Microsoft Word - 5-AGRA_7605.doc Original Article Biosci. J., Uberlândia, v. 27, n. 2, p. 211-220, Mar./Apr. 2011 211 QUALIDADE FISIOLÓGICA DAS SEMENTES DE SOJA RR EM RESPOSTA AO USO DE DIFERENTES TRATAMENTOS CONTENDO GLYPHOSATE EM APLICAÇÃO SEQUENCIAL PHYSIOLOGICAL QUALITY OF RR SOYBEAN SEEDS IN RESPONSE TO THE USE OF DIFFERENT TREATMENTS WITH SEQUENTIAL GLYPHOSATE APPLICATION Leandro Paiola ALBRECHT1; Diego Gonçalves ALONSO2; Jamil CONSTANTIN3; Rubem Silvério de OLIVEIRA JR.3; Alessandro de Lucca e BRACCINI 3; Alfredo Jr. Paiola ALBRECHT4 1. Professor, Doutor, Universidade Estadual de Maringá - UEM, Umuarama, PR, Brasil. lpalbrecht@yahoo.com.br; 2. Engenheiro Agrônomo, Doutorando, UEM, Maringá, PR, Brasil; 3. Professor, Doutor, UEM, Maringá, PR, Brasil; 4. Acadêmico do curso de Agronomia, UEM, Maringá, PR, Brasil. RESUMO: O objetivo do presente trabalho foi avaliar a qualidade fisiológica das sementes da soja RR, sob efeito do manejo com glyphosate em pós-emergência, aplicado em misturas ou isolado, de forma sequencial. O trabalho foi constituído de três experimentos com distintos tratamentos, instalados no ano agrícola 2006/2007, no município de Floraí, PR. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso, com doze tratamentos e quatro repetições, para cada experimento. A qualidade fisiológica das sementes foi avaliada por meio dos testes de germinação e primeira contagem do teste de germinação. Os resultados demonstraram que a aplicação sequencial de glyphosate isolado e em altas doses influenciou mais a qualidade das sementes de soja RR, do que a aplicação sequencial em mistura com outros herbicidas, como o lactofen e o chlorimuron-ethyl. Não foi constatado efeito negativo sobre a qualidade fisiológicas das sementes, quando das misturas de glyposate com estes herbicidas em pós-emergência. PALAVRAS-CHAVE: Glycine max. Mistura. Herbicidas. Desempenho. INTRODUÇÃO Nas condições brasileiras, o uso de misturas de herbicidas tem crescido na condução das lavouras, principalmente na dessecação da cobertura vegetal para semeadura direta da soja e no manejo de plantas daninhas em pós-emergência da cultura da soja, seja ela convencional ou transgênica. Mudanças na composição florística, advinda do uso intensivo de glyphosate no controle de plantas daninhas na soja RR, podem ocorrer, conforme percepção de pesquisadores (CULPEPPER, 2006), necessitando de medidas como a mistura em tanque de herbicidas. Norris et al. (2001) avaliam que combinações de herbicidas são benéficas porque requerem menor tempo para aplicação e custam menos, comparados à aplicação de cada herbicida individualmente, e porque elas podem aumentar o espectro de plantas daninhas controladas. Porém, há muitas questões a serem levantadas quanto ao efeito das misturas em tanque no controle de plantas daninhas e no crescimento e desenvolvimento da soja resistente ao glyphosate (NELSON; RENNER, 2001), além da produtividade e da qualidade fisiológica das sementes. Por exemplo, chlorimuron aplicado com glyphosate proporcionou controle de plantas daninhas iguais ou melhor do que a aplicação de glyphosate isolado (HYDRICK; SHAW, 1994), resultados semelhantes foram encontrados por Vidrine et al. (1997). Por outro lado, a mesma mistura apresenta resultados divergentes em outros trabalhos. Mistura de glyphosate com chlorimuron, fomesafen e sulfentrazone podem resultar em antagonismo na ação do glyphosate (STARKE; OLIVER, 1996). Neste trabalho, os autores relatam ainda que, quando o glyphosate foi combinado com chlorimuron, 25% das avaliações foram consideradas antagonísticas, com nenhuma resposta sinergística. Os mesmos autores também relatam que combinações de glyphosate com fomesafen foram antagonísticas em 70% dos casos. O glyphosate inibe a 5-enolpiruvil- shiquimato-3-fosfato sintase (EPSPs), enzima da rota do shiquimato, que leva à síntese dos aminoácidos aromáticos tirosina, fenilalanina e triptofano (KRUZE et al., 2000). As variedades de soja RR contém a enzima EPSPs proveniente de Agrobacterium sp. (PADGETTE et al., 1995) a qual é resistente ao glyphosate. Contudo, podem ocorrer problemas no metabolismo secundário (LYDON; DUKE, 1989), no metabolismo do AIA (ácido indol-3-acético) (Lee, 1982), na produção de fitoalexinas (KEEN et al., 1982), na rizosfera (KREMER et al., 2005), na fixação biológica do nitrogênio (MARÍA et al., 2006; ZABLOTOWICZ; Received: 24/06/10 Accepted: 03/11/10 Qualidade fisiológica... ALBRECHT, L. P. et al. Biosci. J., Uberlândia, v. 27, n. 2, p. 211-220, Mar./Apr. 2011 212 REDDY, 2004; SANTOS et al., 2004; DVORANEN et al., 2008), na nutrição mineral (GORDON, 2006; NEUMANN et al., 2006; ZOBIOLE et al., 2009), na fotossíntese, uso da água e biomassa (ZOBIOLE et al., 2009; ZOBIOLE et al., 2010) e na produção de metabólitos com potencial de injúria (REDDY et al., 2004). Devido à possibilidade de danos oriundo do uso do glyphosate, seja isolado, ou em misturas feitas em tanque com outros herbicidas, sobre plantas de soja RR, supõe-se que interferências possam acontecer no âmbito do desempenho fisiológico das sementes. No entanto, pouco se sabe, e escassas são as pesquisas referentes ao potencial fisiológico das sementes provenientes da soja RR, especialmente no que concerne ao resultante do manejo de herbicidas em pós-emergência. Com o intuito de avaliar o efeito do uso de glyphosate e de misturas, em pós-emergência da soja transgênica, o objetivo desse trabalho foi caracterizar a viabilidade e o vigor das sementes de soja RR em resposta aos diferentes tratamentos contendo glyphosate, aplicados de forma sequencial. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi constituído de três experimentos com tratamentos distintos, instalados no ano agrícola 2006/2007. Os ensaios foram instalados em área de semeadura direta na Fazenda Nossa Senhora Aparecida, no município de Floraí, Paraná. A área em questão havia sido cultivada com aveia no inverno anterior a semeadura da soja. O clima predominante na região é do tipo Cfa, mesotérmico úmido, com chuvas abundantes no verão e inverno seco com verões quentes, segundo classificação de Köppen (IAPAR, 1987). O solo da área experimental foi identificado como Latossolo Vermelho eutrófico (EMBRAPA, 1999), textura arenosa (7% de argila, 92% de areia e 1% de silte). Foi utilizada a cultivar de soja CD 214 RR, pertencente ao grupo de maturação precoce, com ciclo médio de 115 dias. As sementes foram inoculadas e tratadas com micronutrientes e fungicidas e a semeadura ocorreu no dia 09/11/2006 com espaçamento de 0,45 m entre linhas, na profundidade de aproximadamente três centímetros e uma densidade de semeadura de 18 sementes por metro linear. A adubação de plantio consistiu em 270 kg ha-1 do formulado 00-18-18 de NPK no sulco de plantio e de 83 kg ha-1 de KCl em cobertura aos 40 dias após a emergência (DAE). O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso, com doze tratamentos e quatro repetições. Na Tabela 1 encontram-se os tratamentos, com herbicidas e doses utilizados no experimento I; na Tabela 2, o experimento II; e na Tabela 3, o experimento III. Tabela 1. Herbicidas, épocas de aplicação e doses utilizadas no Experimento I. TRATAMENTOS HERBICIDAS ÉPOCAS DE APLICAÇÃO (Estádio de desenvolvimento da soja) DOSES (g i.a. ha-1)1 I 1ª aplicação: Cloransulam-methyl + Glyphosate 2ª aplicação: Glyphosate 15 DAE (V1 a V2) 30 DAE (V4) 30,24 + 720 480 II 1ª aplicação: Fomesafen + Glyphosate 2ª aplicação: Glyphosate 15 DAE (V1 a V2) 30 DAE (V4) 125 + 720 480 III 1ª aplicação: Lactofen + Glyphosate 2ª aplicação: Glyphosate 15 DAE (V1 a V2) 30 DAE (V4) 72 + 720 480 IV 1ª aplicação: Chlorimuron-ethyl + Glyphosate 2ª aplicação: Glyphosate 15 DAE (V1 a V2) 30 DAE (V4) 12,5 + 720 480 V 1ª aplicação: Flumiclorac-pentyl + Glyphosate 2ª aplicação: Glyphosate 15 DAE (V1 a V2) 30 DAE (V4) 30 + 720 480 VI 1ª aplicação: Bentazon + Glyphosate 2ª aplicação: Glyphosate 15 DAE (V1 a V2) 30 DAE (V4) 480 + 720 480 VII 1ª aplicação: Imazethapyr + Glyphosate 15 DAE (V1 a V2) 30 DAE (V4) 80 + 720 480 Qualidade fisiológica... ALBRECHT, L. P. et al. Biosci. J., Uberlândia, v. 27, n. 2, p. 211-220, Mar./Apr. 2011 213 2ª aplicação: Glyphosate VIII 1ª aplicação: Glyphosate 2ª aplicação: Glyphosate 15 DAE (V1 a V2) 30 DAE (V4) 720 480 IX 1ª aplicação: Glyphosate 2ª aplicação: Glyphosate 15 DAE (V1 a V2) 30 DAE (V4) 960 480 X 1ª aplicação: Glyphosate 2ª aplicação: Glyphosate 15 DAE (V1 a V2) 30 DAE (V4) 1200 480 XI 1ª aplicação: Glyphosate 2ª aplicação: Glyphosate 15 DAE (V1 a V2) 30 DAE (V4) 960 720 XII Testemunha -- -- 1gramas de ingrediente ativo por hectare Tabela 2. Herbicidas, épocas de aplicação e doses utilizadas no Experimento II. TRATAMENTOS HERBICIDAS ÉPOCAS DE APLICAÇÃO (Estádio de desenvolvimento da soja) DOSES (g i.a. ha-1)1 I 1ª aplicação: Glyphosate 2ª aplicação: Cloransulam-methyl + Glyphosate 15 DAE (V1 a V2) 30 DAE (V4) 720 30,24 + 480 II 1ª aplicação: Glyphosate 2ª aplicação: Fomesafen + Glyphosate 15 DAE (V1 a V2) 30 DAE (V4) 720 125 + 480 III 1ª aplicação: Glyphosate 2ª aplicação: Lactofen + Glyphosate 15 DAE (V1 a V2) 30 DAE (V4) 720 72 + 480 IV 1ª aplicação: Glyphosate 2ª aplicação: Chlorimuron-ethyl + Glyphosate 15 DAE (V1 a V2) 30 DAE (V4) 720 12,5 + 480 V 1ª aplicação: Glyphosate 2ª aplicação: Flumiclorac-pentyl + Glyphosate 15 DAE (V1 a V2) 30 DAE (V4) 720 30 + 480 VI 1ª aplicação: Glyphosate 2ª aplicação: Bentazon + Glyphosate 15 DAE (V1 a V2) 30 DAE (V4) 720 480 + 480 VII 1ª aplicação: Glyphosate 2ª aplicação: Imazethapyr + Glyphosate 15 DAE (V1 a V2) 30 DAE (V4) 720 80 + 480 VIII 1ª aplicação: Glyphosate 2ª aplicação: Glyphosate 15 DAE (V1 a V2) 30 DAE (V4) 720 480 IX 1ª aplicação: Glyphosate 2ª aplicação: Glyphosate 15 DAE (V1 a V2) 30 DAE (V4) 720 720 X 1ª aplicação: Glyphosate 2ª aplicação: Glyphosate 15 DAE (V1 a V2) 30 DAE (V4) 720 960 XI 1ª aplicação: Glyphosate 2ª aplicação: Glyphosate 15 DAE (V1 a V2) 30 DAE (V4) 720 1200 XII Testemunha -- -- 1gramas de ingrediente ativo por hectare Tabela 3. Herbicidas, épocas de aplicação e doses utilizadas no Experimento III. TRATAMENTOS HERBICIDAS ÉPOCAS DE APLICAÇÃO (Estádio de desenvolvimento da soja) DOSES (g i.a. ha-1)1 I 1ª aplicação: Cloransulam-methyl + Glyphosate 15 DAE (V1 a V2) 30 DAE (V4) 15,12 + 720 15,12 + 480 Qualidade fisiológica... ALBRECHT, L. P. et al. Biosci. J., Uberlândia, v. 27, n. 2, p. 211-220, Mar./Apr. 2011 214 2ª aplicação: Cloransulam-methyl + Glyphosate II 1ª aplicação: Fomesafen + Glyphosate 2ª aplicação: Fomesafen + Glyphosate 15 DAE (V1 a V2) 30 DAE (V4) 62,5 + 720 62,5 + 480 III 1ª aplicação: Lactofen + Glyphosate 2ª aplicação: Lactofen + Glyphosate 15 DAE (V1 a V2) 30 DAE (V4) 36 + 720 36 + 480 IV 1ª aplicação: Chlorimuron-ethyl + Glyphosate 2ª aplicação: Chlorimuron-ethyl + Glyphosate 15 DAE (V1 a V2) 30 DAE (V4) 6,25 + 720 6,25 + 480 V 1ª aplicação: Flumiclorac-pentyl + Glyphosate 2ª aplicação: Flumiclorac-pentyl + Glyphosate 15 DAE (V1 a V2) 30 DAE (V4) 15 + 720 15 + 480 VI 1ª aplicação: Bentazon + Glyphosate 2ª aplicação: Bentazon + Glyphosate 15 DAE (V1 a V2) 30 DAE (V4) 240 + 720 240 + 480 VII 1ª aplicação: Imazethapyr + Glyphosate 2ª aplicação: Imazethapyr + Glyphosate 15 DAE (V1 a V2) 30 DAE (V4) 40 + 720 40 + 480 VIII 1ª aplicação: Glyphosate 2ª aplicação: Glyphosate 15 DAE (V1 a V2) 30 DAE (V4) 720 480 IX 1ª aplicação: Glyphosate 2ª aplicação: Glyphosate 15 DAE (V1 a V2) 30 DAE (V4) 720 720 X 1ª aplicação: Glyphosate 2ª aplicação: Glyphosate 15 DAE (V1 a V2) 30 DAE (V4) 960 960 XI 1ª aplicação: Glyphosate 2ª aplicação: Glyphosate 15 DAE (V1 a V2) 30 DAE (V4) 1200 1200 XII Testemunha -- -- 1gramas de ingrediente ativo por hectare As parcelas foram compostas por 8 linhas de plantio espaçadas de 0,45 m e 5 m de comprimento, totalizando 18 m2 por parcela. A área útil para as avaliações compreendeu as seis linhas centrais, desprezando-se o meio metro inicial e final de cada parcela (10,8 m2). O experimento foi mantido livre da presença de plantas daninhas durante todo o período de execução, sendo realizadas capinas manuais sempre que necessário, de forma que não houvesse interferência das plantas daninhas em relação à soja. A primeira aplicação dos tratamentos foi realizada no dia 30/11/2006, 15 dias após a emergência (DAE) das plantas, quando a soja encontrava-se no estádio V1 para V2 de desenvolvimento. No momento da aplicação dos tratamentos, o solo encontrava-se úmido, a temperatura do ar era de 30oC e a umidade relativa do ar era de 65% - experimento I; a temperatura do ar era de 26 oC e a umidade relativa do ar era de 92% - experimento II; a temperatura do ar era de 27 oC e a umidade relativa do ar era de 73% - experimento III. A segunda aplicação dos tratamentos foi realizada em 15/12/2006, 30 DAE, no estádio V4 de desenvolvimento da cultura. No momento da aplicação dos tratamentos, o solo encontrava-se úmido, a temperatura do ar era de 33 oC e a umidade relativa do ar era de 67% - experimento I; a temperatura do ar era de 33 oC e a umidade relativa do ar era de 67% - experimento II; a temperatura do ar era de 34 oC e a umidade relativa do ar era de 62% - experimento III. Para todas as aplicações, foi utilizado um pulverizador costal de pressão constante à base de CO2, equipado com pontas tipo leque XR-110.02, pressão de 2,0 kgf cm-2. Estas condições de Qualidade fisiológica... ALBRECHT, L. P. et al. Biosci. J., Uberlândia, v. 27, n. 2, p. 211-220, Mar./Apr. 2011 215 aplicação proporcionaram o equivalente a 200 L ha-1 de calda. A colheita do total de plantas de soja da área útil de cada parcela foi manual, posteriormente ensacada, trilhada e pesada. As sementes obtidas foram acondicionadas em câmara sob refrigeração e posteriormente submetidas à avaliação da qualidade. As avaliações foram conduzidas no Laboratório de Tecnologia de Sementes do Núcleo de Pesquisa Aplicada à Agricultura (NUPAGRI) da UEM, em Maringá – PR. A qualidade fisiológica das sementes foi avaliada por meio dos testes de germinação (indicativo de viabilidade) e primeira contagem do teste de germinação (indicativo de vigor). O teste de germinação foi realizado com quatro subamostras de 50 sementes para cada tratamento e repetição de campo. As sementes foram semeadas entre três folhas de papel-toalha umedecidas com água destilada, utilizando-se a quantidade de água equivalente a três vezes a massa do papel seco. Foram confeccionados rolos sendo estes levados para germinador do tipo Mangelsdorf, regulado para manter constante a temperatura de 25 °C, por um período de oito dias. Os resultados foram expressos em porcentagem de plântulas normais, segundo as prescrições contidas nas Regras para Análise de Sementes (BRASIL, 1992). A primeira contagem do teste de germinação foi efetuada em conjunto com o teste de germinação, computando-se a porcentagem de plântulas normais obtidas no quinto dia após a semeadura (BRASIL, 1992). Para todos os experimentos, os dados foram submetidos à análise de variância e as médias dos tratamentos comparadas pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. Não foi necessária a transformação dos dados, pois todas as pressuposições básicas para análise de variância foram atendidas. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados dos experimentos I e II não apresentaram resposta significativa em função dos tratamentos, pela análise de variância (P<0,05) (Tabela 4). Tabela 4. Resumo da análise de variância com o quadrado médio, coeficiente de variação, média e DMS das variáveis avaliadas nos três ensaios. QM1 Experimento I Experimento II Experimento III FV GL Vigor Viabilidade Vigor Viabilidade Vigor Viabilidade Tratamento 11 101,1223 NS 16,1037 NS 23,2858 NS 14,8421NS 31,4754* 29,6970* Bloco 3 144,2819 121,8287 45,3233 26,6961 65,2431 50,5000 Resíduo 33 64,6629 32,5795 14,6782 7,8238 11,8339 8,5000 CV (%) 11,60 7,40 5,11 3,58 4,76 3,87 Média 69,31 77,12 74,99 78,14 72,23 75,33 DMS 19,97 14,17 9,51 6,95 8,54 7,24 1 “NS” não significativo e “*” significativo, a 5% de probabilidade. Na Tabela 5, podem ser observados os resultados pertinentes ao experimento II, no tocante ao vigor e a viabilidade das sementes de soja, em que o teste de Tukey evidenciou diferenças entre as médias, para ambas as variáveis. As únicas diferenças estatísticas apontadas (P<0,05) estão, entre os tratamentos 4 (glyfosate mais chlorimuron-ethyl) e 11 (com duas aplicações de glyfosate, com 1.200 g i.a. ha-1), para vigor e, 3 (glyfosate mais lactofen), 4, 10 e 11 (ambas com duas aplicações de glyfosate, com 960 e 1.200 g i.a. ha-1, respectivamente), para viabilidade das sementes. Tabela 5. Média de plântulas normais obtidas pelo teste de germinação (viabilidade) e primeira contagem do teste de germinação (vigor), em resposta aos tratamentos, no Experimento III. TRATAMENTOS HERBICIDAS Vigor1 Viabilidade1 I 1ª aplicação: Cloransulam-methyl + Glyphosate 2ª aplicação: Cloransulam-methyl + Glyphosate 73,00 abc 76,50 ab II 1ª aplicação: Fomesafen + Glyphosate 72,50 abc 75,50 ab Qualidade fisiológica... ALBRECHT, L. P. et al. Biosci. J., Uberlândia, v. 27, n. 2, p. 211-220, Mar./Apr. 2011 216 2ª aplicação: Fomesafen + Glyphosate III 1ª aplicação: Lactofen + Glyphosate 2ª aplicação: Lactofen + Glyphosate 76,50 ab 78,50 a IV 1ª aplicação: Chlorimuron-ethyl + Glyphosate 2ª aplicação: Chlorimuron-ethyl + Glyphosate 77,25 a 80,00 a V 1ª aplicação: Flumiclorac-pentyl + Glyphosate 2ª aplicação: Flumiclorac-pentyl + Glyphosate 74,00 abc 77,50 ab VI 1ª aplicação: Bentazon + Glyphosate 2ª aplicação: Bentazon + Glyphosate 71,50 abc 74,50 ab VII 1ª aplicação: Imazethapyr + Glyphosate 2ª aplicação: Imazethapyr + Glyphosate 72,75 abc 74,75 ab VIII 1ª aplicação: Glyphosate 2ª aplicação: Glyphosate 71,00 abc 74,25 ab IX 1ª aplicação: Glyphosate 2ª aplicação: Glyphosate 71,00 abc 74,50 ab X 1ª aplicação: Glyphosate 2ª aplicação: Glyphosate 68,50 bc 70,50 b XI 1ª aplicação: Glyphosate 2ª aplicação: Glyphosate 67,75 c 71,25 b XII Testemunha 71,00 abc 76,25 ab DMS -- 8,54 7,24 CV % -- 4,76 3,87 Média -- 72,23 75,33 *Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem significativamente pelo Teste de Tukey, em nível de 5% de probabilidade. Quanto à viabilidade das sementes de soja RR, cultivar CD 214 RR pode-se distinguir que o tratamento que apresentou sementes com menor percentual germinativo foi o de glyphosate isolado, aplicado de forma sequencial, somando nas duas aplicações um total de 1.920 g i.a. ha-1 e 2.400 g i.a. ha-1, do produto utilizado (tratamento 10 e 11, respectivamente). Os tratamentos supramencionados foram apenas inferiores estatisticamente (P<0,05) aos tratamentos 3 e 4, com lactofen e o chlorimuron- ethyl, respectivamente. Portanto, os maiores percentuais de germinação, quando comparados aos tratamentos 10 e 11, foram obtidos nos tratamentos em que o glyphosate foi somado ao lactofen (tratamento 3) e ao chlorimuron-ethyl (tratamento 4), em ambas as aplicações sequenciais. Unicamente o tratamento 4, com duas aplicações de chlorimuron-ethil, que apresentou padrão germinativo, caracterizando-o como semente apta a comercialização (BRASIL, 2005). Com relação ao vigor das sementes, diagnosticado pela primeira contagem no teste de germinação, o teste de Tukey evidenciou a 5% de probabilidade que o tratamento 3 (glyphosate + lactofen misturados em ambas as aplicações sequenciais) foi superior ao tratamento 11 (glyphosate em ambas as aplicações na maior dose). Enquanto, o tratamento 3 (glyphosate + chlorimuron-ethyl) foi superior aos tratamentos 10 e 11 (ambas com duas aplicações de glyfosate, com 960 e 1.200 g i.a. ha-1, respectivamente) . Uma provável causa dos tratamentos 3 e 4, no experimento III, apresentarem qualidade fisiológica superior, quando comparados ao tratamento 10 e 11, pode ser atribuída à prováveis efeitos dos herbicidas lactofen e chlorimuron-ethyl, misturados com o glyphosate. Essas misturas causaram um determinado efeito, inicialmente fitotóxico, que gerou um fator estressante, que pode ter levado até a um menor número de ramificações e inserções e, por consequência, de racemos, além da Qualidade fisiológica... ALBRECHT, L. P. et al. Biosci. J., Uberlândia, v. 27, n. 2, p. 211-220, Mar./Apr. 2011 217 decorrente diminuição na quantidade de vagens. Entretanto, as vagens existentes teriam suas sementes com conteúdo modificado, possivelmente um incremento na massa ou modificação na composição química do tecido de reserva das sementes, o que indicaria uma formação diferenciada; pois apesar de serem poucos os drenos fisiológicos (vagens e grãos), eles seriam os órgãos aos quais seriam direcionados os fotoassimilados das fontes presentes (folhas fotossinteticamente ativas) durante a partição de assimilados, diante da relação fonte-dreno. Sementes bem formadas propiciam melhor desempenho fisiológico do material colhido (MARCOS FILHO, 2005). A explicação plausível para o decréscimo da qualidade fisiológica nos tratamento 10 e 11, quando comparado ao tratamento 3 e 4 no ensaio III, é o possível efeito deletério ou fitointoxicação de altas doses de glyphosate, mesmo em cultivares resistentes a esse herbicida. Sabe-se que o glyphosate é um herbicida que inibe a síntese de aminoácidos aromáticos (fenilalanina, tirosina e triptofano) e interfere no metabolismo secundário de plantas e microorganismos que possuem o ciclo do ácido chiquímico e, que o mecanismo de ação do glyphosate é quase exclusivo, uma vez que apenas ele e o sulfosate inibem especificamente a enzima EPSPs que catalisa a condensação do ácido chiquímico à fosfoenolpiruvato (JAWORSKI, 1972; DUKE et al., 1979; LYDON; DUKE, 1989). É possível que a ação sobre a rota metabólica do ácido chiquímico, gere alterações na biossíntese de compostos, mesmo em plantas transgênicas, uma vez que a introdução de gene que codifica uma EPSP sintase alternativa não impede a inibição da EPSP sintase não oriunda da transgenia. Porém, tal hipótese é pouco provável, como demonstrado por Duke et al. (2002). No entanto, injúrias (como redução nos níveis de clorofila, entre outras) podem ser causadas pela degradação do glyphosate em AMPA (ácido amino-methylphosphonic). O aumento na dose de glyphosate pode elevar o conteúdo de AMPA, potencializando assim o efeito fitotóxico desse metabólito (REDDY et al., 2004). O AMPA acumula nas sementes (DUKE et al., 2003), portanto, a presença de AMPA em sementes de soja pode ser um agente nocivo na fisiologia da semente, desencadeando distúrbios que levam a sementes anormais e, consequentemente, diminuindo o desempenho fisiológicos das sementes da soja RR. Alterações também podem acontecer no metabolismo da auxina (LEE, 1982), na nutrição de mineral das plantas de soja, como no caso do manganês (GORDON, 2006), do níquel e de tanto outros nutrientes minerais essenciais as plantas (ZOBIOLE et al., 2009; ZOBIOLE et al., 2010) e na fotossíntese (ZOBIOLE et al., 2009; ZOBIOLE et al., 2010). Plantas com problemas nutricionais tendem a possuir sementes mal formadas, como menor quantidade de lignina quando presente a deficiência de Mn (MANN et al., 2002; MALAVOLTA et al., 1997); e desbalanços hormonais e problema na eficiência fotossintética afetam severamente toda a fisiologia do vegetais, implicando em sementes menos aptas fisiologicamente (MARCOS FILHO, 2005). Outra possibilidade que pode estar envolvida no efeito do glyphosate neste experimento é o fato de que o glyphosate pode prejudicar a simbiose mutualística entre o rizóbio e a soja (ZABLOTOWICZ; REDDY, 2004; MARÍA et al., 2006; DVORANEN et al., 2008; ZOBIOLE et al., 2010), uma vez que o microrganismo também apresenta em seu metabolismo a EPSPs, a qual é sensível ao herbicida (ZABLOTOWICZ; REDDY, 2004; SANTOS et al., 2004). Sem simbiose, há diminuição do aporte de nitrogênio para a planta, consequentemente diminuindo a síntese de proteínas. Sendo a soja uma leguminosa, que armazena no cotilédone grande quantidade de reserva protéica, uma menor síntese de aminoácidos pode levar a um potencial fisiológico inferior, em decorrência da má formação das reservas da semente. Os resultados demonstram que, apesar das aplicações sequenciais de glyphosate em mistura com outros herbicidas nas doses assumidas (Tabela 1, 2 e 3), podem não ter efeito negativo sobre a qualidade das sementes. É necessário observar que a elevação das doses de glyphosate utilizadas isoladamente em aplicações seqüenciais (no ensaio III) pode originar efeitos indesejáveis sobre a viabilidade e o vigor das sementes de soja RR. Contudo, muitos estudos ainda são convenientes para que a ação deletéria de altas doses de glyphosate sobre a fisiologia da soja RR seja consistentemente compreendida e, por conseguinte, o entendimento de efeitos secundários do glyphosate que possam desencadear problemas no desempenho fisiológico das sementes de soja RR. CONCLUSÕES A aplicação sequencial de glyphosate isolado e em altas doses possui potencial de influenciar negativamente a qualidade fisiológica das sementes de soja RR. Qualidade fisiológica... ALBRECHT, L. P. et al. Biosci. J., Uberlândia, v. 27, n. 2, p. 211-220, Mar./Apr. 2011 218 Não fica evidente a real diminuição na qualidade das sementes de soja, pelo uso de glyphosate em mistura com outros herbicidas pós- emergentes, em diferentes modalidades de manejo. ABSTRACT: The aim of this study was to evaluate the physiological quality of RR soybean seeds, under the effect of management with postemergence glyphosate applied alone or in mixtures, in sequence. The work consisted of three experiments with different treatments, installed in 2006/2007, in Floraí-PR, Brazil. The experimental design used was a randomized block design with twelve treatments and four replications for each experiment. The physiological quality of seeds was evaluated through germination and the first count of germination test. The results showed that the sequential application of glyphosate alone and at high rates influenced more the quality of RR soybean seeds than the sequential implementation in combination with other herbicides such as lactofen and chlorimuron-ethyl. There was no negative effect on physiological quality of seeds when mixtures of glyposate with other herbicides were used in post- emergence. KEYWORDS: Glycine max. Mixture. Herbicides. Performance. REFERÊNCIAS BRASIL. Padrões para produção e comercialização de sementes de soja. Ministério da agricultura. Diário oficial da união, n. 243 de 20 de dezembro de 2005. Seção 1, p.2. BRASIL. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Regras para análise de sementes. Brasília: SNDA/DNDV/CLAV, 1992. 365p. CULPEPPER, A. S. Glyphosate-induced weed shifts. Weed Technology, Washington, v. 20, p. 277-281, 2006. DVORANEN, E. C. et al. Nodulação e crescimento de variedades de soja RR sob aplicação de glyphosate, fluazifop-p-butyl e fomesafen. Planta Daninha, Viçosa, v. 26, n. 3, p. 619-625, 2008. DUKE, S. O.; RIMANDO, A. M.; PACE, P. F.; REDDY, N. K.; SMEDA, R. J. Isoflavone, glyphosate, and aminomethylphosphonic acid levels in seeds of glyphosate-treated, glyphosate-resistant soybean. Journal of Agriculture and Food Chemistry, Washington, v. 51, p. 340-344, 2003. DUKE, S. O.; SCHEFFLER, B. E.; DAYAN, F. E.; DYER, W. E. Genetic engineeting crops for improved weed management traits. American Chemical Society Symposium Series, Washington, v. 829, p. 52-66, 2002. DUKE, S. O.; HOAGLAND, R. E.; ELMORE, C. D. Effects of glyphosate on metabolism of phenolic compounds. III. Phenylalanine ammonia-lyase activity, free amino acids, soluble protein and hydroxyphenolic compounds in axes of dark-grown soybeans. Physiologia Plantarum, Sweden, v. 46, p. 357-366, 1979. EMBRAPA. Sistema brasileiro de classificação dos solos. Embrapa, Brasília, 1999. 412p. GORDON, B. Manganese nutrition of glyphosate-resistant and conventional soybeans. In: Great Plains Soil Fertility Conference Proceeding. Denver, CO, March 7-8, 2006, p. 224-226. HYDRICK, D. E.; SHAW, D. R. Effects of tank-mixture combinations of non-selective foliar and selective foliar-applied herbicides on three weed species. Weed Technology, Washington, v. 8, p. 129-133, 1994. IAPAR. Cartas climáticas básicas do Estado do Paraná. Londrina: Instituto Agronômico do Paraná, 1987. 35p. JAWORSKI, E. G. Mode of action of N-phosphonomethylglycine: Inhibition of aromatic amino acid biosynthesis. Journal of Agriculture and Food Chemistry, Washington, v. 20, n. 6, p. 1195-1198, 1972. Qualidade fisiológica... ALBRECHT, L. P. et al. Biosci. J., Uberlândia, v. 27, n. 2, p. 211-220, Mar./Apr. 2011 219 KEEN, N. T.; HOLLIDAY, M. J.; YOSHIKAWA, M. Effects of glyphosate on glyceollin production and the expression of resistance to Phytophthora megasperma f. sp. glycinea in soybean. Phytopathology, Ithaca, v. 72, n. 11, p. 1467-1470, 1982. KREMER, R. J.; MEANS, N. E.; KIM, S. Glyphosate affects soybean an root exudation and rhizosphere micro-organims. International Journal of Environmental and Analytical Chemistry, London, v. 85, n. 15, p. 1165-1174, 2005. KRUZE, N. D.; TREZZI, M. M.; VIDAL, R. A. Herbicidas inibidores da EPSPs: Revisão de literatura. Revista Brasileira de Herbicidas, Umuarama, v. 1, n. 2, p. 139-146, 2000. LEE, T. T. Mode of action of glyphosate in relation to metabolismo f indol-3-acetica acid. Physiologia Plantarum, Sweden, v. 54, p. 289, 1982. LYDON, J.; DUKE, S. O. Pesticide effects on secondary metabolism of higher plants. Pesticide Science, London, v. 25, p. 361-373, 1989. MALAVOLTA, E.; VITTI, G. C.; OLIVEIRA, S. A. Avaliação do estado nutricional das plantas: princípios e aplicações. 2 ed. Piracicaba: POTAFÓS, 319 p., 1997. MANN, E. N.; RESENDE, P. M.; MANN, R. S.; CARVALHO, J. G.; VON PINHO, E. V. R. Efeito da aplicação de manganês no rendimento e na qualidade de sementes de soja. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 37, n. 12, p. 1757-1764, 2002. MARÍA, N.; BECERRIL, J. M.; GARCIA-PLAZAOLA, J. I.; HERNÁNDEZ, A.; FELIPE, M.R.; FERNÁNDEZ-PASCUAL, M. New insights on glyphosate mode of action in nodular metabolism: role of shikimate accumulation. Journal of Agriculture and Food Chemistry, Washington, v. 54, n. 7, p. 2621-2628, 2006. MARCOS FILHO, J. Fisiologia de sementes de plantas cultivadas. Piracicaba: Fealq, 2005. 495p. NELSON, K. A.; RENNER, K. A. Soybean growth and development as affected by glyphosate and postemergence herbicide tank mixtures. Agronomy Journal, Madison, v. 93, n. 2, p. 428-434, 2001. NEUMANN, G.; KOHLS, S.; LANDSBERG, E.; STOCK-OLIVEIRA, K.S.; YAMADA, T.; RÖMHELD, V. Relevance of glyphosate transfer to non-target via the rhizosphere. Journal of Plant Disease and Protection, Stuttgart, v. 20 (special issue), p. 963-969, 2006. NORRIS, J. L.; SHAW, D. R.; SNIPES, C. E. Weed control from herbicide combinations wuth three formulations of glyphosate. Weed Technology, Washington, v. 15, p. 552-558, 2001. PADGETTE, S. R. et al. Development, identification, and characterization of a glyphosate-tolerant soybean line. Crop Science, Madison, v. 35, p. 1451-1461, 1995. REDDY, K. N.; RIMANDO, A. M.; DUKE, S. O. Aminomethylphosphonic acid, a metabolite of glyphosate, causes injury in glyphosate-treated, glyphosate-resistant soybean. Journal of Agriculture and Food Chemistry, Washington, v. 52, p. 5139-5143, 2004. SANTOS, J. B.; FERREIRA, E. A.; KASUYA, M. C. N.; SILVA, A. A. A.; PROCÓPIO, S. O. Efeitos de diferentes formulações comerciais de glyphosate sobre estirpes de Bradyrhizobium. Planta Daninha, Viçosa, v. 22, n. 2, p. 293-299, 2004. STARKE, R. J.; OLIVER, L. R. Postemergence weed control with glyphosate in combination with chlorimuron, fomesafen, and sulfentrazone. Proceedings Southern Weed Science Society, La Cruces, v. 49, p. 55, 1996. Qualidade fisiológica... ALBRECHT, L. P. et al. Biosci. J., Uberlândia, v. 27, n. 2, p. 211-220, Mar./Apr. 2011 220 VIDRINE, P. R.; GRIFFIN, J. L.; JORDAN, D. L.; MILLER, D. K. Postemergence weed control in soybeans utilizing glyphosate and chlorimuron. Proceedings Southern Weed Science Society, La Cruces, v. 50, p. 175, 1997. ZABLOTOWICZ, R. M.; REDDY, K. N. Impact of glyphosate on the Bradyrhizobium japonicum symbiosis with glyphosate-resistant transgenic soybean: A minireview. Journal of Environmental Quality, Madison, v. 33, p. 825-831, 2004. ZOBIOLE, L. H. S. ; OLIVEIRA JUNIOR, R. S. ; KREMER, R. J. ; CONSTANTIN, J. ; YAMADA, T. ; CASTRO, C. ; OLIVEIRA, F. A. ; OLIVEIRA JUNIOR, A. . Effect of glyphosate on symbiotic N2 fixation and nickel concentration in glyphosate-resistant soybeans. Applied Soil Ecology, Amsterdam, v. 44, n. 2, p. 176-180, 2010. ZOBIOLE, L. H. S. ; OLIVEIRA JUNIOR, R. S. ; HUBER, D. M. ; CONSTANTIN, J. ; CASTRO, C. ; OLIVEIRA, F. A. ; OLIVEIRA JUNIOR, A. . Glyphosate reduces shoot concentrations of mineral nutrients in glyphosate-resistant soybeans. Plant and Soil, Dordrecht, v. 328, p. 57-69, 2009.