ABSTRACT: The Panga Ecological Reserve is one of the few units of conservation of the Trigulo Mineiro region Original Article 149 LEVANTAMENTO DA AVIFAUNA NA RESERVA ECOLÓGICA PANGA (UBERLÂNDIA, MG, BRASIL) BIRD SURVEY IN THE PANGA ECOLOGICAL RESERVE (UBERLÂNDIA, STATE OF MINAS GERAIS, BRAZIL) Oswaldo MARÇAL JÚNIOR1,2; Alexandre Gabriel FRANCHIN1,2; Eduardo França ALTEFF1,2; Eurípedes Luciano da SILVA JÚNIOR1; Celine de MELO1,2 1. Laboratório de Ornitologia e Bioacùstica, Instituto de Biologia, Universidade Federal de Uberlândia, Campus Umuarama, Uberlândia, MG, Brasil. marcaljr@ufu.br. 2. Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação de Recursos Naturais da Universidade Federal de Uberlândia. www.lorb.inbio.ufu.br RESUMO: A Reserva Ecológica Panga é uma das principais unidades de conservação de Cerrado da região do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba, Minas Gerais, Brasil. Neste estudo determinou-se a riqueza e avaliou-se a composição da avifauna nas diferentes fitofisionomias da reserva. Foram realizadas treze campanhas percorrendo-se trilhas existentes na reserva (entre abril de 2006 e junho de 2008), totalizando 216 horas. As observações foram iniciadas logo após o nascer do sol e finalizadas quatro horas após. Também foram realizados sete dias de capturas com redes de neblina, utilizando-se anilhas cedidas pelo CEMAVE/IBAMA. Foram registradas 231 espécies de aves, distribuídas em 21 ordens, 51 famílias e 184 gêneros. As ordens mais representativas foram Passeriformes (127 espécies, 54,98%) e Falconiformes (16 spp; 6,93%). A família Tyrannidae apresentou o maior número de espécies (39; 16,88%). As dietas predominantes foram: insetívora (84 spp; 36,36%) e onívora (67; 29,00%). Foram registradas nove espécies endêmicas do Bioma Cerrado: Alipiopsitta xanthops, Melanopareia torquata, Herpsilochmus longirostris, Hylocryptus rectirostris, Antilophia galeata, Cyanocorax cristatellus, Neothraupis fasciata, Basileuterus leucophrys e Saltator atricollis. Houve um aumento significativo da riqueza da avifauna na área estudada. Contudo, enfatizamos a baixa representatividade de nectarívoros, frugívoros e carnívoros entre as aves observadas, uma vez que esses grupos incluem as espécies mais sensíveis às mudanças ambientais. PALAVRAS-CHAVE: Aves. Cerrado. Conservação. Biodiversidade. INTRODUÇÃO O Brasil possui a terceira avifauna mais rica do mundo, com cerca de 1.700 espécies (MARÇAL JÚNIOR; FRANCHIN, 2003). Em Minas Gerais são reconhecidas 753 espécies de aves, o que representa aproximadamente 46% da avifauna brasileira (ANDRADE, 1997a). Em grande parte, a riqueza de espécies de aves em Minas Gerais se deve à variedade de formações vegetais no Estado, que inclui campos, matas, veredas e cerrados. O Cerrado merece destaque, por se constituir em um bioma pouco conhecido em termos avifaunísticos (30% do território satisfatoriamente amostrado) no estado, a despeito de ocupar originalmente 48,8% do território mineiro (SILVA, 1997). O Cerrado é a maior, a mais rica e, provavelmente, a mais ameaçada savana tropical do mundo (SILVA; BATES, 2002). É considerada a segunda maior ecorregião do Brasil, cobrindo 25% do território nacional. Possui alto endemismo em relação à flora, sendo que a diversidade de espécies de vertebrados também é consideravelmente alta, estando em quarto lugar no mundo em diversidade de aves (PROBIO, 2002). Recentemente, este bioma começou a receber a mesma atenção conservacionista dispensada às florestas tropicais úmidas, uma vez que o grande crescimento das atividades econômicas já modificou cerca de 67% de suas áreas (MYERS et al., 2000; PROBIO, 2002). No entanto, apesar de sua extensão e de sua importância para a conservação da biodiversidade, o Cerrado é fracamente representado em áreas protegidas. Apenas 3% de sua extensão original estão protegidos em unidades de conservação federais e estaduais. Para agravar a situação, a maioria das áreas preservadas tem tamanho inferior a 100.000 hectares, o que evidencia o grau de fragmentação do ecossistema (PROBIO, 2002; MACHADO et al., 2004). O Triângulo Mineiro está inserido nos domínios do Cerrado e da zona geográfica de “Contatos/Enclaves” com a Floresta Atlântica (FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA, 1993; IBGE, 2004). Nas últimas décadas, essa região tem se constituído em uma das principais áreas de desenvolvimento do Estado, com intensa atividade no setor de agronegócios. Esse modelo, no entanto, vem colocando em risco a conservação dos ambientes naturais da região. A fragmentação decorrente do uso intensivo do solo tem feito com Biosci. J., Uberlândia, v. 25, n. 6, p. 149-164, Nov./Dec. 2009 mailto:marcaljr@ufu.br http://www.lorb.inbio.ufu.br/ Levantamento da avifauna... MARÇAL JÚNIOR, O. et al. 150 que os remanescentes desse bioma se restrinjam às pequenas manchas dispersas (ARAÚJO et al., 1997). Desse modo, a região é considerada de extrema importância biológica e área prioritária para a conservação (HORTA, 1999). A Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) denominada Reserva Ecológica Panga (REP) está localizada no município de Uberlândia (MG), constituindo-se em uma das principais unidades de conservação no Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba. De fato, representa um dos últimos grandes remanescentes de Cerrado na região. A fauna dessa Reserva foi pesquisada em diversos estudos até o momento, incluindo estudos faunísticos, como levantamentos de morcegos (PEDRO, 1992), abelhas (CARVALHO; BEGO, 1996) e formigas (LOPES, 2003); e interações ecológicas, particularmente entre mariposa-planta (ÁVILA-JR, 2003) e morcego-planta (BOBROWIECK, 2000). Aves foram estudadas principalmente em pesquisas de interações ave- planta (OLIVEIRA, 1998; MELO, 2003; MELO et al., 2003). Informações sobre a composição de espécies de aves para a área foram fornecidas por Oniki; Willis (1993), Marini (2001) e por Melo (2003). Nesse sentido, o objetivo deste estudo foi determinar a riqueza e avaliar a composição da avifauna na Reserva Ecológica Panga. MATERIAL E MÉTODOS Área de Estudo A região do Triângulo Mineiro, extremo Oeste do estado de Minas Gerais é caracterizada por uma vegetação sob o domínio de Cerrado (sensu lato), que atualmente está restrito a pequenos fragmentos isolados, tendo em seu entorno atividades agropecuárias e reflorestamentos (ARAÚJO et al., 1997). O clima é do tipo Aw megatérmico, segundo Köppen, apresentando nítida sazonalidade, com período chuvoso de outubro a abril e seco de maio a setembro (ROSA et al., 1991). De propriedade da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), a REP está localizada no município de Uberlândia (19° 11’10” – 48° 24’ 35” S e 48° 23’ 20” – 48° 24’ 35” W), possui 409,57 ha de área total, com altitude média de 800 m (ARAÚJO; HARIDASAN, 1997). A REP apresenta diversos tipos fisionômicos, assim distribuídos: Mata Mesófila (7 % da área), Cerradão (2,5%), Cerrado stricto sensu (37,5%), Campos (42,5%) e Veredas (9%). O restante é ocupado por áreas altamente modificadas pela ação antrópica (SCHIAVINI; ARAÚJO, 1989). A paisagem do entorno é caracterizada por pastagens, estradas e áreas de agricultura, fazendo com que a REP fique isolada de outros fragmentos vegetacionais da região (MELO, 2003). Procedimentos Foram realizadas 13 campanhas, entre abril de 2006 e junho de 2008, totalizando 216 horas de observações. Nessas campanhas foram pesquisadas cinco ambientes: Mata Mesófila, Cerradão, Cerrado sentido restrito, Campo e Vereda. As observações foram realizadas em trilhas existentes nas diferentes áreas iniciando-as logo após o nascer do Sol, estendendo-se por quatro horas. Os registros das espécies de aves foram visuais, com o auxílio de binóculo (7X50 mm) e/ou acústico (vocalizações específicas). Registros realizados fora dos horários de observações também foram considerados para a composição da lista final de espécies. Em caso de dúvida na identificação das espécies por meio do canto, foram feitas gravações dos mesmos utilizando um gravador portátil de fita cassete e microfone direcional, para posterior identificação. Para auxiliar na identificação das espécies foram utilizados guias de campo (SOUZA, 2002; DEVELEY; ENDRIGO, 2004) e gravações de vocalizações (VIELLIARD, 1995a, b; 1999). Seguiu-se a ordem taxonômica proposta pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO, 2008). Capturas e marcações foram realizadas, como método complementar de levantamento. Foram utilizadas de seis a 12 redes de neblina (6m x 2,20m e malha de 25mm), de acordo com a extensão da trilha, totalizando 35 horas de esforço. As redes foram abertas no período da manhã, a partir do alvorecer e fechadas após cinco horas. As aves capturadas foram marcadas com anilhas metálicas fornecidas pelo CEMAVE/IBAMA com autorizações nº 1363 (Projeto “Levantamento da avifauna na Reserva Ecológica Panga, região do Triângulo Mineiro, Uberlândia, MG”) e nº 2984 (Projeto “Avifauna em remanescentes da vegetação de Cerrado, no município de Uberlândia, MG”) sob responsabilidade de Franchin, A.G. (nº de registro: 329675). Espécies da família Trochilidae (beija- flores) quando capturados não foram anilhadas. Para a classificação da dieta das aves (nectarívora, carnívora, onívora, detritívora, granívora e frugívora) foram utilizadas, além das observações de campo, informações obtidas na literatura (WILLIS, 1979; MOTTA-JÚNIOR, 1990; SICK, 1997; MARINI; CAVALCANTI, 1998; FRANCHIN; MARÇAL JÚNIOR, 2004). Biosci. J., Uberlândia, v. 25, n. 6, p. 149-164, Nov./Dec. 2009 Received: 05/05/09 Accepted: 26/08/09 Levantamento da avifauna... MARÇAL JÚNIOR, O. et al. 151 As espécies foram classificadas quanto ao uso do hábitat nas seguintes categorias: A) espécies aquáticas; C1) espécies exclusivamente campestres; C2) espécies essencialmente campestres; F1) espécies exclusivas de ambientes florestais; F2) espécies essencialmente florestais (SILVA, 1995). Ainda de acordo com a literatura, as espécies de aves foram classificadas quanto ao seu endemismo e status para conservação (SILVA, 1995; 1997; BAGNO; MARINHO-FILHO, 2001), além da ameaça de extinção (MACHADO et al., 1998; BIRDLIFE INTERNATIONAL 2008; MACHADO et al., 2009). RESULTADOS Foram registradas 231 espécies de aves, distribuídas em 21 ordens, 51 famílias e 184 gêneros. Passeriformes foi a ordem mais representativa (127 espécies, 54,98%). Outra ordem que se destacou foi Falconiformes com 16 espécies (6,93%). A família Tyrannidae apresentou o maior número de espécies (39; 16,88%). (Tabela 1). Tabela 1. Lista das espécies de aves registradas na RPPN Reserva Ecológica Panga, de abril de 2006 a junho de 2008. Dieta (WILLIS, 1979; MOTTA-JÚNIOR, 1990; SICK, 1997; MARINI; CAVALCANTI, 1998; FRANCHIN; MARÇAL JÚNIOR, 2004): CAR - carnívora; DET - detritívora; FRU - frugívora; GRA - granívora; INS - insetívora; NEC - nectarívora e ONI - onívora. U.H. (Uso do Hábitat) (SILVA, 1995; 1997; BAGNO; MARINHO-FILHO, 2001): A - espécies aquáticas; F1 - exclusivamente florestais; C1 - exclusivamente campestre; F2 - essencialmente florestal; C2 - essencialmente campestre. EN - Espécies endêmicas do Bioma Cerrado (SILVA, 1995). * - Espécies capturas em redes de neblina. Status de Ameaça: EP – Em Perígo; VU – Vulnerável; QA – Quase Ameaçada.. MG (Minas Gerais): MACHADO et al. (1998). GL (Globalmente ameaçada): BIRDLIFE INTERNATIONAL (2008) ¹- Ordem e nomenclatura taxonômica segundo CBRO (2008). Nome do Táxon DIETA HÁBITO EN MG GL Ordem Struthioniformes (1) Família Rheidae (1) Rhea americana ONI C1 VU QA Ordem Tinamiformes (4) Família Tinamidae (4) Crypturellus undulatus ONI F2 Crypturellus parvirostris ONI C2 Rhynchotus rufescens ONI C1 Nothura maculosa ONI C1 Ordem Anseriformes (1) Família Anatidae (1) Dendrocygna viduata ONI A Ordem Galliformes (2) Família Cracidae (2) Penelope superciliaris FRU F2 Crax fasciolata FRU F2 VU Ordem Podicipediformes (2) Família Podicipedidae (2) Tachybaptus dominicus CAR A Podilymbus podiceps CAR A Ordem Pelecaniformes (1) Família Phalacrocoracidae (1) Phalacrocorax brasilianus CAR A Biosci. J., Uberlândia, v. 25, n. 6, p. 149-164, Nov./Dec. 2009 Levantamento da avifauna... MARÇAL JÚNIOR, O. et al. 152 Ordem Ciconiiformes (8) Família Ardeidae (5) Butorides striata ONI A Bubulcus ibis ONI C2 Ardea alba ONI A Syrigma sibilatrix INS C2 Egretta thula ONI A Família Threskiornithidae (2) Mesembrinibis cayennensis ONI F2 Theristicus caudatus ONI C2 Família Ciconiidae (1) Mycteria americana ONI A VU Ordem Cathartiformes (3) Família Cathartidae (3) Cathartes aura DET C2 Coragyps atratus DET C2 Sarcoramphus papa DET F2 Ordem Falconiformes (16) Família Accipitridae (10) Leptodon cayanensis CAR F2 Elanus leucurus CAR C1 Ictinia plumbea INS F2 Accipiter bicolor CAR F2 Geranospiza caerulescens CAR F2 Heterospizias meridionalis CAR C2 Rupornis magnirostris CAR F2 Buteo albicaudatus CAR C1 Buteo nitidus CAR F2 Buteo brachyurus CAR F2 Família Falconidae (6) Caracara plancus CAR C2 Milvago chimachima CAR C2 Herpetotheres cachinnans CAR F2 Micrastur semitorquatus CAR F2 Falco sparverius CAR C1 Falco femoralis CAR C1 Ordem Gruiformes (6) Família Rallidae (5) Micropygia schomburgkii ONI C1 Aramides cajanea ONI F2 Laterallus melanophaius ONI A Porzana albicollis ONI C1 Pardirallus nigricans ONI F2 Família Cariamidae (1) Biosci. J., Uberlândia, v. 25, n. 6, p. 149-164, Nov./Dec. 2009 Levantamento da avifauna... MARÇAL JÚNIOR, O. et al. 153 Cariama cristata ONI C1 Ordem Charadriiformes (1) Família Charadriidae (1) Vanellus chilensis ONI A Ordem Columbiformes (7) Família Columbidae (7) Columbina talpacoti GRA C2 Columbina squammata GRA C2 Patagioenas picazuro FRU C2 Patagioenas cayennensis FRU C2 Zenaida auriculata GRA C1 Leptotila verreauxi FRU F2 Leptotila rufaxilla FRU F2 Ordem Psittaciformes (11) Família Psittacidae (11) Ara ararauna FRU C2 VU Orthopsittaca manilata FRU C2 Diopsittaca nobilis FRU F2 Aratinga leucophthalma FRU F2 Aratinga auricapillus FRU F2 QA Aratinga aurea FRU C2 Forpus xanthopterygius FRU F2 Brotogeris chiriri FRU F2 Alipiopsitta xanthops FRU C2 X VU QA Amazona aestiva FRU C2 Amazona amazonica FRU F2 Ordem Cuculiformes (4) Família Cuculidae (4) Piaya cayana CAR F2 Crotophaga ani CAR C2 Guira guira CAR C2 Tapera naevia CAR F2 Ordem Strigiformes (4) Família Strigidae (4) Megascops choliba CAR C2 Glaucidium brasilianum CAR C2 Bubo virginianus CAR C2 Athene cunicularia INS C1 Ordem Caprimulgiformes (6) Família Nyctibiidae (1) Nyctibius griseus INS C2 Família Caprimulgidae (5) Podager nacunda INS C1 Nyctidromus albicollis INS F2 Biosci. J., Uberlândia, v. 25, n. 6, p. 149-164, Nov./Dec. 2009 Levantamento da avifauna... MARÇAL JÚNIOR, O. et al. 154 Caprimulgus rufus INS F2 Caprimulgus parvulus INS C1 Hydropsalis torquata INS C2 Ordem Apodiformes (13) Família Apodidae (3) Streptoprocne zonaris INS C2 Chaetura meridionalis INS C2 Tachornis squamata INS C2 Família Trochilidae (10) Phaethornis pretrei * NEC F2 Eupetomena macroura NEC F2 Florisuga fusca NEC F2 Colibri serrirostris NEC C2 Chlorostilbon lucidus NEC F2 Thalurania furcata * NEC F2 Amazilia versicolor NEC F2 Amazilia fimbriata NEC F2 Heliactin bilophus NEC C2 Heliomaster squamosus NEC F2 Ordem Coraciiformes (2) Família Momotidae (2) Baryphthengus ruficapillus FRU F2 Momotus momota * FRU F2 Ordem Galbuliformes (4) Família Galbulidae (1) Galbula ruficauda INS F2 Família Bucconidae (3) Nystalus chacuru INS C1 Nystalus maculatus INS F2 Monasa nigrifrons INS F2 Ordem Piciformes (8) Família Ramphastidae (1) Ramphastos toco ONI C2 Família Picidae (7) Picumnus albosquamatus INS F2 Melanerpes candidus INS C2 Veniliornis passerinus INS F2 Colaptes melanochloros INS C2 Colaptes campestris INS C2 Dryocopus lineatus INS C2 Campephilus melanoleucos INS F2 Ordem Passeriformes (127) Família Melanopareiidae (1) Melanopareia torquata INS C1 X Biosci. J., Uberlândia, v. 25, n. 6, p. 149-164, Nov./Dec. 2009 Levantamento da avifauna... MARÇAL JÚNIOR, O. et al. 155 Família Thamnophilidae (8) Taraba major INS F2 Thamnophilus doliatus INS F2 Thamnophilus torquatus INS C2 Thamnophilus pelzelni INS F2 Thamnophilus caerulescens INS F1 Dysithamnus mentalis INS F1 Herpsilochmus longirostris INS F2 X Formicivora rufa INS C2 Família Dendrocolaptidae (1) Lepidocolaptes angustirostris INS C2 Família Furnariidae (11) Furnarius rufus INS C2 Synallaxis frontalis INS F2 Synallaxis albescens INS C1 Synallaxis hypospodia INS C1 Synallaxis scutata INS F2 Cranioleuca vulpina INS A Certhiaxis cinnamomeus INS A Phacellodomus ruber INS C2 Anumbius annumbi INS C1 Hylocryptus rectirostris INS F2 X Lochmias nematura INS F2 Família Tyrannidae (39) Leptopogon amaurocephalus* INS F1 Hemitriccus margaritaceiventer INS F2 Todirostrum cinereum INS F2 Myiopagis caniceps ONI F2 Elaenia flavogaster FRU F2 Elaenia spectabilis FRU F2 Elaenia cristata FRU C2 Elaenia chiriquensis FRU C2 Elaenia obscura FRU F2 Camptostoma obsoletum INS C2 Suiriri suiriri INS C2 Phaeomyias murina INS F2 Tolmomyias sulphurescens INS F2 Platyrinchus mystaceus INS F1 Myiophobus fasciatus INS C2 Lathrotriccus euleri INS F1 Cnemotriccus fuscatus INS F2 Contopus cinereus INS F2 Knipolegus cyanirostris INS F2 Knipolegus lophotes INS C2 Biosci. J., Uberlândia, v. 25, n. 6, p. 149-164, Nov./Dec. 2009 Levantamento da avifauna... MARÇAL JÚNIOR, O. et al. 156 Xolmis cinereus INS C1 Xolmis velatus INS C1 Gubernetes yetapa INS C2 Colonia colonus INS F1 Machetornis rixosa INS C1 Myiozetetes cayanensis ONI F2 Myiozetetes similis ONI F2 Pitangus sulphuratus ONI F2 Myiodynastes maculatus ONI F2 Megarynchus pitangua ONI F2 Empidonomus varius INS F2 Griseotyrannus aurantioatrocristatus INS F2 Tyrannus albogularis ONI F2 Tyrannus melancholicus ONI C2 Tyrannus savana ONI C2 Casiornis rufus * INS F2 Myiarchus swainsoni ONI F2 Myiarchus ferox * ONI F2 Myiarchus tyrannulus ONI C2 Família Pipridae (2) Neopelma pallescens * FRU F2 Antilophia galeata * FRU F2 X Família Tityridae (1) Pachyramphus polychopterus ONI F2 Família Vireonidae (3) Cyclarhis gujanensis ONI F2 Vireo olivaceus INS F2 Hylophilus poicilotis ONI F2 Família Corvidae (2) Cyanocorax cristatellus ONI C2 X Cyanocorax cyanopogon ONI F2 Família Hirundinidae (6) Pygochelidon cyanoleuca INS C1 Stelgidopteryx ruficollis INS C2 Progne tapera INS C1 Progne chalybea INS C2 Tachycineta leucorrhoa INS C1 Hirundo rustica INS C1 Família Troglodytidae (2) Troglodytes musculus INS C2 Cantorchilus leucotis INS F2 Família Donacobiidae (1) Donacobius atricapilla INS A Família Polioptilidae (1) Biosci. J., Uberlândia, v. 25, n. 6, p. 149-164, Nov./Dec. 2009 Levantamento da avifauna... MARÇAL JÚNIOR, O. et al. 157 Polioptila dumicola INS F2 Família Turdidae (4) Turdus rufiventris ONI F2 Turdus leucomelas * ONI F2 Turdus amaurochalinus ONI F2 Turdus subalaris ONI F2 Família Mimidae (1) Mimus saturninus ONI C2 Família Motacillidae (1) Anthus lutescens INS C1 Família Coerebidae (1) Coereba flaveola NEC F2 Família Thraupidae (14) Schistochlamys melanopis ONI C2 Schistochlamys ruficapillus ONI F2 Neothraupis fasciata ONI C1 QA Nemosia pileata ONI F2 Eucometis penicillata * ONI F2 Tachyphonus rufus ONI F2 Ramphocelus carbo ONI F2 Thraupis sayaca ONI F2 Thraupis palmarum ONI C2 Tangara cayana ONI F2 Tersina viridis ONI F2 Dacnis cayana ONI F2 Hemithraupis guira ONI F2 Conirostrum speciosum ONI F2 Família Emberizidae (13) Zonotrichia capensis GRA C2 Ammodramus humeralis GRA C1 Sicalis flaveola GRA C2 VU Emberizoides herbicola GRA C1 Volatinia jacarina GRA C2 Sporophila plumbea GRA C2 Sporophila lineola GRA C2 Sporophila nigricollis GRA C2 Sporophila caerulescens GRA C2 Sporophila leucoptera GRA C2 Sporophila angolensis GRA F2 EP Arremon flavirostris INS F1 Coryphospingus cucullatus GRA F2 Família Cardinalidae (3) Saltator maximus ONI F2 Saltator similis * ONI F2 Biosci. J., Uberlândia, v. 25, n. 6, p. 149-164, Nov./Dec. 2009 Levantamento da avifauna... MARÇAL JÚNIOR, O. et al. 158 Saltator atricollis ONI C1 X Família Parulidae (5) Parula pitiayumi INS F2 Geothlypis aequinoctialis INS C2 Basileuterus hypoleucus INS F2 Basileuterus flaveolus * INS F2 Basileuterus leucophrys INS F2 X Família Icteridae (6) Psarocolius decumanus ONI F2 Icterus cayanensis ONI F2 Gnorimopsar chopi ONI C2 Pseudoleistes guirahuro ONI C2 Molothrus bonariensis ONI C2 Sturnella superciliaris ONI C1 Família Fringillidae (1) Euphonia chlorotica ONI F2 As dietas predominantes foram: insetívora (84 espécies; 36,36%) e onívora (67 espécies, 29,00%) (Figura 1). 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 Insetívora Onívora Carnívora Frugívora Detritívora Granívora Nectarívora dieta nú m er o de e sp éc ie s Figura 1. Espécies de aves (N=231) registradas na RPPN Reserva Ecológica Panga, segundo dieta (Uberlândia, MG). Quanto ao uso do hábitat, foram registradas 117 espécies florestais (50,65%) e 101 espécies campestres (43,72%), sejam elas exclusivas ou não desses ambientes. Quando exclusivas, as aves campestres foram representadas por 32 (13,85%) espécies, contra apenas sete Biosci. J., Uberlândia, v. 25, n. 6, p. 149-164, Nov./Dec. 2009 Levantamento da avifauna... MARÇAL JÚNIOR, O. et al. 159 (3,03%) exclusivamente florestais. Em relação às espécies de aquáticas, foram encontradas 13 espécies exclusivas desse tipo de ambiente (5,63%) (Tabela 2). Tabela 2. Número e porcentagem de espécies de aves relacionadas com o uso do hábitat na RPPN Reserva Ecológica Panga (Uberlândia, MG). Uso do Hábitat Freqüência de espécies n (%) Florestal Exclusivo 7 (3,08%) Campestre Exclusivo 29 (12,77%) Campestre Essencialmente 71 (31,28%) Florestal Essencialmente 108 (47,58%) Aquático 12 (5,29%) Total 227 (100,0) Foram registradas nove espécies endêmicas do Bioma Cerrado: Alipiopsitta xanthops, Melanopareia torquata, Herpsilochmus longirostris, Hylocryptus rectirostris, Antilophia galeata, Cyanocorax cristatellus, Neothraupis fasciata, Basileuterus leucophrys e Saltator atricollis. Considerando-se o nível de ameaça de extinção, foram encontradas nove espécies de aves ameaçadas na Reserva do Panga (Tabela 1). DISCUSSÃO A riqueza de espécies de aves registrada no presente estudo pode ser considerada bastante expressiva, uma vez que a avifauna da Reserva Ecológica Panga (REP) representa 30% das 753 espécies de aves reconhecidas para o estado de Minas Gerais (ANDRADE, 1997a). Os levantamentos anteriores da avifauna na REP se restringiram às formações florestais. Desse modo, Melo (2003) havia registrado 126 espécies no Panga; e Marini (2001), 64 espécies. Oniki; Willis (1993) registraram apenas 24 espécies na reserva, mas não desenvolveram um levantamento sistemático, tendo computado somente dados de capturas esporádicas no Cerrado. Portanto, entendemos que a maior riqueza de espécies observada no presente estudo se deva, essencialmente, a maior diversidade de ambientes pesquisados, com destaque para a Mata Mesófila, o Cerradão, o Cerrado sentido restrito, o Campo e a Vereda. Essa heterogeneidade ambiental pode ser entendida como um fator determinante para a sustentação de uma avifauna rica e diversificada na reserva. O predomínio de espécies Passeriformes na REP não causa estranheza, uma vez que essa ordem inclui mais da metade das mais de 9.700 espécies de aves existentes em todo o mundo (MARÇAL JÚNIOR; FRANCHIN, 2003). Já a riqueza de Falconiformes poder ser considerada expressiva, com cerca de 70% das espécies registradas no levantamento da avifauna na RPPN Estação de Pesquisa e Desenvolvimento Ambiental (EPDA) Galheiro, uma das maiores UC da região do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba, onde foram registradas 22 espécies de Falconiformes (MARÇAL JUNIOR et al., 2005). Muitas dessas espécies sofrem forte pressão, em função da fragmentação de hábitats e da caça indiscriminada (SICK, 1997). Note-se ainda que os falconiformes são importantes indicadores da qualidade ambiental, principalmente na análise dos efeitos do envenenamento por agrotóxicos (ANDRADE, 1997b). A família Tyrannidae foi a mais representativa no presente estudo. Essa família é considerada a mais rica nas savanas tropicais do mundo (FRANCHIN et al., 2008). Outra família comum nas savanas tropicais é Accipitridae (FRANCHIN et al., 2008), o que pode ter contribuído na representatividade da ordem Falconiformes na reserva. A maioria das aves na REP é insetívora ou onívora. Algumas espécies insetívoras são sensíveis a modificações no ambiente, principalmente devido à redução de hábitat (CANADAY, 1997), destacando-se nesta dieta as espécies das famílias Thamnophilidae e Furnariidae (SICK, 1997). A alta porcentagem de espécies essencialmente florestais demonstra a importância da preservação desses ambientes. Formações florestais são importantes para avifauna por várias razões: influência da arquitetura vegetal sobre as táticas de forrageamento, com diferentes estratos Biosci. J., Uberlândia, v. 25, n. 6, p. 149-164, Nov./Dec. 2009 Levantamento da avifauna... MARÇAL JÚNIOR, O. et al. 160 vegetacionais, variedade de recursos espaciais como locais de nidificação, refúgio contra predadores e abrigo em caso de má condição climática e à disponibilidade de recursos ao longo do ano (SICK, 1997). Não podemos deixar de considerar o baixo número de espécies exclusivamente florestais pode ser decorrente da maior dificuldade de detecção dessas espécies ao longo das trilhas pesquisadas (BIBBY, 1992; KRÜGEL; ANJOS, 2000). Em geral, áreas campestres apresentam uma avifauna com menor riqueza de espécie, devido, principalmente, a menor complexidade estrutural da vegetação (TUBELIS, 1997). Apesar disso, o maior número de espécies exclusivas de um hábitat foi representado por aves campestres, o que se atribui a maior extensão das fisionomias campestres de Cerrado na REP, com mais de 80% de sua área (SCHIAVINI; ARAÚJO, 1989). Deve ser considerada ainda a presença das veredas na Reserva, uma vez que essas áreas oferecem hábitats adicionais a muitas espécies campestres do referido bioma. Veredas não apresentam espécies exclusivas, já que a avifauna encontrada nesse ambiente é formada por espécies de outras fisionomias, que utilizam de forma adicional os hábitats oferecidos por elas (TUBELIS, 2009). A baixa representatividade de espécies endêmicas do Cerrado na REP pode estar relacionada ao grau de perturbação dos ambientes presentes na reserva. Entretanto, o Cerrado apresenta baixo grau de endemismo (KLINK; MACHADO, 2005; MARINI; GARCIA, 2005), e algumas dessas espécies são consideradas comuns (CAVALCANTI, 1988). Espécies comuns, como Melanopareia torquata, só ocorrem em áreas campestres; entretanto, outras, como Antilophia galeata, preferem ambientes florestais (CAVALCANTI, 1988). Apesar da baixa ocorrência de espécies endêmicas no Panga, a reserva abriga uma porção importante dessas aves em seus domínios. Entre as espécies ameaçadas de extinção registradas na REP, quatro estão presentes na lista global (BIRDLIFE INTERNATIONAL 2008), todas na categoria “Quase ameaçadas” (Rhea americana, Alipiopsitta xanthops, Aratinga auricapillus e Neothraupis fasciata). Nenhuma espécie nacionalmente ameaçada foi registrada (MACHADO et al. 2009). Por outro lado, sete espécies são consideradas ameaçadas pela lista de Minas Gerais (MACHADO et al. 1998), sendo uma na categoria “Em perigo” (Sporophila angolensis) e seis na categoria “Vulnerável” (Rhea americana, Ara ararauna, Alipiopsitta xanthops, Mycteria americana, Crax fasciolata, Sicalis flaveola). A ocorrência dessas espécies ameaçadas de extinção, incluindo algumas globalmente ameaçadas, demonstra a importância da reserva como uma das principais unidades de conservação na região do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba. CONCLUSÕES A avifauna presente na Reserva Ecológica Panga é representada por uma riqueza expressiva. Os resultados representam um aumento significativo no número de espécies registradas na reserva em relação aos levantamentos anteriores, a despeito das diferenças metodológicas entre esses estudos. A reserva abriga uma avifauna representativa, incluindo espécies florestais e campestres. Além disso, a ocorrência de espécies endêmicas e ameaçadas reforça a importância de conservação da área. E acreditamos que a variedade de fitofisionomias do Cerrado se constitua no principal fator determinante dessa diversidade. AGRADECIMENTOS Agradecemos à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais pelo apoio financeiro ao desenvolvimento deste projeto de pesquisa (Projeto FAPEMIG/UFU - CRA- 1362/05-DIPOC 288/05-SIAFI-553442). ABSTRACT: The Panga Ecological Reserve is one of most important unit of conservation of Cerrado in the Triângulo Mineiro/Alto Paraníba region, State of Minas Gerais, Brazil. Different physiognomies were investigated (forest, savanna, campaign and vereda) during thirteen field campaigns, totaling nine days (216 hours), from april 2006 to june 2008. The species were registered during walks along the existent trails. The observations initiated soon after the sunrise and were concluded four hours later. Captures were done during seven days as a complementary tool, using mistnets. A total of 231 bird species were observed, distributed in 21 orders, 51 families and 184 genders. Passeriformes and Falconiformes were the most representative orders (127 species, 54.98% and 16, 6.93%, respectively). Tyrannidae was the family with the largest number of species (39, 16.88%). The most common diets were insectivorous (84 species, 36.36%) and omnivorous (67, 29.00%). Nine endemic species of Cerrado were registered: Alipiopsitta xanthops, Melanopareia torquata, Herpsilochmus longirostris, Hylocryptus rectirostris, Antilophia galeata, Cyanocorax cristatellus, Neothraupis Biosci. J., Uberlândia, v. 25, n. 6, p. 149-164, Nov./Dec. 2009 Levantamento da avifauna... MARÇAL JÚNIOR, O. et al. 161 fasciata, Basileuterus leucophrys e Saltator atricollis. There was a sensitive increase of the avifauna richness in the studied area. Although, we emphasize the low representativeness of nectarivorous, frugivorous and carnivorous species, since these groups include the more sensitive birds to the environmental changes. KEYWORDS: Birds. Cerrado. Conservation. Biodiversity. REFERÊNCIAS ANDRADE, M. A. Aves Silvestres de Minas Gerais. Belo Horizonte: CIPA. 1997a. ANDRADE, M. A. A vida das aves. Introdução à biologia e conservação. Contagem: Littera Maciel. 1997b. ARAÚJO, G. M.; HARIDASAN, M. 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