Microsoft Word - 6-revisado-533.doc Original Article Biosci. J., Uberlândia, v. 23, n. 4, p. 50-60, Oct./Dec. 2007 50 NORMAS DRIS PARA CULTURA DO MILHO SEMEADO EM ESPAÇAMENTO REDUZIDO NA REGIÃO DE HIDROLANDIA, GO, BRASIL DRIS NORMS FOR CORN PLANTED IN REDUCED ROW SPACING IN HIDROLÂNDIA (STATE OF GOIÁS, BRAZIL) Anísio Corrêa da ROCHA1; Wilson Mozena LEANDRO2; Adriana Oliveira ROCHA2; João das Graças SANTANA1; José Weselli de Sá ANDRADE1 1. Professor, Centro Federal de Educação Tecnológia , Rio Verde – GO. anisiorocha@yahoo.com.br ; 2. Professor, Doutor, Universidade Federal de Goiás, Goiânia - GO RESUMO: O diagnóstico do estado nutricional de uma planta e/ou lavoura depende de valores de referência. Assim, o presente trabalho teve como objetivo a obtenção de normas regionais, a partir de relações entre os nutrientes em populações de alta produtividade, para servir como padrão de comparação em milho de áreas comerciais cultivados com espaçamento reduzido, em Hidrolândia, Goiás. Amostras de terra e folhas de milho foram coletadas de área comercial para diagnosticar os nutrientes mais limitantes à produção de milho semeado em espaçamento reduzido (0,45 m), no município de Hidrolândia, GO. Com os resultados das análises foliar e de terra se dividiu os dados em duas sub-populações: uma de alta e outra de baixa produtividade (5.000 kg ha-1 de grãos, como produtividade de corte). As normas DRIS foram determinadas pelas relações binárias da população de alta produtividade. As normas foram comparadas às de outros autores, obtendo-se resultados divergentes entre as diversas localidades. Pelos resultados pode-se verificar a importância da obtenção de normas regionais e para as condições particulares de cultivo de cada região produtora. PALAVRAS-CHAVE: Balanço nutricional. Zea mays L.. DRIS. INTRODUÇÃO O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de milho, com participação média em torno de 5 % na oferta mundial deste produto. Sua produção é superada pelos Estados Unidos, primeiro produtor mundial, cuja participação é de quase 40%, e pela da China, cuja produção está em torno de 20% da oferta mundial de milho (DUARTE, 2007). A cultura do milho apresentou maior incremento no seu potencial produtivo na segunda metade do século XX, expressando ganhos em produtividade de 1,0% a 1,5% por ano, nas diferentes regiões do mundo (SLAFFER; OTEGUI, 2000). O aumento do rendimento potencial do milho tem sido atribuído ao lançamento de cultivares com maior vigor híbrido e às modificações nas práticas culturais, tais como melhor controle de pragas, doenças e plantas invasoras, maior utilização de fertilizantes nitrogenados, aumento na densidade de plantas (TOLLENAAR et al., 1994), redução do espaçamento entre linhas (ARGENTA et al., 2001). Com as características introduzidas nos genótipos mais recentes de milho, tais como, menor estatura de planta, altura de inserção de espiga, esterilidade de plantas e duração do subperíodo pendoamento-espigamento, plantas com folhas de angulação mais ereta e elevado potencial produtivo, tornou-se possível o uso de espaçamentos mais reduzidos e aumento na densidade de plantas nas lavouras. Esta nova tendência de práticas de manejo da cultura traz benefícios, pois, permite uma melhor distribuição espacial das plantas aumentando a eficiência na interceptação da luz com a conseqüente redução na competição entre plantas de milho por luz, água e nutrientes (ARGENTA et al., 2001). Diante destas tendências torna-se necessário reavaliar as recomendações de práticas de manejo para a cultura, com especial atenção às exigências nutricionais, devido, principalmente, ao alto custo de produção. Métodos de avaliação do estado nutricional das plantas como o DRIS, que considera as relações entre os nutrientes e, que os compara com um padrão de alta produtividade, permitem identificar quais os elementos mais limitantes, além de contribuir para um diagnóstico mais preciso do estado nutricional da cultura. O DRIS é um método de diagnóstico do estado nutricional de plantas, através do qual os nutrientes não são considerados pelos seus teores individuais (análises univariadas), mas, sim, pelas relações binárias (análises bivariadas). O uso de relações entre vários nutrientes dá maior segurança às interpretações individuais dos nutrientes. Uma etapa importante na aplicação do método DRIS é a obtenção das normas, ou seja, para a utilização do sistema é necessária a coleta de quantidade substancial de dados básicos (análise Received: 04/12/06 Accepted: 11/05/07 Normas DRIS... ROCHA, A. C. et al. Biosci. J., Uberlândia, v. 23, n. 4, p. 50-60, Oct./Dec. 2007 51 foliar, análise de terra e produtividade) para estabelecer as normas ou padrões. As normas são valores médios de teores de nutrientes e das relações desses nutrientes, com as respectivas variâncias, para um grande número de casos, representando culturas em boas condições nutricionais (BEAULFIS, 1971, 1973; WALWORTH; SUMNER, 1987; MALAVOLTA et al., 1997; RAIJ, 1991). Avaliar o estado nutricional consiste em realizar uma comparação entre uma amostra qualquer e um padrão de comparação, o qual foi denominado como norma (MALAVOLTA, et al. 1997). A mostra pode estar constituída por uma só planta ou por um grupo de plantas e as normas são definidas como os conteúdos dos elementos nutrientes na planta ou conjunto de plantas “normais” desde o ponto de vista de seu estado nutricional (MALAVOLTA et al., 1997). Malavolta et al. (1997), definem como plantas “normais” aquelas que, tendo em seus tecidos todos os elementos, em quantidades e proporções adequadas, são capazes de dar altas produções, tendo aspecto visual parecido com o encontrado em lavouras muito produtivas. A razão desta definição parte da situação de que, plantas sob condições anormais (limitantes), não podem expressar seus ótimos potenciais produtivos (ANDREW,1968; BEAUFILS, 1973; MALAVOLTA et al.,1997). Ou seja, altos níveis de produção só podem ser conseguidos quando todos os fatores que determinam a produtividade, entre eles os fatores nutricionais, encontrarem-se em condições normais. Enquanto em alguns trabalhos tem sido encontradas boas correlações entre relações de nutrientes e produções, e em outros falta de correlações ou correlações pouco expressivas, o DRIS procura esclarecer divergência. Para iniciar uma investigação da relação entre razões de nutrientes e produção, é necessário entender o que há por traz destas relações. As relações entre nutrientes são o quociente entre o numerador e o denominador e são meramente uma proporção relativa, não dando alguma informação sobre a magnitude dos nutrientes envolvidos (SUMNER, 1978). Sumner (1978) acrescenta que, quando a relação entre dois nutrientes encontra-se na faixa adequada, três possibilidades existem: a) tanto o numerador quanto o denominador estão em faixas adequadas; b) ambos, numerador e denominador estão em excesso; c) ambos, numerador e denominador estão em faixas insuficientes. Quando a relação estiver acima da relação ótima, o numerador está na faixa ótima com o denominador na faixa insuficiente ou o numerador está em excesso e o denominador na faixa ótima. Quando a relação estiver abaixo da ótima, o numerador está na faixa ótima com e o denominador em excesso ou o numerador está na faixa insuficiente e denominador na faixa ótima. A base de dados para as normas pode ser obtida tanto em experimentos de adubação como em áreas de plantios comerciais. Quando se emprega esse tipo de dado, a distribuição dos valores geralmente não segue a distribuição normal. Para normalizar a distribuição, Beaufils (1973) propôs a divisão da base de dados em dois subgrupos, um de alta produtividade e outro de baixa produtividade. Os valores das concentrações e as relações entre concentrações dos nutrientes para o subgrupo mais produtivo permanecem normalmente distribuídos, e são utilizados como referência no estabelecimento dos padrões do DRIS. A média, o desvio padrão e o coeficiente de variação de cada subgrupo são calculados para todas as relações de nutrientes possíveis (Beaufils, 1971, 1973). Com base nas informações consideradas anteriormente, o presente trabalho teve como objetivo a obtenção de normas regionais, a partir de relações entre os nutrientes em populações de cultivados com espaçamento reduzido, em Hidrolândia, Goiás. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi realizado na região de Hidrolândia, em Goiás, localizada a 16° 57’ 44’’ de latitude sul e 49° 13’ 41 de longitude oeste de Greenwich, a uma altitude de 814 metros, em área de cultivo comercial de milho destinado à produção de grãos. Os solos predominantes nesta região são os Latossolo Vermelho distroférrico. Na semeadura foram utilizados os híbridos 30K75 e 30F80, ambos da empresa Pionner com espaçamento de 0,45 m entre linhas. A densidade de semeadura foi de 3,5 sementes por metro, com uma população final de 66.666 plantas por hectare. Foram amostradas 133 glebas. Cada gleba teve dimensões de 20 metros de comprimento por 50 metros de largura. As amostras de terra foram retiradas na profundidade de 0-20 cm, sendo que cada amostra foi composta por 10 sub-amostras. As amostras foram acondicionadas em sacos plásticos e enviadas ao laboratório. Coletou-se amostras de folhas no início do embonecamento do milho, segundo recomendação de Malavolta et al. (1997). Coletou-se a 1ª folha oposta e abaixo da espiga, 30 folhas por gleba. As Normas DRIS... ROCHA, A. C. et al. Biosci. J., Uberlândia, v. 23, n. 4, p. 50-60, Oct./Dec. 2007 52 folhas foram acondicionadas em sacos de papel e preparada para os procedimentos no laboratório. Os procedimentos analíticos foram realizados no Laboratório de Solos da Universidade Federal de Goiás. O solo amostrado foi analisado segundo metodologia descrita por Embrapa (1997), para matéria orgânica, pH, P, K+, Ca+2, Mg+2, B, Al+3 e H + Al. Para extração do P, K, Cu, Fe, Mn e Zn no solo foi empregado o extrator Mehlich I . Para extração do B foi empregado água quente. Ca, Mg e Al foram extraídos com KCl 1M. Os teores foliares totais de N, P, K, Ca, Mg, S, Cu, Fe, Mn, B e Zn foram determinados segundo metodologia descrita por Bataglia et al. (1978). Para se avaliar a produtividade da cultura do milho, foram colhidos cinco metros de linha de plantio, em três pontos escolhidos aleatoriamente em cada gleba. A média dos três pontos representou o peso da parcela, que após correção da umidade dos grãos para 13% e, pôde-se calcular a produtividade por hectare. As análises foliares e de terra, foram divididas em dois subgrupos, de acordo com o critério de produção. Um subgrupo ficou com produtividades acima de 5.000 kg ha-1 e outro com produtividades abaixo de 5.000 kg ha-1. Calculou-se para cada grupo o coeficiente de variação, a variância de todas as possíveis relações, os valores máximos, mínimos e a média. Também foram calculadas as razões de variância dos subgrupos com produtividades acima e abaixo de 5.000 kg ha-1. Foram aplicados os testes de estatística univariada. Para as análises estatísticas utilizou-se o programa estatístico Statistical Analysis System - SAS (FREUND ; LITTELL, 1981). RESULTADOS Normas de folha Na Tabela 1 são apresentados os dados de média, coeficiente de variação (CV) e desvio padrão para população de alta produtividade (>5.000 kg ha- 1). Os valores dos coeficientes de variação obtidos para a concentração de nutrientes nas folhas estão abaixo de 35% para N, P, K, Ca, Mg e Zn e acima de 35% para S, B, Fe, Mn e Cu, sendo o Cu (82,11%) o que apresenta o maior valor. Considerando que quanto menor o coeficiente de variação, menor será a amplitude dos valores dos nutrientes, pode-se inferir que menores serão os pesos no cálculo dos índices DRIS. Trabalhando com milho na região de Goianésia, Cunha (2005) obteve coeficientes variação menores que 35% para: N (12,86%), P (14,35%), K (29,74%), Ca (34,03%), Mg (32,76%) e S (27,66%), e acima de 35% para os micronutrientes: Cu (37,73), Fe (47,42%), Mn (76,37%) e Zn (57,71%)(apenas S e Zn apresentaram CV divergentes dos apresentados por Cunha) (2005). Tabela 1. Média, coeficiente de variação (CV%) e desvio padrão para teores de nutrientes nas folhas de milho do subgrupo mais produtivo (>5.000 kg ha-1) da cultura do milho, na região de Hidrolândia (GO), safra 2003/2004. Nutriente Média CV% Desvio Padrão 1Razão S2A/S2B N (dag kg-1) 4,06 21,21 0,86 0,76 P (dag kg-1) 0,39 28,91 0,11 1,26 K (dag kg-1) 1,92 20,45 0,39 0,40 Ca (dag kg-1) 0,42 31,33 0,13 1,50 Mg (dag kg-1) 0,24 28,72 0,07 0,65 S (dag kg-1) 0,21 38,45 0,08 0,51 Cu (mg kg-1) 12,22 82,11 10,04 0,06 Fe (mg kg-1) 328,49 43,45 142,74 0,58 Mn (mg kg-1) 76,88 38,00 29,21 3,58 Zn (mg kg-1) 18,96 14,29 2,71 2,78 B (mg kg-1) 48,09 42,09 20,24 0,88 1Razão de variância (S2A/S2B) entre as populações de baixa (A) e alta produtividade (B) O valor médio das relações binárias entre os nutrientes, o coeficiente de variação, o desvio padrão para as relações e a razão entre variâncias das populações de alta e baixa produtividade, são apresentados na Tabela 2. Normas DRIS... ROCHA, A. C. et al. Biosci. J., Uberlândia, v. 23, n. 4, p. 50-60, Oct./Dec. 2007 53 Tabela 2. Normas para as análises foliares utilizadas para o cálculo dos índices DRIS e razões de variâncias do subgrupo mais produtivo (produtividade maior que 5.000 kg ha-1) da cultura do milho, na região de Hidrolândia. Na safra de 2003/2004. Variável Média CV% Desvio Padrão Razão S2B/S2A Variável Média CV% Desvio Padrão (2)Razão S2A/S2B N/P 10,346 26,93 2,95 1,23 Ca/Zn 0,022 25,57 0,01 1,36 P/N 0,097 30,90 0,03 1,78 Zn/Ca 44,607 25,78 12,34 1,87 N/K 2,109 23,03 0,50 0,92 Mg/Cu 0,019 33,91 0,01 0,73 K/N 0,474 23,88 0,12 1,39 Cu/Mg 51,797 93,45 52,11 0,04 N/Ca 9,546 33,78 3,51 1,24 Mg/Fe 0,001 54,77 0,00 0,00 Ca/N 0,105 35,56 0,04 1,87 Fe/Mg 1391,928 45,20 645,68 0,56 N/Mg 17,191 41,25 7,71 0,40 Mg/Mn 0,003 215,04 0,01 0,04 Mg/N 0,058 33,75 0,02 1,00 Mn/Mg 325,758 45,81 162,74 3,01 N/Cu 0,332 26,11 0,10 1,41 Mg/Zn 0,012 26,12 0,01 1,00 Cu/N 3,013 69,36 2,11 0,18 Zn/Mg 80,331 29,38 25,26 0,78 N/Zn 0,214 20,62 0,05 1,39 Cu/Zn 0,645 72,30 0,47 0,14 Zn/N 4,673 21,19 1,02 3,17 Zn/Cu 1,551 30,52 0,54 2,07 N/Mn 0,053 212,24 0,16 0,02 Cu/Fe 0,037 72,47 0,03 0,13 Mn/N 18,950 46,52 9,35 3,23 Fe/Cu 26,873 37,59 10,71 1,09 N/Fe 0,012 69,31 0,01 0,21 Cu/Mn 0,159 198,86 0,46 0,03 Fe/N 80,970 45,89 37,89 0,69 Mn/Cu 6,289 57,31 4,30 3,49 P/K 0,204 37,75 0,08 0,88 Zn/Fe 0,058 65,09 0,05 0,22 K/P 4,908 38,50 2,07 0,33 Fe/Zn 17,328 40,01 6,87 0,75 P/Ca 0,922 25,29 0,24 2,04 Mn/Zn 0,247 39,82 1,66 2,17 Ca/P 1,084 24,54 0,27 2,20 Zn/Mn 4,055 191,99 0,66 0,03 P/Mg 1,661 37,38 0,66 1,06 Fe/Mn 4,273 256,56 17,30 0,03 Mg/P 0,602 30,96 0,20 1,08 Mn/Fe 0,234 80,17 0,25 0,38 P/Cu 0,032 37,31 0,01 2,14 B/P 122,686 51,88 70,74 0,38 Cu/P 31,184 58,84 18,73 0,28 P/B 0,008 57,31 0,01 0,69 P/Fe 0,001 71,68 0,00 0,00 B/K 24,996 51,13 13,38 0,59 Fe/P 837,997 32,12 266,63 0,89 K/B 0,040 43,95 0,02 0,51 P/Mn 0,005 214,48 0,02 0,02 B/Ca 113,160 52,00 65,22 0,45 Mn/P 196,120 48,46 104,88 0,57 Ca/B 0,009 54,71 0,01 1,00 P/Zn 0,021 22,63 0,01 1,00 B/Mg 203,784 42,04 90,24 0,59 Zn/P 48,362 20,38 10,39 1,15 Mg/B 0,005 48,59 0,00 0,44 K/Ca 4,527 40,08 2,02 0,89 B/Cu 3,934 45,55 2,03 0,22 Ca/K 0,221 41,29 0,10 1,51 Cu/B 0,254 120,20 0,37 0,04 K/Mg 8,153 36,45 3,23 0,32 B/Zn 2,537 45,49 1,19 0,85 Mg/K 0,123 36,59 0,05 0,65 Zn/B 0,394 45,43 0,22 1,10 K/Cu 0,157 31,97 0,06 0,54 B/Mn 0,626 123,12 0,99 0,12 Cu/K 6,353 74,64 4,87 0,12 Mn/B 1,599 58,58 1,11 3,52 K/Fe 0,006 65,91 0,01 0,16 B/Fe 0,146 65,50 0,12 0,10 Fe/K 170,735 51,02 91,53 0,46 Fe/B 6,830 64,58 5,32 0,47 B/N 11,854 53,77 6,85 0,63 Cu/S 58,488 88,13 59,42 0,05 N/B 0,084 49,22 0,05 0,56 S/Cu 0,017 33,00 0,01 0,69 S/P 0,533 35,67 0,19 0,79 S/Zn 0,011 36,80 0,01 1,00 P/S 1,876 53,15 1,15 0,78 Zn/S 90,708 63,25 69,89 0,29 S/K 0,109 44,66 0,05 0,53 S/Mn 0,003 170,82 0,01 0,02 K/S 9,206 76,63 8,94 0,10 Mn/S 367,842 87,79 423,64 1,06 S/Ca 0,492 37,69 0,19 0,75 S/Fe 0,001 68,70 0,01 0,01 Ca/S 2,033 52,17 1,22 0,40 Fe/S 1571,746 48,50 825,88 0,57 S/Mg 0,886 45,62 0,43 0,50 S/N 0,052 43,36 0,02 0,55 Mg/S 1,229 70,60 0,97 0,12 N/S 19,411 43,36 0,02 0,55 K/Mn 0,025 180,57 0,06 0,03 B/S 230,110 99,51 302,20 0,05 Mn/K 39,958 44,89 18,71 3,13 S/B 0,004 52,57 0,01 0,44 Normas DRIS... ROCHA, A. C. et al. Biosci. J., Uberlândia, v. 23, n. 4, p. 50-60, Oct./Dec. 2007 54 K/Zn 0,101 27,05 0,03 0,41 Ca/Fe 0,001 77,24 0,01 0,01 Zn/K 9,853 25,82 2,65 1,69 Fe/Ca 772,929 34,02 264,03 1,39 Ca/Mg 1,801 28,30 0,53 1,45 Ca/Mn 0,006 231,89 0,02 0,02 Mg/Ca 0,555 27,14 0,16 1,50 Mn/Ca 180,892 49,15 99,45 1,58 Ca/Cu 0,035 37,83 0,02 1,78 Cu/Ca 28,762 67,51 20,34 0,26 1. Macronutrientes expresso em dag kg-1 e micronutrientes expressos em mg kg-1; 2. Razão de variância (S2A/S2B) entre as populações de baixa (A) e alta produtividade (B) Beaufils (1973), Sumner, (1977) e Beverly et al. (1986) defendem a criação de uma norma geral para a aplicação do DRIS, independentemente da região, do tipo de solo ou da variedade cultivada. Entretanto, outros autores têm contestado esta idéia. Escano et al. (1981) e Walworth; Sumner (1987) trabalhando com milho; e Leandro (1998) com soja encontraram respostas diferenciadas para condições diferentes. De acordo com resultados desses autores, normas desenvolvidas local ou regionalmente, produzem maior precisão no diagnóstico de deficiências ou desbalanços, do que aquelas produzidas por normas de outras regiões. A porcentagem em relação às normas de Hidrolândia (GO) e as normas desenvolvidas por Elwali et al (1985), Walworth; Sumner (1987), para o sudeste e o nordeste dos Estados Unidos, Escano et al. (1981) para o Havai, Dara et al. (1992) para Dakota do Sul, Cunha (2005) para a região de Goianésia (GO) e Cornforth; Steele (1981) para Nova Zelândia são apresentadas na Tabela 1. No presente trabalho considerou-se como similares as normas que diferem do padrão (normas de Hidrolândia, GO) em até 15%. Comparando-se as normas obtidas em Hidrolândia (GO) com as de outros autores observa- se similaridades nas relações: Ca/Mg, Ca/S, K/Ca, K/Mg, K/S, N/P de Escano et al (1981); Ca/S, K/Ca, K/S, N/P, P/Mg de Elwali et al. (1985); Ca/S, Mg/S, N/Ca, N/P, P/Mg, P/S de Walworth; Sumner (1987) para o sudeste dos Estados Unidos; Ca/S, K/Ca, K/S, Mg/S, N/P, P/Mg de Walworth; Sumner (1987) para o nordeste dos Estados Unidos; Ca/Mg, K/S, N/Mg, N/P, P/Ca de Cornforth; Steele (1981); Ca/Mg, K/Ca, K/Mg, N/P de Dara et al. (1992); K/Ca, N/P de Cunha (2005) (Tabela 3). Tabela 3. Comparação de médias das relações binárias das normas para milho desenvolvidas por vários autores com as do presente trabalho e a porcentagem das normas, usando como parâmetro de comparação as normas de Hidrolândia (GO). Relação Local Norma %(1) Relação Local Norma %(1) Hidrolândia (2) 100,00 Hidrolândia (2) 17,19 100,00 Norma Universal(3) 2,15 119,38 Norma Universal(3) 14,08 81,90 Sudeste dos E.U.A(4) 2,49 138,26 Sudeste dos E.U.A(4) 20,10 116,92 Ca/Mg Nordeste dos E.U.A(4) 2,15 119,38 N/Mg Nordeste dos E.U.A(4) 13,03 75,80 Havaí(5) 1,96 108,83 Havaí(5) 13,51 78,59 Nova Zelândia(6) 2,07 114,94 Nova Zelândia(6) 17,28 100,52 Dakota do Sul(7) 1,78 98,95 Dakota do Sul(7) 9,62 55,93 Goianésia(8) 1,39 77,18 Goianésia(8) 5,06 29,43 Hidrolândia (2) 2,03 100,00 Hidrolândia (2) 10,35 100,00 Norma Universal(3) 1,98 97,39 Norma Universal(3) 9,04 87,30 Sudeste dos E.U.A(4) 2,07 101,82 Sudeste dos E.U.A(4) 11,23 108,51 Ca/S Nordeste dos E.U.A(4) 2,24 110,18 N/P Nordeste dos E.U.A(4) 9,14 88,32 Havaí(5) 2,21 108,71 Havaí(5) 9,98 96,43 Nova Zelândia(6) 1,55 76,24 Nova Zelândia(6) 8,91 86,10 Dakota do Sul(7) 3,07 150,76 Dakota do Sul(7) 9,67 93,48 Goianésia(8) 2,99 147,07 Goianésia(8) 10,46 101,07 Hidrolândia (2) 4,53 100,00 Hidrolândia (2) 19,41 100,00 Norma Universal(3) 4,21 93,00 Norma Universal(3) 11,90 61,31 Sudeste dos E.U.A(4) 6,88 151,98 Sudeste dos E.U.A(4) 15,02 77,38 Normas DRIS... ROCHA, A. C. et al. Biosci. J., Uberlândia, v. 23, n. 4, p. 50-60, Oct./Dec. 2007 55 K/Ca Nordeste dos E.U.A(4) 4,35 96,09 N/S Nordeste dos E.U.A(4) 11,45 58,99 Havaí(5) 4,46 98,52 Havaí(5) 15,20 78,31 Nova Zelândia(6) 6,33 139,83 Nova Zelândia(6) 11,04 56,87 Dakota do Sul(7) 4,00 88,36 Dakota do Sul(7) 4,41 74,22 Goianésia(8) 4,73 104,48 Goianésia(8) 10,71 55,17 Hidrolândia (2) 8,15 100,00 Hidrolândia (2) 0,92 100,00 Norma Universal(3) 9,62 117,99 Norma Universal(3) 0,69 74,84 Sudeste dos E.U.A(4) 16,65 204,22 Sudeste dos E.U.A(4) 0,75 81,34 K/Mg Nordeste dos E.U.A(4) 9,68 118,73 P/Ca Nordeste dos E.U.A(4) 0,64 69,41 Havaí(5) 8,55 104,87 Havaí(5) 0,72 78,09 Nova Zelândia(6) 13,82 169,51 Nova Zelândia(6) 0,92 99,78 Dakota do Sul(7) 7,46 91,53 Dakota do Sul(7) 0,52 56,07 Goianésia(8) 6,38 78,25 Goianésia(8) 0,37 40,13 Hidrolândia (2) 9,21 100,00 Hidrolândia (2) 0,20 100,00 Norma Universal(3) 8,77 95,26 Norma Universal(3) 0,17 83,33 Sudeste dos E.U.A(4) 12,04 130,78 Sudeste dos E.U.A(4) 0,12 58,82 K/S Nordeste dos E.U.A(4) 8,26 89,72 P/K Nordeste dos E.U.A(4) 0,16 78,43 Havaí(5) 9,67 105,04 Havaí(5) 0,16 78,43 Nova Zelândia(6) 8,70 94,50 Nova Zelândia(6) 0,16 78,43 Dakota do Sul(7) 11,63 126,31 Dakota do Sul(7) 0,13 64,71 Goianésia(8) 13,24 143,82 Goianésia(8) 0,08 39,22 Hidrolândia (2) 1,13 100,00 Hidrolândia (2) 1,66 100,00 Norma Universal(3) 0,84 74,40 Norma Universal(3) 1,56 93,92 Sudeste dos E.U.A(4) 1,06 93,89 Sudeste dos E.U.A(4) 1,80 108,37 Mg/S Nordeste dos E.U.A(4) 1,17 103,63 P/Mg Nordeste dos E.U.A(4) 1,42 85,49 Havaí(5) 1,18 104,52 Havaí(5) 1,37 82,48 Nova Zelândia(6) 0,84 74,40 Nova Zelândia(6) 2,00 120,41 Dakota do Sul(7) 1,43 127,02 Dakota do Sul(7) 0,99 59,48 Goianésia(8) 2,22 196,63 Goianésia(8) 0,49 29,50 Hidrolândia (2) 9,55 100,00 Hidrolândia (2) 1,88 100,00 Norma Universal(3) 6,25 65,47 Norma Universal(3) 1,42 75,69 Sudeste dos E.U.A(4) 8,31 87,05 Sudeste dos E.U.A(4) 1,61 85,82 N/Ca Nordeste dos E.U.A(4) 5,92 62,02 P/S Nordeste dos E.U.A(4) 1,27 67,70 Havaí(5) 7,04 73,75 Havaí(5) 1,55 82,62 Nova Zelândia(6) 7,96 83,39 Nova Zelândia(6) 1,28 68,23 Dakota do Sul(7) 5,05 52,91 Dakota do Sul(7) 1,52 81,02 Goianésia(8) 3,80 39,81 Goianésia(8) 1,03 54,90 Hidrolândia (2) 2,11 100,00 Norma Universal(3) 1,46 69,37 Sudeste dos E.U.A(4) 1,24 58,80 N/K Nordeste dos E.U.A(4) 1,43 67,80 Havaí(5) 1,60 75,87 Nova Zelândia(6) 1,32 62,59 Dakota do Sul(7) 1,13 53,39 Goianésia(8) 0,85 40,30 Normas DRIS... ROCHA, A. C. et al. Biosci. J., Uberlândia, v. 23, n. 4, p. 50-60, Oct./Dec. 2007 56 (1) % em relação as normas de Hidrolândia, (2)Walworth & Sumner (1987), (2) Normas do presente trabalho; (2) Elwali et al. 1985 – Normas obtidas a partir de dados de vários países; (3) Walworth & Summer (1987); (4)Escano et al. (1981); (5)Cornforth; Steele (1981); (6)Data et al. (1992); (7)Cunha (2005), Houve coincidência de resultados entre todos os autores na relação N/P. Escano et al. (1981) é o que apresenta maior número de relações semelhantes aos desenvolvidos a partir dos dados de Hidrolândia (GO). O N e P são os nutrientes mais empregados em adubação da cultura do milho é tendem a apresentar relações semelhantes em diferentes regiões. Os dados apontam para a necessidade de buscar normas mais regionalizadas, pois as similaridades entre as relações de Cunha (2005) com as do presente trabalho são as menores, apesar de ser desenvolvidas em Goianésia (GO), em solos de cerrado. As normas desenvolvidas por Cunha (2005) são relativamente baixas para K/Mg, N/Mg, P/Mg e alta para Mg/S. Estes fatos sugerem que no grupo de alta produtividade adotado por Cunha (2005) existe uma alta concentração de Mg foliar. Como pôde ser comprovado, os teores médios das análises foliares para o Mg (0,54 dag kg-1), são considerados na faixa excessiva, segundo Malavolta et al. (1997). Isto explica em parte as divergências entre as normas de Hidrolândia (GO) e as normas desenvolvidas em Goianésia (GO). Cunha (2005) trabalhou com milho em espaçamento de 0,90 m em condições irrigadas e as normas do presente trabalho foram obtidas para milho adensado, cultivado em espaçamento reduzido, ambos em condições edafoclimáticas semelhantes. Reforça-se a idéia da não universalidade das normas DRIS. Sugere-se o desenvolvimento de normas locais, inclusive que estas sejam elaboradas para as diferentes condições de cultivo levando-se em conta fatores como irrigação, espaçamento e densidade de plantio. O método DRIS foi desenvolvido para fornecer um diagnóstico válido sem considerar a idade da planta, a origem do tecido, a cultivar, as condições climáticas e de solo, em função do uso de razões entre os nutrientes. Normas para solo Na Tabela 4 são apresentados os valores dos coeficientes de variação obtidos na análise de terra. Para matéria orgânica (MO), B, Ca, Mg e CTC os coeficientes de variação estão abaixo de 35% e acima deste valor para Cu, Fe, Zn, Mn, P, K e S, sendo o P (142,%) e o K (115,34%) os nutrientes que apresentam o maior valor. No trabalho de Cunha (2005), em solos com teores de argila menores que 40 dag dm-3, no subgrupo de maior produtividade, os teores médios de K (86,57 mg dm-3), Ca (2,43 cmolc dm-3), CTC (7,25 cmolc dm-3), Cu (1,97 mg dm-3), Mn (30,51 mg dm-3) apresentaram resultados semelhantes aos encontrados no presente trabalho (Tabela 4). Tabela 4. Média, coeficiente de variação e desvio padrão para produtividade e para concentrações de nutrientes no solo, na cultura de milho do subgrupo mais produtivo (>5.000 kg ha-1), na região de Hidrolândia (GO), safra 2003/2004. Variável Média CV% Desvio Padrão 1Razão S2A/S2B MO total (g dm-3) 3,08 15,79 0,49 0,02 P Mehlich 1 (mg dm-3) 2,71 142,12 3,86 3,61 K (mg dm-3) 79,01 115,34 91,13 0,12 Ca (cmolc dm-3). 2,62 33,28 0,87 0,12 Mg (cmolc dm-3). 0,90 33,92 0,31 0,16 CTC (cmolc dm-3). 6,28 15,93 1,00 0,03 S (mg dm-3) 5,93 52,73 3,13 0,60 Cu(mg dm-3) 1,39 36,20 0,50 0,07 Fe (mg dm-3) 37,02 71,99 26,65 0,71 Mn (mg dm-3) 31,33 38,42 12,04 0,18 Zn (mg dm-3) 3,06 52,39 1,60 0,24 B (mg dm-3) 1,39 30,93 0,43 0,13 1Razão de variância (S2A/S2B) entre as populações de baixa (A) e alta produtividade (B) Beaufils; Sumner (1976) concluíram que o conceito de balanço dos nutrientes ocorre também no solo, sendo observada a validade da aplicação da referida técnica tanto para solo como para a planta, aumentando assim o campo de atuação do DRIS. Alguns autores têm obtido resultados satisfatórios com o emprego do DRIS no solo, Normas DRIS... ROCHA, A. C. et al. Biosci. J., Uberlândia, v. 23, n. 4, p. 50-60, Oct./Dec. 2007 57 como atestam Medal-Johnsen et al.(1975), Evanylo et al. (1987) e Oliveira; Souza (1993). Ferreira, (2002) trabalhando com soja e Cunha (2005) trabalhando milho também usaram os teores de nutrientes no solo para o cálculo do índice DRIS. Um dos problemas do emprego do DRIS no solo é que algumas variáveis têm valores relativos. Nas plantas, os nutrientes são analisados quanto aos teores totais e representam as concentrações e proporções de nutrientes que desempenham determinadas funções metabólicas. Os resultados de análise de terra, ao contrário, são índices que fornecem referências da resposta da planta à adubação. Para o P, as dificuldades são ainda maiores. O P extraído pelo Mehlich I constitui-se em um índice, e não a quantidade total de nutriente que é passível de absorção pelas raízes (LEANDRO, 1998). O uso do DRIS no solo assume importância no manejo da adubação, pois é mais fácil alterar concentrações de nutrientes no solo, mediante a calagem ou adubação, do que alterar as concentrações foliares. O valor médio das relações binárias entre as variáveis obtidas da análise de terra, o coeficiente de variação, o desvio padrão para as relações (Normas) e a razão entre variâncias das populações de alta e baixa produtividade, são apresentados na Tabela 5. Tabela 5. Normas para as análises de terra utilizadas para o cálculo dos índices DRIS e razões de variâncias do subgrupo mais produtivo (> 5.000 kg ha-1) da cultura do milho, na região de Hidrolândia (GO), safra 2003/2004. Variável Média CV% Desvio Padrão Razão S2B/S2A Variável Média CV% Desvio Padrão Razão S2A/S2B MO/P 1,137 148,62 11,77 0,90 Ca/CTC 0,417 24,38 0,10 1,30 P/MO 0,880 142,75 1,25 3,51 CTC/Ca 2,397 25,61 0,66 1,96 MO/K 0,039 33,06 0,02 0,99 Ca/Cu 1,885 49,36 1,06 0,72 K/MO 25,653 94,21 23,83 0,18 Cu/Ca 0,531 51,87 0,31 1,70 MO/Ca 1,176 34,40 0,45 1,45 Ca/Fe 0,071 50,89 0,04 1,18 Ca/MO 0,851 31,87 0,27 1,76 Fe/Ca 14,130 82,46 13,21 1,12 MO/Mg 3,422 47,35 1,85 2,22 Ca/Mn 0,084 62,74 0,06 2,36 Mg/MO 0,292 32,79 0,10 1,18 Mn/Ca 11,958 48,80 6,31 1,72 MO/CTC 0,490 17,64 0,09 1,60 Ca/Zn 0,856 58,01 0,61 1,68 CTC/MO 2,039 17,02 0,35 1,66 Zn/Ca 1,168 51,43 0,64 0,91 MO/Cu 2,216 48,76 1,27 0,30 Mg/CTC 0,143 27,45 0,04 1,80 Cu/MO 0,451 45,92 0,22 0,73 CTC/Mg 6,978 44,49 3,51 3,67 MO/Zn 1,007 44,16 0,55 1,49 Mg/Cu 0,647 54,47 0,41 0,31 Zn/MO 0,994 54,39 0,55 1,11 Cu/Mg 1,544 76,68 1,45 1,80 MO/Mn 0,098 63,92 0,08 1,71 Mg/Fe 0,024 54,06 0,02 0,62 Mn/MO 10,172 35,46 3,58 1,19 Fe/Mg 41,133 88,47 44,73 3,07 MO/Fe 0,083 43,62 0,04 0,80 Mg/Mn 0,029 42,25 0,01 1,54 Fe/MO 12,019 74,15 9,22 1,28 Mn/Mg 34,811 44,46 16,38 2,38 P/K 0,034 124,26 0,05 2,01 Mg/Zn 0,294 52,47 0,19 1,27 K/P 29,155 159,84 292,21 1,10 Zn/Mg 3,400 56,30 2,09 4,33 P/Ca 1,034 136,27 1,38 1,21 CTC/Cu 4,518 43,30 2,26 0,36 Ca/P 0,967 157,94 10,21 1,26 Cu/CTC 0,221 39,90 0,09 0,62 P/Mg 3,011 166,32 5,46 9,00 CTC/Fe 0,170 42,42 0,09 1,04 Mg/P 0,332 162,69 3,67 0,78 Fe/CTC 5,895 73,24 4,46 1,00 P/CTC 0,432 134,93 0,56 2,53 CTC/Mn 0,200 65,48 0,16 1,63 CTC/P 2,317 151,88 25,12 0,94 Mn/CTC 4,989 41,23 2,07 1,36 P/Cu 1,950 122,17 2,30 2,62 CTC/Zn 2,052 47,55 1,21 1,74 Cu/P 0,513 167,38 5,96 1,55 Zn/CTC 0,487 50,23 0,25 1,03 P/Fe 0,073 157,24 0,14 1,40 Cu/Zn 0,454 66,31 0,37 1,55 Fe/P 13,661 248,11 295,28 1,77 Zn/Cu 2,201 47,44 1,13 1,24 P/Mn 0,086 163,56 0,16 3,23 Cu/Fe 0,038 41,93 0,02 0,88 Mn/P 11,561 168,25 125,20 0,73 Fe/Cu 26,633 48,21 13,55 1,43 P/Zn 0,886 143,36 1,37 1,47 Cu/Mn 0,044 99,10 0,06 1,53 Zn/P 1,129 145,85 9,05 1,03 Mn/Cu 22,540 55,10 14,66 0,59 K/Ca 30,156 111,51 36,33 0,11 Zn/Fe 0,083 67,24 0,07 1,36 Ca/K 0,033 44,55 0,02 0,42 Fe/Zn 12,098 82,52 13,07 2,13 Normas DRIS... ROCHA, A. C. et al. Biosci. J., Uberlândia, v. 23, n. 4, p. 50-60, Oct./Dec. 2007 58 K/Mg 87,789 104,58 104,97 0,87 Mn/Zn 10,239 59,92 7,30 1,08 Mg/K 0,011 43,36 0,01 0,87 Zn/Mn 0,098 62,36 0,07 1,87 K/CTC 12,581 96,54 11,97 0,13 Fe/Mn 1,182 115,15 1,84 2,28 CTC/K 0,079 31,67 0,03 0,83 Mn/Fe 0,846 48,99 0,50 1,00 K/Cu 56,842 116,02 72,50 0,14 B/Mg 1,544 67,49 1,23 1,13 Cu/K 0,018 43,76 0,01 0,71 Mg/B 0,647 58,37 0,43 1,69 K/Fe 2,134 107,65 2,73 0,16 B/CTC 0,221 35,55 0,08 0,80 Fe/K 0,469 83,71 0,50 0,52 CTC/B 4,518 48,98 2,51 0,49 K/Mn 2,522 104,04 3,24 0,71 B/Cu 1,000 46,28 0,52 1,98 Mn/K 0,397 49,27 0,24 1,04 Cu/B 1,000 53,54 0,60 0,87 K/Zn 25,820 111,40 34,73 0,38 B/Zn 0,453 55,32 0,31 2,23 Zn/K 0,039 63,64 0,03 0,45 Zn/B 2,201 65,24 1,56 0,55 Ca/Mg 2,911 45,33 1,45 5,81 B/P 3,500 158,21 5,53 1,53 Mg/Ca 0,344 34,06 0,12 1,68 P/B 2,12 159,26 3,37 1,11 (1) P, K, S, Cu, Fe, Mn, Zn B expressos em mg dm-3; Ca, Mg, CTC expressos em cmolc dm -3 e MO expressa em dag kg-1; (2)Razão de variância (S2A/S2B) entre as populações de baixa (A) e alta produtividade (B); Pelos resultados obtidos na população de alta produtividade (Tabelas 4 e 5) observa-se valores de Ca igual a 2,62 cmolc dm-3 e Mg igual a 0,90 cmolc dm-3, teores considerados adequados conforme faixa de suficiência descrita por Souza; Lobato (2004). A relação Ca:Mg foi de 2,91. Segundo Silva (1980) os melhores rendimentos de matéria seca de milho foram obtidos com a relação 3:1 em solos com 60 e 70 % da CTC saturada com Ca. Entretanto, Quaggio et al. (1985) observaram que o milho respondeu igualmente à aplicação de calcários com diferentes teores de magnésio. Concluíram que aparentemente, o milho é pouco sensível às variações na relação Ca:Mg do solo e essas devem afetar a produção apenas se atingirem valores extremos ou se um dos elementos estiver presente em concentrações muito baixas no solo. CONCLUSÕES Foram encontradas divergências entre as normas de folha desenvolvidas na região de Hidrolândia (GO) e as desenvolvidas em outras localidades. O uso de normas de outras regiões levou a diagnósticos de deficiência e excesso diferentes daqueles encontrados com os dados da região de Hidrolândia (GO) . Pelos resultados verificou-se a importância de obtenção de normas regionais e específicas para as condições de cultivo. ABSTRACT: The diagnosis of nutritional status of a plant or a crop depends upon of referential standards. This work had the aim to obtain standard values (local norms) for nutrient rations, rather than the nutrient itself, from high yielding populations to serve as reference in corn crop planted in 0.45 m row spacing. Soil and leaves samples were collected and grain yield were evaluated in a commercial crop in order to diagnostic the limiting nutrients, deficiency or excess, on corn planted in 0.45 m row spacing, at Hidrolândia, Goiás With the results of the analyses of corn leaves and soil, the population was divided in low and high yielding groups. DRIS norms were established using a yield of 5000 kg ha-1 to divide the data set into high and low yield subpopulations. The locally calibrated norms used to evaluate the nutritional status of the corn, from the leaves analysis, were compared to the others authors in several places. The geographic differences in DRIS norms were identified. PALAVRAS-CHAVE: Nutrient balance. Zea mays L.. DRIS. REFERÊNCIAS ANDREW, C. S. Problems in the use of chemical analysis for diagnosis of plant nutrient deficiencies. Journal of the Australian Institute of Agricultural Science, v. 34, p. 154-162. 1968. ARGENTA, G.; SILVA, P. R. F.; BORTOLINI, C. G.; FORNSTHOFER, E. L.; MANJABOSCO, E. A.; BEHEREGARAY NETO, V. Resposta de híbridos simples de milho à redução do espaçamento entre linhas. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 6, n. 1, p. 71-78, 2001. Normas DRIS... ROCHA, A. C. et al. Biosci. J., Uberlândia, v. 23, n. 4, p. 50-60, Oct./Dec. 2007 59 BATAGLIA, O. C.; TEIXEIRA, J. P. F.; FURLANI, P. R.; FURLANI, A. M. C.; GALLO, J. R. Análise química de plantas. Campinas. Instituto Agronômico, 1978. 31p. (Boletim Técnico, 87). BEAUFILS, E. R.; SUMNER, M. E. Application of the DRIS approach for calibrating soil and plant factors in their effects on yield of sugarcane. 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