Microsoft Word - 9-609.doc Original Article Biosci. J., Uberlândia, v. 24, n. 2, p. 77-82 , Apr./June. 2008 77 INFLUÊNCIA DA DESSECAÇÃO QUÍMICA E RETARDAMENTO DE COLHEITA NA QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE SOJA NO SUL DO ESTADO DO TOCANTINS INFLUENCE OF THE CHEMISTRY DESSICATION AND HARVEST DELAYING OF THE QUALITY PHISIOLOGICAL OF SEED IN SOYBEAN IN SOUTH OF THE TOCANTINS STATE Joênes Mucci PELÚZIO1; Leandro Nogueira RAMO2; Rodrigo Ribeiro FIDELIS1; Flávio Sérgio AFFÉRRI1; Manuel Delintro de CASTRO NETO2; Marcus André Ribeiro CORREIA2 1. Professor Adjunto, Doutor, Universidade Federal do Tocantins – UFT, Campus Universitário de Gurupi, Gurupi, Tocantins, Brasil. joenesp@uft.edu.br. ; 2. Engenheiro Agrônomo formado pela Universidade Federal do Tocantins – UFT, Campus Universitário de Gurupi, Gurupi, Tocantins, Brasil. RESUMO: Com objetivo de avaliar os efeitos da dessecação química e do retardamento da colheita na qualidade fisiológica e produção de sementes de soja, variedade BRS Candeias, foi realizado um experimento em Brejinho de Nazaré-TO, na Safra 2005/06. O delineamento experimental foi de blocos casualizados com nove tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos foram dispostos em um esquema fatorial 3x3, representados pela aplicação do dessecante em três estádios de desenvolvimento da plantas (R6, R7 e R8) e por três épocas de colheita (R8, R8+7 e R8+14). A qualidade fisiológica das sementes foi avaliada através dos testes de envelhecimento acelerado e padrão de germinação. As maiores taxas de germinação e vigor foram obtidas nos estádios R6 e R7, sendo a maior produção de sementes obtida em R7. O retardamento de colheita resultou em quedas na germinação e vigor. PALAVRAS-CHAVE: Soja. Germinação. Vigor. Produção. INTRODUÇÃO A soja (Glycine max) é a mais importante oleaginosa cultivada no mundo, devido a seu alto teor de proteínas que proporcionou múltiplas utilizações e de usos industriais não tradicionais, como biodiesel, tintas, vernizes, entre outros, que aumentarão a demanda do produto. A cultura da soja vem se tornando de grande importância na produção de alimento. Representa, ainda, importante fonte de matéria prima para a indústria e alimentação animal, tendo ampla adaptação às condições brasileiras (EMBRAPA, 2002). O Estado do Tocantins apresenta uma localização geográfica invejável, sendo um grande entroncamento rodoviário e o elo obrigatório dos grandes corredores de exportação da cultura da soja para as regiões Centro-Norte e Leste-Nordeste. Neste estado, a soja é a terceira cultura em termos de participação no valor bruto da produção, sendo cultivada na safra, em terras altas, principalmente na região sul e sudeste, e na entressafra, em condições de várzea irrigada, na região sul (BARROS et al., 2002). Além disso, o Tocantins é o maior produtor da região Norte com 652.322 ton, representando 69% de toda a soja produzida e tendo uma área plantada e colhida de 253.466 ha, com média de produção de 2.573 kg ha-1, ainda inferior à média nacional, que é de 2788 kg ha-1 para safra 2006/07 (IBGE, 2007). Assim, é de suma importância que práticas de manejo, melhoramento genético e sanidade, sejam aprimorados desde o período de pré-plantio até o período de pós-colheita, para que não só a área plantada aumente como a produtividade por área também. Sementes de soja apresentam maior capacidade de germinação e vigor quando atingem o ponto de maturação fisiológica (POPINIGIS, 1998). A partir desse ponto, a permanência da cultura no campo pode propiciar sensível redução na qualidade fisiológica das sementes, principalmente sob condições climáticas limitantes (altas temperaturas e umidades), ocasionando, produção de sementes com baixo potencial germinativo. Esta redução na qualidade fisiológica da semente tem sido verificada em quase todas as cultivares de soja que, apesar de altamente produtivas, apresentam problemas de qualidade, dificultando assim sua recomendação (SILVA, 2002). Uma alternativa para minimizar esses problemas, consiste na utilização da dessecação química. Esses produtos químicos têm por características desidratar as sementes e promover antecipação da colheita de soja sem alterar a produção por um período máximo de sete dias Received: 06/02/07 Accepted: 24/09/07 Influência da dessecação... PELÚZIO, J. M. et al. Biosci. J., Uberlândia, v. 24, n. 2, p. 77-82 , Apr./June. 2008 78 (LACERDA et al., 2001). Desta forma, as sementes não ficariam expostas às condições ambientais adversas como oscilações de temperatura e umidade, que ocorrem no campo até o momento da colheita. Neste contexto, o produtor de sementes teria, além de minimizada a perda por deterioração das sementes, antecipação e maior facilidade na colheita, obtenção de grãos limpos e de melhor qualidade, diminuição do custo de colheita, redução das perdas de sementes no embuchamento da colhedora e menor custo de secagem (FONSECA et al., 2001). Após a maturação fisiológica, pode-se considerar a semente armazenada em campo, enquanto a colheita não se processa (COSTA et al., 1983). O retardamento da colheita de soja, após ter atingido esse período, constitui uma das principais causas da redução na germinação e vigor das sementes. Essa redução é determinada por fatores genéticos, além das condições ambientais às quais as sementes estão expostas (DELOUCHE et al., 1980). O presente trabalho objetivou avaliar a qualidade de sementes e produtividade de soja, dessecadas em diferentes estádios reprodutivos e colhidas em diferentes épocas pós-maturação, utilizando-se a cultivar Candeia, no sul do Estado do Tocantins. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido na Fazenda Palmeiras, pertencente à Agropecuária Santa Angelina, Brejinho de Nazaré - TO, (11º 00’ 48’’ de latitude sul, 48º 38’ 37’’ de longitude oeste, altitude de 250 m). Segundo a classificação de Koppen, o clima é do tipo AW-tropical, de verão úmido e período de estiagem no inverno, apresentando temperatura máxima de 30 a 42 ºC e mínima de 20 a 25 ºC. O solo é classificado como Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico, franco-arenoso, e suas características encontram-se descritas na Tabela 1. A topografia da área é plana e a pluviosidade de 1680 mm, umidade relativa média de 70%. Tabela 1. Características físicas e químicas do solo, amostrado de 0 a 20 cm, na área três da Fazenda Palmeiras da Agropecuária Santa Angelina. Brejinho de Nazaré - TO, 2006. Textura mEq/100 cm3 mg dm3 Ca/Cl Melich Areia Silte Argila Ca Mg Al Al+H K Cu Fe Mn Zn Mo pH P 55 10 35 1,0 0,5 0,0 1,9 0,1 4 0,2 98, 2 2,3 0,3 0,07 5,3 0,8 O experimento foi instalado numa área com cultura pré-estabelecida (sendo realizada adubação de base aplicando a lanço 100 kg ha-1 de cloreto de potássio granulado e 150 kg ha-1 de gesso, antecipadamente ao plantio 30 dias. A adubação de plantio foi realizada segundo as exigências da cultura, após prévia análise de solo, sendo aplicados 100 kg ha-1 de MAP, da fórmula 9-48-0 mais micronutrientes. Foi realizado o tratamento de sementes com aplicação de estimulador de crescimento radicular, Óxido de Zinco Branco (4,9% Zn e 0,1% de Mo), além da inoculação de estirpes de Bradyrizobium elkanii SEMIA 5019 e 5087. O delineamento experimental utilizado foi de blocos casualizados, com três repetições e nove tratamentos. Os tratamentos estavam dispostos em um esquema fatorial 3 x 3 + 1, constituídos por três estádios de aplicação de dessecante R6 (plena granação), R7 (maturação fisiológica) e R8 (maturação de colheita) e três épocas de colheita (R8, R8 + 7 e R8 + 14 dias), além de um tratamento adicional (ponto de colheita comercial), sem aplicação do dessecante que constitui o tratamento testemunha. As parcelas foram constituídas de quatro linhas de cinco metros de comprimento e 0,45 m entre linhas, com 12 plantas por metro linear, com intuito de obter uma população final de 266.666 plantas por hectare. A área útil da parcela foi formada por duas linhas centrais eliminando-se 0,50 m de cada extremidade, para efeito de bordadura. Os tratos culturais, como o de controle de pragas, doenças e plantas daninhas, foram realizados à medida que se fizeram necessário. A cultivar estudada foi a BRS Candeia, por apresentar alto potencial produtivo na Agropecuária Santa Angelina e resistência às principais doenças envolvidas na cultura. A dessecação foi realizada por meio do herbicida Paraquat, na dosagem 2,0 litros por hectare, com adição do espalhante adesivo, na concentração de 0,1% do volume de calda, através de um pulverizador costal. A colheita foi realizada manualmente, e a debulha das vagens efetuada com trilhadora estacionária, simulando a colheita mecânica por colhedora. Após a debulha, as sementes foram separadas das impurezas com o auxílio de peneiras. Foram então submetidas aos seguintes testes: Influência da dessecação... PELÚZIO, J. M. et al. Biosci. J., Uberlândia, v. 24, n. 2, p. 77-82 , Apr./June. 2008 79 1. Germinação: foram utilizadas quatro amostras com 400 sementes para tratamento, em rolo de papel germitest, umedecido com água na proporção de 2,5 vezes o peso do papel seco, em germinador a 25 ºC. As avaliações foram realizadas aos oito dias após a instalação dos testes, segundo os critérios estabelecidos pelas Regras para Análise de Sementes (BRASIL, 2002). 2. Envelhecimento acelerado: foi utilizado caixa gerbox com tela metálica horizontal fixada na posição mediana. Sob a tela, foram adicionadas 40 mL de água e foram distribuídas 200 sementes de cada tratamento. Em seguida, as caixas contendo as sementes foram tampadas e adicionadas em incubadora tipo BOD, a 45 ºC, onde permaneceram por 48 horas (KRZYZANOWSKI et al., 1991). Após este período, as sementes foram colocadas para germinar nas mesmas condições utilizadas no teste de germinação, conforme descrito anteriormente. Os resultados foram expressos em percentagem média de plântulas normais. 3. Peso de 100 sementes: em gramas, obtido após a secagem das sementes até, aproximadamente, 12% de umidade, tomando-se quatro amostras de 100 sementes de cada tratamento. 4. Produtividade de grãos: obtido em gramas por parcela, e em seguida convertidos para kg ha-1. Com os resultados dos caracteres avaliados, foi realizada a análise de variância, sendo as médias dos tratamentos comparadas pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. Foi utilizado o teste t, a 5% de probabilidade para comparar as médias dos tratamentos com o tratamento testemunha. Os dados climáticos da safra 05/2006 encontram-se na Tabela 2 e foram coletados entre 7:00 e 7:30 horas. Tabela 2. Precipitação (mm), Umidade Relativa (%) e Temperatura (ºC) de 05/2006 da Fazenda Palmeiras da Agropecuária Santa Angelina, no período de outubro de 2005 a junho de 2006. Brejinho de Nazaré - TO, 2006. Out/05 Nov/05 Dez/05 Jan/06 Fev/06 Mar/06 Abr/06 Mai/06 Jun/06 Precipitação 47,5 208,5 424 145,5 176 200 348,5 90 0 Umidade do Ar 83,31 90,05 96,12 84,02 90,06 89,87 91,36 88,25 77,9 Temperatura 25,7 25,2 24,3 25,1 24,6 25,7 25,4 25,3 25,9 RESULTADOS E DISCUSSÃO Verificou-se interação significativa entre os estádios de aplicação do dessecante e as épocas de colheita para germinação (Tabela 3), indicando comportamento diferencial dos estádios de desenvolvimento nas diversas épocas de colheita. Para as demais características, a interação não foi significativa, indicando que os efeitos dos fatores épocas de dessecação e épocas de colheita podem ser estudados isoladamente. Tabela 3. Resumo da análise de variância das características germinação, envelhecimento acelerado, produção de grãos e peso de 100 sementes de plantas em três estádios de aplicação do dessecante e três épocas de colheita. Brejinho de Nazaré - TO, 2006. Quadrado Médio Fonte de variação GL Germinação Envelhecimento Acelerado Produção de grãos Peso de 100 sementes Blocos 2 - - 74966,7* 1,8 Tratamentos 9 465,78* 88,34* 85349,8* 8,92* Estádio de aplicação do dessecante (ED) 2 203,28* 32,92* 301981,04* 29,52* Época de colheita (EC) 2 1595,77* 314,92* 36745,59 0,94 ED x EC 4 131,18* 23,35 3965,37 1,01 Testemunha x Fatorial 1 7,81* 6,0* 74833,42 15,82* Resíduo 18 8,86 8,9 18910,33 1,13 C.V. 5,47 10,24 12,52 6,29 * Significativo a 5% de probabilidade pelo teste F. As maiores taxas de germinação foram observadas quando a dessecação das sementes ocorreu nos estádios R6 e R7 e colhidas na época R8 (maturação de colheita), decrescendo a partir daí, independentemente da época de colheita (Tabela 4). Influência da dessecação... PELÚZIO, J. M. et al. Biosci. J., Uberlândia, v. 24, n. 2, p. 77-82 , Apr./June. 2008 80 Tabela 4. Valores médios (%) de germinação de sementes de plantas dessecadas em três estádios de desenvolvimento e três épocas de colheita. Brejinho de Nazaré - TO, 2006. Estádios de colheita Estádio de aplicação do dessecante R8 R8 + 7 R8 + 14 Médias R6 92 * Aa 90* Ab 54* Ac 79 R7 79 * Aa 76* Aa 65* Ab 73 R8 71 Ba 55 * Bb 44* Bc 57 Médias 81 73 54 1 Na linha as médias seguidas pela mesma letra minúscula, e na coluna, pela mesma letra maiúscula, não diferem entre si, pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade; (*Médias estatisticamente diferentes da testemunha - 72 %, pelo teste t, a 5% de probabilidade). Quanto maior o período de retardamento de colheita, para os estádios de desenvolvimento R6 e R8, menor foi à taxa de germinação. Para o estádio R7 a colheita realizada no período de maturação de colheita não resultou em queda na germinação em relação ao período R8 + 7 (Tabela 4). Resultados semelhantes foram detectados por Braccini et al. (1994), Caseiro et al. (1997), Arnning (1992), Peluzio et al. (2003) e Popiningis (1985), que também observaram queda na taxa de germinação de sementes com o atraso de colheita. Quanto ao teste de envelhecimento acelerado, apesar da interação não ter sido significativa, observou-se em suas médias queda do vigor com o retardamento de colheita para todos os estágios. Maior vigor foi observado no estagio R7 sem, contudo, diferir significativamente do estádio R6 (Tabela 5). Tabela 5. Valores médios de envelhecimento acelerado (%) de sementes de plantas dessecadas em três estádios de desenvolvimento e três épocas de colheita em Brejinho de Nazaré – TO, 2006 Estádios de colheita Estádio de aplicação do dessecante R8 R8 + 7 R8 + 14 Médias R6 65* 53 25* 48 AB R7 68* 53 37* 53 A R8 55 38* 35* 43 B Médias 62 a 48 b 38 c 1 Na linha as médias seguidas pela mesma letra minúscula, e na coluna, pela mesma letra maiúscula, não diferem entre si, pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade;(*Médias estatisticamente diferentes da testemunha - 51 %, pelo teste t, a 5% de probabilidade). A permanência das sementes no campo após a maturação, reduziu a germinação e o vigor das sementes, provavelmente, por efeito das altas temperaturas. Esses resultados corroboram os obtidos por Peluzio et al. (2003) que também observaram resultados semelhantes em seu estudo. De acordo com Giurizatto et al. (2003), a taxa de deterioração das sementes é aumentada consideravelmente pela exposição às condições adversas de temperatura e umidade relativa, resultando em menor vigor das sementes. Para o caráter produção de sementes não foram verificadas diferenças significativas entre as épocas de colheita. Por outro lado, maiores produções foram observadas quando a dessecação aconteceu nos estádios R8 e R7, respectivamente (Tabela 6). Tabela 6. Valores médios de produtividade de sementes (kg ha-1) de plantas dessecadas em três estádios de desenvolvimento e três épocas de colheita em Brejinho de Nazaré – TO, 2006. Estádios de colheita Estádio de aplicação do dessecante R8 R8 + 7 R8 + 14 Médias R6 2373* 2172* 2719* 2421 B R7 3231 3158 3324 3238 A R8 3384 3167 3518 3356 A Médias 2996 a 2832 a 3187 a 3005 1 Na linha as médias seguidas pela mesma letra minúscula, e na coluna, pela mesma letra maiúscula, não diferem entre si, pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade;* Médias estatisticamente diferentes da testemunha sem dessecação - 3467,6 kg ha-1, pelo teste t, a Influência da dessecação... PELÚZIO, J. M. et al. Biosci. J., Uberlândia, v. 24, n. 2, p. 77-82 , Apr./June. 2008 81 Em relação à testemunha, detectaram-se quedas significativas de produção quando o dessecante foi aplicado no estádio R6. Isto aconteceu provavelmente pelo fato da planta ainda estar translocando fotoassimilados para semente, resultando na paralisação deste fornecimento e conseqüente decréscimo na produtividade. De acordo com Bastidas et al. (1971), a identificação do ponto de maturação fisiológica é pré-requisito fundamental para práticas da desfolha ou do dessecamento da cultura da soja, para que não se incorra em perdas na produção. Em relação à época de colheita não se verificou diferença significativa com o retardamento de colheita. Quanto ao caráter peso de 100 sementes, os maiores valores foram obtidos nos estádios R7 e R8. Por outro lado, não foram detectadas diferenças significativas entre as épocas de colheita (Tabela 7). Tabela 7. Valores médios de peso de 100 sementes (g) de plantas dessecadas em três estádios de desenvolvimento e três épocas de colheita em Brejinho de Nazaré – TO, safra 05/2006. Estádios de colheita Estádio de aplicação do dessecante R8 R8 + 7 R8 + 14 Médias R6 13,95 14,66 15,54 14,72 B R7 17,02 17,2 16,96 17,06 A R8 18,55* 17,62 18,70* 18,29 A Médias 16,51 a 16,49 a 17,07 a 1 Na linha as médias seguidas pela mesma letra minúscula, e na coluna, pela mesma letra maiúscula, não diferem entre si, pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade; * Médias estatisticamente diferentes da testemunha sem dessecação (19,07 g), pelo teste t, a 5% de probabilidade. Em relação a testemunha, foram detectadas quedas significativas de peso de 100 sementes apenas para os estádios R6 e R7, independentemente da época de colheita (Tabela 7). CONCLUSÕES As maiores taxas de germinação e vigor foram obtidos com a dessecação realizada nos estágios R6 e R7, independentemente da época de colheita; O atraso na época de colheita, independentemente dos estádios de aplicação do dessecante apresentou queda na germinação e vigor; Os estádios de aplicação do dessecante R8 e R7 proporcionaram as maiores produtividades, independentemente da época de colheita. ABSTRACT: In order to estimate the effect of the chemistry dessication and harvest delaying of the qualities physiologic and yield of seed in soybean, variety BRS Candeias, one trial was carried out at Brejinho de Nazaré -TO, in the cropping 2005/06. The experimental design was completely randomized blocks, with nine treatments and four repetitions. The treatments were installed in one factorial design consisted at dessication application in three development stages of plants cultivars (R6, R7 e R8) and by three harvest time (R8, R8 + 7 and R8 + 14 days ). Seed qualities physiologic were determined by the test germination and tes vigour. The best quality phisiological of seed were obtained at the development stages R6 e R7, and the higher seed yield in R7. Reduced germination and vigour were observed with the harvest delaying. KEYWORDS: Soybean. Chemistry dessication. Quality of seeds. REFERÊNCIAS ARHENS, D. C.; PESKES, S. T. Flutuações de umidade e qualidade de sementes de soja após a maturação fisiológica. I. Avaliação do teor de água. Revista Brasileira de Sementes, Brasília, v. 16, n. 2, p. 107-10, 1994. BARROS, H. B.; SANTOS, M. M.; PELUZIO, J. M.; ROCHA, R. N. C.; SILVA, R. R.; VENDRUSCO, J. B. Desfolha na produção de soja (Glycine max M-SOY 109), cultivada no cerrado, em Gurupi-TO. Bioscience Journal, Uberlândia, v. 18, n. 2, p. 5-10, 2002. Influência da dessecação... PELÚZIO, J. M. et al. Biosci. J., Uberlândia, v. 24, n. 2, p. 77-82 , Apr./June. 2008 82 BASTIDA, G.; FRANCO, H.; CRUZ, R. de LA. 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