Revista Brasileira de Ciências Ambientais – Número 22 – dezembro de 2011                                     ISSN Impresso 1808-4524 / ISSN Eletrônico: 2176-9478 
 

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A educação ambiental como instrumento para a construção de uma sociedade 

ecológica 

 

The environmental education as an instrument to the ecological society 

construction 

 
 
RESUMO 
 A crise planetária, assim como sua faceta mais destacada – a crise 
ambiental, extrapola fronteiras políticas, sociais, econômicas e tem o poder 
de afetar toda a humanidade. A racionalidade ambiental implica a não 
somente minimizar os sintomas da crise planetária, mas atuar sobre aquilo 
que a gerou e a mantém: a cosmovisão distorcida oriunda do paradigma 
cartesiano-newtoniano. Junto a mudanças paradigmáticas, surge o 
imperativo da mudança da atual sociedade de consumo para uma sociedade 
ecológica, no sentido da ecologia profunda e da ecopsicologia. Nessa esfera, 
a educação ambiental tem papel de suma importância na construção dessa 
nova sociedade, guiada por valores como justiça, respeito, solidariedade e 
amor por todas as formas de vida. 
 
PALAVRAS-CHAVE: crise planetária; ecologia profunda; ecopsicologia; 
educação ambiental; sociedade ecológica. 
 
ABSTRACT  
The planetary crisis, as well as its most outstanding facet - the 
environmental crisis - goes beyond political, social and economical 
boundaries and has the power to affect all of humanity. The environmental 
rationality implies not only to mitigate the symptoms of global crisis, but to 
act on what generated and maintain it: the distorted worldview derived 
from the Cartesian-Newtonian paradigm. Along the paradigm chamges, 
comes the imperative of change of the current consumer society to an 
ecological society, in the sense of deep ecology and ecopsychology. In this 
sphere, environmental education has a role of paramount importance to 
construct this new society, guided by values, such as fairness, respect, 
solidarity and love for all forms of life. 
 
KEYWORDS: planetary crisis; deep ecology; ecopsychology; environmental 
education; ecological society. 
 

 

 

 

 

 

 

Kelly Daiane Savariz Bôlla  

Psicóloga, bolsista da CAPES, 
mestranda no Programa de Pós-

Graduação em Ciências Ambientais 
(PPGCA) e pesquisadora no Laboratório 
de Sociedade, Desenvolvimento e Meio 

Ambiente (LABSDMA) do PPGCA da 
Universidade do Extremo Sul 

Catarinense (UNESC).  
E-mail: kellybolla@hotmail.com 

 
 

Geraldo Milioli  

Sociólogo, professor/ pesquisador e 
coordenador do Programa de Pós-

Graduação em Ciências Ambientais 
(PPGCA)  e do Laboratório de 

Sociedade, Desenvolvimento  e Meio 
Ambiente (LABSDMA) da Universidade 
do Extremo  Sul Catarinense (UNESC). 

mailto:kellybolla@hotmail.com


 

Revista Brasileira de Ciências Ambientais – Número 22 – dezembro de 2011           12                           ISSN Impresso 1808-4524 / ISSN Eletrônico: 2176-9478 

INTRODUÇÃO 
  

Diante da complexa crise 
ambiental que se apresenta à 
humanidade sem fazer distinção à 
classe social, raça, credo ou cultura, 
emerge a necessidade urgente de 
refletir sobre suas causas e incidir 
sobre elas, não apenas sobre os seus 
sintomas, para que a espécie 
humana possa continuar habitando 
esse planeta rico e diverso em vida, a 
Terra. 
 Já não há tempo a 
desperdiçar. Já não é mais momento 
de relegar a segundo plano a 
dependência que todos os seres têm 
de um ambiente limpo, puro, 
preservado, equilibrado. Tampouco a 
economia pode prosseguir sua luta 
cega e desenfreada por crescimento, 
pois depende de um ambiente 
equilibrado para captação de 
recursos que mantêm sua geração de 
produtos e serviços. A crença de que 
o desenvolvimento econômico nos 
moldes dos países ricos poderia se 
expandir para todos as  nações já 
caiu por terra. Celso Furtado 
apontava ainda em 1974 o que mais 
tarde não pôde mais ser negado por 
grandes economistas,  como 
confirma Cavalcanti (2003): se o 
crescimento econômico existente 
nos países ricos se ampliasse para 
todos os países, o mundo entraria 
em colapso, pois se precisaria, para 
isso, de mais do que um planeta 
Terra para fornecer todos os 
recursos. Assim, crer que o 
crescimento econômico pode levar 
toda a humanidade ao progresso e à 
felicidade não é mais do que uma 
grande falácia. O que o crescimento 
econômico pode fazer e faz, é cada 
vez mais degradar o meio ambiente e 
o tecido social, pois só faz crescer a 
distância entre ricos e pobres, 
assegura Daly (2004). 
 Morin e Kern (1995) 
lembram que, embora não se saiba 
ao certo qual o futuro do planeta, se 
irá seguir a premonição dos 
pessimistas quanto a uma 
catastrófica degradação generalizada 
e irreversível da biosfera ou dos 
otimistas referente à auto-

regeneração do planeta, uma coisa é 
certa: não se pode continuar 
mantendo o mesmo estilo de vida 
predominante. 
  O sistema econômico 
dominante não apenas degrada o 
meio ambiente como também os 
ritmos naturais dos seres humanos 
que vivem nesse sistema de 
aceleração estressante (MORIN e 
KERN, 1995).  
 É urgente, portanto, a 
necessidade de um pensamento 
ecologizado e de novas alternativas 
em todas as esferas da sociedade.  A 
maneira como o ser humano se 
relaciona com a natureza e, 
consequentemente, consigo mesmo, 
prescinde mudança, mas ela precisa 
acontecer, primeiramente, na 
subjetividade humana, ou seja, na 
forma como o ser humano se vê e 
percebe o mundo.  
 Nesse sentido, insere-se no 
cenário de instrumentos para a 
transição da depredadora sociedade 
de consumo para uma sociedade 
ecológica a importância de uma 
educação ambiental transformadora, 
que não somente aponte alternativas 
de minimizar os impactos desse 
estilo de vida como também incite a 
reflexão sobre a questão que se 
esconde atrás da crise ambiental: a 
crise da civilização. E, diante de tal 
complexidade, aja sobre ela 
buscando uma racionalidade, como 
propõe Leff (2001), um novo 
paradigma central, uma nova 
cosmovisão onde o ser humano se 
veja um ser pertencente à teia da 
vida conforme defende Capra (1997), 
e, portanto, busque o bem-estar 
próprio, dos seus semelhantes e do 
planeta como um todo holístico e 
integrado. 
 
 
CRISE PLANETÁRIA 
 
 A observação da realidade, 
acompanhada de uma reflexão 
crítica, permite deslumbrar uma 
complexa crise planetária. Embora 
sua faceta em maior evidência seja o 
aspecto ambiental, ela se estende 
pelas mais diversas esferas da vida 

humana. Capra (2006) enfatiza que é 
uma crise complexa, multifacetada 
que pode levar a humanidade à 
ruína. Ela afeta  “a saúde e o modo 
de vida, a qualidade do meio 
ambiente e das relações sociais, da 
economia, tecnologia e política. É 
uma crise de dimensões intelectuais, 
morais e espirituais [...]” (CAPRA, 
2006, p. 19). Trevisol (2003) afirma 
que se está diante de problemas 
simultaneamente locais, regionais, 
nacionais e globais, que produzem e 
ampliam a crise global por estarem 
em uma rede de fatores 
interdependentes e mundiais. 
 As conhecidas crises 
econômica, social, ambiental se 
misturam com o crescente mal-estar 
da civilização evidenciado na crise de 
relacionamento, no abuso de drogas, 
no consumismo exagerado, na busca 
incessante por satisfação através da 
superficialidade, dos bens materiais, 
dos divertimentos vazios, que não 
satisfazem a verdadeira essência 
humana (MORIN e KERN, 1995). 
 Dentre todas as facetas da 
crise, a crise ecológica é a mais 
transnacional, visto que catástrofes e 
agressões à natureza cometidas em 
qualquer localidade do globo tendem 
a gerar efeitos, diretos ou indiretos, 
sobre larga parcela de seres 
humanos e ecossistemas (TREVISOL, 
2003). 
 A crise ecológica teve suas 
características metanacional e 
planetária  apontadas em 1969, 
quando iniciou a preocupação com 
os efeitos como: degradações de 
campos, bosques, lagos, rios, efeito 
estufa, decomposição da camada de 
ozônio estratosférica, buraco de 
ozônio na Antártida, excesso de 
ozônio na troposfera, 
desmatamento, envenenamento dos 
solos por pesticidas e fertilizantes, 
chuvas ácidas, desertificação, erosão, 
inundações, urbanização selvagem e 
em regiões ecologicamente frágeis 
(como as zonas costeiras), etc. 
(MORIN e KERN, 1995). 
 Embora discutidos há 
décadas, os sintomas da crise 
ambiental não param de se 
intensificar.  Metade das florestas do 



 

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mundo que existiam em 1950 já foi 
destruída, a água potável já é um dos 
recursos naturais mais escassos e, a 
cada dia, 10 espécies de seres vivos 
entram em extinção (BOFF, 2009). A 
poluição lançada principalmente por 
indústrias e veículos de transporte 
tem acarretado mudanças climáticas 
significativas em todo o globo. De 
acordo com relatórios do Painel 
Intergovernamental sobre Mudanças 
Climáticas (IPCC, 2007), constatou-se 
aumento nas temperaturas árticas 
médias em quase o dobro da taxa 
global média dos últimos 100 anos e 
aumento da atividade intensa dos 
ciclones tropicais no Atlântico Norte 
desde cerca de 1970. 
Concomitantemente, verificou-se 
aumentos das temperaturas da 
superfície do mar nos trópicos, da 
frequência dos eventos de 
precipitação extrema  sobre a maior 
parte das áreas terrestres, além de 
mudanças generalizadas nas 
temperaturas extremas ao longo dos 
últimos 50 anos. 
 No cerne da questão, no 
entanto, é preciso perceber que “a 
crise ambiental não pode ser 
tematizada apenas enquanto 
fenômeno físico-natural externo à 
evolução das sociedades. A bem da 
verdade, não é a natureza que se 
encontra em desarmonia; é a própria 
sociedade” (TREVISOL, 2003, p. 64). 
Na base da crise ecológica, garante, 
está o modelo de desenvolvimento 
tecno-industrial, o que revela sua 
insustentabilidade. 
 Pautada em uma concepção 
de mundo reducionista, materialista, 
determinista proposta pelo 
paradigma cartesiano-newtoniano 
que guiou a ciência desde o século 
XVII, a sociedade buscou um 
desenvolvimento unilateral, com 
vistas apenas ao crescimento 
econômico ilimitado como meio para 
o progresso. (CAPRA, 2006). 
  Nesse processo, faltou à 
ciência econômica a percepção da 
sua relação com o não-econômico, 
com o contexto social, político e 
cultural, o que a tornou cega por não 
levar em conta suas perturbações e 
seu devir. Dessa maneira, 

desregulada, a economia mundial 
cresce à custa de destruições e de 
prejuízos naturais, humanos, sociais, 
culturais e morais. Além da 
degradação da biosfera, o 
crescimento econômico mundial 
desregrado tem causado degradação 
da psicosfera, ou seja, das dimensões 
mental, afetiva e moral do ser 
humano, (MORIN e KERN, 1995), 
afetando sua saúde integral. 
 A união entre ciência, 
técnica e indústria apesar de ter 
alcançado em parte seu progresso 
unilateral, foi, em muitas instâncias, 
contrária ao bem-estar do planeta e 
de todas as formas de vida que nele 
se encontram. Morin (2005) aponta 
que a ciência não é somente 
elucidativa, enriquecedora e 
triunfante, como se mostra por conta 
de seus feitos, mas ambivalente, 
devido ao fato de seu vasto 
conhecimento também estar 
produzindo ameaça à permanência 
da humanidade na Terra.  
Desenvolveu-se cega, sem levar em 
conta as conseqüências de seus atos, 
sem consciência, como enfatiza o 
autor.  Naess (apud BRAUN, 2005) 
aponta a falta de comprometimento 
da ciência com a vida quando, 
pautada numa visão de mundo 
distorcida, até a própria ecologia 
deixou de indagar que tipo de 
sociedade seria realmente adequada 
para melhor manter os diferentes 
tipos de ecossistemas existentes no 
planeta. Esqueceu-se que os seres 
humanos também são integrantes da 
natureza e, portanto, sua saúde em 
sua forma mais ampla, depende de 
um planeta equilibrado. 

Para Boff (1998), o grande 
erro da humanidade foi sua ruptura 
da re-ligação universal, ou seja, 
acreditar que está separado de um 
todo maior.  Assim: “não apenas 
rompe com Deus. Rompe com a 
comunidade humana, terrenal e 
cósmica. Ela é a causa secreta da 
violência do ser humano contra a 
natureza e seus semelhantes” (BOFF, 
1998, p. 159). Por se ver separado de 
todas as coisas, independente de 
todos os seres, o homem não se 
responsabiliza pelos seus atos, não 

desenvolve solidariedade, tampouco 
se preocupa com o bem-estar das 
alteridades. 
 Perante a crise planetária, 
emerge a necessidade de mudança 
de percepção da realidade, ou seja, 
um novo paradigma e, 
consequentemente, a transformação 
do relacionamento do ser humano 
consigo mesmo, com o outro e com a 
natureza como um todo. 
 
 
ECOLOGIA PROFUNDA E 
ECOPSICOLOGIA 

 
 
A ecologia profunda se 

mostra no cenário de crise planetária 
como uma base de sustentação 
filosófica para fundamentar a 
necessidade de um novo sentido 
para a relação entre ser humano e 
natureza, resgatando uma ligação 
profunda e espiritual. 

A ecologia profunda é 
considerada atualmente um dos 
pilares ou uma das abordagens de 
um novo paradigma que está 
emergindo para desvelar uma nova 
cosmovisão, ou seja, uma maneira de 
se perceber a realidade que guia a 
ação do ser humano no mundo. 

Diferentes abordagens 
integram esse novo paradigma, sobre 
o qual Capra (1998, p. 11) comenta: 
“o novo paradigma pode ser 
chamado de holístico, de ecológico 
ou de sistêmico, mas nenhum destes 
adjetivos o caracteriza 
completamente”. Soma-se ainda a 
esse conjunto de abordagens 
também a transdisciplinaridade. 

Contrária ao 
antropocentrismo da ecologia rasa, a 
ecologia profunda entende os seres 
vivos como parte de uma grande e 
complexa teia: a teia da vida. Essa 
abordagem questiona inúmeros 
aspectos do velho paradigma como o 
crescimento materialista, o modo de 
vida moderno, suas perspectivas 
científicas e industriais e, sobretudo, 
propõe uma reflexão para que sejam 
revistos os relacionamentos dos 
seres humanos, uns com os outros, 
com as próximas gerações e com a 



 

Revista Brasileira de Ciências Ambientais – Número 22 – dezembro de 2011           14                           ISSN Impresso 1808-4524 / ISSN Eletrônico: 2176-9478 

teia da vida, da qual todos são 
integrantes e interdependentes. 
(CAPRA, 1997).  

A ecologia profunda resgata 
a consciência ecológica plena e está, 
portanto, em contraposição à visão 
da sociedade tecnocrata-industrial, 
onde o ser humano se coloca como 
ser superior às outras espécies.  

Perceber o mundo de forma 
ecológica significa reconhecer a 
integração de todas as coisas que 
existem no planeta. John Munir – o 
criador do movimento ecológico - 
afirma: “cada vez que tentamos 
encarar uma única coisa de forma 
isolada descobrimos que ela está 
intimamente ligada a todo o resto do 
universo” (MUNIR apud AVELINE, 
1999, p. 59).  

A ecologia profunda atenta 
não só para a integração material do 
ser humano à natureza, como 
também para a dimensão vibracional 
e espiritual que une todos os seres, 
considerando também os fenômenos 
quânticos do dia-a-dia (BRAUN, 
2005). A Terra, portanto, não é 
somente um ecossistema físico e 
biológico, mas também mental e 
emocional da humanidade (KOOT-
HOOMI apud AVELINE, 1999). E por 
assim ser, as guerras e a destruição 
ambiental são o resultado, 
sobretudo, de  conflitos psicológicos 
humanos, como a cobiça e a 
ignorância espiritual, assegura Karl 
Von Clausewitz (apud AVELINE, 
1999). 

Um dos princípios mais 
importantes da ecologia profunda é a 
equidade biocêntrica, que defende a 
igualdade de importância de todos os 
elementos da biosfera e que, deste 
modo, possuem o direito de viver e 
se desenvolver plenamente para 
alcançar sua própria forma individual 
e realização dentro do processo 
evolutivo (BRAUN, 2005). 

Assim, a visão de mundo da 
ecologia profunda propõe um estilo 
de vida regulado pela harmonia com 
a natureza, equidade das espécies, 
simplicidade, reconhecimento da 
limitação dos recursos oferecidos 
pela Terra, uso de tecnologias 
apropriadas, reciclagem, reutilização, 

descentralização da produção, 
entendimento da ciência como 
conhecimento importante, mas não 
dominante.  

A característica central que 
define a ecologia profunda é a 
questão da urgência na  mudança de 
valores, alicerçada em pensamentos 
ecocêntricos. “Quando essa 
percepção ecológica profunda torna-
se parte de nossa consciência 
cotidiana, emerge um sistema de 
ética radicalmente novo” (CAPRA, 
1997, p. 28). 

O cerne da questão, 
portanto, é a necessidade de 
transformações profundas e urgentes 
primeiramente no modo como o ser 
humano percebe, compreende e 
sente o mundo, para, em seguida, 
poder mudar a maneira como se 
relaciona com o meio ambiente. 

A ecopsicologia surge, nesse 
sentido, como um esforço 
interdisciplinar entre a Psicologia e a 
Ecologia para contribuir na discussão 
da relação entre homem e natureza.  

Bilibio (2009) entende que 
uma psicologia centrada na ecologia 
é de grande importância tanto para 
psicólogos como para educadores.  A 
relevância da integração entre a 
Psicologia e as Ciências da 
Sustentabilidade se mostra no fato 
de que, por trás de toda prática 
psicológica e educacional está uma 
visão de ser humano. A partir dessa 
concepção, entendem-se como 
saudáveis determinados 
comportamentos, reações, 
sentimentos, enquanto que outros 
são considerados disfuncionais, ou 
seja, prejudiciais ao ser humano. 
(Bilibio, 2009).  Com uma orientação 
ecológica na compreensão do ser 
humano, entendendo-o como ser 
inter-relacionado e interdependente 
da natureza, passa-se a entender 
comportamentos contrários à 
natureza como também contrários à 
própria saúde integral do indivíduo. 
Baseado em Plotkin (2003), Bilibio 
(2009, p. 8) afirma: 

 
No que diz respeito à natureza, a 
noção de interdependência foi 
sendo severamente perdida 

durante a revolução industrial, e 
sua perda cresceu quanto mais 
avançávamos no processo de 
urbanização. Sua perda se expressa 
no sentimento de desconexão, ou a 
perda do senso de reciprocidade 
entre organismo e ambiente, 
sempre presente em 
comportamentos ambientalmente 
disfuncionais. O ambiente não é 
mais visto como algo vivo, uma 
verdadeira comunidade, mas como 
coisa que não serve para nada a 
não ser ceder lugar para algo que 
dê algum lucro. O estado de 
alienação induzido pela era lucro, 
mais aumenta quanto maior é a 
obsessão por este lucro, e quanto 
menores são os níveis de 
informação sobre a dinâmica 
ecológica dos ambientes naturais e 
a qualidade da experiência afetivo-
existencial em comunhão com 
lugares selvagens. 

 
Volpi, Floriani e Leszczynski  

(2008) lembram que o ser humano 
não somente é parte da natureza, 
mas é a natureza. Na perspectiva da 
Psicologia Corporal criada por 
Wilhelm Reich, a qual é abordada 
pelos autores para fazer interface 
com a Ecologia, organismo e 
natureza são manifestações da 
mesma energia: a energia vital ou 
orgone que existe em todas as coisas, 
por isso, tudo o que existe forma 
uma unidade. Essa energia, segundo 
Raknes (1988), não obedece às leis 
que regem energias anteriormente 
conhecidas, e sua quantidade e 
disposição nos seres humanos 
variam, conforme a vitalidade 
espontânea natural e os traços 
neuróticos. 

A Psicologia Corporal, de 
acordo com Pucci Jr (2004), defende 
o pensamento funcional como base 
de suas pesquisas, teorias e métodos, 
que compreende a inter-relação 
entre  mente e corpo, não através 
uma relação de causa e efeito, mas 
por meio de um princípio 
bioenergético, ou seja, através da 
energia vital ou energia orgone.  
Dessa maneira, propõe que a saúde 
de um organismo, concebido em sua 
unidade corpo-mente, depende do 
livre fluxo da energia vital. Reich 
(2003) assegurou, assim, que quanto 
menos neurótico for o ser humano, 
melhor será também sua relação 



 

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com a natureza, pois seus 
comportamentos serão pró-ativos à 
vida, ao livre fluxo de energia vital 
tanto em si quanto no mundo. 

A crise ambiental é uma das 
expressões da crise da civilização 
atual, pois reflete muito da psiquê 
ocidental, assegura Bilibio (2009). Ela 
é o resultado de um comportamento 
de separatividade perante a 
natureza, de controle, subjugamento, 
além de, como bem coloca White 
(apud Bilibio, 2009), medo e 
satanização de tudo que é natural. 
Negou-se assim, juntamente com a 
natureza externa, também os 
próprios ritmos naturais dos seres 
humanos. Morin e Kern (1995) 
apontam para o ritmo acelerado e 
estressante com o qual os seres 
humanos mantêm suas vidas, 
pagando um alto preço por se 
afastarem de sua natureza. 
Atualmente, o uso de 
benzoadiasepínicos e 
antidepressivos, fármacos 
direcionados ao tratamento de 
ansiedade e depressão 
respectivamente é alarmante, 
conforme Fernandes (2007).  E, ainda 
que cada vez mais os problemas de 
saúde estejam crescendo, esse 
sistema social, com seus valores e 
comportamentos insustentáveis, 
continua a ser mantido sem muitos 
questionamentos por grande parte 
dos seres humanos. 

A Ecopsicologia, nessa 
perspectiva, propõe, conforme Volpi, 
Floriani e Leszczynski  (2008), o 
resgate da conexão entre homem e 
natureza por meio de uma educação 
libertadora, que  sensibilize os seres 
humanos quanto às questões 
ambientais e leve a mudanças de 
valores e de comportamentos, 
buscando um desenvolvimento 
humano saudável que possa 
aproximá-lo de sua natureza interna, 
ou seja, de seus sentimentos e 
afetos, e, consequentemente, da 
natureza externa a ele. 
 
 
EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO 
FERRAMENTA TRANFORMADORA 
DA SOCIEDADE 

 
 
 A educação ambiental 
surgiu nesse cenário de mudanças 
paradigmáticas frente às ameaças à 
saúde e qualidade de vida tanto dos 
seres humanos quanto de todos os 
seres do planeta, oriundas de um 
modo de vida insustentável, como 
um importante instrumento para a 
busca por controle e reversão da 
complexa crise planetária. 
  A educação ambiental é 
uma resposta crítica à crise da 
educação, pois, se a educação fosse 
integradora e abrangente, não 
necessitaria de adjetivos e a questão 
ambiental estaria intrínseca a todas 
as situações educativas (PADUA e SÁ, 
2002). 
 O processo de implantação 
e desenvolvimento da educação 
ambiental no planeta se deu através 
de congressos e conferências 
internacionais ocorridos a partir da 
década de 1970.  Movidas pela 
preocupação com o futuro do 
planeta e de todas as espécies que 
nele vivem, muitas pessoas e 
organizações passaram a exercer 
pressões políticas para alertar os 
dirigentes políticos e a população 
sobre a necessidade de proteger o 
mundo e colocar em prática uma 
educação voltada para as questões 
ambientais. Nesse contexto, surgiu a 
educação ambiental como resposta 
científica à educação tradicional, que 
representa a velha ordem social e 
econômica. (SOARES, 2003). 

O marco inicial da educação 
ambiental é a Conferência de 
Estocolmo ou Conferência da ONU 
sobre o Ambiente Humano realizado 
em Estocolmo (Suécia) em 1972, 
considerado de extrema importância 
para a conscientização da civilização 
contemporânea. Tratou, 
especialmente, da necessidade de a 
ciência, a tecnologia, a educação e a 
pesquisa trabalharem e se 
direcionarem à proteção ambiental, 
percebendo a necessidade de 
respeitar a capacidade de suporte da 
natureza. Depois deste, outros 
importantes eventos consolidaram e 
ampliaram a visão de educação 

ambiental, como:  o Encontro de 
Belgrado sobre Educação Ambiental, 
no ano de 1975 em Belgrado 
(Iugoslávia); a Conferência 
Intergovernamental sobre Educação 
em Tbilisi (URSS) em 1977;  o 
Congresso Internacional em 
Educação e Formação Ambientais 
ocorrido na Rússia em 1987; a 
Conferência das Nações Unidas para 
o Meio Ambiente e Desenvolvimento 
ou Rio-92, na cidade do Rio de 
Janeiro em 1992; a Conferência Meio 
Ambiente e Sociedade: Educação e 
Consciência Pública para a 
Sustentabilidade, que aconteceu em 
Tessalônica (Grécia) em 1997. 
(SOARES, 2003). 

Dentre os diversos conceitos 
de educação ambiental, pode-se 
entendê-na como “o aprendizado 
para compreender, apreciar, saber 
lidar e manter os sistemas 
ambientais em sua totalidade” ou 
ainda a “aprendizagem de como 
gerenciar e melhorar as relações 
entre a sociedade humana e o 
ambiente, de modo integrado e 
sustentável”. (São Paulo, 1997: 16). 
Nesse sentido, busca a resolução de 
problemas ambientais, o 
gerenciamento da relação entre 
economia e ambiente, além de 
informar os cidadãos sobre a 
complexidade do tema. Para isso, a 
educação ambiental atua na 
prevenção de danos, na implantação 
do reflorestamento e da reciclagem, 
na administração dos recursos 
naturais de modo eficiente, 
produtivo e sustentável. (São Paulo, 
1997).  
 A meta da educação 
ambiental,  de acordo com a Carta de 
Belgrado de 1975 (apud SÃO PAULO, 
1997, p. 22) é:  
 

Desenvolver um cidadão consciente 
do ambiente total, preocupado 
com os problemas associados a 
esse ambiente e que tenha o 
conhecimento, as atitudes, 
motivações, envolvimento e 
habilidades para trabalhar 
individual e coletivamente  em 
busca de soluções para resolver os 
problemas atuais e prevenir os 
futuros. 

 



 

Revista Brasileira de Ciências Ambientais – Número 22 – dezembro de 2011           16                           ISSN Impresso 1808-4524 / ISSN Eletrônico: 2176-9478 

No Brasil, a Lei no 9795 de 
27 de abril de 1999 representa o 
reconhecimento nacional da 
importância da educação ambiental 
ao instituir a Política Nacional de 
Educação Ambiental. Aponta a 
educação ambiental como processos 
educativos formais e não-formais por 
meio dos quais o indivíduo e a 
coletividade constroem valores 
sociais, conhecimentos, habilidades, 
atitudes e competências voltadas 
para a conservação do meio 
ambiente, bem de uso comum do 
povo e essencial à sadia qualidade de 
vida e sustentabilidade. Esses 
processos educativos têm como 
alguns de seus princípios básicos o 
enfoque humanista, holístico, 
democrático e participativo, na 
perspectiva da inter, multi e 
transdisciplinaridade. A Política 
Nacional de Educação Ambiental 
envolve em sua esfera de ação, além 
dos órgãos e entidades integrantes 
do Sistema Nacional de Meio 
Ambiente (SISNAMA), instituições 
educacionais públicas e privadas dos 
sistemas de ensino, os órgãos 
públicos da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios, e 
organizações não-governamentais 
com atuação em educação 
ambiental. (BRASIL, 1999). 
 Ao perceber a complexidade 
do ambiente, a lei brasileira de no. 
9795 define no inciso I do Artigo 5º 
do 1º Capítulo como um dos 
objetivos da educação ambiental: “o 
desenvolvimento de uma 
compreensão integrada do meio 
ambiente em suas múltiplas e 
complexas relações, envolvendo 
aspectos ecológicos, psicológicos, 
legais, políticos, sociais, econômicos, 
científicos, culturais e éticos” 
(BRASIL, 1999). 

A educação ambiental na 
perspectiva profunda tem objetivos 
muito mais pretensiosos do que 
meramente resolver problemas 
oriundos de um estilo de vida 
pautados em uma visão de mundo 
que separou homem e universo, 
rompendo com a ideia de ser 
humano integrado à natureza. A 
educação ambiental propõe a revisão 

dos valores e comportamentos da 
sociedade, incitando profundas 
mudanças de percepção, valores e 
atitudes do indivíduo a respeito de si, 
do outro e da  natureza por 
completo. 
 Floriani e Knechtel (2003) 
utilizam a denominação educação 
socioambiental e a designam como o 
um componente indispensável na 
reconstrução do sistema de relações 
entre as pessoas e, assim,  possa 
promover uma nova relação entre a 
sociedade e o ambiente, valorizando 
o diálogo de saberes dos diversos 
tipos de conhecimento – científico, 
experiencial, tradicional, popular, 
etc.  Esse diálogo dos saberes, 
defendido pela transdisciplinaridade, 
é indispensável para se chegar a um 
entendimento sobre ser humano e 
mundo aproximado da realidade, 
pois são objetos de estudo 
complexos e multifacetados. 

A participação efetiva da 
sociedade na preservação do meio 
ambiente, no entanto, requer 
consciência; sem ela não há 
transformações. A educação 
ambiental comprometida, portanto, 
com verdadeiras mudanças de 
atitudes requer um trabalho de 
conscientização ambiental que 
perpassa obrigatoriamente pela visão 
holística de homem. (BRANCO, 
2003). 
 A visão holística entende o 
ser humano como um ser de 
múltiplas dimensões - física, mental, 
psíquica, social, ambiental e 
espiritual que se inter-relacionam e 
influenciam-se mutuamente - 
integrado ao universo. (CAPRA, 
2006). Essa abordagem compreende 
que tudo no universo está inter-
relacionado, havendo uma dinâmica 
universal de relações que torna tudo 
interdependente. Os seres humanos 
e a natureza, portanto, mantêm uma 
relação de complementaridade, 
sendo que a perda do vínculo produz 
desequilíbrio e destrutividade a 
todos. (ARAÚJO, 1999).   
 A saúde integral do ser 
humano, ou seja, a saúde em sua 
mais ampla compreensão, que inclui 
as condições de bem-estar e 

felicidade, é entendida pela visão 
holística como dependente da 
harmonia das dimensões física, 
mental, psicológica, emocional e 
espiritual com o ambiente social, 
econômico, natural e construído, 
físico, químico e psicológico. 
 Leonardo Boff (apud 
GADOTTI, 2008), um dos membros 
da Comissão da Carta da Terra, 
entende que a referida Carta é uma 
relevante contribuição para uma 
compreensão holística e integrada 
das questões ambientais. De acordo 
com ele, é com amor – a energia 
mais poderosa que existe no ser 
humano e no universo – que se 
precisa cuidar de todas as formas de 
vida. 
 Com uma visão de mundo e 
de ser humano holística, a educação 
ambiental pode ser um instrumento 
transformador. Mudanças 
paradigmáticas são imprescindíveis 
para a construção de um novo estilo 
de vida, que configure uma 
sociedade ecológica. 

Diante da crise ambiental 
em que a humanidade se encontra, 
Leff (2001) entende que o saber 
ambiental se coloca como um 
processo de produção teórica e 
prática orientada pela utopia de 
construir um mundo sustentável, 
democrático, igualitário e que 
comporte a diversidade. Afirma que: 

 
A questão ambiental problematiza 
as próprias bases da produção; 
aponta para a desconstrução do 
paradigma econômico da 
modernidade e para a construção 
de futuros possíveis, fundados nos 
limites das leis naturais, nos 
potenciais ecológicos, na produção 
de sentidos sociais e na criatividade 
humana. (LEFF, 2001, p 17). 

 
Essa nova sociedade 

proposta pelos emergentes 
paradigmas ambientais, que 
envolvem a transdisciplinaridade e a 
visão holística, pode ser chamada de 
ecológica, no sentido da ecologia 
profunda sustentada pelas  ideias de 
Fritjof Capra (2006; 2002; 1998; 
1997), que, ao longo do 
desenvolvimento de suas obras, 
discute a questão paradigmática e 



 

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estabelece o conceito de ecologia 
como direcionamento para um novo 
modo de viver no planeta.  

Partindo das contribuições 
do autor, infere-se que uma 
sociedade ecológica envolve 
sustentabilidade em seus múltiplos 
aspectos (ecológico, econômico, 
social, etc), sendo pautada na justiça, 
na ética, nos valores e no 
desenvolvimento integral dos seres 
humanos.  Segundo a ideia de que a 
ecologia profunda “não separa os 
seres humanos da natureza e 
reconhece o valor intrínseco de 
todos os seres vivos” (CAPRA, 2002, 
p. 15), pode-se entender que uma 
sociedade ecológica buscará a 
sustentabilidade não apenas por 
saber do risco de extinção da espécie 
humana do planeta caso não se 
mude os rumos do desenvolvimento, 
mas sim defenderá a 
sustentabilidade ecológica pelo 
reconhecimento de que tudo o que 
existe na natureza tem valor 
intrínseco, e, por isso, preza pela 
ética da vida. 

Paulo Freire (2000, p. 66-7) 
versando sobre a importância da 
conscientização e da ação ecológica, 
afirmou: 

 
Urge que assumamos o dever de 
lutar pelos princípios éticos 
fundamentais como o respeito à 
vida dos seres humanos, à vida dos 
outros animais, à vida dos pássaros, 
à vida dos rios e das florestas. Não 
creio na amorosidade entre 
mulheres e homens, entre os seres 
humanos, se não nos tornarmos 
capazes de amar o mundo. A 
ecologia ganha uma importância 
fundamental neste fim de século. 
Ela tem que estar presente em 
qualquer prática educativa de 
caráter radical, crítico ou libertador 
[...]. Neste sentido me parece uma 
contradição lamentável fazer um 
discurso progressista, 
revolucionário, e ter uma prática 
negadora da vida. Prática poluidora 
do mar, das águas, dos campos, 
devastadoras das matas, 
destruidora das árvores, 
ameaçadora dos animais e das 
aves. 

 
 Nessa perspectiva holística e 
transdisciplinar da racionalidade 
ambiental, uma sociedade ecológica 

não deve descuidar do ser humano, 
enquanto espécie da complexa teia 
da vida. Leff (2001), em sua visão de 
desenvolvimento sustentável, 
propõe que se transponha a 
preocupação apenas ecológica como 
algo externo ao ser humano, 
sugerindo uma racionalidade 
ambiental que implique em cuidado 
com a erradicação da pobreza, a 
satisfação das necessidades básicas 
da população, a qualidade de vida da 
humanidade,  a valorização da 
diversidade étnica e cultural dos 
povos, a descentralização do poder, a 
preservação da diversidade dos 
modos de vidas, a autonomia e 
autogestão das comunidades e a 
pluralidade de modelos de 
desenvolvimento. 

O movimento rumo à 
mudança de visão de mundo é, 
segundo Braun (2005) gradual, assim 
como os processos da natureza. O 
autor observa, por exemplo, que o 
percentual de pessoas que buscava o 
crescimento interior em 
contraposição ao prestígio social e 
econômico era de 1% em 1980, mas 
que esse índice cresceu para 29% em 
2000. 

A sociedade ecológica firma-
se em princípios éticos da 
racionalidade ambiental e seus 
primeiros passos podem ser vistos 
nas práticas alternativas realizadas 
nos mais diversos locais do planeta, 
como: ecovilas, comunidades 
sustentáveis, práticas alternativas em 
saúde corporal e cura, permacultura, 
dinheiro alternativo, uso de energia 
alternativa, alimentação natural, 
busca por maior e melhor 
relacionamento coletivo e a 
disseminação de uma nova visão 
espiritual, mais aproximada das 
novas abordagens científicas como 
visão holística, sistêmica, ecologia 
profunda, física quântica e 
trandisciplinaridade. 
 Uma educação ambiental 
voltada à transformação social 
requer, portanto, que se 
transponham normas e preceitos 
impostos e aceitos pelo mundo 
globalizado técnico e produtivo. Isso 
inclui estar atento às armadilhas 

ideológicas e psicológicas da mídia e 
da propaganda, que exerce grande 
poder na construção e 
desenvolvimento das subjetividades 
e das identidades individuais e 
coletivas. (PADUA e SÁ, 2002). 
 Com uma visão holística, a 
educação ambiental constrói um 
ensino inovador, onde a intuição e 
razão se unem, a criatividade é 
estimulada para que aumente o 
potencial transformador dos 
indivíduos, visando a construção de 
um mundo ético, justo, solidário e 
que respeite a vida (PADUA e SÁ, 
2002). 
  
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
 A continuidade da vida na 
Terra prescinde que a humanidade 
adote a sustentabilidade como 
princípio fundamental de sua gestão 
ambiental. Para isso, necessita-se 
que o ser humano compreenda que 
completa com outras espécies um 
sistema dinâmico e perceba a 
importância do equilíbrio do 
ambiente também para sua saúde 
integral. 
 Embora os efeitos da crise 
ambiental estejam alertando a crise 
planetária ou civilizacional há 
tempos, poucas tem sido as 
mudanças de atitude perante o 
mundo. Portanto, é urgente a 
necessidade de uma educação 
ambiental transformadora, que, com 
uma visão holística e transdisciplinar, 
leve à conscientização do lugar do 
ser humano no mundo e na natureza 
para que se construa uma sociedade 
ecológica.  

Essa sociedade fundamenta-
se no novo paradigma que agrega a 
ecologia profunda, a ecopsicologia, a 
visão holística, sistêmica, a física 
quântica e a transdisciplinaridade e 
tem como princípios a ética, o 
respeito e a solidariedade para com 
todas as formas de vida. Visa a 
sustentabilidade, mas não por 
antropocentrismo, mas por 
compreender a inter-relação e a 
interdependência de toda a teia da 



 

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vida. Embora vista como utopia, Leff 
(2001) defende que não há 
transformações sem utopias.  

É com a utopia de construir 
um mundo melhor que a educação 
ambiental torna-se um verdadeiro 
instrumento de transformação, rumo 
a uma sociedade ecológica, incitando 
a reflexão para que o ser humano 
inaugure um novo ser e viver no 
planeta. 
 
 
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