Microsoft Word - 6-revisado-583.doc Original Article Biosci. J., Uberlândia, v. 23, n. 3, p.50-59, July./Sept. 2007 50 AVALIAÇÃO DE CULTIVARES DE FEIJÃO COMUM PARA O PLANTIO EM SISTEMA ORGÂNICO NO CERRADO, CICLO 2004/2005 EVALUATION OF COMMON BEAN CULTIVARS IN ORGANIC SYSTEM IN THE BRAZILIAN CERRADO, CYCLE 2004/2005 Wellington Pereira de CARVALHO1; Alberto Luiz WANDERLEY2 1. Engenheiro Agrônomo, Pesquisador, Embrapa Cerrados. well@cpac.embrapa.br ; 2. Engenheiro Agrônomo, I-Tec Biotecnologia Agrícola RESUMO: Cresce o número de consumidores e agricultores interessados em alimentos orgânicos, produzidos sem agroquímicos. A utilização de cultivares adaptadas a esse sistema de plantio é uma medida que contribui para elevar a sustentabilidade e a estabilidade do agroecossistema. O objetivo deste trabalho foi avaliar diferentes cultivares de feijão comum (Phaseolus vulgaris) em sistema orgânico de produção. Utilizou-se o delineamento experimental de blocos ao acaso com quatro repetições. O estudo foi conduzido na forma de teste de avaliação local, sendo que as cultivares BRS Marfim, IAPAR 81, Pérola, IPR Uirapuru, Jalo EEP, Xamego, Diamante Negro, Vermelho 2157, Roxo 90, Jalo Precoce, BRS Vereda, Iraí, BRSMG Talismã, BRS Timbó, BRS Radiante, BRS Valente, Goiano Precoce, Diacol Calima e BRS Aporé, constituíram os tratamentos. Foram conduzidos dois ensaios, no ano de 2004, um sob irrigação, na época da seca, e outro em condições de sequeiro, na época das águas. A cultivar BRS Marfim foi a mais produtiva na média dos dois sistemas. Sob condições de irrigação, além dessa cultivar, as cultivares Iapar 81, Pérola, IPR Uirapuru, Jalo EEP 558 e Xamego tiveram produtividade significativamente superior às demais e em condições de sequeiro, as cultivares Vermelho 2157, BRS Marfim, Diacol Calima, Diamante Negro, Pérola e IPR Uirapuru apresentaram produtividade estatisticamente superior às demais. Em relação ao aspecto fitossanitário, a doença que ocorreu com maior severidade foi a mancha-angular (Phaeoisariopsis griseola) e as cultivares que apresentaram maior susceptibilidade ao seu ataque foram BRS Timbó e Aporé, tanto no período de inverno quanto no período das águas. PALAVRAS-CHAVE: Phaseolus vulgaris. Produtividade. Agricultura orgânica. INTRODUÇÃO A agricultura orgânica na região do Distrito Federal é uma atividade de grande importância socioeconômica, por ser praticada, principalmente, por pequenos e médios produtores rurais e por assentados do programa de Reforma Agrária que usam a mão-de-obra familiar, e por gerar renda em pequenas e médias propriedades, oferecendo a possibilidade de obter preços melhores nos produtos colocados no mercado cuja demanda é maior que a oferta. O sistema orgânico na região caracteriza-se pelo cultivo de olerícolas em pequena escala, com pouca diversidade de culturas na mesma unidade produtiva. A introdução de grãos no sistema torna- se uma necessidade principalmente por ser uma alternativa para rotação de culturas quebrando o ciclo de infestação de doenças e do ataque de pragas. O feijão (Phaseolus vulgaris) torna-se boa opção para esse tipo de situação, pois tem procura maior que a oferta no mercado orgânico da região e preço diferenciado, proporcionando rápido retorno do capital investido. No Brasil, é pequeno o número de trabalhos científicos envolvendo sistema orgânico de produção. Assim, a oferta tecnológica adequada a esse sistema ainda é muito incipiente (CARVALHO, 1999). Atualmente, a maioria das informações de circulação nacional é de caráter especulativo e sem base científica, sendo que grande parte delas é proveniente de iniciativas práticas dos agricultores e embasadas em experiências internacionais. Importantes contribuições têm ocorrido com trabalhos específicos por áreas de conhecimento, realizados em cultivos orgânicos isolados (SORAGY; SANTINATO; CORREIA, 1998). Há, também, estudos de temas de interesse da agricultura orgânica, porém, em cultivos convencionais, enfocando o uso de biofertilizantes, adubação verde, adubações orgânicas, entre outros (ALCÂNTARA et al., 1998; CARVALHO, ANDRADE, 1998). Segundo Wanderley (2001), existem algumas medidas que contribuem para elevar a sustentabilidade e a estabilidade do agroecossistema: associar barreiras de quebra-vento; rotação de culturas com diversificação de espécies; cultivo em faixas alternadas, com diferentes épocas de preparo e plantio; manutenção de faixas de abrigo, que são áreas com vegetação nativa, mantidas na área de cultivo; utilização de cultivares adaptadas a cada região. Received: 30/10/06 Accepted: 05/02/07 Avaliação de cultivares... CARVALHO, W. P.; WANDERLEY, A. L. Biosci. J., Uberlândia, v. 23, n. 3, p.50-59, July./Sept. 2007 51 No Brasil, existem poucos trabalhos científicos de adaptação de cultivares de cereais para o sistema orgânico, e a maioria dos existentes refere-se à cultura da soja, conduzidos na Região Sul do país. O objetivo deste estudo foi suprir essa lacuna, indicando cultivares comerciais de feijão que tenham melhor desempenho em situação semelhante, tanto no plantio irrigado como no de sequeiro, servindo de base para produtores que querem um produto de preço diferenciado e cuja procura é maior que a oferta na região. MATERIAL E MÉTODOS A pesquisa foi desenvolvida na fazenda Moça Terra, de propriedade da empresa Itec-Biotecnologia Agrícola Ltda, localizada no Núcleo Rural Santos Dumont (15º41'23,7" S, 047º34'18,5" W e 1110 m de altitude), situado no Plano de Assentamento Dirigido do Distrito Federal (PAD-DF). O solo é um Latossolo Vermelho-Amarelo com 50% de argila, 15% de silte e 35% de areia. A análise de solo da área experimental, na profundidade de 0 a 20 cm, apresentou as seguintes características: pH-água = 6,4; Al = 0,00 me.100cc-1; K = 0,12 me.100cc-1; Ca = 3,77 me.100cc-1; Mg = 1,20 me.100cc-1; H+Al = 2,40 me.100cc-1; P = 13,08 mg.L-1; Zn = 7,41 mg.L- 1; matéria orgânica = 2,51% e V = 68%. Os ensaios foram conduzidos na forma de teste de avaliação local, sendo que as cultivares BRS Marfim, IAPAR 81, Pérola, IPR Uirapuru, Jalo EEP, Xamego, Diamante Negro, Vermelho 2157, Roxo 90, Jalo Precoce, BRS Vereda, Iraí, BRSMG Talismã, BRS Timbó, BRS Radiante, BRS Valente, Goiano Precoce, Diacol Calima e BRS Aporé, constituíram-se nos tratamentos. Foram avaliados diferentes grupos de feijão, para atender a preferência diversificada do consumidor pesquisada em feiras de produtos orgânicos em Brasília, DF. Foram conduzidos dois ensaios: um sob irrigação na época da seca e outro em condições de sequeiro, na época das águas. Ambos foram cultivados em sistema orgânico de produção e dentro dos princípios e normas técnicas da Certificadora Mokiti Okada (MIYASAKA, 1993). O delineamento experimental utilizado foi de blocos ao acaso, com quatro repetições. As parcelas foram constituídas de 4 linhas de 4 m de comprimento, com espaçamento de 0,5 m entre linhas, sendo consideradas as duas linhas centrais como área útil (4 m2). As variáveis observadas foram: estande final de plantas, incidência de doenças e pragas, peso médio de cem grãos, produtividade de grãos, número de vagens por planta e número de grãos por vagem. O estande final foi obtido por contagem de todas as plantas nas duas linhas centrais das parcelas. As principais doenças que ocorrem na região são a antracnose (Colletotrichum lindemuthianum), murcha-de-fusário (Fusarium oxysporum) e mancha-angular (Phaeoisariopsis griseola), e sua avaliação foi feita visualmente utilizando-se escala descrita por Rava et al. (1993) para antracnose, escala proposta por Rava; Sartorato e Costa (1996) para murcha-de-fusário e para mancha-angular, diagrama de notas preconizado por Sartorato e Rava (2003). As doenças foram avaliadas no estádio R8 (FERNANDEZ; GEPTS; LOPES, 1986), quando as vagens estavam com o crescimento máximo e as sementes em desenvolvimento. A incidência e a severidade do ataque de pragas foram determinadas durante todo o ciclo da cultura, usando-se a metodologia preconizada por Quintela (2001). O peso de cem grãos, com umidade corrigida para 13% foi determinado utilizando-se cinco amostras de cem grãos por parcela. A produtividade de grãos, com umidade corrigida para 13% foi estimada em kg.ha- 1, em função do rendimento de grãos na área útil de cada parcela experimental. Foram retiradas cinco plantas de cada parcela para a determinação do número de vagens por planta e do número de grãos por vagem. As análises estatísticas foram feitas no programa computacional SISVAR (FERREIRA, 2000) e as médias foram comparadas pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade (SCOTT; KNOTT 1974). Não foi feita a comparação de médias do peso de 100 grãos por ser uma característica inerente a cada grupo de cultivares, sendo que o grupo manteiga normalmente apresenta valor superior às demais. A semeadura foi manual, distribuindo-se quinze sementes por metro, inoculadas com as estirpes PRF 81 e CIAT 899 de Rhizobium tropici. O primeiro ensaio, instalado no período da seca (junho de 2004), foi submetido à irrigação por sistema de aspersão convencional fixo, com turno de rega de quatro dias. O preparo do solo constou de uma aração com grade aradora e duas gradagens com grade niveladora, sendo a última, um dia antes do plantio. Logo depois, foram abertos manualmente, os sulcos de plantio onde foram aplicados, como adubação de base, 700 kg.ha-1 de composto orgânico farelado (0,5 kg.ha-1 N; 24 kg.ha- 1 P2O5 e 47 kg.ha -1 K2O) cuja quantidade foi baseada nos dados da análise de solo. A adubação de cobertura foi feita utilizando-se composto orgânico farelado na quantidade de 500 kg.ha-1 (0,35 kg.ha-1 N; 17 kg.ha-1 P2O5 e 34 kg.ha -1 K2O). O controle de Avaliação de cultivares... CARVALHO, W. P.; WANDERLEY, A. L. Biosci. J., Uberlândia, v. 23, n. 3, p.50-59, July./Sept. 2007 52 plantas espontâneas realizou-se com uma capina manual aos trinta dias após a emergência. O segundo ensaio, instalado no período das águas (dezembro de 2004), na mesma área do primeiro ensaio, teve as operações de preparo do solo, adubação e condução iguais ao do primeiro. Aos 45 dias após a emergência, foi realizada uma pulverização preventiva com calda bordalesa a 1% para o controle de doenças fúngicas comuns nessa época, principalmente a mancha-angular, utilizando um pulverizador costal com capacidade para 20 litros, bico D-2, com um volume de 400L/ha de calda. Quando as plantas atingiram o estágio R5, foi constatado o ataque de vaquinha (Diabrotica speciosa), acima do nível de dano econômico, que foi satisfatoriamente controlado com aplicação de uma calda repelente obtida da maceração do próprio inseto. A aplicação, realizada com pulverizador costal manual, foi realizada com intervalos de 5 dias durante três semanas. A colheita, nos dois ensaios, foi manual, realizada nas duas fileiras centrais, com trilha mecanizada. O ensaio irrigado foi colhido aos 83 dias após a emergência para as cultivares do grupo manteiga e 110 dias após a emergência para as demais, e o de sequeiro aos 78 dias após a emergência para as cultivares do grupo manteiga e 100 dias após a emergência para as demais. RESULTADOS E DISCUSSÃO Como as análises estatísticas mostraram que houve homogeneidade de variância, procedeu-se a análise conjunta dos dados, cujo resumo encontra-se na Tabela 1. Os resultados mostram que houve interação significativa entre cultivares e épocas de plantio, indicando que as condições específicas nas duas épocas estudadas influíram diferentemente no rendimento de grãos, estande final, número de vagens por planta, peso de 100 grãos e na incidência de mancha-angular. Tabela 1. Quadrados médios da análise de variância conjunta, média e coeficiente de variação do rendimento de grãos (kg.ha-1), estande final (plantas por metro linear), número médio de vagens por planta, número médio de grãos por vagem, peso médio de 100 grãos (gramas) e incidência de mancha- angular de cultivares de feijão em sistema orgânico de produção, em área de Cerrado do Distrito Federal, sob condições de irrigação e sequeiro (2004). Rendimento Estande final Número de vagens Grãos por vagem Peso de 100 grãos Mancha- angular Blocos (Épocas) 4146,3 27,2 26,5 11,0 2,5 1,7 Épocas 71124,6 ns 15,7 ns 215,5** 0,22 ns 2771,0** 23,7** Cultivares 245219,3 * 111,6 * 66,1** 1,18 ns 1008,4** 18,4** Épocas X Cultivares 98105,8 ** 39,8** 8,0** 0,78 ns 12,2** 3,5** Resíduo 15898,9 8,0 1,7 0,83 2,3 0,9 Média (kg.ha-1) 2209 10,3 10,45 4,15 29,13 3,95 CV(%) 14,27 9,72 12,57 21,95 5,17 23,76 ns - não significativo; *, **significativo ao nível de 5% e 1% de probabilidade pelo teste F, respectivamente. A comparação entre rendimentos alcançados no sistema orgânico e no sistema convencional torna-se útil, pois no segundo o aporte de insumos e agrotóxicos é grande, ficando em torno de 33% do custo de produção de uma saca de feijão (SOARES et al., 2005), além de todos os malefícios causados para o produtor, para o consumidor e para o meio ambiente. Se no sistema orgânico as produtividades obtidas forem semelhantes às do convencional, pode-se inferir que é mais vantajoso produzir feijão nesse sistema, tanto por evitar os problemas citados anteriormente, como pelo melhor preço conseguido pelo produtor, na hora de colocar seu produto no mercado. Sendo assim, a cultivar BRS Marfim, que teve produtividade superior às demais, tanto no período de inverno quanto no período das águas, torna-se uma boa opção para quem pretende produzir feijão em sistema orgânico (Tabela 2). Seu rendimento foi superior ao da média de 2626 kg.ha-1 conseguida por Del Peloso et al. (2004) nos ensaios de VCU em sistema convencional na região Centro- Oeste, o que demonstra seu bom desempenho nesse tipo de sistema. Essa superioridade na produção está correlacionada (Tabela 3) significativamente com maior estande final no sistema irrigado (Tabela 2) e número de vagens e com maior tolerância ao ataque de mancha-angular em ambos sistemas irrigado e de sequeiro (Tabela 4). A BRS Marfim, por ser um tipo de grão diferente do carioca e do preto, apresenta valor agregado no preço do mercado orgânico da região, característica já confirmada por produtores Avaliação de cultivares... CARVALHO, W. P.; WANDERLEY, A. L. Biosci. J., Uberlândia, v. 23, n. 3, p.50-59, July./Sept. 2007 53 que conduziram Unidades Demonstrativas com essa cultivar. Tabela 2. Desdobramento das interações significativas da análise de variância referente a rendimento de grãos (kg.ha-1) e estande final (plantas por metro linear) de cultivares de feijão em sistema orgânico de produção, em área de Cerrado do Distrito Federal, sob condições de irrigação e sequeiro (2004). Cultivares Grupo Rendimento Estande final Irrigado Sequeiro Média Irrigado Sequeiro Média BRS MARFIM Mulatinho 3413 a A 2795 a B 3104 11,4 a A 10,3 b A 10,8 IAPAR 81 Carioca 2980 b A 2091 b B 2535 10,4 b A 11,0 b A 10,8 PÉROLA Carioca 2799 b A 2542 a A 2670 8,8 c A 8,8 c A 8,8 IPR UIRAPURU Preto 2765 b A 2405 a A 2584 11,3 a A 10,9 b A 11,0 JALO EEP 558 Manteiga 2719 b A 2181 b B 2450 12,4 a A 12,0 a A 12,1 XAMEGO Preto 2647 b A 2240 b A 2443 12,3 a A 13,0 a A 12,6 DIAMANTE NEGRO Preto 2429 c A 2644 a A 2536 9,5 c A 9,9 b A 9,6 VERMELHO 2157 Roxinho 2369 c B 2983 a A 2676 10,5 b A 11,9 a A 11,1 ROXO 90 Roxinho 2338 c A 1608 c B 1973 10,4 b B 11,9 a A 11,1 JALO PRECOCE Manteiga 2256 c A 1943 b A 2099 10,3 b B 11,8 a A 11,0 BRS VEREDA Rosinha 2240 c A 1883 b A 2061 9,6 c B 12,0 a A 10,8 IRAÍ Manteiga 2182 c A 1939 b A 2060 10,9 b A 8,9 c B 9,9 BRSMG TALISMÃ Carioca 2065 d A 2160 b A 2112 9,6 c B 11,9 a A 10,8 BRS RADIANTE Manteiga 1972 d A 1939 b A 1955 9,0 c A 4,5 d B 6,8 BRS VALENTE Preto 1715 d B 2183 b A 1949 10,6 b A 10,1 b A 10,4 DIACOL CALIMA Manteiga 1498 e B 2758 a A 2128 10,4 b A 11,0 b A 10,8 BRS TIMBÓ Roxinho 2060 d A 1318 c B 1689 8,8 c B 10,3 b A 9,5 GOIANO PRECOCE Manteiga 1503 e A 1936 b A 1719 9,5 c A 9,6 b A 9,5 APORÉ Carioca 1046 f A 1393 c A 1219 8,5 c A 8,9 c A 8,6 MÉDIA 2263 2155 10,2 10,4 Médias seguidas da mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem estatisticamente pelo teste de Scott Knott a 5%. Tabela 3. Valores r de correlação de Pearson1 entre características agronômicas e produtivas de cultivares de diversos grupos comerciais de feijão em sistema orgânico de produção em área de Cerrado do Distrito Federal, sob condições de irrigação e sequeiro (2004). Variáveis Rendimento Estande final Número de vagens Grãos por vagem Peso de 100 grãos Mancha- angular Rendimento - 0,16ns 0,48* -0,25 ns 0,10 ns -0,75** Estande final 0,51 * - -0,05 ns 0,15 ns -0,31 ns -0,31 ns Número de vagens 0,71** 0,05 ns - 0,18 ns -0,69** -0,14 ns Grãos por vagem 0,18 ns -0,41* 0,62** - -0,40* 0,32 ns Peso de 100 grãos -0,25 ns 0,05 ns -0,77** -0,59** - -0,24 ns Mancha-angular -0,48* -0,52* 0,14 ns 0,31 ns -0,46* - 1 Sistema de sequeiro na diagonal superior, sistema irrigado na diagonal inferior ; ns não significativo;*, **significativo ao nível de 5% e 1% de probabilidade pelo teste F, respectivamente. Tabela 4. Desdobramento das interações significativas da análise de variância referente ao número médio de vagens por planta e notas médias da incidência de mancha-angular (Phaeoisariopsis griseola)1 sobre cultivares de feijão em sistema orgânico de produção, em área de Cerrado do Distrito Federal, sob condições de irrigação e sequeiro (2004). Cultivares Grupo Vagens por planta Mancha-angular Irrigado Sequeiro Média Irrigado Sequeiro Média BRS MARFIM Mulatinho 14 a B 17 a A 15 2,75 a A 2,75 b A 2,75 PÉROLA Carioca 13 a B 16 a A 15 3,75 b A 3,00 b A 3,38 DIAMANTE NEGRO Preto 12 b B 15 a A 13 4,00 b B 2,50 b A 3,25 IAPAR 81 Carioca 13 a A 13 b A 13 3,75 b A 3,00 b A 3,38 XAMEGO Preto 12 b B 14 b A 13 4,50 b B 2,75 b A 3,63 IPR UIRAPURU Preto 11 b B 14 b A 12 3,25 a A 3,25 b A 3,25 Avaliação de cultivares... CARVALHO, W. P.; WANDERLEY, A. L. Biosci. J., Uberlândia, v. 23, n. 3, p.50-59, July./Sept. 2007 54 BRS VALENTE Preto 9 b B 15 a A 12 5,75 c B 2,50 b A 4,13 VERMELHO 2157 Roxinho 10 b B 14 b A 12 2,50 a A 1,25 a A 1,88 BRSMG TALISMÃ Carioca 10 b B 13 b A 11 6,50 d B 4,25 c A 5,38 BRS VEREDA Rosinha 11 b A 12 b A 11 6,00 c A 6,25 d A 6,13 BRS TIMBÓ Roxinho 12 b A 10 c A 11 7,50 d A 7,00 d A 7,25 ROXO 90 Roxinho 11 b A 10 c A 10 5,25 c B 3,25 b A 4,25 BRS RADIANTE Manteiga 6 c B 12 b A 9 3,75 b A 4,50 c A 4,13 APORÉ Carioca 6 c B 10 c A 8 7,25 d A 7,25 d A 7,25 GOIANO PRECOCE Manteiga 6 c B 9 c A 7 3,25 a A 2,00 a A 2,63 IRAÍ Manteiga 6 c B 8 d A 7 3,00 a A 4,25 c A 3,63 JALO PRECOCE Manteiga 7 c A 7 d A 7 3,00 a A 3,25 b A 3,13 JALO EEP 558 Manteiga 6 c B 8 d A 7 2,00 a A 3,00 b A 2,50 DIACOL CALIMA Manteiga 5 c B 7 d A 6 4,75 b B 1,50 a A 3,13 MÉDIA 9 B 12 A 4,34 B 3,55 A Médias seguidas da mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem estatisticamente pelo teste de Scott Knott a 5%.; 1Notas variam de 1 (0% de infecção nas folhas) a 9 (100% de infecção nas folhas) segundo Sartorato & Rava (2003). Quando conduzidas sob sistema de irrigação, no período de inverno, as cultivares Iapar 81, Pérola, IPR Uirapuru, Jalo EEP 558 e Xamego foram estatisticamente inferiores a BRS Marfim mas superiores às demais. A produtividade de 2980 kg.ha-1 da cultivar Iapar 81 está correlacionada significativamente com o maior número de vagens por planta e uma média tolerância ao ataque de mancha-angular. Seu bom desempenho no sistema orgânico pode ser observado comparando-se à média de 2901 kg.ha-1 obtida por Almeida e Mendes (2005) em ensaios conduzidos sob irrigação em sistema convencional nos anos de 2003 e 2004 em Cáceres, MT. Foi também superior à média de 2850 kg.ha-1 encontrada por Nascente et al. (2005) em ensaios conduzidos sob irrigação em sistema convencional no ano de 2004 em três localidades do Estado de São Paulo. Em Uberlândia, MG, Martins et al. (2005) obtiveram a média de 2351 kg.ha-1 em ensaio conduzido sob irrigação em sistema convencional no ano de 2003. A cultivar Pérola, com uma produtividade de 2799 kg.ha-1, torna-se também uma boa opção para o cultivo em sistema orgânico no Distrito Federal por ser a mais plantada na região (SOUSA, 2002), possuindo maior disponibilidade de sementes e boa procura no mercado. Ao se comparar a sua produtividade com as médias de 2374 kg.ha-1 encontrada por Almeida e Mendes (2005) nos anos de 2003 e 2004 em Cáceres, MT, 1710 kg.ha-1 observada por Martins et al. (2005) no ano de 2003, em Uberlândia, MG e 2317 kg.ha-1 obtida por Braz et al. em 19 ambientes nos anos de 2003 e 2004 no Estado de Goiás e no Distrito Federal, ambas em ensaios conduzidos sob irrigação e em sistema convencional, pode-se concluir que essa cultivar também teve bom comportamento e pode ser indicada para o sistema orgânico. Das cultivares de feijão do grupo preto, a IPR Uirapuru foi a que apresentou melhor eficiência no sistema orgânico quando conduzido no inverno sob irrigação. Essa superioridade está correlacionada significativamente com um maior estande final resultado de uma maior tolerância ao ataque de mancha-angular. Esse bom desempenho pode ser melhor visualizado quando se compara sua produtividade com as encontradas em ensaios conduzidos sob irrigação no sistema convencional, como por exemplo, a média de 2072 kg.ha-1 obtida por Afférri et al. (2005) em Gurupi, TO, no ano de 2003, a média de 2828 kg.ha-1 alcançada por Nascente et al. (2005) em ensaios conduzidos no ano de 2004 em três localidades do Estado de São Paulo e a média de 2335 kg.ha-1 em ensaio conduzido no ano de 2003, em Uberlândia, MG por Martins et al. (2005). O rendimento de grãos de 2719 kg.ha-1 da cultivar Jalo EEP 558 está correlacionado significativamente com um maior estande final e menor incidência de mancha-angular. Feijoeiros do grupo manteiga, de crescimento determinado, têm como vantagem o ciclo curto (80 dias) que, proporciona menor tempo para desenvolvimento de doenças e, conseqüentemente, escape. Sob condições de irrigação, cultivares desse grupo agregam economia ao sistema de produção devido à diminuição do número de dias de irrigação e, também, por permitir a colocação antecipada do produto no mercado, conseguindo melhores preços. Deve-se salientar, ainda, a boa aceitação desse tipo de feijão entre os consumidores de produtos orgânicos, devido a seu aspecto visual e a seu elevado peso de 100 grãos. A boa atuação dessa cultivar no sistema orgânico pode ser vista quando Avaliação de cultivares... CARVALHO, W. P.; WANDERLEY, A. L. Biosci. J., Uberlândia, v. 23, n. 3, p.50-59, July./Sept. 2007 55 se compara sua média com as obtidas em ensaios conduzidos no sistema convencional, como por exemplo, a média de 2156 kg.ha-1 alcançada por Nascente et al. (2005) em ensaios conduzidos no ano de 2004 em três localidades do Estado de São Paulo, a média de 2790 kg.ha-1 alcançada por Nascente et al. (2005) em ensaios conduzidos no ano de 2004 em três localidades do Estado de Santa Catarina e a média de 1321 kg.ha-1 alcançada por Nascente et al. (2005) em ensaios conduzidos no ano de 2004 em quatro localidades do Estado do Paraná. O rendimento de 2647 kg.ha-1 da cultivar Xamego está correlacionado significativamente com um maior estande final e uma média tolerância ao ataque de mancha-angular. Seu bom desempenho no sistema orgânico pode ser observado comparando-se à média de 2080 kg.ha-1 obtida por Souza Filho et al. (2005) em ensaios conduzidos no sistema convencional em dois locais do Estado do Rio de Janeiro no ano de 2004. Sob condições de sequeiro, situação que pode ser considerada desfavorável, devido às condições climáticas propícias ao desenvolvimento de doenças, notadamente as fúngicas e ao excesso de chuvas, sobretudo, na época da colheita (Figura 1), além da cultivar BRS Marfim, também apresentaram produtividade superior às demais as cultivares Vermelho 2157, Diacol Calima, Diamante Negro, Pérola e IPR Uirapuru. 0 50 100 150 200 250 300 350 400 ma io jun . jul . ag o. se t. ou t. no v. de z. jan . fev . ma r. ab r ma io jun . jul . 2004 2005 P re ci pi ta çã o (m m ) 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 T em pe ra tu ra ( °C ) e U ni da de R el at iv a (% ) Precipitação (mm) Umidade Relativa (%) Temperatura (°C) Figura 1. Valores mensais de temperatura média (°C), precipitação pluvial total (mm) e umidade relativa do ar média (%) referentes ao período de condução dos ensaios, (PAD-DF, Distrito Federal). A boa produtividade da cultivar Vermelho 2157 está correlacionada significativamente com a menor incidência de mancha-angular. Feijões do grupo roxinho também têm boa procura no mercado orgânico da região e por isso, melhor preço. Comparando sua média com a alcançada por Nascente et al. (2005) em ensaios conduzidos no sistema convencional, no ano de 2004 em três localidades do Estado de São Paulo (3286 kg.ha-1), pode-se inferir que essa cultivar também pode ser indicada para o cultivo no sistema orgânico da região. Apesar de a correlação entre o rendimento e o peso de 100 grãos não ter sido significativa, considerando a média de todos os materiais, pode-se deduzir que esse componente foi determinante no rendimento da cultivar Diacol Calima cujo estande ficou entre os de médio desempenho, o número de vagens por planta foi o pior de todos os comparados, mas o peso de 100 grãos foi o maior de todos os comparados (Tabela 5), sendo que a correlação entre esses dois últimos componentes foi negativa e significativa. A ausência de ataque de mancha- angular nessa cultivar provavelmente não é devida à maior tolerância, mas sim ao ciclo curto (75 dias), o que justifica seu rendimento significativamente superior quando plantado na safra das águas, comportamento normal para material do grupo manteiga, como já foi comentado anteriormente. Seu bom desempenho no sistema orgânico sob condições de sequeiro torna-se evidente quando se compara a sua média com as obtidas em ensaios Avaliação de cultivares... CARVALHO, W. P.; WANDERLEY, A. L. Biosci. J., Uberlândia, v. 23, n. 3, p.50-59, July./Sept. 2007 56 conduzidos no sistema convencional, como por exemplo, a média de 1718 kg.ha-1 alcançada por Nascente et al. (2005) em ensaios conduzidos no ano de 2004 em três localidades do Estado de São Paulo. Essa cultivar, bem como a Vermelho 2157, é material já descartado há alguns anos pelos sistemas convencionais de cultivo e produtores de sementes, e representam, portanto, importante resgate. Tabela 5. Número médio de grãos por vagem e peso médio de 100 grãos (gramas) de cultivares de feijão em sistema orgânico de produção, em área de Cerrado do Distrito Federal, sob condições de irrigação e sequeiro (2004). Cultivares Grupo Número de grãos vagem Peso de 100 grãos Irrigado Sequeiro Média Irrigado Sequeiro Média DIACOL CALIMA Manteiga 3,1 3,5 3,3 56,3 51,5 53,9 BRS RADIANTE Manteiga 4,3 4,7 4,5 53,3 40,5 46,9 IRAÍ Manteiga 4,3 3,4 3,9 50,0 40,5 45,3 JALO EEP 558 Manteiga 4,5 3,2 3,8 46,5 38,0 42,3 JALO PRECOCE Manteiga 4,2 3,2 3,7 42,3 39,0 40,6 GOIANO PRECOCE Manteiga 3,4 3,6 3,5 41,5 34,3 37,9 BRS MARFIM Mulatinho 3,8 4,3 4,1 29,0 19,3 24,1 PÉROLA Carioca 4,0 5,0 4,5 32,0 19,0 25,5 APORÉ Carioca 3,8 4,2 4,0 28,3 19,0 23,6 IAPAR 81 Carioca 4,1 4,0 4,0 27,5 18,3 22,9 BRSMG TALISMÃ Carioca 4,7 4,1 4,4 26,0 18,3 22,1 IPR UIRAPURU Preto 4,2 4,6 4,4 28,0 18,0 23,0 DIAMANTE NEGRO Preto 4,4 4,8 4,6 26,3 18,8 22,5 BRS VALENTE Preto 4,0 4,4 4,2 23,0 17,5 20,3 XAMEGO Preto 4,3 4,1 4,2 22,3 15,5 18,9 VERMELHO 2157 Roxinho 4,1 4,9 4,5 27,5 19,8 23,6 ROXO 90 Roxinho 4,3 4,6 4,4 24,8 15,5 20,1 BRS TIMBÓ Roxinho 4,4 4,6 4,5 24,0 14,8 19,4 BRS VEREDA Rosinha 4,4 4,7 4,5 26,3 15,0 20,6 MÉDIA 4,1 4,2 4,2 33,4 24,9 29,1 A cultivar Diamante Negro, lançada em 1991 pela Embrapa, ainda continua com boa aceitação pelos produtores e no mercado consumidor e com bom desempenho em termos de rendimento. Sua produtividade em sistema orgânico na safra das águas vem confirmar esse fato, tendo correlação significativa com o maior número de vagens por planta e média tolerância ao ataque de mancha-angular. Ao se comparar sua média com as demais de 1955 kg.ha-1 obtida por Souza Filho et al. (2005) em ensaios conduzidos no sistema convencional na safra das águas, em dois locais do Estado do Rio de Janeiro no ano de 2004, 1527 kg.ha-1 encontrada por Martins et al. (2005) na safra 2003/2004 em Uberlândia e 2057 kg.ha-1 obtida por Braz et. al. (2005) resultado de análise conjunta de resultados de 17 ambientes do Estado de Goiás e do Distrito Federal, pode-se concluir que essa cultivar também teve bom comportamento e pode ser indicada para o sistema orgânico na região. Comparando o rendimento da cultivar IPR Uirapuru com os obtidos na safra das águas e em sistema convencional por Nascente et al. (2005), na safra 2004/2005, em quatro localidades do Estado do Paraná (2561 kg.ha-1), Martins et al. (2005) na safra 2003/2004 em Uberlândia (2402 kg.ha-1), e por Braz et. al. (2005) resultado de análise conjunta de resultados de 17 ambientes do Estado de Goiás e do Distrito Federal (2252 kg.ha-1) pode-se concluir que essa cultivar também teve bom comportamento e pode ser indicada para o sistema orgânico na região, no período das águas Não foi constatada incidência de antracnose, e o número de plantas com sintoma de infecção por murcha-de-fusário foi pequeno, não permitindo sua análise estatística nas duas épocas de avaliação. A doença que ocorreu com maior severidade foi a mancha-angular. A análise de correlação quando o ensaio foi conduzido sob irrigação mostrou que a mancha-angular causou a diminuição do peso de 100 grãos e do estande, causando conseqüentemente a diminuição da produtividade e as cultivares que apresentaram maior susceptibilidade ao ataque dessa doença foram BRSMG Talismã, BRS Timbó e Aporé (Tabela 3). A correlação significativa mostrou, ainda, que quando se aumenta o número de vagens por planta, aumenta-se o número de grãos por vagem, diminui-se o peso médio de 100 grãos, Avaliação de cultivares... CARVALHO, W. P.; WANDERLEY, A. L. Biosci. J., Uberlândia, v. 23, n. 3, p.50-59, July./Sept. 2007 57 mas aumenta-se o rendimento e que o aumento do estande causou o aumento do rendimento. Lemos et al. (2004) também encontraram resultados que mostram que a produtividade de grãos está correlacionada com o número de vagens por planta e massa de grãos, que são, portanto, variáveis importantes na seleção de genótipos produtivos. Já na safra das águas, a análise de correlação mostrou que a incidência de mancha- angular também causou a diminuição da produtividade e as cultivares que apresentaram maior susceptibilidade ao ataque dessa doença foram BRS Vereda, BRS Timbó e Aporé. A correlação significativa mostrou, ainda, que houve aumento do rendimento com o aumento do número de vagens embora houvesse a diminuição do peso médio de 100 grãos. Esses resultados corroboram a afirmativa de Costa; Kohashi-Shibata; Colin (1983) de que a variação dos componentes da produção do feijoeiro colabora com a manutenção da estabilidade da produtividade de grãos, ou seja, no caso de um desses componentes ser prejudicado por qualquer fator, outro componente se eleva, estabilizando a produtividade. No estudo demonstra-se, ainda, que o aumento do número de grãos por vagem causa a diminuição do peso de 100 grãos, tanto no período de inverno, quanto no período das águas, confirmando os resultados encontrados por Silva et al. (2005) que também encontraram correlação negativa e significativa entre esses caracteres. CONCLUSÕES As cultivares BRS Marfim, Pérola e IPR Uirapuru têm comportamento estável apresentando rendimentos superiores tanto em plantio conduzido no período de inverno, sob irrigação, como no período das águas e podem ser indicadas para o cultivo em qualquer das duas épocas, em sistema orgânico na região do Distrito Federal. As cultivares Iapar 81, Pérola, IPR Uirapuru, Jalo EEP 558 e Xamego foram significativamente inferiores a BRS Marfim, mas superiores às demais, e podem ser indicadas para o cultivo em sistema orgânico na região do Distrito Federal, no período de inverno, sob irrigação. As cultivares BRS Marfim, Vermelho 2157, Diacol Calima, Diamante Negro, Pérola e IPR Uirapuru apresentam rendimento superior às demais e podem ser indicadas para o cultivo em sistema orgânico na região do Distrito Federal, no período das águas. As cultivares que apresentam maior susceptibilidade ao ataque de mancha-angular (Phaeoisariopsis griseola) no período de inverno são BRSMG Talismã, BRS Timbó e Aporé e no período das águas são BRS Vereda, BRS Timbó e Aporé. O aumento do número de vagens e do número de grãos por vagem tem como conseqüência a diminuição do peso de 100 grãos. ABSTRACT: The objective of this study was to evaluate the performance of different bean (Phaseolus vulgaris) cultivars in organic system of crop. A randomized complete block design with four replications was used. The study was conducted by the local evaluation test form with the cultivars BRS Marfim, IAPAR 81, Pérola, IPR Uirapuru, Jalo EEP, Xamego, Diamante Negro, Vermelho 2157, Roxo 90, Jalo Precoce, BRS Vereda, Iraí, BRSMG Talismã, BRS Timbó, BRS Radiante, BRS Valente, Goiano Precoce, Diacol Calima and BRS Aporé as treatments. Two experiments were established during the year 2004, one under irrigation system in the dry season and the other in the wet season, in organic system and into the principles and technical norms from Mokiti Okada Certificater. The BRS Marfim cultivar was, in average, the most productive in the two systems. Under irrigation conditions, apart BRS Marfim, the Iapar 81, Pérola, IPR Uirapuru, Jalo EEP 558 and Xamego cultivars had higher productivities than the others. In the wet season, Vermelho 2157, BRS Marfim, Diacol Calima, Diamante Negro, Pérola e IPR Uirapuru cultivars presented statistically higher productivity than the others. Regarding phytosanitary aspect, the disease that attached with more severity was the angular leaf spot (Phaeoisariopsis griseola), and the most susceptible cultivars to this attack were BRS Timbó and Aporé, both in the winter and in the wet season. KEYWORDS: Phaseolus vulgaris, yield. Cultivars evaluation. Organic agriculture. REFERÊNCIAS AFFÉRRI, F. 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