ISOLAMENTO DE UMA FRAO ENRIQUECIDA EM SINAPTOSOMAS DE CREBRO DA ABELHA APIS MELLIFERA UTILIZANDO GRADIENTE DESCONTNUO DE PERCOLL E IDENTIFICAO DE MIOSINAS V E VI Original Article 112 COMPORTAMENTO DE DIFERENTES GENÓTIPOS DE MILHO COM APLICAÇÃO FOLIAR DE FUNGICIDA QUANTO À INCIDÊNCIA DE FUNGOS CAUSADORES DE GRÃOS ARDIDOS PERFORMANCE OF DIFFERENT MAIZE GENOTYPES WITH LEAF APPLICATION OF FUNGICIDES FOR THE INCIDENCE OF FUNGI CAUSING SOUR KERNEL Rodrigo Pereira DUARTE1; Fernando César JULIATTI2; Bruno Vasconcelos LUCAS1; Priscila Trevizam de FREITAS1 1. Aluno do curso de Agronomia, Instituto de Ciências Agrárias - ICIAG, Universidade Federal de Uberlândia – UFU, Uberlândia, MG, Brasil; 2. Professor, Doutor, ICIAG – UFU, Uberlândia, MG, Brasil. juliatti@ufu.br RESUMO: Este trabalho foi realizado visando avaliar a incidência de grãos ardidos em diferentes genótipos de milho sob aplicação foliar de fungicida. O experimento de campo foi conduzido na fazenda Mandaguari no município de Indianópolis – MG, com posterior análise da sanidade dos grãos no LAMIP/UFU. O delineamento experimental de campo foi o de blocos casualizados, em esquema fatorial 24x1, correspondentes aos híbridos (30F35, 30K73, 30F53, 2B707, 2B587, 2A525, DKB177, DKB390, DKB393, XGN6201, XGN5336, 30A06, AS1567, AS1575, AS1535, NB8304, IMPACTO, SOMMA, AG8060, AG7010, AG7088, HS5814, HS5889 e HS5815), e ausência e presença do fungicida (Azoxystrobin + Ciproconazole) com 4 repetições. O teste padrão (“Blotter Test”) permitiu detectar a presença dos patógenos Fusarium moniliforme, Fusarium graminerum, Penicillium spp., Stenocarpella macrospora e Aspergillus flavus . Os resultados foram submetidos à análise de variância e teste de médias pelo programa SISVAR (teste Scott-Knott, a 5% de probabilidade). O hibrido IMPACTO foi o que apresentou maior produtividade aliado a menor incidência de grãos ardidos tanto pela reação do genótipo, quanto pela aplicação foliar do fungicida. Houve uma redução na incidência de Fusarium moniliforme nos diferentes híbridos quando submetidos à aplicação do fungicida. Já o Fusarium graminearum apresentou diferentes incidências em função do genótipo. O uso do fungicida nos híbridos AG8060, 2A525, DKB393 e DKB390 reduziu a incidência de Penicillium spp. Ocorrendo interação para a aplicação de fungicida nos diferentes genótipos. Independente do uso do fungicida os híbridos DKB393, DKB177, NB8304, SOMMA, HS5815, HS5889, 30K73, XGN6201, 30F53, 30A06, 2A525 e 2B587, apresentaram menor incidência de Stenocarpella macrospora. PALAVRAS-CHAVE: Fusarium moniliforme. Fusarium graminerum. Penicillium spp. Stenocarpella macrospora. Aspergillus flavus. Zea mays. Grãos ardidos. Fungicida. INTRODUÇÃO O milho (Zea mays L.) é um dos cereais mais cultivados no mundo, sendo importante para a alimentação humana e animal. Tanto o produto como os subprodutos apresentam grande importância na balança comercial de vários países. O Brasil é o terceiro maior produtor mundial, ficando atrás somente dos EUA e China (REIS, 2004). Na safra agrícola brasileira de 2006/2007, a área cultivada foi de aproximadamente de 12,5 milhões de hectares, com produção total aproximada de 40,8 milhões de toneladas. O estado de Minas Gerais é responsável por 5,4 milhões de toneladas, com uma área plantada de 1,3 milhões de hectares (COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO, 2007). O rendimento do milho pode ser influenciado por fatores como a disponibilidade hídrica, fertilidade do solo, população de plantas, sistema de cultivo, potencial produtivo do híbrido e manejo de plantas daninhas, pragas e doenças (SANDINI; FANCELLI, 2000; FANCELLI; DOURADO-NETO, 2003). A utilização da aplicação de fungicida via foliar está sendo uma ferramenta a mais no manejo da cultura com o propósito de assegurar o potencial produtivo do híbrido, além da qualidade dos grãos, menor porcentagem de grão ardido, o qual significa perda no momento da comercialização. Os fungicidas registrados para a cultura proporcionam maior sanidade das plantas reduzindo assim as condições favoráveis para a colonização dos patógenos causadores de grãos ardidos, que sejam durante a fertilização com o grão de pólen, sistema vascular, e também por aberturas provocadas por insetos pragas. Ao longo dos últimos anos tem se observado um avanço das doenças nesta cultura, como conseqüência do estreitamento das relações patógeno-hospedeiro-ambiente (COSTA, 2001). A incidência dos fungos nos grãos normalmente ocorre pela infecção da espiga sendo favorecida por clima úmido e quente na fase de Biosci. J., Uberlândia, v. 25, n. 4, p. 112-122, July/Aug. 2009 Received: 09/04/08 Accepted: 07/07/08 mailto:juliatti@ufu.br Comportamento de diferentes... DUARTE, R. P. et al. 113 polinização, mau empalhamento e por injúrias causadas por insetos nas espigas (Shurtleff, 1992; REID et al., 1996). Segundo Agrios (1988), a utilização de populações elevadas de plantas, aliada aos desequilíbrios nutricionais e à suscetibilidade dos genótipos, contribui para o aumento da incidência das podridões de espigas e de grãos ardidos. Além desses fatores, a intensidade das podridões da espiga é aumentada quando se pratica a monocultura principalmente se associada à prática do plantio direto (FLETT; WEHNER 1991; REIS; CASA, 1996). Uma grande quantidade de fungos toxigênicos pode contaminar os cereais, principalmente em regiões de clima tropical. Azevedo et al. (1994) e Orsi et al. (1995) demonstraram que o gênero mais encontrado no milho recém colhido foi Fusarium, seguido por Aspergillus e Penicillium. Levantamento feito por Salgado et al. (1980) em amostras de milho, trigo e arroz, provenientes do estado de Santa Catarina, mostraram que 90% das amostras eram positivas para Fusarium moniliforme e Fusarium graminearum. Corrêa (1995) pesquisou mensalmente a microbiota fúngica de 130 amostras de milho. Os gêneros mais encontrados foram: Fusarium 83,8%; Penicillium 55,3% e Aspergillus em 40,7% das amostras analisadas. As podridões da espiga, que originam os grãos ardidos, caracterizados por sintomas de descoloração devida à infecção de fungos, são as principais responsáveis pela baixa qualidade dos grãos (PEREIRA, 1995). Conforme Pinto (2001), as principais podridões de espigas ocorrentes no Brasil são a podridão branca da espiga, podridão rosada da espiga e a podridão rosada da ponta da espiga. A podridão branca da espiga é causada pelos fungos Stenocarpella maydis e Stenocarpella macrospora. Nas espigas os sintomas iniciam, principalmente, na base da espiga logo após a fecundação. As brácteas da espiga tornam-se despigmentadas e de coloração parda. Quando a infecção ocorre duas semanas após a polinização, toda a espiga pode tornar-se podre, apresentando coloração pardo-cinzenta a esbranquiçada, enrugada e leve, com as palhas internas fortemente aderidas umas as outras ou aos grãos, devido ao crescimento do micélio do fungo. Os picnídios negros podem formar-se sobre a palha, brácteas florais, sabugo e grãos. Os grãos infectados apresentam cor cinza fosco a marrom. As espigas infectadas ao final do ciclo da cultura não mostram sintomas externos e, quando são despalhadas e os grãos assintomáticos removidos, o micélio branco pode ser visto crescendo entre os grãos remanescentes nas espigas. Alguns isolados de S. maydis induzem a viviparidade, ou seja, a germinação prematura dos grãos. Também foi verificado que as plantas com podridão do colmo normalmente apresentam as espigas com a ponta voltada para baixo. Tanto no colmo como na espiga não é possível determinar se a infecção foi causada por S. maydis ou S. macrospora apenas com base nos sintomas. A diagnose correta é feita com base nas características dos esporos das duas espécies (CASA, R. T., REIS, E. M.; ZAMBOLIM, L., 2006). Uma característica peculiar entre as duas espécies de Stenocarpella é que apenas a S. macrospora ataca as folhas do milho. A precisa distinção entre estas espécies só é possível mediante análises microscópicas, pois comparativamente os esporos de S. macrospora são maiores e mais alongados de 2 a 3 vezes, do que os de S. maydis, esta apresenta picnídios subepidérmicos, globosos ou alongados, com coloração marrom-escura a preta, paredes grossas, diâmetro de 150-300 μm e um ostíolo protuberante papilado. As duas espécies podem ser diferenciadas com base na forma, tamanho, número de células e cor dos conídios (CASA, R. T., REIS, E. M.; ZAMBOLIM, L., 2006). A podridão rosada da espiga é causada pela espécie Fusarium moniliforme ou F. subglutinans, a infecção causada por essa espécie se dá por pontos distintos na espiga, pode iniciar-se na base e progredir para a ponta da espiga, os grãos ficam com uma coloração rosada e com o aparecimento de varizes brancas sobre o tegumento. Já a podridão rosada da ponta da espiga é causada pela espécie Fusarium graminearum, essa podridão se dá somente na ponta da espiga, onde os grãos ficam com uma coloração rosada. A distinção entre estas espécies só é possível mediante análises microscópicas. Os grãos de milho podem ser danificados em duas condições específicas, isto é, conjuntamente com a formação e em pós-colheita, durante o beneficiamento, armazenamento e transporte. No processo de colonização dos grãos, espécies toxigênicas podem, além dos danos físicos (descolorações dos grãos, reduções nos conteúdos de carboidratos, de proteínas e de açúcares totais), produzirem mico toxinas, que são substâncias produzidas por fungos e que são tóxicas quando consumidas pelos homens e animais (PINTO, 2003). Atualmente, os grãos ardidos, constituem se, num dos principais problemas de qualidade do milho, devido à possibilidade da presença de mico toxinas, tais como afla toxinas (Aspergillus flavus e A. parasiticus), fumonisinas (Fusarium moniliforme Biosci. J., Uberlândia, v. 25, n. 4, p. 112-122, July/Aug. 2009 Comportamento de diferentes... DUARTE, R. P. et al. 114 e F. subglutinans), zearalenona (Fusarium graminearum e F. poae), toxina T-2 (Fusarium sporotrichioides), ocratoxina (Penicillium spp., e Aspergillus spp) entre outras. As perdas qualitativas por grãos ardidos são motivos de desvalorização do produto e uma ameaça à saúde dos rebanhos e humana. Como padrão de qualidade tem-se, em algumas agroindústrias, a tolerância máxima de 6% para grãos ardidos em lotes comerciais de milho (PINTO, 2001). A área passou por uma adubação de pré- semeadura conforme a análise química, sendo realizada superficialmente a lanço, utilizando 500 Kg.ha-1 de gesso agrícola, 2000 Kg.ha-1 de calcário, 10 Kg.ha-1 de Bórax e 150 Kg.ha-1 de KCl. A adubação de semeadura foi utilizado 420 Kg.ha-1 do formulado 10-30-05, e a adubação de cobertura com 300 Kg.ha-1 do formulado 45-00-00 (uréia), quando o milho estava no estádio fenológico de V5-V6. Para adubação foliar foram realizadas duas aplicações utilizado a dose de 2,0 L.ha-1 (Mn, Zn, Cu, B, Mo, S). O presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito do genótipo na produtividade e incidência de grãos ardidos de milho sob aplicação foliar de fungicida, quanto à presença dos fungos causadores de grãos ardidos Fusarium moniliforme, Fusarium graminearum, Penicillium spp., Stenocarpella macrospora e Aspergillus flavus. O manejo para controle das plantas infestantes foi realizado com o herbicida nicosulfuron, na dose de 0,3 L.ha-1 e atrazina com dosagem de 1,0 L.ha-1 mais óleo vegetal (adjuvante), em pós-emergência inicial das plantas infestantes. MATERIAL E MÉTODOS Para o controle de insetos foram realizadas três aplicações de inseticidas: a primeira e a segunda, com Karate Zeon (Lambidacialotrina) na dosagem de 0,05 L.ha-1, e a terceira com Tracer (Espinosade) na dose de 0,08 L.ha-1. O experimento de campo foi conduzido na Fazenda Mandaguari, localizada no município de Indianópolis – MG, situado a 18º 59’ 22’’ S de latitude, 47º 47’ 44’’ W de longitude e 970m de altitude, no período de 06 de novembro a 25 de abril de 2007. O delineamento experimental foi o de blocos casualizados, em esquema fatorial 24x1, correspondente a 24 híbridos, com quatro repetições, na ausência e presença de uma aplicação de fungicida (Azoxystrobin + Ciproconazole) estrobilurina + triazol respectivamente, na dose 0,3 L.ha-1 + Nimbus (adjuvante) a 0,5% v/v, no estádio fenológico de pré-pendoamento (V18). A Tabela 1 caracteriza os híbridos utilizados no experimento. A cultura antecessora foi soja, e o sistema de plantio utilizado para a cultura do milho foi a de semeadura direta, o espaçamento entre linhas de semeadura foi de 0,45m. A área foi previamente dessecada com glifosato, na dose de 5,0 L.ha-1 + 0,5 L de Agrex Oil (adjuvante). O tratamento de sementes foi realizado com o inseticida tiodicarbe + imidacloprid, na dosagem 0,3 L/60 mil sementes. Tabela 1. Híbridos utilizados no experimento Híbridos Empresas Tipo do Híbrido Ciclo População final pl.ha-1 30F35 Pioneer Simples Normal 72.000 30K73 Pioneer Simples Normal 72.000 30F53 Pioneer Simples Precoce 73.000 2B707 Dow AgroSciences Simples Normal 71.000 2B587 Dow AgroSciences Simples Precoce 71.000 2A525 Dow AgroSciences Simples Precoce 73.000 DKB177 Dekalb Simples Precoce 69.000 DKB390 Dekalb Simples Precoce 72.000 DKB393 Dekalb Simples Normal 70.000 XGN6201 Agromen Triplo Super precoce 70.000 XGN5336 Agromen - Precoce 69.000 30A06 Agromen Simples Super precoce 70.000 AS1567 Agroeste Simples Semi-precoce 70.000 AS1575 Agroeste Simples Precoce 69.000 AS1535 Agroeste Simples Precoce 73.000 NB8304 Syngenta NK - Precoce 72.000 Biosci. J., Uberlândia, v. 25, n. 4, p. 112-122, July/Aug. 2009 Comportamento de diferentes... DUARTE, R. P. et al. 115 IMPACTO Syngenta NK Simples Precoce 66.000 SOMMA Syngenta NK Simples Precoce 71.000 AG8060 Agroceres Simples Precoce 63.000 AG7010 Agroceres Simples Precoce 66.000 AG7088 Agroceres Simples Precoce 66.000 HS5814 Nidera - Precoce 59.000 HS5889 Nidera - Precoce 63.000 HS5815 Nidera - Semi-precoce 56.000 Para a aplicação do fungicida foi utilizado um pulverizador automotriz da marca Jacto com capacidade de tanque de 2000 L com 24 m de barra, bicos espaçados de 0,5m, ponta do tipo leque série TT (110.03), o que proporcionou um volume de calda de 200 L.ha-1. A colheita foi realizada manualmente, colhendo dentro de cada parcela, duas linhas de 5 metros, ajustando posteriormente para produtividade em hectare. A umidade dos grãos foi ajustada para 13% para posterior envio ao laboratório, separando uma amostra para realizar o teste de sanidade. As avaliações na fase pós-colheita foram realizadas no Laboratório de Micologia e Proteção de Plantas (LAMIP) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), no campus Umuarama, no período de 25 de abril a 05 de junho de 2007. Foi empregado o método de incubação em substrato de papel (‘Blotter test’) com congelamento: os grãos acondicionados em caixas de gerbox contendo duas folhas de papel de filtro umedecidas em água destilada e esterilizada foram submetidas ao congelamento a -20oC, por 24 horas, a fim de inibir a germinação evitando assim a contaminação de um grão para outro, uma vez que foram colocadas 25 grãos de milho por gerbox. Após esta etapa, os gerbox contendo os grãos foram colocados por sete dias em câmara de incubação regulada em 22°C ± 2°C e sob regime de doze horas de luz e doze horas de escuro (fotoperíodo de 12 horas), para o adequado desenvolvimento dos patógenos. O delineamento utilizado na câmara foi o inteiramente casualizado (DIC), cada tratamento foi realizada uma amostragem em 300 grãos com boa integridade física, sendo 12 repetições com 25 grãos. Após a incubação, os grãos foram examinados sob microscópio estereoscópico (50x), para a identificação dos patógenos. Realizou-se a avaliação da sanidade (incidência fúngica) em grãos dos híbridos apresentados na Tabela 1, sob a ausência e a presença do fungicida. A incidência dos grãos ardidos (alteração da coloração provocada pelo desenvolvimento fúngico) foi determinada conforme critério estabelecido na portaria n° 11, de 12/04/96 (BRASIL, 1996). O método consistiu na separação visual e na determinação da porcentagem de grãos com sintomas de descoloração em mais de um quarto da sua superfície total, a partir de amostras de grãos oriundas do campo. Após a obtenção das porcentagens de ocorrência de Fusarium moniliforme, Fusarium graminearum, Stenocarpella macrospora, Penicillium spp. e Aspergillus flavus, a porcentagem encontrada de cada patógeno (B) foi multiplicada pela porcentagem de grão ardido (C), no propósito de encontrar o quanto do patógeno (A) é o responsável por causar o grão adido, com relação pela seguinte fórmula: A = (B*C) /100. Assim, os resultados foram submetidos à análise de variância e teste de médias pelo programa SISVAR, da Universidade Federal de Lavras, sendo os dados transformados em raiz quadrada de X+0,5, por não apresentarem distribuição normal. As médias foram comparadas pelo teste de Scott-Knott, a 5% de probabilidade (FERREIRA, 2000). RESULTADOS E DISCUSSÃO De acordo com os resultados da análise de variância dos dados referentes à produtividade e porcentagem de grãos ardidos, observou-se efeito de híbridos e da utilização do fungicida (Tabela 2). Isto significa que ocorreu resposta diferenciada dos híbridos conforme o seu potencial genético sem a utilização do fungicida, destacando os híbridos IMPACTO e AG7010 com as maiores produtividade, os quais diferiram significativamente dos demais. Uma outra característica importante do efeito dos híbridos destaca-se a sanidade dos grãos, os híbridos que apresentaram menor incidência de grãos ardidos foram IMPACTO, AG7088, 2B587, AG8060, DKB177, HS5889, HS5814 e HS5815, sendo bem superiores ao híbrido AS1575 (Tabela 2) que apresentou maior suscetibilidade aos fitopatógenos causadores de grãos ardidos. Segundo Pinto et al. (2001), o aparecimento de grãos ardidos em milho é conseqüência das podridões de espigas, causadas principalmente por vários fungos presentes no campo entre eles Fusarium moniliforme e Penicillium oxalicum. Neste trabalho foi detectada a primeira espécie e Biosci. J., Uberlândia, v. 25, n. 4, p. 112-122, July/Aug. 2009 Comportamento de diferentes... DUARTE, R. P. et al. 116 também os fungo Penicillium spp., Fusarium graminearum, Stenocarpella macrospora e Aspergillus flavus. Segundo o mesmo autor são apontadas diferentes estratégias no controle das podridões de espiga ou grãos ardidos em milho. Entre elas a resistência do genótipo (Tabela 2). A utilização da aplicação do fungicida via foliar assegurou o potencial genético dos diferentes híbridos, fazendo com que as doenças não fossem o limitante na produtividade e na sanidade dos grãos. Os híbridos IMPACTO, AG7010, 30F35, 2B707, AG7088 e 30F53 foram os que tiveram as maiores produtividades com a aplicação do fungicida, sendo superiores aos híbridos AG8060, XGN5336, DKB177, DKB393, 30K73, HS5889, AS1567, HS5814, 2A525, HS5815 e XGN6201 (Tabela 2). Também ocorreu redução na incidência de grãos ardidos em função da aplicação de fungicidas via foliar (Tabela 2), sendo reflexo da redução na podridão de espigas, consequentemente resultou em maior ganho de rendimento e também na qualidade dos grãos, destacando os híbridos IMPACTO, AG7088, 2B587, AG8060, 30K73, HS5889 e HS5815, que obtiveram menor incidência de grãos ardidos quando comparado aos demais. Segundo Juliatti et al. (2007) as aplicações foliares de fungicidas têm um grande potencial na redução da severidade de doenças, assegura o potencial produtivo do híbrido e melhoria da qualidade de grãos a serem recebidos na indústria para processamento, além da resistência do genótipo. É notório que a melhoria da qualidade dos grãos (redução de grãos ardidos) pode ser visualizada na Tabela 2. Tabela 2. Médias de produtividade em sc.ha-1 e porcentagem de grão ardido dos diferentes híbridos sem e com aplicação do fungicida via foliar (Azoxystrobin + Ciproconazole). Clube Amigos da Terra (CAT)/UFU, Uberlândia-MG, 2007. Sem fungicida Com fungicida Híbridos sc.ha-1 % Grão ardido sc.ha-1 % Grão ardido IMPACTO 173,3 a 8,1 a 186,0 a 4,6 a AG7010 169,5 a 10,9 b 175,7 a 6,1 b 30F35 157,3 b 12,1 b 169,4 a 9,3 b 2B707 155,5 b 19,8 c 167,6 a 16,8 d AG7088 152,1 b 8,5 a 166,6 a 3,9 a DKB390 149,8 b 23,8 c 160,5 b 17,2 d 30F53 148,7 b 13,8 b 169,8 a 7,7 b SOMMA 148,1 b 10,9 b 159,2 b 6,6 b NB8304 146,7 b 12,3 b 159,2 b 8,7 b AS1535 146,3 b 14,6 b 154,4 b 12,5 c 2B587 145,9 b 9,3 a 160,2 b 3,9 a AS1575 141,4 b 31,0 d 160,7 b 15,7 d 30A06 140,0 b 13,8 b 151,7 b 7,6 b AG8060 139,8 b 10,1 a 147,4 c 3,3 a XGN5336 131,6 c 22,4 c 142,1 c 16,3 d DKB177 131,5 c 9,4 a 148,0 c 5,9 b DKB393 129,5 c 12,3 b 142,2 c 7,9 b 30K73 127,1 c 10,5 b 138,6 c 3,4 a HS5889 125,4 c 6,2 a 134,7 c 2,9 a AS1567 123,1 c 14,4 b 132,5 c 11,8 c HS5814 123,0 c 6,6 a 134,0 c 6,5 b 2A525 122,8 c 11,6 b 131,0 c 11,5 c HS5815 119,4 c 4,5 a 136,3 c 1,5 a XGN6201 116,3 c 14,5 b 120,2 c 9,9 b CV(%) 7,7 29,2 8,0 41,8 Médias seguidas pela mesma letra, na vertical, não diferem entre si, a 5% de probabilidade pelo teste de Scott-Knot. Por meio dos resultados da análise de variância dos dados referentes às porcentagens de incidência, observou-se que houve diferença significativa em relação aos diferentes genótipos, quando realizando a comparação sob o tratamento com a aplicação do fungicida via foliar, ou seja, ocorreu resposta diferenciada dos híbridos de milho, conforme o nível de incidência de Fusarium Biosci. J., Uberlândia, v. 25, n. 4, p. 112-122, July/Aug. 2009 Comportamento de diferentes... DUARTE, R. P. et al. 117 moniliforme (Tabela 3), sendo os híbridos HS5815, AG8060, HS5889, AG7088 e 30K73, os quais apresentaram menor incidência em relação aos demais, e os que apresentaram maiores percentuais foram 2B707 e DKB390, e que não diferiram estatisticamente entre si. Tabela 3. Porcentagem média de incidência de Fusarium moniliforme e Fusarium graminearum em grãos de diferentes híbridos de milho, com e sem aplicação de fungicida via foliar (Azoxystrobin + Ciproconazole), analisados pelo “Blotter test”. UFU, Uberlândia – MG, 2008. Fusarium moniliforme Fusarium graminearum Híbridos Com fungicida Sem fungicida Média Com *NS fungicida Sem *NS fungicida Média HS5815 0,97 A a 1,29 A b 1,13 0,71 0,72 0,71 A AG8060 1,13 A a 2,21 D b 1,67 0,71 0,71 0,71 A HS5889 1,19 A a. 1,74 B b 1,47 0,73 0,73 0,73 A AG7088 1,23 A a 1,95 C b 1,59 0,71 0,77 0,74 A 30K73 1,24 A a 2,05 C b 1,65 0,72 0,71 0,71 A 2B587 1,48 B a 2,08 C b 1,78 0,75 0,78 0,77 A IMPACTO 1,55 B a 1,91 C b 1,73 0,72 0,71 0,71 A DKB177 1,60 B a 2,04 C b 1,82 0,74 0,72 0,73 A HS5814 1,62 B a 1,70 B a 1,66 0,74 0,73 0,74 A SOMMA 1,65 B a 2,09 C b 1,87 0,72 0,71 0,71 A AG7010 1,72 C a 2,31 D b 2,01 0,71 0,71 0,71 A DKB393 1,77 C a 2,33 D b 2,05 0,73 0,76 0,75 A 30A06 1,77 C a 2,46 D b 2,12 0,71 0,75 0,73 A 30F53 1,78 C a 2,42 D b 2,10 0,87 0,78 0,83 B 30F35 1,82 C a 2,42 D b 2,12 0,77 0,71 0,74 A NB8304 1,87 C a 2,35 D b 2,11 0,73 0,77 0,75 A AS1567 1,88 C a 2,51 D b 2,20 0,80 0,86 0,83 B XGN6201 2,04 D a 2,55 D b 2,30 0,84 0,73 0,79 B AS1575 2,13 D a 3,71 H b 2,92 0,82 0,93 0,88 B 2A525 2,18 D a 2,24 D a 2,21 0,80 0,74 0,77 A XGN5336 2,38 D a 3,39 G b 2,88 0,78 0,89 0,84 B AS1535 2,48 E a 2,78 E b 2,63 0,83 0,76 0,79 B 2B707 2,69 F a 2,96 E b 2,83 0,73 0,77 0,75 A DKB390 2,81 F a 3,16 F b 2,98 0,76 0,78 0,77 A Média 1,79 2,36 2,08 0,76 0,76 0,76 CV (%) 9,13 10,08 Para a análise estatística os dados foram transformados em raiz quadrada de X+0,5; Letras maiúsculas e minúsculas iguais na vertical e horizontal, respectivamente, não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. *NS Não houve diferença significativa com e sem aplicação de fungicida e a interação. Segundo Juliatti et al. (2007), a aplicação de fungicidas no híbrido AG8060 apresentou menor incidência de Fusarium moniliforme nos grãos. Isto pode ser verificado também neste trabalho, onde o hibrido apresentou uma ótima interação com a aplicação de fungicida via foliar. Já o híbrido que apresentou menor incidência somente pela reação do genótipo foi o HS5815, e o que apresentou maior incidência foi o AS1575, portanto este apresentando maior suscetibilidade ao patógeno. Neste trabalho também pôde verificar a interação significativa entre híbridos e fungicida, ou seja, a reação do genótipo quando da aplicação do fungicida via foliar. Os híbridos que tiveram respostas com a aplicação do fungicida, diminuindo a incidência de Fusarium moniliforme (Tabela 3) foram HS5815, AG8060, HS5889, AG7088, 30K73, 2B587, IMPACTO, DKB177, SOMMA, AG7010, DKB393, 30A06, 30F53, 30F35, NB8304, AS1567, XGN6201, AS1575, XGN5336, AS1535, 2B707 e DKB390, enquanto que os híbridos HS5814 e 2A525 a incidência do patógeno não houve diferença significativa na interação entre híbridos e fungicida. Juliatti et al. (2007), o fungicida Azoxystrobin + Ciproconazole sob aplicação foliar proporcionou uma redução de 33% na infecção de Fusarium moniliforme em diferentes híbridos de milho. Um comportamento semelhante pôde ser Biosci. J., Uberlândia, v. 25, n. 4, p. 112-122, July/Aug. 2009 Comportamento de diferentes... DUARTE, R. P. et al. 118 observado neste trabalho, ou seja, com a aplicação foliar do fungicida houve uma diferença significativa na interação entre os diferentes híbridos e fungicida. Segundo Pinto et al. (2001), os fungos Fusarium moniliforme e F. subglutinans possibilitam a presença de fumonisinas (mico toxinas), que provocam perdas qualitativas por grãos ardidos e são motivos de desvalorização do produto, além de uma ameaça à saúde dos rebanhos e humana. De acordo com Azevedo et al. (1994) e Orsi et al. (1995), o gênero fúngico mais encontrado no milho recém colhido é Fusarium, seguido por Aspergillus e Penicillium. Já Pozzi, apud Corrêa (1995), pesquisou mensalmente a microbiota fúngica de 130 amostras de milho, sendo que os gêneros mais encontrados nas amostras analisadas foram: Fusarium 83,8%; Penicillium 55,3% e Aspergillus em 40,7%. Uma apresentação preliminar dos resultados pode ser encontrada em Juliatti et al (2006). De acordo com a análise de variância não houve diferença significativa na incidência de Fusarium graminearum (Tabela 3) em função da aplicação do fungicida via foliar, somente houve diferença significativa da reação do genótipo, ocorrendo respostas diferenciadas de cada híbrido. Os híbridos que apresentaram menor percentual de incidência de Fusarium graminearum foram AG7010, AG8060, IMPACTO, HS5815, 30K73, SOMMA, 30A06, DKB177, HS5889, HS5814, 30F35, AG7088, DKB393, NB8304, 2B707, 2B587, 2A525 e DKB390, os quais apresentaram uma maior tolerância sobre o patógeno, quando comparados com os híbridos XGN6201, AS1535, 30F53, AS1567, XGN5336 e AS1575, que apresentaram maior percentual de incidência. A baixa incidência do patógeno encontrada neste trabalho foi devida o experimento de campo ser conduzido em uma região alta do cerrado, pois não compõem um microclima favorável para o desenvolvimento do mesmo, já que é um patógeno característico da região sul, e de ocorrência de regiões de baixa altitude. Um levantamento feito por Salgado et al. (1980) em amostras de milho, trigo e arroz, mostrou que 90% das amostras eram positivas para Fusarium moniliforme e Fusarium graminearum. Em relação ao fungo do gênero Penicillium spp., verificou que houve diferença significativa para a reação dos diferentes híbridos com e sem a aplicação do fungicida, e também da interação significativa entre híbridos e fungicida (Tabela 4). Tabela 4. Porcentagem média de incidência de Penicillium spp e Aspegillus flavus em grãos de diferentes híbridos de milho, com e sem aplicação de fungicida via foliar (Azoxystrobin + Ciproconazole), analisados pelo “Blotter test”.UFU, Uberlândia – MG, 2008. Penicillium spp Aspegillus flavus Híbridos Com fungicida Sem fungicida Média Com *NS fungicida Sem *NS fungicida Média 2B587 0,72 A a 0,92 A a 0,82 0,71 0,71 0,71 IMPACTO 0,74 A a 0,90 A a 0,82 0,71 0,71 0,71 HS5815 0,75 A a 0,89 A a 0,82 0,71 0,71 0,71 HS5814 0,75 A a 0,75 A a 0,75 0,71 0,71 0,71 HS5889 0,79 A a 0,82 A a 0,80 0,71 0,71 0,71 AG8060 0,81 A a 1,17 B b 0,99 0,71 0,71 0,71 SOMMA 0,85 A a 0,73 A a 0,79 0,71 0,73 0,72 30K73 0,87 A a 0,94 A a 0,90 0,71 0,71 0,71 2A525 0,88 A a 1,29 B b 1,09 0,71 0,71 0,71 AS1535 0,88 A a 0,83 A a 0,86 0,71 0,71 0,71 DKB393 0,89 A a 1,28 B b 1,09 0,71 0,71 0,71 AS1567 0,92 A a 0,84 A a 0,88 0,71 0,71 0,71 DKB177 0,93 A a 1,13 B a 1,03 0,71 0,71 0,71 30F35 0,95 A a 0,79 A a 0,87 0,71 0,71 0,71 AG7088 0,95 A a 0,97 A a 0,96 0,74 0,71 0,72 XGN6201 0,95 A a 0,94 A a 0,95 0,71 0,71 0,71 XGN5336 0,96 A a 1,14 B a 1,05 0,71 0,71 0,71 NB8304 0,99 A a 1,13 B a 1,06 0,71 0,71 0,71 AG7010 1,02 A a 0,90 A a 0,96 0,71 0,71 0,71 30A06 1,05 B a 0,94 A a 1,00 0,71 0,71 0,71 2B707 1,16 B a 1,05 A a 1,10 0,71 0,71 0,71 Biosci. J., Uberlândia, v. 25, n. 4, p. 112-122, July/Aug. 2009 Comportamento de diferentes... DUARTE, R. P. et al. 119 30F53 1,21 B a 1,33 B a 1,27 0,72 0,71 0,71 AS1575 1,25 B a 0,76 A a 1,00 0,71 0,71 0,71 DKB390 1,32 B a 1,66 C b 1,50 0,71 0,75 0,73 Média 0,94 1,00 0,97 0,76 0,76 0,76 CV (%) 18,61 2,22 Para a análise estatística os dados foram transformados em raiz quadrada de X+0,5; Letras maiúsculas e minúsculas iguais na vertical e horizontal, respectivamente, não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. *NS Não houve diferença significativa com e sem aplicação de fungicida e a interação. Os híbridos que apresentaram menor percentual de incidência do patógeno, respondendo à aplicação foliar do fungicida foram 2B587, IMPACTO, HS5815, HS5814, HS5889, AG8060, SOMMA, 30K73, 2A525, AS1535, DKB393, AS1567, DKB177, 30F35, AG7088, XGN6201, XGN5336, NB8304 e AG7010, diferenciando dos demais híbridos 30A06, 2B707, 30F53 e AS1575, os quais não diferenciaram estatisticamente entre si (Tabela 4). Quando se analisa somente a reação do genótipo para a incidência do patógeno sem a aplicação foliar do fungicida, os híbridos 2B587, IMPACTO, HS5815, HS5814, HS5889, SOMMA, 30K73, AS1535, AS1567, 30F35, AG7088, XGN6201, AG7010, 30A06, 2B707 e AS1575 foram os que destacaram com uma menor porcentagem de incidência, diferenciando estatisticamente do hibrido DKB390, o qual apresentou maior percentual de incidência (Tabela 4). Isto demonstra que existe variabilidade genética em híbridos para redução na infecção por grãos ardidos e ocorrência do gênero Penicillium em ensaios de campo sob inóculo natural. Dentre os híbridos analisados, houve interação significativa para os híbridos o AG8060, 2A525, DKB393 e DKB390, são os que apresentaram redução da porcentagem de incidência do patógeno, não diferindo estatisticamente entre si (Tabela 4). Com isso, demonstra uma informação de que para diferentes híbridos à incidência do patógeno causador de grão ardido só diminui com a aplicação foliar de fungicida, como demonstrado pelo trabalho. De acordo com Juliatti et al. (2007), o uso da aplicação foliar de fungicidas triazóis + estrobilurinas em diferentes híbridos reduziu a incidência de Penicillium digitatum nos grãos. Ocorreu interação para a aplicação de fungicidas via foliar nos diferentes genótipos de milho.Com base nos resultados da análise de variância, não houve diferença significativa para a porcentagem de incidência de Aspegillus flavus (Tabela 4) nos diferentes híbridos e também da interação híbridos x fungicidas. Quanto aos resultados da análise de variância, observou-se que houve diferença significativa para a reação dos diferentes híbridos, mostrando a resposta à tolerância dos materiais à incidência de Stenocarpella macrospora, e também da influência da aplicação foliar do fungicida, e demonstrando a interação entre híbridos e fungicida (Tabela 5). Tabela 5. Porcentagem média de incidência de Stenocarpella macrospora, em grãos de diferentes híbridos de milho, com e sem aplicação de fungicida via foliar (Azoxystrobin + Ciproconazole), analisados pelo “Blotter test”. UFU, Uberlândia – MG, 2008. Híbridos Com fungicida Sem fungicida Média DKB393 0,70 A a 0,95 A a 0,82 HS5814 0,70 A a 1,12 B b 0,91 AS1567 0,70 A a 2,01 E b 1,36 DKB177 0,70 A a 0,82 A a 0,76 NB8304 0,70 A a 0,80 A a 0,75 SOMMA 0,70 A a 0,70 A a 0,70 HS5815 0,70 A a 0,70 A a 0,70 HS5889 0,70 A a 0,73 A a 0,72 30K73 0,70 A a 0,70 A a 0,70 30F35 0,70 A a 1,61 D b 1,16 AG8060 0,71 A a 1,12 B b 0,91 AG7088 0,72 A a 1,24 B b 0,98 XGN6201 0,72 A a 0,75 A a 0,73 Biosci. J., Uberlândia, v. 25, n. 4, p. 112-122, July/Aug. 2009 Comportamento de diferentes... DUARTE, R. P. et al. 120 30F53 0,73 A a 0,84 A a 0,78 30A06 0,76 A a 0,75 A a 0,75 2A525 0,78 A a 0,81 A a 0,79 2B707 0,78 A a 1,85 E b 1,32 2B587 0,83 A a 0,73 A a 0,78 XGN5336 0,83 A a 2,75 G b 1,79 AS1575 0,92 A a 2,93 G b 1,92 AG7010 0,92 A a 1,42 C b 1,17 IMPACTO 1,18 B a 1,51 C b 1,34 DKB390 1,35 B a 1,87 E b 1,61 AS1535 1,73 C a 2,35 F b 2,04 Média 0,84 1,3 1,06 CV(%) = 17,39. Para a análise estatística os dados foram transformados em raiz quadrada de X+0,5; Letras maiúsculas e minúsculas iguais na vertical e horizontal, respectivamente, não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. Com a aplicação do fungicida os híbridos DKB393, HS5814, AS1567, DKB177, NB8304, SOMMA, HS5815, HS5889, 30K73, 30F35, AG8060, AG7088, XGN6201, 30F53, 30A06, 2A525, 2B707, 2B587, XGN5336, AS1575 e AG7010 apresentaram menor incidência do patógeno, enquanto que o híbrido AS1535 foi o que apresentou maior incidência. Na comparação quanto da reação do genótipo sem aplicação do fungicida, os híbridos que apresentaram menor incidência de Stenocarpella macrospora foram DKB393, DKB177, NB8304, SOMMA, HS5815, HS5889, 30K73, XGN6201, 30F53, 30A06, 2A525 e 2B587. Já os híbridos XGN5336 e AS1575 foram os que apresentaram maior suscetibilidade ao patógeno. Os híbridos HS5814, AS1567, 30F35, AG8060, AG7088, 2B707, XGN5336, AS1575, AG7010, IMPACTO, DKB390 e AS1535 apresentaram interação significativa com a aplicação do fungicida via foliar, ou seja, ocorreu uma redução significativa na incidência do patógeno. Isso significa que mesmo trabalhando com híbridos produtivos, a utilização da aplicação foliar do fungicida assegura uma qualidade maior dos grãos, reduzindo, portanto as perdas durante a comercialização. CONCLUSÕES O hibrido IMPACTO foi o que apresentou maior produtividade aliado a menor incidência de grãos ardidos tanto pela reação do genótipo, quanto pela aplicação do fungicida via foliar. A aplicação do fungicida via foliar assegurou o potencial produtivo e diminui a incidência de grãos ardidos nos diferentes genótipos. Houve uma redução na incidência de Fusarium moniliforme nos diferentes híbridos quando submetidos à aplicação foliar de fungicida. Já o Fusarium graminearum apresentou diferentes incidências em função do genótipo. O uso do fungicida nos híbridos AG8060, 2A525, DKB393 e DKB390 reduziu a incidência de Penicillium spp. nos grãos. Ocorrendo interação para a aplicação de fungicida via foliar nos diferentes genótipos. Independente do uso do fungicida os híbridos DKB393, DKB177, NB8304, SOMMA, HS5815, HS5889, 30K73, XGN6201, 30F53, 30A06, 2A525 e 2B587, apresentaram menor incidência de Stenocarpella macrospora. ABSTRACT: This study evaluated the incidence of sour kernel in different maize genotypes with foliar application of fungicide. The experiment done on the farm Mandaguari in the county of Indianópolis - MG, with subsequent analysis of the sanitary state of the grains at LAMIP/UFU. The experimental design was randomized blocks, as a 24x1 factorial, corresponding to 24 hybrids (30F35, 30K73, 30F53, 2B707, 2B587, 2A525, DKB177, DKB390, DKB393, XGN6201, XGN5336, 30A06, AS1567, AS1575, AS1535, NB8304, IMPACT, SOMMA, AG8060, AG7010, AG7088, HS5814, HS5889 and HS5815) in absence or presence of the fungicide (Azoxystrobin + Ciproconazole), with 4 repetitions. The standard Blotter Test detected the presence of the pathogens Fusarium moniliforme, Fusarium graminearum, Penicillium spp., Stenocarpella macrospora and Aspergillus flavus. The results were submitted to the analysis of variance and the averages were compared by the Scott- Knott test, a 5% probability, using the program SISVAR. The hybrid IMPACT was the one with the highest yield combined with the lowest incidence of sour kernel both by the genotype reaction, and by the foliar application of the fungicide. There was a reduction in the incidence of Biosci. J., Uberlândia, v. 25, n. 4, p. 112-122, July/Aug. 2009 Comportamento de diferentes... DUARTE, R. P. et al. 121 Fusarium moniliforme in different hybrids when subjected to fungicide application. Fusarium graminearum presented different impacts depending on maize genotype. The use of fungicides on the hybrids AG8060, 2A525, DKB393 and DKB390 reduced the incidence of Penicillium spp., with interactions between fungicide application and different genotypes. Regardless of the fungicide use the hybrids DKB393, DKB177, NB8304, SOMMA, HS5815, HS5889, 30K73, XGN6201, 30F53, 30A06, 2A525 and 2B587 had the lowest incidence of Stenocarpella macrospora. KEYWORDS: Fusarium moniliforme. Fusarium graminearum. Penicillium spp. Stenocarpella macrospore. Aspergillus flavus. Zea mays. Sour kernel. Fungicide. REFERÊNCIAS AGRIOS, G. N. Plant pathology. 4. ed. New York: Academic Press, 1998. 635p. AZEVEDO, L. G.; GAMBALE, W.; CORRÊA, B. 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