ISOLAMENTO DE UMA FRAO ENRIQUECIDA EM SINAPTOSOMAS DE CREBRO DA ABELHA APIS MELLIFERA UTILIZANDO GRADIENTE DESCONTNUO DE PERCOLL E IDENTIFICAO DE MIOSINAS V E VI Original Article 36 COMPORTAMENTO DE LINHAGENS DE SOJA NO TRIÂNGULO MINEIRO E EM GOIATUBA-GO BEHAVIOR OF SOYBEAN LINES IN THE TRIÂNGULO MINEIRO AND GOIATUBA-GO Osvaldo Toshiyuki HAMAWAKI1; José Osvaldo de OLIVEIRA NETO2; Daniela Freitas REZENDE3; Marcela Cristina Garcia CUNHA4; Regina Maria Quintão LANA1 1. Professor, Doutor, Instituto de Ciências Agrárias - ICIAG, Universidade Federal de Uberlândia - UFU, Uberlândia, MG, Brasil. hamawaki@umuarama.ufu.br; 2. Engenheiro Agrônomo, Mestre, Uberlândia, MG, Brasil; 3. Mestranda em Agronomia, ICIAG – UFU; 4. Aluno do curso de Agronomia, ICIAG – UFU, Uberlândia, MG, Brasil. RESUMO: Este trabalho avaliou a produtividade de grãos de 24 linhagens de soja, com ciclo de maturação semitardio e tardio, provenientes de cruzamentos realizados no Programa de Melhoramento de Soja da Universidade Federal de Uberlândia. Foram utilizadas quatro testemunhas ou cultivares comerciais adaptadas a região e de boa produtividade, sendo Emgopa 313 RCH, Garantia, DM 339 e Suprema. A magnitude da interação genótipo por ambiente (G x E), adaptabilidade e estabilidade, utilizou-se o método de Regressão Linear Simples de Eberhart e Russell (1966), Regressão Bissegmentada de Cruz; Torres; Vencovsky (1989) e o Método de Lin e Binns (1988), em testes regionais, foram cinco locais: Goiatuba-GO, Araguari-MG, São Gotardo-MG, Uberlândia-MG e Uberaba-MG. O delineamento foi o de blocos ao acaso, com 3 repetições, sendo as parcelas constituídas de 4 fileiras de 5 metros de comprimento, espaçadas entre si com 0,45 m e parcela útil as duas fileiras centrais. Após a colheita obteve-se peso dos grãos da área útil da parcela, e foram submetidos a uma análise de variância individual por local, e conjunta, considerando-se os cinco locais, utilizando-se o procedimento GLM do programa – SAS, General Linear Models Procedure (STATISTICAL ANALYSIS SYSTEM – SAS, 1997). As linhagens (UFU99-0342, UFU99-091126, UFU99-11704, UFU99-10922, UFU99-041121, UFU99-031105 e UFU99-101127) reuniram boa produtividade de grãos, adaptabilidade e estabilidade nos locais de teste. PALAVRAS-CHAVE: Melhoramento genético. Produtividade. Cultura da soja. Glycine max. INTRODUÇÃO A soja [Glycine max (L.) Merrill] é uma das culturas agrícolas de maior importância no mundo, tendo como principais produtos o óleo e o farelo de soja, além de ser importante matéria-prima para a indústria. O Brasil é o segundo maior produtor mundial de soja, sendo cultivada em todas as regiões, do Sul ao Norte (EMBRAPA, 2006). Nas áreas de cerrado, onde está ocorrendo à maior expansão e produção de soja. Esta adaptação da soja em ampla faixa de cultivo deve-se principalmente ao melhoramento genético visando alta produtividade, estabilidade produtiva e adaptação aos diversos ambientes agrícolas. Assim, um dos principais problemas na indicação de cultivares com alta produtividade é a performance diferencial dos genótipos nos diferentes ambientes, denominado de interação genótipo por ambiente (TREVISOLI, 1999). A especificidade dos genótipos a certos ambientes dificulta a seleção dos genótipos favoráveis, sendo necessário estudo de interação genótipo por ambiente nos testes de avaliação de linhagens, para uma segurança na indicação de cultivares a serem lançadas. A adaptabilidade é a capacidade potencial de um genótipo responder positivamente as variações do ambiente. Já estabilidade refere-se à capacidade de um genótipo apresentar uma performance previsível, em função de variações ambientais. Entre os métodos para se avaliar a adaptação e estabilidade de um grupo de genótipos, possuem como princípio a significância da interação genótipo x ambiente, distinguindo-se quanto aos conceitos de estabilidade adotados e princípios estatísticos empregados. Eberhart e Russell (1966) consideram o coeficiente de regressão linear simples e o rendimento como medidas de estabilidade fenotípica, mas estendem o método com a variância do desvio da regressão. Os autores destacam que o genótipo ideal é aquele que apresenta produção média alta (rendimento), coeficiente de regressão igual a 1,0 (β = 1) e desvio da regressão (σ2d) nulo ou o menor possível. Assim, o genótipo ideal deve apresentar resposta positiva à melhoria das condições ambientais (β = 1), tendo adaptabilidade previsível ou estável (σ2d = 0). Cruz; Torres e Vencovsky (1989), ajustam o método para uma única equação de regressão linear bissegmentada, representando a resposta de um Biosci. J., Uberlândia, v. 25, n. 5, p. 36-42, Sept./Oct. 2009 Received: 09/05/08 Accepted: 09/02/09 mailto:hamawaki@umuarama.ufu.br Comportamento de linhagens... HAMAWAKI, O. T. et al. 37 genótipo à gama de ambientes (favoráveis e desfavoráveis) por um gráfico composto de dois segmentos de reta, conectados no ponto correspondente ao índice de ambiente nulo. Os parâmetros de adaptabilidade são a média (β0i), a resposta linear aos ambientes desfavoráveis (β1i) e aos ambientes favoráveis (β1i + β2i). A estabilidade dos genótipos é avaliada pelo desvio da regressão (σ2d) e/ou coeficiente de determinação (R2) de cada genótipo, em função à variação de ambiente. Dentre os métodos que não utilizam a regressão linear, podemos citar o método de Wricke (1965); Lin e Binns (1988). Na metodologia de Lin e Binns (1988), a performance geral dos genótipos é definida como o quadrado médio da distância entre a média do genótipo e a resposta média máxima para todos os locais. O parâmetro principal de estabilidade é o estimador Pi. Carvalho et al. (2002), trabalhando com linhagens de soja no Estado do Paraná, obtiveram resultados similares pelos métodos de Eberhart e Russell (1966); Cruz; Torres e Vencovsky (1989), e resultados discordantes entre as médias dos ambientes favoráveis e desfavoráveis na análise de adaptabilidade com base em Lin e Binns (1988); Cruz; Torres e Vencovsky (1989). Este estudo é parte do Programa de Melhoramento Genético de Soja da Universidade Federal de Uberlândia, e tem por objetivo avaliar o comportamento de linhagens de soja para caracteres de importância no melhoramento, em testes regionais de avaliação de linhagens, quanto à adaptação e estabilidade em quatro municípios do Estado de Minas Gerais e um município do Sul do Estado de Goiás, através dos métodos de Eberhart e Russell (1966); Lin e Binns (1988); Cruz; Torres e Vencovsky (1989). MATERIAL E MÉTODOS Os experimentos foram instalados no ano agrícola 2002/2003, na época normal de cultivo para os Estados de Minas Gerais e Goiás (cultivo de verão). Foram cinco os locais de teste, sendo em Goiatuba-GO, o experimento foi instalado na Fazenda Pontal, situada a 18°00’000”S de latitude e 50° 04’212” W de longitude, com altitude de 528m; em Araguari-MG, na Fazenda Campo Alegre, situada a 18°35’462” S de latitude e 48°06’779” W de longitude, com altitude de 922m; em São Gotardo-MG, na Fazenda Yamaguti, situada a 19°31’121” S de latitude e 46°04’344” W de longitude, com altitude de 1108m; em Uberaba- MG, na Fazenda Boa Vista, situada a 19°50’395” W de latitude e 47°51’063” W de longitude, com altitude de 680m; em Uberlândia-MG, na Fazenda Capim Branco da UFU, situada a 18°53’192” S de latitude e 48°20’574” W de longitude, com altitude de 835m. O delineamento experimental usado foi de blocos casualizados com três repetições. Foram testados 28 genótipos em cada um dos 5 locais. A parcela foi similar em todos os experimentos, sendo formada por 4 fileiras de 5 metros de comprimento, espaçadas de 0,45 m. A parcela útil para a tomada de dados compreendeu as duas fileiras centrais da parcela, descontando 0,5 metro de cada extremidade das fileiras (3,60 m2 ).As semeaduras ocorreram na época normal de cultivo da soja, nos seguintes locais e datas: Araguari-MG em 15/11/2002, São Gotardo-MG em 16/11/2002, Uberaba-MG em 23/11/2002, Uberlândia-MG em 29/11/2002 e em Goiatuba-GO em 05/12/2002. Foram avaliadas 24 linhagens de soja, de ciclo de maturação semitardio e tardio, proveniente de cruzamentos realizados no Programa de Melhoramento de Soja da Universidade Federal de Uberlândia. Foram utilizadas quatro testemunhas, cultivares comerciais adaptadas à região e de boa produtividade, sendo Emgopa 313 RCH, Garantia, DM 339 e Suprema. O caráter avaliado foi produtividade de grãos no estádio R8, conforme Fehr e Caviness (1977), expresso em (g/parcela). As metodologias empregadas para efetuar as análises de adaptabilidade e estabilidade foram as de Lin e Binns (1988); Cruz; Torres; Vencovsky (1989). RESULTADOS E DISCUSSÕES As análises de variância individual dos genótipos de soja apresentaram diferenças significativas entre as linhagens, o que indica comportamento diferenciado entre as linhagens em todos os diferentes locais, tendo coeficiente de variação 9,00%. O resumo da análise de variância conjunta dos genótipos de soja em relação aos locais dos experimentos, relativo à produtividade de grãos (g/parcela) encontra-se na Tabela 1. Os quadrados médios da análise de variância apresentou significância (P<0,01) pelo teste F para genótipos, locais e a interação genótipos x locais. Biosci. J., Uberlândia, v. 25, n. 5, p. 36-42, Sept./Oct. 2009 Comportamento de linhagens... HAMAWAKI, O. T. et al. 38 Tabela 1. A Análise de variância conjunta para produtividade de grãos (g/par). ns Não significativo,* Significativo a 5% de probabilidade, ** Significativo a 1% de probabilidade. Sabe-se que a significância da fonte de variação genótipo x ambiente, neste caso genótipo x local, indica haver inconsistência da performance produtiva das linhagens de soja nos diferentes locais avaliados. Isso justifica a obtenção de estimativas de parâmetros de estabilidade e adaptabilidade para as linhagens avaliadas, pois a significância da interação genótipo x ambiente constitui-se uma premissa para a utilização de métodos que avaliam a estabilidade fenotípica como: Eberhart e Russell (1966); Lin e Binns (1988); Cruz; Torres; Vencovsky (1989). Os resultados da análise de adaptabilidade e estabilidade fenotípica avaliadas pelo método de Cruz; Torres; Vencovsky (1989) são apresentados nas Tabelas 2, 3 e 4. Tabela 2. Teste t dos Coeficientes β1i, e β2i, de 28 genótipos de soja, utilizando o método descrito por Cruz; Torres; Vencovsky (1989), para médias de produtividade de grãos (kg ha-1). Genótipo Médias t(β1=1) (P<0,01) t(β1+β2)=1 (P<0,01) t(β2=0) (P<0,01) UFU99-0107 2170,67 0,1162 ns -0,9107 ns -0,8956 ns UFU99-0207 2741,17 2,5875 ** 1,6091 ns 0,6280 ns UFU99-0342 2298,67 3,2246 ** 2,5407 * 1,2858 ns UFU99-0442 2435,17 2,4116 * 3,4856 ** 2,4517 * UFU99-0559 2254,67 -3,8719 ** 5,0307 ** 6,0510 ** UFU99-0632 2293,33 1,2112 ns 1,1137 ns 0,6328 ns UFU99-0732 2456,33 1,1388 ns -1,5704 ns -1,8650 ns UFU99-0832 2321,17 0,1079 ns 0,4685 ns 0,4034 ns UFU99-0932 2246,50 2,7870 ** 1,1484 ns 0,1269 ns UFU99-1032 2594,50 0,5622 ns 1,3280 ns 1,0560 ns UFU99-1132 2777,50 -0,1497 ns -3,3413 ** -3,0890 ** UFU99-091126 2844,33 0,0265 ns -1,4323 ns -1,3552 ns UFU99-11704 2482,50 -1,9117 ns 0,0031 ns 0,6561 ns UFU99-06717 2514,17 -1,8974 ns 1,1678 ns 1,7459 ns UFU99-011013 2600,67 -0,6780 ns -0,2061 ns 0,0380 ns UFU99-161080 2914,83 0,5478 ns -1,6251 ns -1,7145 ns UFU99-10922 2286,50 -1,5519 ns 0,7885 ns 1,2714 ns UFU99-021053 2804,50 -0,0591 ns 3,8236 ** 3,6136 ** UFU99-041121 3230,67 -1,1966 ns -2,0322 * -1,5010 ns UFU99-031105 2686,00 -2,3004 * -3,1903 ** -2,2122 * UFU99-021031 2380,17 1,7205 ns -3,2218 ** -3,6157 ** UFU99-11722 3225,00 -0,1771 ns -1,0202 ns -0,8982 ns UFU99-101127 2260,83 -7,6318 ** -2,2765 * 0,4684 ns UFU99-02749 3292,83 1,7879 ns 0,7116 ns 0,0578 ns Emgopa313RCH 3129,67 0,0188 ns -0,0507 ns -0,0541 ns Garantia 2838,17 -1,1480 ns -1,5825 ns -1,0950 ns DM 339 2693,00 3,0233 ** 0,0373 ns -0,9981 ns Suprema 2170,67 1,3019 ns -0,7965 ns -1,1934 Ns Houve efeitos significativos (P < 0,01) quanto aos ambientes, genótipos e interação genótipos x ambientes, o que evidencia a performance diferenciada entre as linhagens avaliadas por causa das variações ambientais. Pelo método de Cruz; Torres e Vencovsky (1989), busca-se como cultivar ideal aquela que apresenta alta produtividade média (β0), Quadrado médio Fonte de variação GL Rendimento de grãos (g/par) bloco x ambiente (local) 10 22077,89 ns genótipos 27 264269,75** ambiente (local) 4 3444368,50** genótipos x ambiente (local) 108 90555,70** resíduo 270 18423,57 Média 1044,14 CV % 12,99 Biosci. J., Uberlândia, v. 25, n. 5, p. 36-42, Sept./Oct. 2009 Comportamento de linhagens... HAMAWAKI, O. T. et al. 39 adaptabilidade nos ambientes desfavoráveis (β1i < 1), capacidade de responder à melhoria ambiental (β1i + β2i > 1) e, variância dos desvios de regressão igual a zero (σ2di = 0). Na Tabela 4, estão representadas as médias de produtividade (kg ha-1) relativas aos cinco ambientes, e os índices ambientais (Ij) e T(Ij). Tabela 3. Desvio de Regressão de 28 genótipos de soja, utilizando o método descrito por Cruz; Torres; Vencovsky (1989), para produtividade de grãos (kg ha-1). Genótipo QM Regressão QM Desvio R2(%) F Desvio (P<0,01) UFU99-0107 234562,6388 8740,8953 96,4074 0,4744 ns UFU99-0207 615432,7981 26499,6748 95,8718 1,4383 ns UFU99-0342 772478,3573 58011,8296 93,0147 3,1487 ns UFU99-0442 740722,2578 4249,9441 99,4295 0,2306 ns UFU99-0559 434475,8007 5560,3328 98,7363 0,3018 ns UFU99-0632 415577,0029 4704,8621 98,8805 0,2553 ns UFU99-0732 331493,6645 35395,3363 90,3525 1,9212 ns UFU99-0832 273052,6963 41400,5079 86,8341 2,2471 ns UFU99-0932 616477,2209 183633,3239 77,0490 9,9672 ** UFU99-1032 358699,0273 58318,1013 86,0154 3,1654 * UFU99-1132 226969,7655 77918,7627 74,4435 4,2292 * UFU99-091126 220702,4642 26137,2074 89,4112 1,4186 ns UFU99-11704 108731,3873 177519,7396 37,9846 9,6354 ** UFU99-06717 159967,4214 99186,9134 61,7267 5,3836 ** UFU99-011013 183276,4825 102911,1851 64,0406 5,5858 ** UFU99-161080 269264,6483 17356,4861 93,9444 0,9420 ns UFU99-10922 160729,2840 52607,1830 75,3407 2,8554 ns UFU99-021053 499847,3377 29263,8016 94,4692 1,5883 ns UFU99-041121 124064,7417 135384,4578 47,8158 7,3484 ** UFU99-031105 78892,6002 227074,5328 25,7846 12,3252 ** UFU99-021031 418040,0045 52782,1308 88,7893 2,8649 ns UFU99-11722 206862,6420 16633,1635 92,5577 0,9028 ns UFU99-101127 73337,3110 153848,3531 32,2807 8,3506 ** UFU99-02749 463266,5247 50681,4695 90,1387 2,7509 ns Emgopa313RCH 246083,5275 244508,6639 50,1605 13,2714 ** Garantia 127024,8041 14567,3891 89,7117 0,7906 ns DM 339 601972,2516 375053,8834 61,6127 20,3572 ** Suprema 358066,9862 178723,5528 66,7051 9,7007 ** Tabela 4. Índices ambientais (Ij) e T(Ij) obtidos utilizando o método de Cruz; Torres; Vencovsky (1989), para produtividade de grãos (kg ha-1). Local Média (kg ha-1) Índice (Ij) Índice T (Ij) Tipo Goiatuba 3040,506 172,06191 43,97619 F Araguari 2650,238 15,95476 -112,13095 F São Gotardo 1868,899 -296,58095 0,00000 D Uberlândia 3100,952 196,24048 68,15476 F Uberaba 2391,161 -87,67619 0,00000 D Média Geral 2610,351 Média Favorável 128,08571 As linhagens UFU99-0342, UFU99-0442, UFU99-0559, UFU99-031105 e UFU99-101127, com médias de 2741,15 kg ha-1, 2298,67 kg ha-1, 2435,17 kg ha-1, 3230,67 kg ha-1 e 3225,00 kg ha-1 apresentaram β1i > 1 significativo a 1%, β1i + β2i > 1 significativo a 5%, revelando adaptação específica aos ambientes favoráveis. Destas, as linhagens UFU99-0342, UFU99-0442 e UFU99-0559 apresentaram comportamento altamente previsível (σ2di = 0) e R2 acima de 80%. As linhagens UFU99-0107, UFU99-0632, UFU99-0732, UFU99-0832, UFU99-1032, UFU99- Biosci. J., Uberlândia, v. 25, n. 5, p. 36-42, Sept./Oct. 2009 Comportamento de linhagens... HAMAWAKI, O. T. et al. 40 091126, UFU99-11704, UFU99-06717, UFU99- 011013, UFU99-161080, UFU99-10922, UFU99- 11722, UFU99-02749 e as testemunhas Emgopa313RCH , Garantia e Suprema, apresentaram as mesmas taxas de respostas às mudanças de ambiente (β1i = 1 e β1i + β2i = 1), sendo as linhagens UFU99-1032, UFU99-11704, UFU99-06717, UFU99-011013 e as testemunhas Emgopa313RCH e Suprema imprevisíveis(σ2di ≠ 0). As linhagens UFU99-031105, média de 3230,67 kg ha-1 e UFU99-101127, média de 3225,00 kg ha-1, apresentam adaptação específica aos ambientes de índices desfavoráveis (β1i < 1 e β1i + β2i < 1) e baixa estabilidade (σ2di ≠ 0) e R2 = 25,78% e R2 = 32,28%, respectivamente) A linhagem ideal preconizada por Cruz, com β1i < 1, β1i + β2i > 1, média alta e variância dos desvios de regressão próximo ou igual a zero, não foi encontrada. Embora a linhagem UFU99-0559 tenha apresentado β1i < 1, β1i + β2i > 1 e previsibilidade de comportamento, sua produção média foi baixa (2435,17 kg ha-1). Os resultados da análise de estabilidade e adaptabilidade avaliados pelo método de Lin e Binns estão na Tabela 5. Tabela 5. Parâmetros de estabilidade Pi, Pi fav e Pi desf, utilizando o método de Lin e Binns (1988), para produtividade de grãos (kg ha -1). Genótipo Média Pi Geral Genótipo Pi fav Genótipo Pi desf Emgopa313RCH 3292,83 40946,466 Emgopa313RCH 25204,3 Emgopa313RCH 64559,7 Garantia 3129,67 52978,855 Garantia 30806,7 Garantia 86237,1 UFU99-031105 3230,67 54121,389 UFU99-031105 57690,7 UFU99-031105 48767,4 UFU99-101127 3225,00 67157,788 UFU99-101127 108709 UFU99-101127 4830,25 UFU99-10922 2914,83 77213,91 UFU99-10922 65694,8 UFU99-10922 94492,6 UFU99-11704 2844,33 89924,388 UFU99-11704 83394,4 UFU99-11704 99719,4 UFU99-091126 2777,50 106936,78 UFU99-091126 73215,7 UFU99-091126 157518 UFU99-041121 2804,50 108745,75 UFU99-041121 101243 UFU99-041121 119999 UFU99-0342 2741,17 135945,75 UFU99-0342 49988,3 UFU99-0342 264882 DM 339 2838,17 140024,49 DM 339 14165,1 DM 339 328814 UFU99-161080 2600,67 140398,77 UFU99-161080 91934,5 UFU99-161080 213095 Suprema 2693,00 140744,32 Suprema 44910,9 Suprema 284494 UFU99-021031 2686,00 146296,5 UFU99-021031 81426,2 UFU99-021031 243602 UFU99-1132 2594,50 148050,98 UFU99-1132 105899 UFU99-1132 211279 UFU99-011013 2514,17 151839,35 UFU99-011013 123562 UFU99-011013 194256 UFU99-06717 2482,50 158723,76 UFU99-06717 150893 UFU99-06717 170469 UFU99-0832 2456,33 166610,01 UFU99-0832 99709,3 UFU99-0832 266961 UFU99-0559 2435,17 170841,4 UFU99-0559 184527 UFU99-0559 150313 UFU99-11722 2380,17 187229,4 UFU99-11722 136762 UFU99-11722 262930 UFU99-0107 2316,33 199222,05 UFU99-0107 137848 UFU99-0107 291282 UFU99-021053 2286,50 214167,09 UFU99-021053 147260 UFU99-021053 314528 UFU99-0632 2254,67 217262,99 UFU99-0632 134552 UFU99-0632 341329 UFU99-0442 2298,67 218444,48 UFU99-0442 117493 UFU99-0442 369872 UFU99-0732 2293,33 219125,19 UFU99-0732 128271 UFU99-0732 355407 UFU99-1032 2246,50 221075,49 UFU99-1032 129425 UFU99-1032 358551 UFU99-0932 2321,17 226290,87 UFU99-0932 79043,3 UFU99-0932 447162 UFU99-02749 2260,83 227626,49 UFU99-02749 113762 UFU99-02749 398424 UFU99-0207 2170,67 250820,48 UFU99-0207 121919 UFU99-0207 444172 Correlação entre Prod. Max e Ij: 0, 6697 Biosci. J., Uberlândia, v. 25, n. 5, p. 36-42, Sept./Oct. 2009 Comportamento de linhagens... HAMAWAKI, O. T. et al. 41 As linhagens Emgopa313RCH, Garantia, UFU99-031105, UFU99-10922 e UFU99-11704 mostraram-se mais estáveis (< Pi geral) e mais responsivas nos ambientes desfavoráveis (< Pid) favoráveis (< Pif). As linhagens UFU99-101127 e UFU99- 11704 apresentaram estabilidade e resposta nos ambientes desfavoráveis (< Pi geral) e geral(< Pi geral). As linhagens UFU99-10922, Suprema e UFU99-0342 apresentaram-se como responsivas e estabilidade apenas nos ambientes favoráveis (> Pi). Convém observar que ao comparar as metodologias de Cruz; Torres e Vencovsky (1989); Lin e Binns (1988) observa-se que elas foram concordantes em relação as linhagens UFU99-0342, UFU99-091126 e UFU99-10922, pois em ambos os métodos essas linhagens foram estáveis σ2di = 0 e < Pi. Ressalta-se, também, a existência de certas discordâncias entre essas metodologias. Assim, as linhagens UFU99-031105 e UFU99-101127, nas metodologias de Cruz; Torres e Vencovsky (1989), são consideradas instáveis, enquanto na metodologia de Lin e Binns (1988) são consideradas estáveis. Mas as metodologias são concordantes em afirmar que tais linhagens são adaptadas a ambientes desfavoráveis ( β1i < 1 e < Pid ). Nestes resultados o parâmetro de Lin e Binns (1988), para a adaptabilidade e estabilidade é semelhante aos parâmetros de Cruz; Torres e Vencovsky (1989) dependentes do índice ambiental. Concordâncias e discordâncias foram encontradas em vários trabalhos que utilizaram os mesmos métodos tais como: Carbonell et al. (2001); Carvalho et al. (2002). CONCLUSÕES A interação genótipo x local significativa evidenciou uma performance diferencial das linhagens avaliadas nos diferentes locais, destacando linhagens com adaptação ampla nos 5 locais (UFU99-0342, UFU99-091126, UFU99- 11704, UFU99-10922, UFU99-11722, UFU99- 031105, UFU99-101127). Todos os métodos utilizados foram coerentes entre si na identificação das linhagens UFU99-091126 e UFU99-10922 como estáveis, dentro das mais produtivas, com adaptação ampla para vários ambientes. O método de Lin e Binns (1988) mostrou resultados mais consistentes com os objetivos do melhoramento, indicando que as linhagens mais adaptadas e estáveis foram também as mais produtivas. ABSTRACT: This study evaluated the grain yield of 24 soybean lines with cycle of medium and late maturing from crosses made in the Program for Improvement of Soybean, Federal University of Uberlândia. Were used four witnesses or adapted commercial cultivars of the region and good productivity, with Emgopa 313 RCH, Garantia, DM 339 e Suprema. The magnitude of genotype by environment interaction (G x E), adaptability and stability,used the simple linear regression method of Eberhart and Russell (1966), Regression Bissegmentada for Cruz, Torres; Vencovsky (1989) and the method of Lin and Binns (1988) in regional tests, at five places: Goiatuba-GO, Araguari-MG, São Gotardo-MG, Uberlândia-MG and Uberaba-MG. The experimental randomized block design was used, with 3 replications, and the plots consisted of 4 lines of 5 meters in length, spaced from each other in 0.45 m having as an useful area the two central lines. After harvest, it obtained a weight of grains of useful area of the plot, and were subjected to analysis of variance by individual sites, and together, considering the five sites, using the GLM procedure of the program - SAS, General Linear Models procedure (Statistical Analysis System - SAS, 1997). The lines (UFU99-0342, UFU99-091126, UFU99-11704, UFU99-10922, UFU99-041121, UFU99-031105-101127 and UFU99) met good grain yield, adaptability and stability in the test sites. KEYWORDS: Genetic improvement. Productivity. The soybean crop. Glycine max. REFERÊNCIAS CARBONELL, S. A. M.; AZEVEDO FILHO, J. A ; DIAS, L. A S.; GONÇALVES, C.; ANTONIO, C. B. Adaptabilidade e estabilidade de produção de cultivares e linhagens de feijoeiro no Estado de São Paulo. Bragantia, Campinas, v. 60, n. 2, p. 99-107, 2001. CARVALHO, C. G. P.; ARIAS, C. A. A; TOLEDO, J. F. F.; ALMEIDA, L. A.; KIIHL, R. A. S.; OLIVEIRA, M. F. Interação genótipo x ambiente no desempenho produtivo da soja no Paraná. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 37, n. 7, p. 989-1000, 2002. Biosci. J., Uberlândia, v. 25, n. 5, p. 36-42, Sept./Oct. 2009 Comportamento de linhagens... HAMAWAKI, O. T. et al. 42 CRUZ, C. D.; REGAZZI, A. J. Modelos biométricos aplicados ao melhoramento genético. Viçosa: UFV, 1994. 390p. CRUZ, C. D.; TORRES, R. A. A.; VENCOVSKY, R. An alternative approach to the stability analysis proposed by Silva and Barreto. Revista Brasileira de Genética, Ribeirão Preto, v. 12, n. 2, p. 567-580, 1989. EBERHART, S. A.; RUSSELL, W. A. Stability parameters for comparing varieties. Crop Science, Madison, v. 6, n.1, p. 36-40, Jan./Feb. 1966. EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). Tecnologias de produção de soja - Região Central do Brasil 2007. Sistemas de produção 11. Embrapa Soja, Londrina, 225 p., 2006. LIN, C.S.; BINNS, M. R. A superiority measure of cultivar performance for cultivar x location data. Canadian Journal of Plant Science, Ottawa, v. 68, n. 3, p. 193-198, 1988. TREVISOLI, S. H. U. Estabilidade fenotípica e potencialidade de progênies obtidas por cruzamentos óctuplos em soja. 1999. 228f. Dissertação (Doutorado) - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba. 1999. WRICKE, G. Zur berechnung der okovalenz bei sommerweizen und hafer. Zeitschrift Pflanzezzuchtung, Berlin, v. 52, p. 127-138, 1965. Biosci. J., Uberlândia, v. 25, n. 5, p. 36-42, Sept./Oct. 2009 MATERIAL E MÉTODOS Os experimentos foram instalados no ano agrícola 2002/2003, na época normal de cultivo para os Estados de Minas Gerais e Goiás (cultivo de verão). Foram cinco os locais de teste, sendo em Goiatuba-GO, o experimento foi instalado na Fazenda Pontal, situada a 18°00’000”S de latitude e 50° 04’212” W de longitude, com altitude de 528m; em Araguari-MG, na Fazenda Campo Alegre, situada a 18°35’462” S de latitude e 48°06’779” W de longitude, com altitude de 922m; em São Gotardo-MG, na Fazenda Yamaguti, situada a 19°31’121” S de latitude e 46°04’344” W de longitude, com altitude de 1108m; em Uberaba-MG, na Fazenda Boa Vista, situada a 19°50’395” W de latitude e 47°51’063” W de longitude, com altitude de 680m; em Uberlândia-MG, na Fazenda Capim Branco da UFU, situada a 18°53’192” S de latitude e 48°20’574” W de longitude, com altitude de 835m. CONCLUSÕES