Microsoft Word - 18-Bio_7670.doc 494 Original Article Biosci. J., Uberlândia, v. 27, n. 3, p. 494-504, May/June2011 MIRMECOFAUNA EM UM FRAGMENTO DE FLORESTA ATLÂNTICA URBANA NO MUNICÍPIO DE MARÍLIA, SP, BRASIL ANT FAUNA IN A URBAN REMNANT OF ATLANTIC FOREST IN THE MUNICIPALITY OF MARÍLIA, STATE OF SÃO PAULO, BRAZIL Wesley DÁTTILO1; Neiva SIBINEL2; Jéssica Caroline de Faria FALCÃO3; Rafael Vieira NUNES1 1. Pós graduando em Ecologia e Conservação da Biodiversidade, Instituto de Biociências – IB, Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT, Cuiabá, MT, Brasil. wdattilo@hotmail.com ; 2. Bióloga. Especialista em Entomologia Urbana, Universidade Estadual Paulista Julio Mesquita Filho – UNESP, Rio Claro, SP, Brasil; 3. Bióloga graduada no Centro de Biociências e Biotecnologia – CBB, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro – UENF, Campos dos Goytacazes, RJ, Brasil. RESUMO: O objetivo deste estudo foi verificar a influência da fragmentação florestal sobre a mirmecofauna de uma Floresta Atlântica Estacional Semidecidual no município de Marília, SP, Brasil. Por esta razão, o fragmento estudado foi dividido em três ambientes em relação à distância da borda: “Borda” (2m), “Transição” (30m) e “Interior” (90m). Por meio de armadilhas de queda “pitfalls” e isca atrativa foram realizadas nove coletas de formigas entre os meses de novembro de 2007 e fevereiro de 2008. No total, foram capturados 3.873 indivíduos, distribuídos em 5 subfamílias, 19 gêneros e 33 espécies. Cinco espécies foram mais abundantes nos três ambientes estudados: Ectatomma sp1, Mycocepurus goeldii, Paratrechina sp1, Pheidole sp2, Trachymyrmex sp1, Wasmannia auropunctata. Os ambientes Borda e Transição do fragmento apresentaram os menores Índices de Diversidade de Simpson e a maior dominância de espécies. Entretanto foi observado pouca variação entre esses parâmetros entre os tipos de ambientes. A similaridade faunística entre os ambientes, expressada por meio do Índice de Similaridade de Jaccard mostrou uma alta similaridade entre todos os ambientes. As semelhanças encontradas entre essas áreas podem estar relacionadas ao processo da fragmentação do hábitat, histórico de constantes perturbações antrópicas e baixa colonização local, por ser tratar de um fragmento urbano. Contudo, sugerimos que seja feita uma avaliação a posteriori com outros grupos de artrópodes, como por exemplo algumas famílias de besouros, permitindo o acompanhamento das alterações que ocorrem nos fragmentos urbanos a fim de subsidiar a escolha de medidas adequadas de manejo e para a conservação desse importante remanescente florestal situado na área urbana do município de Marília, São Paulo. PALAVRAS-CHAVE: Bioindicadores. Formigas. Fragmentação Urbana. Mata Atlântica. São Paulo. INTRODUÇÃO Grandes extensões de florestas são devastadas principalmente em decorrência da expansão do mau uso da terra e da intensificação do processo de urbanização, resultando na formação de fragmentos florestais de diferentes tamanhos e formas (LAURANCE et al., 2002). Essas alterações podem resultar no isolamento de populações, reduzindo a biodiversidade local, principalmente devido à perda de habitats (BIERREGAARD et al., 1992). Após a fragmentação, o ambiente sofre alterações no seu microclima, na heterogeneidade ambiental, dinâmica da comunidade, diversidade de espécies e abundância de suas populações, que podem aumentar, diminuir ou extinguir-se localmente (KAPOS, 1989; OFFERMAN et al., 1995; BRUNA et al., 2009). Fragmentos florestais urbanos, geralmente são circundados por uma matriz habitacional, e abrigam testemunhos da biodiversidade da região, evidenciando assim, a importância da sua conservação (CIELO-FILHO; SANTIN, 2002). Dessa forma, diante das novas condições ambientais decorrentes da urbanização muitas espécies não conseguem sobreviver, e as áreas com vegetação nativa nas cidades representam importantes locais de refúgio para plantas e animais não-adaptados ao ambiente urbano (RODRIGUES et al., 1993). Por outro lado, existem espécies oportunistas que se aproveitam das novas condições de colonização (MCINTYRE et al., 2001) e podem ocasionar a extinção local das espécies nativas (SUAREZ et al., 1998; CROOKS; SOULÉ, 1999). Nos fragmentos florestais urbanos, o efeito de borda atua como principal mecanismo que leva às mudanças da estrutura e dinâmica local (CIELO-FILHO; SANTIN, 2002). Nesses fragmentos, as áreas de borda estão mais sujeitas as pressões exercidas pelo ambiente ao redor e varia em função de alguns fatores, como idade do fragmento e a forma como ele é utilizado pela população humana ao redor (MURCIA, 1995). A comunidade de formigas tem sido estudada por diversos autores com o objetivo de compreender as perturbações ocasionadas pelas 495 Mirmecofauna em um fragmento... DÁTILLO, W. et al. Biosci. J., Uberlândia, v. 27, n. 3, p. 494-504, May/June2011 constantes reduções dos ecossistemas naturais (MAJER 1996; ANDERSEN, 1997; ANDERSEN et al., 2004). Uma abordagem para a utilização de formigas como ferramenta de monitoramento ambiental é a comparação das amostras coletadas em diferentes ambientes conforme alguns parâmetros ecológicos, tais como, riqueza, diversidade e similaridade na distribuição de abundância das espécies encontradas (MAJER, 1983; PEREIRA et al., 2007). Esses insetos além de responderem rapidamente às alterações ambientais e serem comuns o ano inteiro apresentam ampla distribuição e abundância local, alta riqueza de espécies e são facilmente amostradas, uma vez que, apresentam colônias fixas (KREMEN, 1992; BROWN 1997a, 1997b; ALONSO; AGOSTI, 2000). Adicionalmente, na maioria das espécies de formigas, o forrageamento e o estabelecimento da colônia é restrito a um determinado tipo de microhabitat, logo, o conjunto dessas espécies é uma mistura de características individuais influenciadas principalmente pelas variações na temperatura, umidade e disponibilidade de recurso de um determinado ambiente (HÖLLDOBLER; WILSON, 1990; ARMBRECHT et al., 2004). Dessa forma, devido à falta de trabalhos sobre os efeitos da perda de hábitats na biota de áreas urbanas, (LÓPEZ-MORENO; DIAZ- BETANCOURT, 1995; BLAIR, 1996; MCINTYRE, 2000) o objetivo deste estudo foi avaliar por meio de parâmetros ecológicos (diversidade, dominância, riqueza e similaridade de espécies), além da composição taxonômica, os efeitos da fragmentação florestal sobre a mirmecofauna de um fragmento urbano de Mata Atlântica na cidade de Marília, SP, Brasil. MATERIAL E MÉTODOS Área de estudo O remanescente florestal estudado é uma área verde cercada por uma matriz urbana localizada na zona oeste da cidade de Marília, SP (22º12’S ; 49º56’O) e denominada de Bosque Municipal Rangel Pietraróia (Figura 1). Figura 1. Vista aérea do Bosque Municipal Rangel Pietraróia localizado na cidade de Marília, SP, Brasil. (GOOGLE EARTH, 2010) O fragmento foi isolado há mais de 60 anos e tem uma área de aproximadamente 20,5 ha de Floresta Atlântica Estacional Semidecidual. O local está inserido em uma topografia levemente ondulada, o ponto mais alto tem 645 m e o solo é do tipo latossolo vermelho álico (CARVALHO JR, 2004). O clima da região é subtropical cfb de acordo com a classificação de Köppen, com temperatura média anual de 20ºC e pluviosidade média anual de 1.301 mm (ROLIM; SENTELHAS, 1999). A comunidade vegetal da área é semelhante às reservas nativas da região com áreas fechadas por árvores de copas altas e bem densas ao lado de clareiras em formação e em fase de recuperação. Apesar de ser uma mata urbana, sujeita à ação antrópica, ela ainda mantém alta diversidade 496 Mirmecofauna em um fragmento... DÁTILLO, W. et al. Biosci. J., Uberlândia, v. 27, n. 3, p. 494-504, May/June2011 florística natural composta principalmente por espécies das famílias Myrtaceae, Caesalpinaceae e Mimosaceae (MELO, 2006). No interior do bosque, utilizado como área de lazer, encontram-se trilhas e construções indicando a interferência antrópica no local. Ambientes estudados O fragmento foi dividido em três ambientes em relação à distância da borda: 2 metros (Borda), 30 metros (Transição) e 90 metros (Interior). Os três ambientes estudados são considerados pseudoréplicas espaciais por estarem situados no mesmo fragmento. Entretanto, este estudo avalia a perspectiva da composição e distribuição da mirmecofauna ao longo do fragmento. Coletas Foram realizadas nove coletas quinzenais sendo cinco delas através de armadilhas de queda “pitfalls” e quatro de isca atrativa, entre os meses de novembro de 2007 e fevereiro de 2008. Em cada um dos três ambientes foram estabelecidos 36 pontos de coletas distantes 10m um do outro. Nos ambientes de Borda e Transição foram feitos nove pontos de coleta em linha reta em cada lateral do fragmento. No Interior do fragmento as armadilhas foram distribuídas em um “grid” de seis linhas cada uma contendo seis armadilhas, também totalizando 36 armadilhas distantes 10m uma da outra. Neste ambiente os pontos de coleta não estão eqüidistantes em direção a borda, entretanto, foi considerado como ambiente de Interior todos os pontos com distancia mínima de 90 m da borda do fragmento.. As armadilhas foram confeccionadas a partir de garrafas “PET”, com 16 cm de altura e 9,5 cm de diâmetro e preenchidas com 200mL de uma solução aquosa de formalina a 3% para a conservação do material. Os “pitfalls” foram enterrados de forma que somente a borda ficasse em contato com a serapilheira ficando abertos no campo durante 48h. Para aumentar o esforço de coleta também foram usadas iscas de mel com sardinha em óleo comestível. A amostragem com iscas seguiu a mesma distribuição dos pontos dos pitfalls. Em cada um dos 36 pontos de coleta por ambiente foi colocado aproximadamente 5g de isca sob uma placa de plástico (10 x 10 cm) e deixada por 1h no campo. Após esse período, as formigas capturadas foram armazenadas e etiquetadas. Todos os indivíduos coletados foram separados de acordo com o ambiente onde foram coletados (Borda, Transição, Interior) independentemente do método de coleta (“pitfall” ou isca). As formigas coletadas foram montadas em via seca e identificadas por meio de comparações feitas com a coleção disponível na Unidade Laboratorial de Referência em Pragas Urbanas do Instituto Biológico (São Paulo, SP) com auxílio da chave de BOLTON (1994). Análise dos dados Foram aplicados os índices de diversidade e dominância de Simpson utilizando a abundância relativa das espécies em cada ambientes através do software DivEs –Diversidade de espécies v 2.0 (RODRIGUES, 2005). Para avaliar a similaridade da composição das espécies de formiga entre os três ambientes estudados, foi utilizado o índice de similaridade qualitativo de Jaccard com auxilio do software BioDap (THOMAS & CLAY, 2008). Este índice considera dentro da diversidade local o número de espécies comuns entre duas áreas e o número de espécies exclusivas de cada área (ZAR, 1999). RESULTADOS No total, foram capturados 3.873 indivíduos, distribuídos em 5 subfamílias, 19 gêneros e 33 espécies (Tabela 1). A subfamília Myrmicinae apresentou o maior número de táxons. Cinco espécies foram comuns nos três ambientes estudados: Ectatomma sp1 (187), Mycocepurus goeldii (154), Paratrechina longicornis (157), Pheidole sp2 (230), Trachymyrmex sp1 (234), Wasmannia auropunctata (447), esta última a mais abundante no fragmento. A subfamília com maior riqueza e abundância foi Myrmicinae, com 16 espécies e 2.421 indivíduos (62,5% do total de indivíduos coletados). A Borda apresentou a menor abundância (1.104) e riqueza (S= 14) de formigas. O ambiente de Transição apresentou uma abundância de 1.316 indivíduos e maior riqueza entre os ambientes estudados (S= 24). Por fim, o Interior do fragmento apresentou maior abundância de indivíduos (1.453) e uma riqueza de 18 espécies de formigas (Tabela 1). No ambiente de Borda, Pheidole sp2 e W. auropunctata foram as espécies mais abundantes, (156 e 253 indivíduos respectivamente) e Solenopsis sp1 (104) e Solenopsis sp2 (46) foram observadas apenas nesse local. No ambiente de Transição Acromyrmex sp1 e Crematogaster sp1 foram as mais coletadas (151 e 207 indivíduos respectivamente) e as espécies Brachymyrmex sp1 (72), Camponotus sp1 (88), Crematogaster sp1 (207), Cyphomyrmex sp1 (56), e Myrmelachista sp1 (64) foram observadas somente nesta área. No 497 Mirmecofauna em um fragmento... DÁTILLO, W. et al. Biosci. J., Uberlândia, v. 27, n. 3, p. 494-504, May/June2011 Interior do fragmento os gêneros mais representativos foram Brachymyrmex sp2 e Pheidole sp1 com 176 e com 134 indivíduos respectivamente. Nesse ambiente foi encontrado o maior número de espécies exclusivas, um total de oito e representadas por: Brachymyrmex sp2, Camponotus atriceps, Camponotus renggeri, Ectatomma sp3, Pheidole sp4, Pheidole sp5, Pseudomyrmex sp1, Strumigenys sp1 (Tabela 1). Tabela 1. Abundância de formigas coletadas em três ambientes ao longo de um fragmento de Floresta Atlântica Estacional Semidecidual localizado na cidade de Marília, SP, Brasil entre os meses de novembro de 2007 e fevereiro de 2008. Família Formicidae Borda Transição Centro SUBFAMÍLIA DOLICHODERINAE Tribo Dolichoderini Dolichoderus sp1 68 44 SUBFAMÍLIA FORMICINAE Tribo Brachymyrmecini Brachymyrmex sp1 72 Brachymyrmex sp2 176 Tribo Camponotini Camponotus sp1 88 Camponotus atriceps (Smith, 1858) 24 Camponotus crassus (Mayr, 1862) 60 76 Camponotus renggeri Emery, 1894 12 Camponotus rufipes (Fabricius, 1775) 24 68 Tribo Lasiini Paratrechina sp1 32 12 Paratrechina longicornis (Latreille, 1802) 68 44 45 Tribo Myrmelachistini Myrmelachista sp1 64 SUBFAMÍLIA MYRMICINAE Tribo Attini Acromyrmex sp1 151 24 Atta sexdens rubropilosa Forel, 1908 57 116 Cyphomyrmex sp1 56 Mycocepurus goeldii Forel, 1893 34 29 91 Trachymyrmex sp1 40 124 70 Tribo Blepharidattini Wasmannia auropunctata (Roger, 1863) 253 111 83 Tribo Crematogastrini Crematogaster sp1 207 498 Mirmecofauna em um fragmento... DÁTILLO, W. et al. Biosci. J., Uberlândia, v. 27, n. 3, p. 494-504, May/June2011 Tribo Dacetonini Strumigenys sp1 67 Tribo Pheidolini Pheidole sp1 71 134 Pheidole sp2 156 29 45 Pheidole sp3 89 32 Pheidole sp4 37 Pheidole sp5 43 Pheidole triconstricta (Forel 1886) 75 47 Tribo Solenopsidini Solenopsis sp1 104 Solenopsis sp2 46 SUBFAMÍLIA PONERINAE Tribo Ectatommini Ectatomma sp1 86 27 74 Ectatomma sp2 37 Ectatomma sp3 78 Tribo Ponerini Odontomachus sp1 17 57 Pachycondyla sp1 54 31 SUBFAMÍLIA PSEUDOMYRMICINAE Tribo Pseudomyrmecini Pseudomyrmex sp1 14 Riqueza total 14 24 18 Abundância total 1104 1316 1453 Utilizando os índices de diversidade e dominância de Simpson, a Borda do fragmento apresentou a menor diversidade (D= 0,888) e a maior dominância de espécies (l= 0,111) e a área de Transição uma baixa diversidade (D= 0,921) e alta dominância (l= 0,078). Adicionalmente, o Interior do fragmento apresentou maior diversidade de formigas (D= 0,941) e menor dominância (l= 0,059). Não houve grande diferença nas similaridades entre os ambientes. Entretanto, a maior entre elas quanto a fauna de formigas foi observada entre a área de Transição e o Interior do fragmento (Is=0,400) e, a menor, entre a Borda e a área de Transição (Is=0,280). Ao comparar a mirmecofauna observada no Interior do fragmento e na Borda um valor intermediário do Índice de Sorensen foi observado entre elas (Is=0,357). DISCUSSÃO Neste trabalho foram verificadas diferenças na diversidade e na dominância da mirmecofauna nos ambientes com diferentes distâncias em relação a borda do fragmento florestal, entretanto, não houve grande diferença nas similaridades entre os ambientes. Poucos estudos, na prática, utilizam invertebrados no monitoramento ambiental devido ao baixo apelo que estes animais possuem junto ao público e às agências financiadoras (ANDERSEN et 499 Mirmecofauna em um fragmento... DÁTILLO, W. et al. Biosci. J., Uberlândia, v. 27, n. 3, p. 494-504, May/June2011 al., 2002, 2004). Entretanto, a presença e a abundância de algumas espécies de formigas podem indicar se um local possui algum grau de perturbação ambiental em relação ao ambiente natural (KING et. al., 1998). A diferença na diversidade e dominância da mirmecofauna dos ambientes possivelmente se deve ao fato de que algumas espécies aumentam sua abundância em ambientes alterados (WEBB, 1989). Essas espécies denominadas generalistas são espécies adaptadas a explorar diversos tipos de ambientes e recursos (DIDHAM, 1997). Adicionalmente, embora pareça ter ocorrido uma maior riqueza na área de transição, o índice de similaridade de Jaccard não indicou diferenças significativas entre as áreas. Isto possivelmente se deve ao fato do tamanho do fragmento não ser grande o suficiente para suportar a comunidade de formigas do local. O isolamento dos fragmentos urbanos limita a chegada de formigas de outras áreas, aumentando o risco de extinção de espécies representadas por poucas colônias (WRIGHT; HUBBELL, 1983). Dessa forma, o isolamento inibe o efeito resgate que poderia evitar essas extinções (BROWN; KODRIK-BROWN, 1977; CIELO- FILHO; SANTIN, 2002) e a competição com espécies introduzidas, podendo levar à extinção de espécies nativas e diminuindo as interações mutualísticas que poderiam favorecer um aumento da biodiversidade (JANZEN, 1983; DÁTTILO et al., 2009). Por outro lado, vale considerar que todos os ambientes estudados estão inseridos no mesmo fragmento urbano e sujeitos a um alto grau de isolamento e recolonização. Logo, a similaridade entre os ambientes possivelmente indica que todo o fragmento tenha sido alterado pelos efeitos de borda e pela constante ação antrópica no local. Segundo DELABIE (1999), as comunidades de formigas são altamente instáveis e submetidas constantemente a uma pressão de colonização dos habitats que ocupam pela substituição de suas populações por espécies oportunistas. Algumas espécies podem dominar ambientes sendo altamente competitivas e eliminando espécies nativas, como é o caso da formiga invasora Wasmannia auropunctata, a espécie mais abundante nos três ambientes estudados, devido o seu comportamento especialista em áreas perturbadas (BRETON et. al., 2003; O’DOWD et. al., 2003). Provavelmente, devido a alta competição das espécies invasoras com as espécies nativas, no ambiente de borda foi encontrada uma menor diversidade de espécies e uma alta dominância, com uma grande representatividade da espécie invasora Paratrechina longicornis, que no Brasil é considerada exótica e relatada como praga importante em ambientes urbanos (FOWLER et al., 1993; DELABIE et al., 1995; ZARZUELA et al., 2002). O gênero Paratrechina ocorre com grande distribuição geográfica em ambientes perturbados, principalmente por aqueles caracterizados por alterações antrópicas, pois apresentam uma ampla flexibilidade de resposta a diversos fatores ambientais (HÖLLDOBLER; WILSON, 1990). Algumas espécies de formigas aumentam sua riqueza específica em áreas abertas e perturbadas, como o caso de C. rufipes e C. crassus, além de algumas espécies de Pheidole, muito abundantes nesse estudo (ANDERSEN, 2000; BROWN JR., 2000; WARD, 2000). Outra hipótese que também pode ser sugerida para Camponotus e Pheidole é a forma como essas formigas exploram o ambiente, ambas são em sua maioria onívoras, oportunistas e forrageiam ativamente a procura de alimento, inibindo assim, o forrageamento de outras espécies (SILVESTRE; SILVA, 2001). As formigas cortadeiras do gênero Atta e Acromyrmex também elevam suas populações em áreas de borda ou pequenos fragmentos (HÖLLDOBLER; WILSON, 1990) Nesse tipo de ambiente onde as plantas pioneiras alocam mais recursos em crescimento do que em defesa química, são atraídos herbívoros mais generalistas, como no caso das formigas cortadeiras (FARJI-BRENER, 2001; BARBOSA et al., 2005). Outro fator que poderia estar favorecendo o aumento na população de formigas cortadeiras no fragmento estudado é a falta de predadores e parasitóides (RAO, 2000). Apesar de o local apresentar uma estrutura arbórea e semelhante a de outros fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual (MELO, 2006), este estudo sugere que além do isolamento do fragmento, as constantes perturbações antrópicas no Bosque Municipal Rangel Pietraróia podem estar influenciando negativamente a mirmecofauna local, uma vez que a comunidade estudada é predominantemente caracterizada por espécies comuns de ambientes perturbados e abertos (PASSERA, 1994; KING et al., 1998). Além disso, espécies resilientes e resistentes às perturbações ambientais podem manter suas populações, mesmo em fragmentos urbanos (MIRANDA et al., 2006; MORINI et al., 2007). Por se tratar de uma área verde, urbana e sujeita a ação antrópica é importante a realização de estudos a posteriori com outros grupos de artrópodes sensíveis as alterações ambientais, como algumas famílias de besouros (OLIVER; BEATTIE, 1996) a fim de acompanhar suas populações visando 500 Mirmecofauna em um fragmento... DÁTILLO, W. et al. Biosci. J., Uberlândia, v. 27, n. 3, p. 494-504, May/June2011 a conservação desse importante remanescente florestal da cidade de Marília, SP. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem a Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente de Marília/SP pela autorização para a realização do estudo, além dos funcionários do Bosque Municipal Rangel Pietraróia pelo apoio indispensável nas coletas. Os autores agradecem ainda a Israel dos Santos (UENF-RJ), William Rodrigues (ISTE-FAETEC / USS-RJ), Tainá Rodrigues e Miquéias Ferrão (UFMT-MT), além de João Mota Souza (UNIMONTES-MG) pelas valiosas sugestões e críticas na primeira versão desse manuscrito. O primeiro e último autor agradecem a CAPES pela concessão da bolsa de Mestrado. ABSTRACT: The aim of this study was to verify the influence of the habitat fragmentation on the Ant Fauna in an urban fragment of Semideciduous Seasonal Atlantic Forest located in the municipality of Marília, São Paulo, Brazil. The studied fragment was divided into three environments in relation to edge: “Edge” (2m), “Transition” (30m) and “Interior” (90m). By using pitfalls traps and attractive baits there were done nine samples between November 2007 and February 2008. There were collected 3.873 individuals distributed into five subfamilies, 19 genera and 33 species. Five species were abundant on three studied environments: Ectatomma sp1, Mycocepurus goeldii, Paratrechina sp1, Pheidole sp2, Trachymyrmex sp1, Wasmannia auropunctata. The edge and transition environments presented the lower Simpsons diversity index and higher species dominance. However, it was observed little variation between these parameters between environments. Faunistic similarity between environments, expressed by Jaccard’s similarity index showed high similarity between all studied environments. Because the studied site is an urban fragment, the similarity found between these areas can be related to habitat fragmentation process, an historical of constant anthropic perturbation and low local colonization rates. However, we suggest that a posteriori evaluation should be done with other arthropods groups like spiders and beetles in due to understand the changes that occur in urban fragments and support the choice of conservation and management actions in favor of this important forest remnant localized in urban area of Marília, São Paulo, Brazil. KEYWORDS: Bioindicators. Ants. Urban Fragmentation. Atlantic Forest. São Paulo. REFERÊNCIAS ALONSO, L. E. Ants as indicators of diversity. In: AGOSTI, D.; MAJER, J. D.; ALONSO, L. E.; SCHULTZ, T. R. (Ed.). Ants: standard methods for measuring and monitoring biodiversity. Washington: Smithsonian Institution Press, 2000, p. 80-88. ANDERSEN, A. N. Insight using ants as biodicators: multiscale issues in ant community ecology. Conserv. 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