES et al., 2004), converteu fibrina em um material semelhante a papel, que era usado no reparo de feridas e em anastomoses intestinais para promover hemostasia. O adesivo foi praticamente esquecido e só na década de 70 com o desenvolvimento da microcirurgia ganhou novo impulso (HOLCOMB; PULSATERI, 1999). a) Composição Este vedante tecidual é composto por fibrina, fator XIII e trombina humana. A fibrina é uma substância produzida pelo fibrinogênio humano submetido a um rigoroso processo de purificação, depois é concentrado e pasteurizado. Na reconstituição para uso são utilizadas soluções de aprotinina, que é um agente antifibrinolítico com função de estabilizar o coágulo formado, e cloreto de cálcio. A reconstituição do material reproduz os últimos passos da coagulação o que representa um mecanismo fisiológico na hemostasia (CHEN et al., 1998; FAGUNDES et al., 2001 e 2002). Segundo Inovação em medicina (2004), a UNICAMP (Universidade de Campinas) desenvolveu um processo que permite a incorporação de doadores de óxido nítrico na estrutura dos adesivos à base de fibrina. O objetivo é reduzir processos inflamatórios e infecciosos no pós-cirúrgico, isto facilitará o processo de cicatrização, principalmente quando usado em suturas que envolvam vasos. b) Apresentação Cada um dos componentes é apresentado separadamente em frascos, dando um total de quatro: 1- concentrado protéico; 2- aprotinina; 3- trombina seca; 4- cloridrato de cálcio (MORANDINI; ORTIZ, 1992). O adesivo deve ser preparado no momento do uso, sendo que devem permanecer aquecidos em equipamento fornecido pelo fabricante. Ao se unirem em uma seringa própria para aplicação, levam de 10 a 20 segundos para iniciar a coagulação e dependendo da Utilização de adesivos… SILVA, L. S.; FIGUEIRA NETO, F. B.; SANTOS, A. L. Q. Biosci. J., Uberlândia, v. 23, n. 4, p. 108-119, Oct./Dec. 2007 110 concentração de trombina, de cinco a 20 minutos para atingir o efeito adesivo máximo. Depois de preparado o tempo máximo de aproveitamento é de 4 horas (FAGUNDES et al., 2002). c) Mecanismo de ação O processo de reconstituição do material mimetiza os últimos passos da cascata de coagulação, que ocorre normalmente no organismo, ou seja, o fibrinogênio interage com a trombina e libera uma fibrina monomérica, que na presença do fator XIII e do cálcio transforma esta fibrina em polimérica por meio de diversas pontes. A absorção do adesivo se dá com o mínimo de reação tissular em um período de 30 a 50 dias (BIONDO-SIMÕE et al., 1993). A degradação da fibrina é feita pela plasmina, sendo que sua ação é inibida em presença de aprotinina, prolongando, desta forma, sua atividade adesiva (ELLIS; PELAUSA, 1988). d) Vantagens O adesivo de fibrina age positivamente favorecendo a cicatrização da ferida cirúrgica, porque produz hemostasia local e estimula o fluxo de macrófagos com formação de fatores como a angiotensina, que liberados favorecem a angiogênese, induz a proliferação de fibroblastos e a produção de colágeno (PRADO FILHO et al., 2002). Além de não provocar reação inflamatória e tecidual no local da aplicação, possui efeito tóxico e carcinogênico desprezíveis, é biodegradável. Seu mecanismo de liberação nos tecidos é lento, não gera produtos de degradação tóxicos, sendo que 20% de sua massa original são desintegrados por fibrinólise, em 72 horas, após a aplicação (SILVA, 1999). Segundo MAcCarthy et al. (1987) a fibrina previne deiscências. Estes pesquisadores utilizaram o adesivo em experimentos de anastomose esofagogástrica, em cães. e) Desvantagens Por ser, em parte, derivado do sangue humano, ocorrem restrições ao seu uso por haver risco de transmissão de doenças virais, além de possuir alto custo (PARK et al., 1997). O que também limita o seu uso é o fato de a fibrina sofrer desnaturação, quando em contato com álcool ou iodo (ELLIS; PELAUSA, 1988). f) Indicações Anastomoses de tubas de Falópio ou oviduto (DARGENIO et al., 1986), aneurisma aórtico (BICAL, 1987), lesões esplênicas (CHUNG; NAGY, 1988), síntese de córnea (ROSTRON et al, 1988), próteses auriculares (FELDMAN et al., 1988), fístula bronco pleural (YORK, 1990), fistula bronco pleural (YORK, 1990), trauma hepático, hepatectomia e sangramento vesical (MORANDINI; ORTIZ, 1992), vedação de linhas de suturas vasculares (MILNE et al., 1996), queimaduras (CLARK, 2000), em cirurgia cardíaca para redução de hemorragia peroperatória através de nebulização do adesivo sobre o mediastino anterior (HATTORI et al., 2000), suturas mecânicas do pulmão (MORIO et al., 2000), na dura-máter e para conter o vazamento de líquor cerebroespinhal (YAMAKAMI et al., 2000). Os adesivos compostos de fibrina também são indicados em hemostasia local, tanto em pacientes com defeito na cascata de coagulação, quanto naqueles que utilizam ante coagulantes. Neste caso, a cola pode ser usada nas linhas de sutura e nos orifícios dos pontos. São eficazes no reforço de linhas de sutura por grampeadores no esôfago e retrossigmóide, onde não há serosa, suturas gastrintestinais, fixação de enxertos cutâneos, em fistulas bronco pleurais para eliminação de vazamentos de ar, superfícies pulmonares cruentas, após decorticação ou ressecção do pulmão, lesões de nervos periféricos por traumatismos, em cirurgias de tímpano, anastomoses micro vasculares, feridas de tensão mínima como blefaroplastias e anastomoses intestinais (FANGUNDES et al., 2000). Os resultados também são positivos quando se utiliza o adesivo em superfície radicular de reimplante dentário tardio (FATTAH, 2002), mioescleropexia posterior (MOREIRA et al., 2004), tratamento periodontal (BECKER, 2005), ressecção de linfangiomas (BOULOS et al., 2005), fistula nefrocutânea persistente (BRADFORD et al., 2005), fistula gastro-jejunal (GARCIA-CABALLERO et al., 2005), ulcera e perfurações de córnea (HICK et al., 2005), transplante de córnea (PFISTER et al., 2005), cirurgia endonasal (VAIMAN, et al., 2005) e em fistula anal (VITTON et al., 2005). Adesivos derivados do cianoacrilato O cianoacrilato foi descoberto por Ardis (1949, apud FRANCISCO NETO et al., 1998), e foi empregado na indústria e no dia-a-dia alcançando sucesso devido a adesividade que proporcionava. A primeira descrição da utilização de adesivos sintéticos, data de 1958, quando Block (INOU, 1962), empregou epóxi (ou epoxilina) na união de tecido ósseo em fraturas experimentais. Na mesma década, polímeros de poliuretano foram empregados também na consolidação de fraturas, por Mandarino; Salvatori (SOUZA et al., 2001). Coover; Wicker (1959) relatam o rápido enrijecimento dos cianoacrilatos e sua potente propriedade adesiva. Após reformulação de sua síntese pelo método de Mckeever em 1958 (FRANCISCO NETO et al., 1998), cresceu o Utilização de adesivos… SILVA, L. S.; FIGUEIRA NETO, F. B.; SANTOS, A. L. Q. Biosci. J., Uberlândia, v. 23, n. 4, p. 108-119, Oct./Dec. 2007 111 interesse cirúrgico em relação aos cianoacrilatos, com perspectivas positivas de resultados, por possuírem boa adesão e serem bactericidas (BORBA et al., 2000; FRANCISCO NETO et al., 1998). Segundo Lamborn (1970), o metil-2- cianoacrilato foi o primeiro monômero acrílico com propriedades físico-químicas e biológicas avaliadas para uso médico. Ele e seus derivados foram utilizados em animais e na espécie humana, em praticamente todos os tecidos orgânicos. Inou (1962) foi o primeiro autor a relatar o uso de metil-cianoacrilato em tecidos vivos com sucesso. Ele fez a utilização deste adesivo em estômago, traquéia, baço, osso, músculos e intestino delgado. Segundo Fagundes et al. (2002) o metil-2- cianoacrilato, apresenta características tóxicas, contudo a quantidade de adesivo necessária para promover a adesão tecidual é muito pequena, não oferecendo risco aos tecidos ou órgãos submetidos à técnica. Acredita-se que o dano aos tecidos relaciona-se mais com a reação de oxidação do que com a liberação de calor da reação exotérmica (PAPATHEOFANIS; BARMADA, 1993). Com o objetivo de reduzir a toxicidade, foram promovidas diversas alterações na composição do cianoacrilato substituindo-se o radical metil por etil, butil, hexil até dexil (FISCH, 1962). Porém, estas alterações de grupamento fizeram diminuir a adesividade, já que, quanto maior a cadeia lateral; menor a adesividade. No entanto, isto trouxe vantagens como menor intensidade da reação exotérmica e conseqüentemente, menor lesão tecidual e toxicidade por liberar pequenas quantidades de produtos de degradação (formaldeído e metil- cianoacetato), quando comparado com o metil- cianoacrilato, que possui o radical com menor cadeia (PAPATHEOFANIS; BARMADA, 1993). a) Composição Os cianoacrilatos compreendem monômeros mono-funcionais puros, cujas bases são ésteres do ácido cianoacrílico. Em geral os adesivos de cianoacrilatos não possuem co-reagentes ou estabilizadores, porque contém propriedade de hemopolimerização rápida a temperatura ambiente (FAGUNDES et al., 2002). b) Apresentação Apresenta-se em bisnagas e possui coloração azulada, o que facilita sua visualização no campo cirúrgico (FAGUNDES et al., 2002). c) Mecanismo de ação Os monômeros do cianoacrilato são catalisados por diminutas quantidades de água em contato com o ar, convertendo-se em polímeros em estado sólido. A solidificação da película varia de 2 a 60 segundos, o que depende da espessura da película, quantidade de umidade presente na superfície de aplicação e do comprimento da molécula da cadeia alquílica (SLATTER et al., 1998). d) Vantagens Os cianoacrilatos são auto-esterilizáveis (MATTHEWS, 1993), têm propriedades bactericidas que decorre da liberação dos seus produtos de degradação (TROTT, 1997), e a própria película adesiva funciona como barreira física contra a invasão bacteriana (BARBOSA, 2003). Ainda são capazes de realizar hemostasia de maneira efetiva e imediata, são de fácil aplicação e rápida adesão a tecidos moles e duros (BLANCO, 1994). Apresenta resistência a solventes como o álcool, benzeno e acetona, a polimerização não é influenciada pela pequena quantidade de água, e é capaz de suportar altas temperaturas, sendo destruído nas superiores a 100° C (BIONDO- SIMÕES et al., 1993). e) Desvantagens A toxicidade tecidual deve ser lembrada, especialmente quando se faz uso de metil e propil- cianoacrilato. Ela se caracteriza por inflamação, necrose tecidual, formação de granulomas por corpo estranho e ainda afastamento das bordas da ferida (DEBONO, 1997; GIRAY et al., 1995; WOODWARD et al., 1965). Os cianoacrilatos são contra-indicados em feridas infectadas e/ou profundas, e também não deve ser usado em sangramento excessivo de artérias, porque apesar de cicatrizante, o adesivo pode não ser capaz de estancar totalmente o sangramento (BARBOSA, 2003). Em tecido muscular provoca intensa reação irritante no local e calcificação de vasos, e na medula óssea, ocorre necrose intensa e efeito pirogênico (SILVA, 1998; TUCK et al., 2000). e) Indicações São indicados no reparo de lesões renais (MATSUMOTO et al., 1967c), na reconstituição de ossículos do ouvido (HOHMANN; KARL, 1974). Sistema músculo esquelético em reparo de tendões (POWELL et al., 1989), fixação de esquírola óssea e próteses ortopédicas (BORGES et al., 1992), lesão em cartilagem (XAVIER. et al., 1999), articulações (FAGUNDES et al., 2002) e reparo de nervo periférico (PERINOS- FERNANDEZ et al., 2005. No sistema digestório para reparo de dentes (HEROD, 1990) e anastomoses gastrintestinais (BIONDO-SIMÕES et al., 1993). Utilização de adesivos… SILVA, L. S.; FIGUEIRA NETO, F. B.; SANTOS, A. L. Q. Biosci. J., Uberlândia, v. 23, n. 4, p. 108-119, Oct./Dec. 2007 112 Em medicina veterinária: remoção de unhas, corte de orelha, esfoliações e cortes em procedimentos de banho e tosa, no sistema digestório em extração de dentes (MAGALHÃES et al., 1997). Os derivados isobutil, n-butil e fluoro são mais indicados para uso clínico, enquanto os ésteres n-butil e isobutil-2-cianoacrilato são especificamente comercializados para a utilização em cirurgia veterinária (SLATTER, 1998). São utilizados em esterilização feminina por técnicas não cirúrgicas através de oclusão das tubas uterinas (PELAGE et al., 1998), , sistema tegumentar: em medicina humana e veterinária na integração de enxertos de pele (CRUZ et al., 2000), fístula brônquio pleural (SCAPPATICCI, 2000), órgãos parênquimatosos: fígado, baço, rins (SILVA, 1998; TUCK et al., 2000). São também recomendados em deiscência de suturas, estenoses intestinais, fístulas entéricas, anastomoses esofágicas, ulcera gástrica perfurada, aderências, fistulas esofágicas, gástricas, reto vaginais e varizes gástricas sangrantes. No sistema geniturinário em micro cirurgia para recanalização tubária, priapismo, fissura de bolsa amniótica, episiorrafias, conização de colo uterino, obstrução tubária, fístulas vesicovaginais, dutos deferentes e bexiga urinária lesão. Sistema cardiovascular nas fístulas arteriovenosas, embolizações vasculares, micro anastomoses vasculares. Sistema respiratório no parênquima pulmonar, pequenos brônquios, fístulas traqueoesofágicas (FAGUNDES et al., 2002). Podem ser usados com segurança em cirurgias oftalmológicas, por exemplo, ráfia de córnea (MOTA et al., 2003), tratamento de afinamentos, perfurações corneais (FELBERG, 2003), cirurgias de córnea (MESKIN et al., 2005). Se obtém bons resultados na aplicação de feridas cutâneas como queiloplastias primárias (CALOI et al., 2005), hérnia hiatal e inguinal (KATO et al., 2005). No sistema nervoso central: embolia de vasos anormais (exemplo, fístulas arteriovenosas), tumores ricamente vascularizados, antes da ressecção cirúrgica (FOSSUM, 2002) e hemostasia vascular (SCHENK et al., 2005). Adesivo de Gelatina-resorcina-formaldeído O adesivo de gelatina-resorcina-formaldeído (GRF) foi descoberto nos anos 80. Fagundes et al. (2002) relatam que em 20 anos, vários trabalhos foram publicados com resultados adversos dos esperados. Campos et al. (2000) realizaram um experimento que apontou o polimerizante formaldeído como o maior responsável pela reação inflamatória apresentada pelos tecidos em que se utiliza esta cola. Os autores concluíram que a polimerização do adesivo, antes de sua aplicação, o tornou menos irritante aos tecidos, sendo este o método mais conveniente de sua utilização. a) Composição O adesivo de GRF é composto de duas partes, uma viscosa, a gelatina, e a outra líquida, o polimerizante (FERRIGNO et al., 2003). b) Apresentação Apresenta-se em duas frações, uma com substancia colágena e outra com a solução polimerizante (MORANDINI; ORTIZ, 1992). c) Mecanismo de ação O composto formado por gelatina e resorcina se polimeriza pelo contato com o formaldeído medicinal, ocorrendo à formação de uma rede tridimensional com propriedades adesivas, e a polimerização se dá em aproximadamente dois minutos (FERRIGNO et al., 2003). d) Vantagens A cola de GFR é flexível, possui baixa toxicidade após polimerizado, e é biodegradável (FERRIGNO et al., 2003). Possui ação bactericida pela atividade e presença da resorcina e do formaldeído (KOEHNLEIN; LEMPERLE, 1969). e) Desvantagens As principais desvantagens são a baixa transparência e a necessidade de uso de formaldeído livre para a sua polimerização (GRUPENMACHER; ADIB, 1990). Deve ser aplicado sobre superfícies secas, pois a umidade prejudica sua ação adesiva (PAULISTA et al., 1988). Quando comparado com os outros adesivos pode provocar necrose em órgãos parênquimatosos como fígado, baço e rins, além de apresentar pior adesividade (FAGUNDES et al., 2002). f) Indicações Dentre suas indicações está a fixação de valvas interatrioventriculares e reparo de paredes ventriculares do coração (HATA et al., 1999 e 2000). A Europa e o Japão, a partir dos anos 90 passaram a utilizar este adesivo em: aneurismas aórticos dissecantes, sendo esta sua principal indicação (FAGUNDES et al., 2002). Adesivo de colágeno O adesivo de colágeno foi descoberto recentemente. Em experimentos com ratos, na cicatrização de feridas cutâneas, apresentou melhor resultado quando comparado com o adesivo derivado de fibrina (FAGUNDES et al., 2002). a) Composição Utilização de adesivos… SILVA, L. S.; FIGUEIRA NETO, F. B.; SANTOS, A. L. Q. Biosci. J., Uberlândia, v. 23, n. 4, p. 108-119, Oct./Dec. 2007 113 Ele é sintetizado a partir de colágeno derivado da pele de suíno, ácido glutâmico e dicarbamida hidrossolúvel (SEKINE, 2001). b) Mecanismo de ação Esta cola é absorvível, sendo sua absorção controlada pela concentração de colágeno que é adicionado aos componentes utilizados em sua formulação (FAGUNDES et al., 2002). c) Vantagens Não apresenta risco de transmissão viral por não ser derivado de sangue humano, não causa histotoxicidade, uma vez que não contem formaldeído em sua composição, além de possuir baixo custo (SEKINE, 2001). d) Indicações Em estudos experimentais o vedante de colágeno apresentou bons resultados em tratamento de feridas (SEKINE, 2001); controle de sangramento em cirurgias de modo geral e procedimentos ortopédicos (CO STATIS MULTI CENTER, 2001). Apresentou ainda, bons resultados quando usado em esôfago, traquéia, pele, e como sua absorção é controlada pela concentração de colágeno, acredita-se que este adesivo apresentará melhores resultados em parênquima pulmonar quando comparado com a cola de fibrina (SEKINE et al., 2001). CONSIDERAÇÕES FINAIS A cola de fibrina já é utilizada com segurança em vários procedimentos cirúrgicos. O cianoacrilato apresenta amplas indicações tanto em medicina humana quanto em veterinária, isto graças ao aperfeiçoamento alcançado através de pesquisas que culminaram na reformulação de sua cadeia lateral o que proporcionou uma diminuição de seus efeitos adversos nos tecidos empregados. Recentemente se descobriu qual fração do vedante de GRF é mais tóxica e como reduzir a toxicidade no momento de sua utilização. O adesivo de colágeno demonstrou eficácia em alguns estudos experimentais e se mostrou em algumas situações melhor e mais barato que a cola de fibrina. Contudo, ambos ainda necessitam de vasta e minuciosa investigação para que sejam usados com segurança em medicina humana e veterinária. ABSTRACT: The goal is to win challenges, such as surgical time reduction and postoperative complications originated from tissue deficient synthesis; surgeons have been searching for alternatives, out of these, the surgical adhesives came up and represent an alternative to conventional sutures. Amongst the advantages offered by tissue adhesives some are: technical facility, surgical time reduction, besides reducing the surgical wound recovery period, by facilitating tissue synthesis. The main adhesives used nowadays in both human and vet medicine are fibrin adhesives, cyanoacrylate adhesives, gelatin-resorcin-formaldehyde adhesives and collagen adhesives. In spite of not being suitable to completely replace the suture wire, the adhesives are already preferentially recommended in some kinds of tissues. The objective of this revision is to make possible a broader vision of the progress made by surgeons within the utilization of surgical adhesives, facilitating and stimulating the execution of new researches in surgical procedures and not yet tested tissues. KEYWORDS: Surgical adhesive. Fibrin kola. Cyanoacrylate. GRF. Collagen adhesive. REFERÊNCIAS ADAM, J.; SINGER, M. O.; THODE JR., PhD. A review of the literature on octylcyanoacrylate tissue adhesive. Surgery, New York, v. 187, p. 238-248, Fev. 2004. ANDRADE, J. N. B. M., CUEVAS, S. E.; MANISCALCO, C. L.; STEFANES, S. A. Uso do etil-cianoacrilato na síntese da parede vascular em cães. Ars Veterinária, Jaboticabal, v. 17, n. 3, p. 172-176, 2001. BARBOSA, C. M. Avaliação do efeito do adesivo n-butil cianoacrilato na técnica de gastropexia em cães. 2003. 30 p. Monografia (Graduação em Medicina Veterinária) – Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade de Brasília, Brasília, 2003. BECKER, W. 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