Revista Brasileira de Ciências Ambientais – Número 24 – Junho de 2012                                     ISSN Impresso 1808-4524 / ISSN Eletrônico: 2176-9478 
 

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Efeito da fertirrigação combinado com a adubação mineral e 
orgânica sobre as propriedades químicas do solo 

 
Effect of fertirrigation combined with mineral and organic fertilization on soil 

chemical properties 
 

 
 
RESUMO 
O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do uso combinado da irrigação 
com esgoto tratado com as práticas agronômicas da adubação mineral e 
orgânica e da calagem sobre as propriedades químicas do solo. O 
experimento foi realizado em casa de vegetação, no delineamento 
experimental inteiramente casualizado, tendo como unidades experimentais 
vasos com capacidade de 14 L. Os tratamentos constaram de três 
combinações, adubo, efluente e dez variedades de batata-doce, 
constituindo um fatorial 3 x 10, com 10 repetições. Os resultados obtidos 
indicaram que a irrigação com efluente de esgoto tratado trouxe efeitos 
benéficos para o solo estudado, notadamente, no aumento da capacidade 
de troca catiônica (CTC). Além disso, complementado pela adubação 
química e mineral, o efluente melhorou os níveis de fertilidade do solo ao 
incrementar as concentrações de macro elementos. 
PALAVRAS-CHAVE: fertirrigação; química do solo; reuso. 
 
 
 
ABSTRACT 
The aim of this study was to evaluate the effect of combined use of 
irrigation with treated sewage to the agronomic practices of mineral and 
organic fertilization and liming on soil chemical properties. The experiment 
was conducted in a greenhouse in a completely randomized design, with 
pots as experimental units with a capacity of 14 L. Treatments consisted of 
three combinations: fertilizer, effluent and ten varieties of sweet potato, 
constituting a factorial 3 x 10, with 10 repetitions. The results indicated that 
irrigation with treated sewage effluent has brought beneficial effects in the 
studied soil, notably in the increased cation exchange capacity. Moreover, 
supplemented by mineral and chemical fertilizers, improved the effluent 
levels of soil fertility by increasing the concentrations of macro elements. 
 
KEYWORDS: fertirrigation; soil chemistry; reuse. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 
 
 
 
 
Liliana Pena Naval 
Bióloga, doutorado em Engenharia 
Química. Docente da Universidade 
Federal do Tocantins. Palmas, 
Tocantins, Brasil 
liliana@uft.edu.br 
 
Fued Abrão Junior 
Engenheiro Ambiental, Mestre em 
Ciências do Ambiente pela UFT. 
INFRAERO-Superintendência 
Regional do Rio de Janeiro, Rio de 
Janeiro, RJ, Brasil. 
fajunior.sbgl@infraero.gov.br 
 
Daniel Vidal Pérez 

Pesquisador A da Empresa 
Brasileira de Pesquisa Agropecuária. 
Doutorado em Química  pela 
Pontifícia Universidade Católica do 
Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, 
Brasil 
danperezenator@gmail.com 
 



 

Revista Brasileira de Ciências Ambientais – Número 24 – Junho de 2012                  55                   ISSN Impresso 1808-4524 / ISSN Eletrônico: 2176-9478 
 

INTRODUÇÃO 
 

De acordo com o World 
Resources Institute (WRI, 2000), se 
nos dias atuais quase metade da 
população mundial enfrenta 
problemas de escassez de água, 
sobretudo no que se refere à 
disponibilidade de águas 
superficiais, o Programa das Nações 
Unidas para o Meio Ambiente 
(PNUMA, 2004) alerta que as 
previsões para os próximos anos não 
são nada favoráveis nem, tampouco, 
otimistas. 

Para Brown (2003), o mundo 
caminha para um déficit hídrico 
generalizado, em que a irrigação é 
uma grande contribuinte desta 
realidade, dado ao aumento e à 
evolução tecnológica das formas de 
captação de água (bombas elétricas 
e a combustíveis fósseis de grande 
potência) ocorrida no último meio 
século. Esta afirmação corrobora 
com Câmera e Santos (2002) que, 
além de ratificarem que a irrigação é 
a atividade humana que mais 
consome água, estimam que o 
percentual deste tipo de uso frente 
aos demais é da ordem de 80%. 

Segundo Hespanhol (2003), no 
Brasil 70% da água consumida é 
destinada à agricultura, o que 
permite concluir que a falta deste 
recurso passa a ser um fator 
limitante à produção agrícola; ante o 
que, a reciclagem e o reuso de água 
vêm tornado quase que uma 
necessidade para a conservação e 
manutenção das fontes naturais 
ainda existentes (USEPA, 2004). De 
acordo com a Food and Agriculture 
Organization (FAO, 2003), o total de 
áreas com solos irrigados com 
esgoto concentrado ou diluído, é 
estimado em 20 milhões de hectares 
distribuídos em 50 países, 
representando aproximadamente 
10% das áreas irrigadas em países 
em desenvolvimento. Neste 
contexto, o emprego de efluentes 
de esgotos tratados na irrigação se 
tem mostrado como fonte 
alternativa viável de água, desde 

que tomados os devidos cuidados e 
controles (Hespanhol, 2003). 

Pollice et al. (2003), 
avaliaram os efeitos da irrigação 
com efluentes tratados sobre o solo 
e cultivares de tomates e funcho, e 
observaram que não houve 
alterações significativas em suas 
propriedades químicas e 
microbiológicas. De acordo com 
Bastos (1999), 70% das áreas 
irrigadas com efluentes no Peru são 
destinadas ao cultivo de hortaliças.  

Devido ao grande potencial de 
geração de esgoto doméstico 
tratado e em virtude do déficit 
hídrico que vem se acentuando, a 
prática do reuso na agricultura 
apresenta-se não apenas como uma 
prática viável, mas também 
importante. Nesse sentido este 
estudo objetivou conhecer o 
comportamento do solo frente a 
este tipo de atividade. 

 
OBJETIVO 
 

Avaliar o efeito do uso 
combinado da irrigação com 
efluente de uma estação de 
tratamento de esgoto com as 
práticas agronômicas da adubação 
mineral e orgânica e da calagem 
sobre as propriedades químicas do 
solo. 

 
 

METODOLOGIA 
 
 
O experimento foi realizado 

em casa de vegetação, no 
delineamento experimental 
inteiramente casualizado, tendo 
como unidades experimentais vasos 
com capacidade de 14 L preenchidos 
com amostra  seca e destorroada da 
camada de 0 a 15 cm de 
profundidade de um Latossolo 
Vermelho-Amarelo (Tabelas 1 e 2). 
Os tratamentos constaram de três 
combinações, adubo, efluente e dez 
variedades de batata-doce, 
constituindo um fatorial 3 x 10, com 
10 repetições. A configuração de 
cada tratamento foi a seguinte: T1: 

irrigação com efluente de esgoto 
tratado em solo de pH corrigido por 
calagem; T2: irrigação com efluente 
de esgoto tratado em solo de pH 
corrigido por calagem e adubado 
(química e organicamente); T3: 
irrigação com água em solo de pH 
corrigido por calagem e adubado 
(química e organicamente).  

A adubação e calagem 
seguiram as recomendações de 
Ribeiro et al. (1999), sendo aplicados 
em função dos tratamentos, 41,5 
g/vaso de calcário dolomítico, 15,0 
g/vaso de adubo mineral (Tabela 3) 
e 150,0 g/vaso de adubo orgânico 
(Tabela 4). 

As dez cultivares de batata 
doce [Ipomoea batatas (L) Lam] 
utilizadas foram: 7 clones (C08, C48, 
C58, C100, C106, C112, C114) e 3 
variedades (Palmas, Brasilandia Roxa 
e Branca); esta olerícola foi 
escolhida por se adaptar bem às 
condições locais, além de servir 
como alimento e matéria-prima para 
a produção de álcool. 

O efluente usado ao longo do 
experimento foi proveniente de uma 
Estação de Tratamento de Esgoto 
(ETE), a qual é composta de Filtro 
Biológico seguido de Reator UASB; 
os parâmetros analisados foram 
aqueles que constituem os principais 
agentes poluidores de corpos d’água 
por esgotos domésticos e industriais 
(Von Sperling, 2005). Os 
procedimentos analíticos foram 
realizados de acordo com APHA 
(2005). 

Para estimar a quantidade de 
água utilizada na irrigação, adotou-
se o método Epan, conforme a 
descrição apresentada por 
Papadopoulos (1999); trata-se de 
um método simples que, a partir de 
medições básicas da evaporação da 
água de um Tanque Classe A, 
localizado na área cultivada, estima 
a evapotranspiração da cultura 
através de equações matemáticas e, 
consequentemente, a necessidade 
de água por ela demandada; na fase 
inicial, correspondente ao período 
seco, foi aplicada uma lâmina d’água 
de 14 L m-2 dia-1; na fase final, 
referente ao período chuvoso,  



 

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Tabela 1. Características químicas e físicas do Latossolo Vermelho-Amarelo utilizado no experimento 

 

Profundidade pH-H2O C N Ca Mg Na K Al CT
C 

P Argila Areia Silte 

Cm   g kg-
1- 

----------------------- cmolc kg
-1 --------- mg 

kg-1 
--------g kg-1 --- 

0-15 5,4 9,1 0,8 0,5 0,3  0,01 0,18 0,1 4,
8 

1 220 7
0
6 

74 

 

Tabela 2. Características químicas e físicas do Latossolo Vermelho-Amarelo utilizado no experimento 

 
Profundidade Fe Mn Zn Cu Cr Ni Cd Pb 

Cm ----------------------------------------------------------------- mg kg-1-------------------------------------- 

 Mehlich 1 

0-15 13,7 2,43 0,60 0,25 0,029 0,069 < LD 0,24 

 Água Régia 

0-15 22240 43,3 6,07 3,79 21,9 3,47 2,56 1,39 

     < LD significa menor que o limite de detecção 

Tabela 3. Características químicas dos insumos utilizados no experimento 

Insumo Fe Mn Zn Cu Cr Ni Cd Pb 

 -------------------------------------------------------------- g kg-1------------------------------------ 

NPK 4-14-8 19,6 1,18 5,32 0,19 0,044 < LD < LD 0,4
6 

Calcário 1,23 0,03 < LD < LD < LD < LD < LD < LD 
< LD significa menor que o limite de detecção 

Tabela 4. Características químicas dos insumos utilizados no experimento 

Adubo Orgânico* 

C N Ca Mg Na K P Al Fe S 

--------------------------------------------------------- g kg-1------------------------ ------------------g.kg-1------------ 

45,2 6,23 79,7 7,17 1,22 10,42 17,42 22,1 10,9 0,004 

Metais 

B Mn Zn Co Cu Cr Ni Cd Pb 
---------------------------------------------------------------------------------g kg-1----------------------------------------- 

0,06 0,39 0,34 <LD 0,05 0,01 <LD 0,001 0,002 
* Composto de esterco de galinha e casca de arroz; < LD significa menor que o limite de detecção 



 

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aplicaram-se 7 L m-2 dia-1; desta 
forma, foi aplicado um volume total 
de 14,10 m3, que equivaleu a 150 
L/vaso. Um semestre após o plantio 
foram coletadas amostras de solo 
em todas as unidades 
experimentais, nas quais foram 
analisados pH (em água), capacidade 
de troca catiônica (CTC), carbono 
orgânico (C orgânico), nitrogênio 
total (N total), fósforo assimilável 
(P), micronutrientes (Fe, Mn, Zn, Cu) 
e metais (Cr, Cd, Pb, Ni) extraídos 
por solução Mehlich 1, segundo 
EMBRAPA (1997). 

Os dados de solo (pH, C, N, 
Ca, Mg, Na, K, CTC, P, Fe, Mn, Zn, Cu, 
Cr, Ni, Cd e Pb) obtidos foram 
analisados estatisticamente, 
empregando-se o Proc GLM do 
Statistical Analysis System (SAS, 
2000). Para os resultados 
significativos encontrados pelo teste 
F, foi aplicado o teste de Tukey, a 
nível de 5% de probabilidade, a fim 
de se classificar as médias de 
tratamentos; em alguns casos, se 
usou a transformação raiz quadrada 
(√x + 1), visando homogeneizar os 
dados quando a razão entre o maior 
e o menor valor da variável a ser 

analisada apresentou resultado 
superior a 20, em conformidade com 
Fernandez (1992).  

 
 

RESULTADOS  

 
A análise de variância 

indicou para a maioria das variáveis 
de solo analisadas, que apenas a 
aplicação de efluente exerceu efeito 
significativo sobre as características 
avaliadas, situação em que o efeito 
da aplicação foi estudado como se 
não existisse o efeito dos clones e de 
sua interação (Gomes, 1982). Em 
função da variação nas quantidades 
de efluente e adubo adicionadas ao 
solo e das condições de realização 
do experimento, é possível 
particularizar o efeito de alguns 
desses fatores sobre os parâmetros 
de solo estudados; com respeito ao 
pH e apesar dos três tratamentos 
terem contado com a mesma 
correção (calagem), aquele que 
recebeu água (T3) ao invés do 
efluente, foi o que apresentou um 
valor de pH significativamente maior 
que os outros 2 tratamentos (Tabela 

6). É possível especular que tal 
resultado esteja relacionado ao 
elevado poder tampão da matéria 
orgânica, que se traduz pelo seu 
Ponto de Carga Zero (PCZ) próximo a 
2,0 (Uehara, 1988) e a elevada carga 
elétrica de superfície dos colóides 
orgânicos (Silveira et al., 2003; neste 
sentido, o significativo aumento do 
teor de matéria orgânica no solo, 
medido indiretamente pelo 
aumento do teor de carbono 
orgânico em T1 e T2, corrobora com 
esta hipótese, (Tabela 6). 

A principal fonte de cálcio 
nos três tratamentos de solo 
estudados, foi o calcário; mesmo 
assim, não se pode negligenciar a 
contribuição dos fertilizantes, tanto 
minerais como orgânicos; daí, o 
resultado de Ca em T1 ter sido 
significativamente menor que os 
outros, já que esse tratamento não 
recebeu adubação.  

Os teores de potássio 
obtidos também expressam a 
contribuição do fertilizante, 
principalmente, o de origem 
mineral; ou seja, T2 mostrou 
concentração de K 
significativamente maior (Tabela 6), 

Tabela 5. Composição química média de efluente proveniente da Estação de Tratamento de Esgoto 

Variável Efluente  Variável Efluente 

pH 6,5 Na (mg L-1) 45,0 

Sólidos Totais (mg L-1) 247 S (mg L-1) 18,0 

Sólidos Solúveis   Totais  (mg L-1) 49 Cu (mg L-1) 0,04 

Sólidos Dissolvidos Totais (mg L-1) 202 Fe (mg L-1) 0,38 

N AMONIACAL (mg L
-1) 22 Mn (mg L-1) 0,06 

N ORGÂNICO (mg L
-1) 8 Zn (mg L-1) 0,06 

N TOTAL (mg L
-1) 30 Ni (mg L-1) 0,04 

P (mg L-1) 5 Cr (mg L-1) 0,12 

K (mg L-1) 12,0 Pb (mg L-1) 0,02 

Ca (mg L-1) 16,0 Cd (mg L-1) 0,03 

Mg (mg L-1) 3,0 B (mg L-1) 0,05 

Alcalinidade (mg L-1) 116 Co (mg L-1) 0,03 

DBO (mg L-1) 36 - - 

 



 

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pois envolveu duas fontes desse 
elemento: a principal, oriunda do 
adubo mineral (NPK) e a secundária, 
do efluente; o T3 apresentou um 
resultado intermediário, visto que só 
possuía a contribuição do K do 
fertilizante mineral; por último, T1 
só contava com a contribuição do 
efluente que, comparativamente, 
possui menos K. 

É notória a preocupação com o 
aumento da concentração de sódio 
em solo pelo uso de efluentes 
(Pescod, 1992) o que, também, foi 
observado no presente estudo; isto 
é, as maiores concentrações de Na 
foram encontradas nos tratamentos 
T1 e T2 (Tabela 6), diferindo 
significativamente do que foi 
irrigado com água (T3). Vale 
ressaltar, no entanto, que os valores 
de RAS (Razão de Adsorção de 
Sódio) calculados para T1 e T2 
foram, respectivamente, 1,2 meqL-1 
e 1,1 meqL-1, não oferecendo, 
portanto, risco potencial às plantas 
(USEPA, 2004).  

O aumento significativo da 
Capacidade de Troca Catiônica (CTC) 
verificado em T1 e T2 está 
relacionado ao incremento, 
também, significativo, do teor de 
carbono orgânico nesses 
tratamentos (Tabela 6), A maior 
influência da matéria orgânica nas 
propriedades químicas do solo 
reside na alteração do seu complexo 

coloidal; isso se reflete diretamente 
no aumento de cargas superficiais 
negativas e, consequentemente, a 
maior retenção de cátions (Zech et 
al., 1997; Abreu Jr. et al., 2001). 
Como, em média, os valores de pH 
se mantiveram próximos à 
neutralidade (Tabela 6) e superiores 
ao valor correspondente ao PCZ da 
matéria orgânica, que é de 
aproximadamente 2,0 (Uehara, 
1988), se justifica o aumento de 
cargas superficiais negativas 
(medidas através da CTC) em função 
da aplicação de efluente em T1 e T2.  

Os teores de fósforo, tal como os 
de potássio, também representam a 
contribuição dos fertilizantes. 
Ressalta-se, contudo, que o baixo 
valor de P obtido em T1 está 
relacionado, provavelmente, à baixa 
concentração de P no efluente 
(Tabela 5 ) e à possibilidade de 
formação de fosfato de cálcio, que é 
insolúvel, oriundo da reação de uma 
fonte em que o P encontra-se 
totalmente dissolvido, como é a 
forma presente no efluente, com o 
calcário.  

Apesar de se esperar um teor de 
nitrogênio maior nos tratamentos 
que receberam o efluente como 
fonte de água, observa-se (Tabela 6) 
que, estatisticamente, não houve 
diferenciação para os teores desse 
elemento entre os tratamentos 
empregados. Fonseca (2001) 

observou que as perdas de 
nitrogênio pela volatilização de NH3 
em solos irrigados com efluentes 
têm sido altas. Ramirez-Fuentes et 
al. (2002) observam, também, que 
outras formas de perda de N em 
solos que receberam efluentes 
podem ocorrer em decorrência da 
lixiviação de nitrato, oriundo da 
nitrificação do NH4

+ presente no 
efluente, ou da desnitrificação, 
processo de redução biológica do N 
mineral até N2, que pode ocorrer 
quando o solo fica encharcado, após 
a aplicação do efluente. 

As maiores concentrações de 
manganês obtidas em T2 e T3 
refletem, sem dúvida, a elevada 
contribuição, via fertilizante mineral 
e orgânico, como se apresenta na 
Tabela 3 e 4, uma vez que o teor de 
Mn no efluente foi baixo (Tabela 5), 
o que corrobora Pescod (1992) e 
Bastos et al. (2003).  

Os resultados de ferro e cobre 
também refletem a contribuição do 
adubo mineral e orgânico (Tabela 3 
e Tabela 4); contudo, desta vez não 
se pode descartar a participação do 
efluente (Tabela 3), que embora não 
apresente valores significativos 
destes elementos por unidade de 
volume, contribuiu 
cumulativamente para os 
incrementar; assim, T2 foi o 
tratamento que, significativamente, 
destacou-se, pois apresentava as 

Ta bela 6. Características químicas do Latossolo Vermelho Amarelo submetido a três tipos de  combinação, entre  

irrigação e adubação, ao término do experimento 

Tratamento pH-H2O C N Ca Mg Na K CTC P 

  --------- g kg-1--- ----------------------------- cmolc kg
-1 --------------- mg 

kg-1 

Efluente + calcário 
(T1) 

6,99 b 10,1 a 0,9 a 3,3 b 1,3 a 0,67 a 0,06 c 6,2 a 9 c 

Efluente + calcário + 
adubo (T2) 

6,93 b 10,0 a 0,9 a 3,9 a 0,9 c 0,63 a 0,15 a 6,2 a 244 a 

Água + calcário + 
adubo (T3) 

7,37 a 9,3 b 0,9 a 4,0 a 1,1 b 0,30 b 0,12 b 5,4 b 129 b 

CV 5 12 11 13 18 34 3* 13 41* 
Médias seguidas de letras diferentes na mesma coluna significa que são estatisticamente diferentes pelo teste de Tukey a 5%  de 
probabilidade 

*Análise de variância calculada com dado transformado por raiz quadrada 



 

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duas contribuições, tanto do adubo 
mineral e orgânico, quanto do 
efluente; já T1 e T3 indicaram 
menores valores de Fe e Cu, pois 
tinham apenas duas fontes de 
contribuição; o comportamento do 
zinco é similar ao do K e P (Tabela 7). 

Também, no caso do cádmio, os 
resultados obtidos no solo (Tabela 7) 
refletem as contribuições dos 
insumos utilizados (Tabela 4 e 5), em 
que o adubo orgânico e o efluente 
são os principais contribuintes; 
desta forma, T2 e T3 apresentaram 
valores significativamente maiores 
que T1. Quanto ao Ni, apesar do 
efluente ser o principal contribuinte 
(Tabela 3), os dois tratamentos que 
levaram sua aplicação, T1 e T2, 
diferiram significativamente.  

Com respeito ao chumbo 
existem, aparentemente, dois 
mecanismos envolvidos; o efluente 
torna o Pb mais disponível devido à 
sua facilidade de complexação pela 
matéria orgânica (Silveira et al., 
2003); com isso, esperava-se que 
tanto T1 como T2 apresentassem os 
maiores valores de Pb no solo; mas, 
o que se observa é que a 
concentração de Pb no solo de T2 é 
significativamente menor que o de 
T1; Melamed et al. (2003) 
observaram que o P forma 
facilmente compostos insolúveis 
com Pb; como o solo de T2 
apresenta concentração de P 
disponível significativamente 

superior ao de T1 (Tabela 6), 
justifica-se, então, o fato observado 
de que Pb é significativamente 
maior em T1 do que em T2 
(Tabela7). 

 
 

CONCLUSÃO 

 O efeito do uso combinado 
da irrigação com esgoto tratado com 
as práticas agronômicas da 
adubação mineral, 15,0 g/vaso, e 
orgânica, 150,0 g/vaso, e da 
calagem, 41,5 g/vaso, sobre as 
concentrações dos elementos 
químicos analisados,  C, N, Ca, Mg, 
Na, K, P, Fe, Mn, Zn, Cu, Cr Ni, Cd, 
Pb, possibilitou verificar que a 
adição de 150 L/vaso* esgoto 
tratado contribuiu para o 
incremento dos nutrientes N, P e K, 
essências ao desenvolvimento 
vegetal, mas em concentrações 
inferiores à adubação química, o que  
não permite considera-lo um 
substituto à esta. Entretanto, o 
esgoto causou variação na 
concentração de C, 10,0 gkg-1 contra 
9,3 gkg-1  

 Nas parcelas que não o 
receberam, influenciando 
positivamente no aumento de 
aproximadamente 13% da 
capacidade de troca catiônica (CTC), 
do solo. Esse efeito quando 
associado às práticas agronômicas 
de correção da acidez e de correção 

química, melhoraram os aspectos 
nutricionais do solo. Nesse sentido, 
as parcelas adubadas e irrigadas 
com efluente quando comparada 
àquelas adubadas e irrigadas com 
água, apresentaram variações 
percentuais positivas de 20% e 47% 
para os macronutrientes K e P, e de 
24% e 30% para os micronutrientes 
Zn e Cu. No que se refere à 
sodicidade do solo, avaliada a partir 
da razão de de sódio, as parcelas 
irrigadas com esgoto apresentaram 
maiores valores, variando de 1< rãs 
<1,2, o que não é considerado um 
fator de risco ao desenvolvimento 
vegetal, dado que este é de ras<3. 
 Quanto aos metais de 
interesse do ponto de vista da 
contaminação, principalmente Cr, 
Cd e Pb  o efluente não influenciou 
significativamente em seus teores, 
com exceção do Pb que apresentou 
50%  a mais de concentração na 
parcelas não adubadas e com ele 
irrigadas. Entretanto, essa 
concentração de 0,12 mgkg-1, está 
abaixo daquela considerada critica 
para irrigação, que 
aproximadamente 5 mgkg-1. 
 Em geral, o esgoto se 
mostrou uma fonte de água 
alternativa à irrigação, não 
apresentado riscos significativos 
quanto ao aumento da sodicidade e 
a contaminação do solo por metais. 
Ademais, o incremento do carbono 
orgânico é benéfico do ponto de 

Tabela 7. Características químicas do Latossolo Vermelho Amarelo submetido a três tipos de combinação, entre 

 irrigação e adubação, ao término do experimento 

Tratamento Fe Mn Zn Cu Cr Ni Cd Pb 

 ------------------------------------------ mg kg-1---------------------------------------------------- 

 Mehlich 1 

Efluente + calcário 
(T1) 

5,8 b 3,7 b 1,6 c 0,19 b 0,030 b 0,050 c 0,001 b 0,12 a 

Efluente + calcário 
+ adubo (T2) 

9,01 a 5,9 a 10,3 a 0,26 a 0,088 a 0,086 a 0,030 a 0,07 b 

Água + calcário + 
adubo (T3) 

6,2 b 6,4 a 7,8 b 0,18 b 0,079 a 0,066 b 0,022 a 0,05 b 

CV 22 21 18* 3* 1* 1* 1* 3* 
       Médias seguidas de letras diferentes na mesma coluna são estatisticamente diferentes pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade 

       * Análise de variância calculada com dado transformado em √ (raiz quadrada) 



 

Revista Brasileira de Ciências Ambientais – Número 24 – Junho de 2012                  60                   ISSN Impresso 1808-4524 / ISSN Eletrônico: 2176-9478 
 

vista agronômico. Assim, se bem 
administrada, a irrigação de 
determinadas culturas agrícolas com 
esgoto tratado pode reduzir o uso 
de água convencional na agricultura, 
podendo reduzir os custos de 
produção e o redirecionamento da 
quantidade de água não utilizada 
para fins potáveis, como 
abastecimento humano e animal. 

 
 

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Recebido em: jun/2011 
Aprovado em: mai/2012 

 
 
 
 

 


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